— Com o viaduto em Inhoaíba, vai melhorar muito o fluxo de veículos em Campo Grande. Não será mais necessário passar pelo centro do bairro. Isso porque os motoristas poderão chegar facilmente à Avenida Cesário de Melo e, de lá, à Avenida Brasil. Esses motoristas vão ganhar 20 minutos em suas viagens, sem passar por Campo Grande e nem ter que ir à Paciência para alcançar a Avenida Brasil — diz o secretário.
Em Santíssimo, será erguido um viaduto sobre a linha férrea no ponto em que se encontram a Avenida Santa Cruz e a Estrada do Lameirão — que será alargada, com mais uma faixa de rolamento em cada sentido. O objetivo ali é desviar o trânsito de caminhões do centro comercial de Campo Grande.
— A previsão de entrega dessa obra aponta para maio de 2012. Teremos uma rota ali para os veículos de carga pesada não entrarem mais no centro de Campo Grande. Eles terão uma saída pelas estradas da Cachamorra e do Pré. Esse era um pedido da associação comercial — explica Alexandre Pinto.
Outra melhoria prevista é a do cruzamento sobre a via férrea em Realengo, no Campo de Marte. Ali, a secretaria constrói outro viaduto e reformará o atual, erguido na década de 40.
— A ponte atual é muito antiga e estreita. O trânsito segue por apenas uma faixa em cada sentido. Se um caminhão ou um ônibus param ali, atravanca tudo. Assim, faremos outro viaduto e cada um deles servirá a um sentido diferente, em mão única, com duas faixas — diz o secretário, acrescentando que a reforma do viaduto antigo custará R$ 1,1 milhão.
As intervenções abrem espaço para outra benfeitoria futura. Segundo o secretário Alexandre Pinto, a duplicação das estradas do Lameirão, de Inhoaíba e de Paciência abrirão espaço para uma faixa exclusiva para ônibus. A ideia é reproduzir lá o modelo dos corredores implantados em Copacabana, Ipanema e no Leblon.
Com o alargamento da pista, será possível incluir a faixa de ônibus, que se integraria com o corredor Transoeste (Santa Cruz-Barra da Tijuca), que deve ser entregue pela prefeitura em maio do próximo ano.
— No futuro, dá para integrar essa região a um sistema que será ligado à Transoeste, com a conexão na Estrada do Mato Alto — diz Alexandre Pinto.
Obras são sempre bem-vindas, mas a Associação Comercial de Campo Grande esperava mais. De acordo com o presidente da entidade, Guilherme Eisenlohr, seriam necessários mais dois viadutos em Santíssimo para resolver o problema dos caminhões de carga pesada nas ruas do bairro:
— Formamos um grupo de trabalho que se reuniu com o secretário Alexandre Pinto e pedimos mais dois viadutos em Santíssimo: um da Avenida Brasil à Estrada do Lameirão e outro passando pela Estrada da Posse. A Estrada do Pré também poderia ser alargada para os caminhões.
Guilherme Eisenlohr reclama ainda que Campo Grande colabora com 22% da arrecadação tributária do município, com R$ 2,7 bilhões pagos em ISS, e que não recebe investimentos proporcionalmente.
— Nós temos 22% do que a prefeitura arrecada com o ISS. Se juntar toda a Zona Sul, dará uns 12%. A contrapartida em obras deveria ser proporcional. Há 22.200 apartamentos a serem construídos aqui e precisamos de infraestrutura — afirma ele.
A associação cobra ainda a conclusão da reforma e os acessos da Estrada da Caroba. A Secretaria de Obras rebate, alegando que a maior parte dos projetos e investimentos está na Zona Oeste — que engloba ainda Bangu, Santa Cruz e os bairros em suas órbitas — e que a recuperação da Estrada da Caroba deve estar pronta no fim deste mês. A secretaria justificou a demora com o remanejamento de postes.
Sobre a solicitação de mais dois viadutos em Santíssimo, Alexandre Pinto informou que o pedido ainda está sendo analisado. (Por Marcelo Dias)