O transporte coletivo de Curitiba ganha, no aniversário da cidade, um novo atrativo. Começa a funcionar hoje a linha direta expressa, o ligeirão, que ligará o bairro do Boqueirão ao Centro com menos paradas. A medida pode ser ampliada para outras linhas de biarticulados e dar um fôlego para o sistema até o metrô ficar pronto. Apesar da boa notícia, a inauguração do ligeirão chega com quase três anos de atraso. A previsão inicial da prefeitura era de que o modal já estivesse em funcionamento desde 2007.
A prefeitura afirma que a criação de ligeirões em todos os eixos do transporte coletivo curitibano daria uma sobrevida de 10 anos ao sistema. Isso porque além de criar linhas adicionais ligando os extremos ao centro, o pacote também inclui o desalinhamento das estações-tubo e a implantação de semáforos automatizados que dão preferência ao modal. As ações evitariam uma cena muito comum hoje em horários de pico: a existência de verdadeiros comboios de biarticulados.
A grande discussão é sobre a validade desta medida para aliviar efetivamente o horário de pico e também os custos. A Urbs prevê que sejam desembolsados mais R$ 17 milhões somente no eixo norte-sul. O problema é que justamente este trecho vai receber daqui a alguns anos o metrô. Apesar disso, para Fernando Guignone, diretor de transporte do órgão, a transformação vale a pena. “A cidade sempre p recisa de investimentos”, argumenta. “Isso daria um upgrade no sistema e garantiria qualidade aos usuários até a conclusão do metrô.”
A dúvida é se as obras paliativas ficariam prontas a tempo, já que o trajeto Boqueirão-Centro teve um atraso de três anos. Guignone diz que este trecho foi um piloto. “Temos o conhecimento, as fontes de financiamento, projetos e uma ampla discussão”, garante. “Nos outros eixos a implantação será muito mais rápida.”
A prefeitura afirma que a criação de ligeirões em todos os eixos do transporte coletivo curitibano daria uma sobrevida de 10 anos ao sistema. Isso porque além de criar linhas adicionais ligando os extremos ao centro, o pacote também inclui o desalinhamento das estações-tubo e a implantação de semáforos automatizados que dão preferência ao modal. As ações evitariam uma cena muito comum hoje em horários de pico: a existência de verdadeiros comboios de biarticulados.
A grande discussão é sobre a validade desta medida para aliviar efetivamente o horário de pico e também os custos. A Urbs prevê que sejam desembolsados mais R$ 17 milhões somente no eixo norte-sul. O problema é que justamente este trecho vai receber daqui a alguns anos o metrô. Apesar disso, para Fernando Guignone, diretor de transporte do órgão, a transformação vale a pena. “A cidade sempre p recisa de investimentos”, argumenta. “Isso daria um upgrade no sistema e garantiria qualidade aos usuários até a conclusão do metrô.”
A dúvida é se as obras paliativas ficariam prontas a tempo, já que o trajeto Boqueirão-Centro teve um atraso de três anos. Guignone diz que este trecho foi um piloto. “Temos o conhecimento, as fontes de financiamento, projetos e uma ampla discussão”, garante. “Nos outros eixos a implantação será muito mais rápida.”
Especialistas
Para o professor Carlos Hardt, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontíficia Univer-sidade Católica do Paraná, a criação dos ligeirões é uma boa alternativa para dar sobrevida ao sistema de transporte curitibano. “Para quem tem interesse de chegar ao destino mais rapidamente é interessante: a velocidade média pode aumentar bastante, não vai haver parada para desembarque, o que deixa o trajeto mais lento”, avalia. Outro benefício é que isso pode incentivar a população a deixar o carro em casa, já que, na relação tempo/gasto, o ligeirão pode levar vantagem.
Tempo para as obras há, de acordo com Hardt, resta saber como ficam as questões burocráticas. Mesmo assim, o ponto central é que os prefeitos curitibanos deveriam ter agido antes. “Houve muito debate sobre o que fazer para melhorar o transporte durante toda a década de 90”, lembra. “Foram discutidas muitas alternativas, mas faltou ação. Por outro lado, não havia como prever que o número de carros aumentaria tanto.”
O professor Eduardo Ratton, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que não vê evolução na situação do metrô, por isso dar sobrevida ao sistema é essencial. “Não sabemos se a obra do modal ficará pronta em 2018 ou 2025”, lembra. Ele argumenta que o transporte coletivo de Curitiba deixou de ter a capacidade de resolver problemas e que isso tende a se agravar com o aumento da população na região metropolitana. “Primeiro de tudo: o metrô deveria ser concebido por um órgão metropolitano, para pensar a cidade e sua região”, afirma.
Para o professor Carlos Hardt, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontíficia Univer-sidade Católica do Paraná, a criação dos ligeirões é uma boa alternativa para dar sobrevida ao sistema de transporte curitibano. “Para quem tem interesse de chegar ao destino mais rapidamente é interessante: a velocidade média pode aumentar bastante, não vai haver parada para desembarque, o que deixa o trajeto mais lento”, avalia. Outro benefício é que isso pode incentivar a população a deixar o carro em casa, já que, na relação tempo/gasto, o ligeirão pode levar vantagem.
Tempo para as obras há, de acordo com Hardt, resta saber como ficam as questões burocráticas. Mesmo assim, o ponto central é que os prefeitos curitibanos deveriam ter agido antes. “Houve muito debate sobre o que fazer para melhorar o transporte durante toda a década de 90”, lembra. “Foram discutidas muitas alternativas, mas faltou ação. Por outro lado, não havia como prever que o número de carros aumentaria tanto.”
O professor Eduardo Ratton, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que não vê evolução na situação do metrô, por isso dar sobrevida ao sistema é essencial. “Não sabemos se a obra do modal ficará pronta em 2018 ou 2025”, lembra. Ele argumenta que o transporte coletivo de Curitiba deixou de ter a capacidade de resolver problemas e que isso tende a se agravar com o aumento da população na região metropolitana. “Primeiro de tudo: o metrô deveria ser concebido por um órgão metropolitano, para pensar a cidade e sua região”, afirma.
Fonte: Gazeta do Povo
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