A nova tarifa de transporte coletivo urbano convencional de João Pessoa foi fixada em R$ 5,20, registrando alta de 6,12% comparado aos atuais R$ 4,90. Já o público que utiliza os veículos opcionais (geladinho) terá de pagar R$ 5,80. O reajuste ocorreu ontem, durante reunião do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (CMMU), realizada na sede da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), no Cristo Redentor. O novo valor entra em vigor a partir da próxima segunda-feira (13).
O encontro contou com a participação de membros do CMMU, incluindo representantes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), do sindicato das empresas de transporte coletivo e de entidades representativas da população, como associações de moradores. A reunião foi convocada para deliberar sobre questões de mobilidade, destacando o reajuste tarifário e a qualidade do serviço.
Ao todo, foram 12 votantes e uma pessoa ausente, sendo 11 votos a favor do aumento e um contra. De acordo com o superintendente de Mobilidade Urbana da capital, Expedito Leite Filho, o valor foi definido levando em consideração os insumos que influenciam o cálculo tarifário. “Aqui em João Pessoa, a gente ficou abaixo do reajuste da média nacional, com o aumento de 30 centavos no preço da passagem. Diante desse novo valor, teremos melhorias na frota e no serviço, que é o que muita gente espera quando o reajuste é feito”, ressalta o superintendente.
Na ata da reunião, foi registrado o debate sobre o impacto econômico da nova tarifa e a justificativa para o aumento, considerando a alta dos custos operacionais, como combustíveis e manutenção dos veículos.
Segundo a Semob-JP, a definição do reajuste da tarifa de ônibus teve como base a inflação acumulada no período, o preço do óleo diesel, o dissídio coletivo dos trabalhadores do sistema (motoristas, cobradores, fiscais, entre outros) e, ainda, outras despesas acessórias.
No decorrer da reunião, foram pontuadas, também, medidas paralelas para melhorar o transporte público, como investimentos em frota e acessibilidade. A prefeitura reafirmou o compromisso de priorizar políticas públicas que melhorem a mobilidade urbana, buscando equilíbrio entre a sustentabilidade econômica do sistema e o acesso dos cidadãos ao transporte coletivo.
O único voto contra o aumento veio do coordenador do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba (DCE/UFPB), Fernando Alves. “As principais demandas que temos ainda são o Passe Livre Estudantil. Aqui não tem esta modalidade, nem o aumento da frota de ônibus e a quantidade de horários, porque a maior parte dos nossos estudantes concluem as aulas às 22h e acabam sem conseguir retornar para casa”.
Como ponto de resolução de um dos itens colocados pelo DCE, Expedito Leite anunciou que parte da frota de ônibus será renovada. “Vamos renovar 70 ônibus novos, sendo 60 convencionais e 10 geladinhos”. Para o superintendente, as deliberações que ocorreram na reunião representam um avanço na mobilidade urbana, já que será renovada quase 50% da frota.
Para os estudantes das instituições secundaristas e de nível superior e pessoas da sociedade civil, o reajuste não condiz com a realidade da cidade. A estudante Gabriela Bevenutty, representante da sociedade civil, explicou: “Quem pega ônibus diariamente sabe que os ônibus estão sucateados e as linhas estão reduzidas. Além disso, o geladinho não aceita gratuidade de pessoas idosas e com deficiência”.
Pedro Roberto Wanderley, estudante secundarista e representante da Associação Paraibana de Estudantes Secundaristas (Apes), que também compareceu à reunião, explicou que mais de 100 cidades no Brasil já adotam a tarifa zero para os estudantes. “Este aumento é um absurdo, porque quem quiser andar de ônibus, hoje, vai ter que pagar mais de R$ 10 para ir e voltar da escola”. A preocupação do estudante do terceiro ano é que a votação sempre ocorre no período de férias dos alunos.
Informações: A União
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