O reajuste da tarifa decretado na sexta-feira e implementado ontem causou protesto entre os usuários do sistema público. Abusiva, muito cara. Um absurdo! Esses são alguns dos adjetivos dados por usuários do transporte coletivo da Capital diante do aumento no preço da passagem de ônibus. A nova tarifa passou a valer ontem: R$ 2,38 no cartão, R$ 2,95 em dinheiro e R$ 1,60 para a tarifa social.
A bancária aposentada Lúcia Andrade, 53 anos, não ficaria tão chateada se o reajuste se revertesse em melhorias no sistema de transporte coletivo. Ela mora no Centro, próximo ao Shopping Beiramar, e ontem teve de pegar dois ônibus para chegar à casa da mãe, no Bairro Itacorubi. Como não tem cartão, gastou R$ 6 para percorrer um trecho de sete quilômetros e levou 40 minutos entre sua casa e o destino. – É um absurdo a passagem subir tanto se isso não se transforma em ônibus melhores, em mais horários – afirma Lúcia.
A alta na tarifa de ônibus foi decretada sexta-feira pelo prefeito Dário Berger, após acordo de reajuste salarial com os trabalhadores do transporte coletivo da Capital. Mas o novo salário de motoristas e cobradores não é o único motivo da passagem de ônibus mais cara. O salário deles representa 41% do valor total da tarifa, logo, R$ 0,90 da passagem anterior (R$ 2,20). Caso apenas o reajuste salarial, que foi de 7,3%, fosse repassado à nova tarifa, o cálculo deveria ser em cima de R$ 0,90 e não do valor global. O novo preço acumula também a inflação em outros componentes do custo do sistema de transportes, como alta no combustível, óleo e manutenção dos veículos.
A prefeitura costuma corrigir a passagem em janeiro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este ano isso não aconteceu e o reajuste ficou para maio, junto com a negociação dos trabalhadores. Independentemente de custos, para a população, é caro demais. Audeci Matias, 43 anos, auxiliar de serviços gerais, é outra usuária indignada:
–É abusiva. Uma das maiores tarifas do Brasil. Não tem necessidade de aumentar tanto – diz Audeci Matias, moradora da Tapera, Sul da Ilha, enquanto embarca para o Monte Verde, no Norte da Ilha. Como ela, estudantes estão indignados com o reajuste. Passeatas foram realizadas na última sexta-feira e, segundo o Victor Khaled, militante do movimento Passe Livre, hoje e amanhã serão feitas manifestações na Trindade, às 12h, e em bairros do Continente, Norte e Sul da Ilha. Na próxima quarta-feira, às 12h, ocorre assembleia em frente ao Ticen, e na quinta, a partir das 17h, está prevista uma mobilização, que também partirá do Terminal do Centro de Florianópolis.
Fonte: Diário Catarinense
Fonte: Diário Catarinense
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