Imagine esperar um minuto ou até menos por um ônibus?! Pode parecer sonho e, talvez, até seja. Mas, se Pernambuco conseguir importar o modelo curitibano de fazer transporte, ele será transformado em realidade. Com o Corredor Norte-Sul, a população da Região Metropolitana terá um sistema rápido, eficiente e confiável. A previsão é de que a população reduza à metade o tempo de viagem entre os extremos do futuro corredor, entre as cidades de Igarassu, ao Norte, e Jaboatão dos Guararapes, ao Sul.
Por enquanto, é verdade, existe apenas o projeto básico elaborado pelo Instituto Jaime Lerner Arquitetos Associados, que foi quem criou e implantou a concepção de mobilidade de Curitiba. Mas os pernambucanos têm a decisão política do governo estadual, particularmente do governador Eduardo Campos, de viabilizar o futuro corredor, aproveitando o destaque que a mobilidade vem recebendo no Brasil dentro dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.
O Norte-Sul terá 45 quilômetros, dois eixos (Norte e Sul) e custará R$ 300 milhões, sendo que R$ 100 milhões seriam investimentos privados com a compra dos ônibus biarticulados. A ligação entre os dois eixos será pela Avenida Agamenon Magalhães, mas haverá uma bifurcação para compor o trecho central pela Avenida Cruz Cabugá até o Centro do Recife. Terá seis linhas (três delas expressas e três paradoras), com 43 estações de embarque e desembarque no trecho Norte, 11 no Central e 25 no Sul, além de cinco terminais (dois deles a serem construídos).
Na Avenida Agamenon Magalhães, estará o diferencial do projeto. Entre a Avenida Norte e o Complexo Joana Bezerra, a pista exclusiva de ônibus será elevada, sobre o canal da via, a uma altura de seis metros. O acesso, assim como em Curitiba, será pelas estações tubo, com o pagamento antecipado das passagens e o embarque nivelado.
“Estaremos dando um passo para o futuro. É uma solução de mobilidade muito importante para o Grande Recife. Principalmente nos tempos atuais, quando sabemos que as ações que favoreçam o transporte de massa precisam acontecer antes que seja tarde demais”, argumenta João Braga, coordenador do Norte-Sul pelo Urbana-PE, sindicato dos empresários de ônibus e quem está pagando o projeto básico.
“Estaremos dando um passo para o futuro. É uma solução de mobilidade muito importante para o Grande Recife. Principalmente nos tempos atuais, quando sabemos que as ações que favoreçam o transporte de massa precisam acontecer antes que seja tarde demais”, argumenta João Braga, coordenador do Norte-Sul pelo Urbana-PE, sindicato dos empresários de ônibus e quem está pagando o projeto básico.
Embora seja uma proposta para dar vez e voz ao transporte de massa, o Corredor Norte-Sul vai tirar o ônibus do sistema viário em boa parte de sua extensão. Na Avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, a previsão é de que os coletivos circulem numa pista elevada, sobre o canal, em vez de utilizar uma das faixas da via. Por outro lado, no trecho Sul, a prioridade vai significar redução do espaço destinado ao automóvel, o que implicará em ônus político para os executores.
O projeto do futuro corredor entre o Complexo Joana Bezerra e Cajueiro Seco, em Jaboatão, prevê a adequação do sistema viário ao longo das Avenidas Herculano Bandeira, Domingos Ferreira, Visconde de Jequitinhonha e Ayrton Senna, onde os automóveis têm preferência. Nesse caso, os carros perderão uma faixa de cada um dos lados, o que deverá gerar críticas por parte da população.
“A sociedade do automóvel vai reclamar, até porque a maioria dos projetos feitos na cidade são voltados para o transporte individual. Diferentemente dos curitibanos, que historicamente têm a cultura do transporte público, o recifense precisará criar empatia com o Norte-Sul para que ele dê certo”, observa César Cavalcanti, diretor-regional da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) no Nordeste e chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Fonte: jconline
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