Cerca de um milhão de passageiros em Fortaleza foi atingido pela greve dos
motoristas e cobradores, nesta quarta-feira (20), segundo o Sindicato das
Empresas de Transportes e Passageiros do Estado do Ceará (Sindionibus). Com a
decisão do Tribunal Regional do Trabalho no Ceará (TRT/CE), quem for trabalhar
deve encontrar parte da frota disponível para chegar ao trabalho.
Na noite
desta quarta (20), a decisão não estava sendo cumprida. Os motoristas haviam
decidido parar 100% na última terça-feira (19), mas a presidente do TRT/CE,
Maria Roseli Mendes Alencar, determinou na manhã de quarta-feira (20) que o
Sintro mantenha 70% da frota de ônibus em circulação nos horários de pico e 50%
nos demais horários.
Ao todo, a frota de Fortaleza conta 1.950 ônibus urbanos e 346
metropolitanos distribuídos em 21 linhas de empresas urbanas e oito empresas
metropolitanas, segundo dados do Sindionibus, relativos a maio deste ano. O
número equivale à frota cadastrada de empresas associadas. Categoria paralisou
atividades a partir da zero hora desta quarta (20).
Logo pela manhã, a população enfrentou a incerteza de chegar aos destinos.
Durante o dia, teve de enfrentar a lotação dos transportes alternativos. Também
durante a manhã desta quarta (20), dois cobradores foram presos nas proximidades
do terminal de ônibus do Bairro Antônio Bezerra, secando pneus de vários
veículos segundo informações da Polícia Civil. Polícia, Autarquia Municipal de
Trânsito e Guarda Municipal buscaram reforçar a segurança nos terminais de
ônibus, que ficaram esvaziados ao longo do dia.
Reivindicações
O presidente do Sindicato das Empresas de
Transporte Público de Fortaleza (Sindiônibus), Dimas Barreiras, afirmou nesta
quarta-feira (20) que não irá voltar a negociar com motoristas e cobradores em
greve caso os trabalhadores mantenham a reivindicação de aumento salarial de
15%
A decisão ocorreu após oferta de aumento salarial de 8,5% por parte dos
empresários. A oferta inicial dos empresários era de 4,88%, e foi ampliada para
8,5% na noite de segunda-feira (18), o que levou a adiamento de possíveis
paralisações, que estava programada para a madrugada de terça (19).
Os empresários ofereceram também aumento do valor da cesta básica de R$ 60
para R$ 70 e vale alimentação de R$ 7 para R$ 8, outras duas reivindicações dos
trabalhadores. Os motoristas e cobradores, no entanto, não concordam com a
proposta de reajuste salarial e reivindicam aumento de 15%. No início das
rodadas de negociação, a reivindicação era de 25%. Nesta terça-feira, Domingos
Neto afirmou que a categoria aceitaria um aumento de até 10%.
Uma reunião
de dissídio está marcada no TRT/CE no dia 28 de junho. Os dissídios coletivos
são ações do Tribunal para solucionar conflitos entre as partes coletivas que
compõem uma relação de trabalho.
Informações: G1 Ceará