Ao embarcar em uma viagem-teste pelo trecho entre a Estação Rodoferroviária, em Brasília, até Valparaíso de Goiás, nesta terça-feira (4/6), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou que o veículo leve sobre trilhos (VLT) começará a operar "de forma mais adiantada" dentro de seis meses no trecho.
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"Nós estamos na fase de estudos. Vamos ter que fazer algumas intervenções na linha para que tenhamos pontos de passagem, trens indo e voltando. Então, isso demanda algum tempo. Nós temos uma previsão de que no prazo de seis meses tenhamos uma operação mais adiantada", afirmou.
O percurso feito por Ibaneis e outras autoridades teve duração de uma hora e 20 minutos. A expectativa é que, quando o VLT estiver operando, o tempo seja reduzido. "Depende da condição da via e, principalmente, das obras que forem feitas para melhorar os trilhos. Mas a viagem até Valparaíso deve demorar cerca de uma hora", disse Pedro Cunto, diretor da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A operação do VLT deve beneficiar cerca de 50 mil pessoas. Os trens terão, em média, três vagões, com capacidade, para 600 passageiros por viagem. "Há a opção de circular com vagões acoplados. Nesse modelo, seriam seis vagões, dobrando a capacidade de passageiros", explicou Cunto.
Com velocidade média de 60km/h, o intervalo entre a saída de um trem e outro pode variar de cinco a 30 minutos. "A periodicidade dos trens também depende da via. Com uma via em boas condições, o trem pode atingir uma velocidade maior, fazer o percurso em menos tempo e também pode-se ter um intervalo menor entre um e outro", completou.
A viagem experimental marcou a primeira fase de implementação do modelo de transporte urbano. "Este sistema de transporte será implantado sim. O que nós estamos realizando agora é uma fase inicial, com os recursos existentes. No geral, é um investimento muito pesado", assegurou Jean Carlos Pejo, secretário nacional de Mobilidade Urbana.
O trem usado para a inspeção tem capacidade para conduzir 10 pessoas, sendo três tripulantes e sete passageiros, diferente do que fará o transporte de passageiros quando o projeto for realmente implementado. "Esta é a primeira fase. As outras terão um número maior de trens, com construção de desvios para aumentar a capacidade. O importante é que, nessa primeira fase, estamos vencendo o período de testes. Em verdade, estamos ganhando quase um ano em relação à previsão que havia sido feita", comentou Pejo.
Ao fim do teste, Ibaneis Rocha disse que reparos deverão ser feitos nos trilhos. "Parte da linha já está reparada, mas, depois do Núcleo Bandeirante, vai precisar de reparos já nesta primeira fase. Nós gastamos uma hora e vinte em um trem experimental, então a expectativa é muito boa", apontou. "Nós vamos beneficiar grande parte de uma população que precisa muito, que sofre muito com transporte. Estou feliz com o teste, acho que é o primeiro passo e, a partir de agora, vamos avançar muito".
A VLI, concessionária responsável pela linha férrea, informou que tem conhecimento sobre o estudo proposto pelo Governo do Distrito Federal, ANTT, CBTU e EPL para a realização de testes para os veículos leves sobre trilhos entre Brasília e Valparaíso.
"O transporte realizado na manhã de 4 de junho faz parte de uma etapa do estudo em curso. A via, sob responsabilidade da VLI, tem foco no transporte de carga e por força do contrato de concessão, a companhia não está autorizada a operar trens para o transporte de passageiros. É importante ressaltar que os estudos de viabilidade técnica para a adaptação da via a outros fins ainda está em andamento pelos interessados e deverá ser submetido à análise e manifestação da ANTT", destacou a empresa, em nota.
Por Aline Brito
Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende
Informações: Correio Braziliense