Os representantes do Sindirodoviários aceitaram as propostas feitas pelo governo do Estado durante a reunião realizada no Palácio Anchieta e a paralisação dos ônibus na Grande Vitória deve acabar às 16 horas desta terça-feira (30).
Participaram da reunião o governador Renato Casagrande, o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, as diretorias do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) e da Ceturb, o chefe de Polícia Civil, Joel Lyrio, e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários).
De acordo com o secretário de segurança, André Garcia, várias propostas para reforçar a segurança nos coletivos da Grande Vitória foram apresentadas na reunião no Palácio Anchieta. “Alguns encaminhamentos foram dados. Temos 1,6 mil ônibus e não podemos colocar um policial em cada ônibus, mas compromissos foram firmados com o sindicato. Nós temos uma comissão do sindicato que terá uma reunião permanente a cada 15 ou 30 dias com a Sesp. A nossa primeira reunião será feita nesta terça-feira (30), às 16 horas. Nessa reunião, vamos receber, permanentemente, informações dos rodoviários sobre as linhas mais complicadas, para que a Polícia Militar possa reforçar as abordagens. Os policiais irão abordar todos os passageiros e vão revistar os ônibus. Além disso, é muito possível que todas as ocorrências registradas pelas câmeras dos ônibus sejam ligadas diretamente ao Ciodes, teremos as imagens e a localização dos ônibus, em tempo real. Isso será avaliado por uma equipe especializada. Mais a frente, vamos fazer o anúncio de outras medidas”, afirma.
Segundo o governador Renato Casagrande, todas as reivindicações dos rodoviários foram ouvidas durante a reunião. Casagrande afirmou que o governo está aberto para o diálogo e garantiu que vai tratar de ações específicas para melhorar a segurança dos motoristas, cobradores e usuários do transporte coletivo. Além disso, o governador disse que é uma "questão de honra" identificar e prender quem baleou o motorista no último sábado (26).
O presidente do Sindirodoviários, Carlos Roberto Louzada, garantiu que os ônibus voltarão a circular de forma gradativa, a partir das 16 horas desta terça-feira (30). “A partir das 16 horas os ônibus começam a circular devagar. Não vou dizer que terão ônibus para atender toda a população, mas vamos voltando assim que o pessoal for chegando. Amanhã eu creio que estará tudo normal”, disse.
Ainda nesta terça-feira (30), uma nova reunião será realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp), para discutir como as medidas para reforçar a segurança serão colocadas em prática no dia a dia.
Paralisação pega população de surpresa
A terça-feira (30) começou com pontos lotados e terminais fechados na Grande Vitória. Os rodoviários realizam uma paralisação após o atentado contra um motorista do Transcol na noite do último sábado (27).
A paralisação atingiu ônibus do sistema Transcol e de linhas municipais da viação Grande Vitória, que atende os bairros da capital capixaba, e Sanremo e Praia Sol, em bairros de Vila Velha.
Muitas pessoas ficaram revoltadas pelo fato de a paralisação não ter sido avisada, previamente.
Garagens lotadas
As garagens de ônibus ficaram lotadas na manhã desta terça-feira (30). Por conta da paralisação, a garagem da Viação Grande Vitória, na Capital, e na garagem de Vila Velha, pelo menos 300 motoristas e cobradores ficaram impedidos de sair às ruas para trabalhar.
Diretor justifica paralisação
A paralisação dos rodoviários na manhã desta terça-feira (30) teve um motivo: falta de segurança para motoristas, cobradores e passageiros do transporte coletivo da Grande Vitória. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), Silvio Carlos, somente nos últimos dias, foram três casos de violência contra motoristas. “O sistema hoje não conta com a segurança devida. Hoje os motoristas e os cobradores estão sendo agredidos dentro dos ônibus. Na semana passada, um colega nosso foi baleado na cabeça e outro quase foi queimado. Na última segunda-feira, um motorista apanhou na cara. Não agüentamos mais, queremos mais segurança no sistema”, afirma.
Informações: Folha Vitória