Falta de segurança e o pouco espaço destinado aos usuários do transporte público são as principais reclamações de quem precisa usar o Terminal 2 (T2), na Avenida Manicoré, no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus.
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Foto: Eraldo Lopes |
Alvo de várias visitas técnicas do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), o local era para ter sido reformado no fim do segundo semestre do ano passado. A promessa da Prefeitura é que o início das obras ocorra nos próximos meses, após período de licitação da obra, orçada em R$ 2.425.606,55.
O vendedor Vinicius Souza, 19, disse que precisa usar o T2 duas vezes por semana, para pegar os ônibus das linhas 323 e 460 que seguem, respectivamente, aos bairros Tarumã e Nova Cidade. Ele contou que ficou ainda mais preocupado quando teve a mochila roubada dentro do terminal.
“Acontece assalto direto e isso com o carro do Ronda do Bairro passando bem pertinho. Eu não me sinto seguro em horário nenhum e, por isso, evito passar pelos terminais. Só uso quando não tem jeito mesmo”, afirmou.
A estudante universitária Francisca Azevedo, 48, informou que passa pelo T2 durante a semana e que já perdeu as contas de quantas vezes foi assaltada. “Quando volto da faculdade já é tarde da noite e tenho o maior cuidado para não ser roubada novamente nesse terminal”, disse. Francisca costuma pegar o 430 com destino ao quilômetro 41 da AM-010 (Manaus-Itacoatiara).
A assessoria de comunicação da Polícia Militar (PM) informou que a responsabilidade policial do espaço é da 1ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Conforme levantamento da corporação, o registro de assaltos é feito entre às 10h e às 18h. Para conter os roubos, a estratégia da polícia é o patrulhamento a pé, feito por uma dupla de policiais militares.
Plataformas
Outra reivindicação de quem usa o T2 é o pouco espaço destinado aos usuários de ônibus. De cada lado do T2, as plataformas de embarque e desembarque possuem, aproximadamente, 4,5 metros de largura. A população divide o espaço com os 53 vendedores ambulantes que atuam no local, deixando três metros do calçamento para a população.
O auxiliar administrativo Eduardo Ribeiro Simões, 55, disse que o espaço se torna ainda menor às 5h30 e às 18h quando há maior concentração de passageiros no Terminal. Para ele, a solução é a ampliação ou reforma total do lugar. “Não tem espaço para ninguém e, nesses horários, é que fica complicado mesmo. Precisamos de uma reforma grande nesse terminal. Sempre há empurra-empurra”, afirmou.
O vendedor Vinicius Souza disse, ainda, que o espaço estreito já foi motivo para a queda de passageiros. “Há tumulto e as pessoas precisam ter mais educação e respeitar o outro, mas o espaço pequeno facilita a bagunça. É um espaço mínimo e minha mãe já caiu e lesionou a perna uma vez”, disse.
Movimento
Conforme dados da Superintendência Municipal de Transporte Urbano (SMTU), o T2 é um dos terminais com maior movimentação de passageiros da cidade. No local, passam 50 mil pessoas diariamente, que usam as 300 linhas de ônibus que trafegam pelo espaço todos os dias.
A SMTU informou que o espaço será reformado. O projeto da obra foi feito pela superintendência, no ano passado, e a previsão era que a reforma ocorresse ainda no fim do segundo semestre do ano passado. De acordo com a Prefeitura, as obras serão feitas nas plataformas de passageiros, cobertura, pavimento e iluminação.
O projeto inclui a substituição da cobertura por estruturas metálicas que devem se estender à área de circulação dos ônibus. Outros itens da reforma é a renovação das instalações elétricas do espaço, recuperação do piso, reforma dos banheiros e construção de outros dois banheiros.
Por Girlene Medeiros