A Secretaria de Municipal de Transportes vai transferir para a iniciativa privada o trabalho de manutenção dos 5,2 mil pontos de ônibus existentes em Campinas. De acordo com o secretário Carlos José Barreiro, a transferência se dará por meio de concessão. Em troca, a empresa poderá explorar os espaços com publicidade.
Barreiro diz que o projeto está praticamente fechado e estima que neste começo do segundo semestre pretende encaminhar o projeto para votação na Câmara de Vereadores.
“A administração não consegue cuidar direito disso (dos pontos). Na verdade, a administração é ruim para fazer isso e eu acho que, se não consegue fazer direito, não há problema algum em entregar para quem sabe”, justifica ele. Barreiro diz que o programa de concessão foi motivado por dois fatores principais.
“Queremos tornar os pontos de ônibus um espaço confortável para o usuário. Além disso, quero parar de gastar com a manutenção desses equipamentos”, diz o secretário. Segundo ele, a Prefeitura não quer ganhar dinheiro com isso, mas deixar de gastar R$ 1,5 milhão por ano, apenas com a manutenção dos pontos.
Controle da Prefeitura
Ele garante que os equipamento públicos permanerão sob controle da prefeitura. “Nós vamos estabelecer os parâmetros que queremos e a empresa vencedora terá de cumprir”, avisa. “A empresa deverá obedecer a indicadores de qualidade que nós vamos definir. Além disso, a Emdec ficará com a responsabilidade de fazer a fiscalização, para verificar se esses padrões estão sendo observados”, adverte.
O projeto da Prefeitura dividiu os pontos em três categorias. Os que registram grande movimento de embarque e desembarque como os instalados em avenidas, por exemplo. Estes, totalizam cerca de 1,5 mil equipamentos.
Outros 2.200 são espaços colocados em locais de menor movimento, como nos bairros e áreas mais afastadas do Centro. Nesses dois casos, a empresa deverá construir um abrigo em que se tenha acomodações como assentos, lixeiras e coberturas, inclusive laterais.
Os outros 1.500 são considerados apenas pontos de desembarque e, neste caso, serão identificados por totens. Em todos eles, o concessionário poderá explorar a publicidade. Cada uma dessas categorias serão vendidas por preços diferentes.
BRT
O projeto pretende replicar o modelo também para os terminais e estações de transferência do sistema BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit). A ideia é que a exploração desses espaços com publicidade também possa ser entregue à iniciativa privada.
“Neste caso, vamos abrir as estações e os terminais tanto para a exploração publicitária como também para a instalação de pontos comerciais, como lojas, lanchonetes, restaurantes, a exemplo do que ocorre com a rodoviária”, lembrou. A diferença é que neste caso dos corredores BRT haverá um outro nível de exigência que ainda não totalmente fechado.