Alternativas de transporte público para atender um dos corredores mais movimentados de Belo Horizonte, a Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul da capital, estão perto de serem conhecidas. A BHTrans confirmou terça-feira que está em curso estudo para verificar as melhores opções para a via. A empresa está preparando um edital de licitação para projeto executivo com o objetivo de apontar a melhor solução: corredores rápidos de ônibus (BRT-Bus Rapid Transit); implantação de veículos leves sobre trilhos (VLT), nome moderno para um formato de bonde mais complexo; ou o monotrilho (meio ferroviário sobre trilhos suspensos por pilares).
De acordo com o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas, a expectativa é de que o edital seja publicado até maio. O vencedor da licitação será contratado em julho e deverá começar os trabalhos em agosto. O prazo para a conclusão da avaliação é de um ano. No estudo, será verificado também o início e o fim do ramal – se o novo meio de transporte ligaria o Centro de BH até o Belvedere, também na Região Centro-Sul, ou se teria início a partir da Savassi. A escolha será feita segundo a viabilidade técnica e econômica
“A Região Sul tem a maior taxa de motorização, o que significa mais usuários de automóveis. Temos de dar uma alternativa de transporte coletivo à área, senão as ruas ficarão todas saturadas. É preciso uma alternativa de qualidade para essa região. Não podemos deixá-la do jeito que está”, ressalta Célio Freitas.
Conforto
O coordenador do Núcleo de Transportes (Nucletrans) da Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais, Ronaldo Guimarães Gouvêa, vê com ressalvas a implantação de um modelo alternativo na Avenida Nossa Senhora do Carmo. Para o especialista em transporte e trânsito, medidas mais estruturantes com a finalidade de criar um sistema com maior capacidade deve ser centralizada nos principais corredores de BH, como as avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado, Pedro II e Amazonas. “Na Nossa Senhora do Carmo, algumas medidas são bem-vindas, mas não há demanda de um investimento mais radical, comparativamente a outros corredores”, diz.
Ele defende projetos operacionais com a prioridade para a circulação de transporte público a exemplo do que foi feito no início da Nossa Senhora do Carmo, como a criação de faixas exclusivas e melhoria dos abrigos para passageiros. “Fazer intervenções em área construída é complicado, mas valeria o esforço da BHTrans para dar um tratamento com conforto a quem enfrenta o trânsito na Savassi. Isso não é desculpa para deixar o metrô em segundo plano. Outras soluções são bem-vindas, mas são paliativas. As pessoas não estão pensando no custo que a cidade está pagando por não ter o metrô. Política pública não pode pensar em viabilidade econômica. Transporte tem de ser pensado como política estratégica”, destaca.
Fobte: UAI Notícias
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