Excesso de veículos é, além de indústria automotiva aquecida, sinônimo de congestionamento. Hoje, grandes, médias e até pequenas cidades sofrem do mesmo mal: infraestrutura viária insuficiente para suportar o crescimento desenfreado da frota de veículos e a precariedade dos meios de transporte.
É cada vez mais urgente a modernização dos sistemas de transporte coletivo. Em São Paulo, o ônibus deixou de ser um meio utilizado somente pela população de baixa renda. Na última década, os corredores exclusivos fizeram do ônibus a forma mais rápida e segura de vencer grandes distâncias. Em 9,3 milhões de embarques diários, segundo pesquisa da São Paulo Transportes S.A. (SPTrans) realizada em abril, executivos, office-boys e estudantes usufruem dessa comodidade nos mais de 165 quilômetros de corredores urbanos.
As cidades com menos de 1 milhão de habitantes têm nas faixas e vias exclusivas uma solução viável e que exige investimentos compatíveis com seus orçamentos. Campinas é um ótimo exemplo. O objetivo da cidade é ter 105 quilômetros de corredores exclusivos ou preferenciais. Para isso, pretende investir cerca de R$ 150 milhões, parte desse valor financiado pela Prefeitura junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas, não basta eleger faixas de rolamento de ruas e avenidas para a circulação de ônibus.
É preciso também implantar um projeto de infraestrutura que contemple um pavimento de qualidade, durável, capaz de suportar trânsito pesado, sem exigir manutenção constante. Neste sentido, o pavimento de concreto é a opção mais adequada: tem vida útil maior do que as demais alternativas de pavimentação, não sofre deformações plásticas - como as famosas "trilha de rodas" ou buracos - e não é alterado pela ação de combustíveis.
Com a adoção dos corredores, as autoridades podem contribuir com a sustentabilidade, pois ao reduzir os índices de congestionamento são emitidos menos gases poluentes na atmosfera. Também há o fato de a atual produção de cimento utilizar pneus usados em seu processo, na alimentação dos fornos. Cálculos do setor indicam que cada quilômetro de pavimento de concreto retira do meio ambiente cerca de 7,5 mil pneus inservíveis.
Com os exemplos de São Paulo e Campinas, é possível concluir que investir no transporte coletivo é uma das saídas para melhorar ou garantir a qualidade de vida nos centros urbanos.
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