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No Recife, Projeto de lei visa criar "Achados e Perdidos" nos ônibus da região metropolitana

domingo, 24 de junho de 2012


Guarda-chuvas e documentos são os campeões entre os artigos mais esquecidos nos transportes coletivos. A estudante Kleane Souza, 18 anos, já esqueceu os dois, dinheiro e até o vale eletrônico. No entanto, nunca conseguiu recuperar os pertences. Casos como o de Kleane não são incomuns. Por dia, o Grande Recife Consórcio de Transportes recebe, em suas cabines de informação, dezenas de objetos perdidos. Para tentar regulamentar a situação, está em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco um projeto de lei assinado pelo deputado Vinícius Labanca (PSB), que obriga as empresas operadoras a disponibilizarem um formulário de achados e perdidos. A medida vale também para o metrô.

Não foi por falta de tentativas que a estudante ficou sem seus utensílios. Quando perdeu o vale eletrônico, no mesmo dia, voltou ao terminal para procurá-lo. “Quando perdi meu vale achei que quem achasse o devolveria, mas não foi o que aconteceu. Cheguei a ir ao terminal do ônibus, informei a hora que havia usado o transporte e o nome da linha. Mas eles disseram que não havia nada com meu nome. Com a sombrinha foi a mesma coisa”, conta. 

Para o autor do projeto, deputado estadual Vinícius Labanca, a proposta não resolveria o problema dos passageiros, mas seria somatória. “Às vezes, nem mesmo os motoristas dos ônibus sabem como proceder ao receber algum pertence perdido. Com a medida, existiria um protocolo a seguir”, afirmou.


Desinformação - Nem todo mundo que acha pertences de outras pessoas perdidos no ônibus sabe como devolvê-los. O projeto de lei visa formalizar o recebimento dos itens e assim cobrar mais rigor ao destinatário. O registro deverá ser preenchido por quem achou o objeto e pelo funcionário que o recebeu e estará disponível aos motoristas e cobradores de ônibus. Com isso, as empresas operadoras teriam que se enquadrar às novas regras e ao Grande Recife caberia acompanhar o processo. O texto também garante que o item seja guardado por 60 dias e depois doado para instituições filantrópicas.


Hoje, o procedimento é realizado com menos formalidades. Os artefatos esquecidos são levados até os funcionários do Grande Recife, ficam nas cabines de informações do terminal do ônibus. Para os esquecidos, resta ir até lá com um documento de identificação e esclarecimentos sobre as características dos objetos. “No caso dos documentos, eles são guardado por seis meses e depois encaminhados para os órgãos expeditórios. Mas antes, nós ainda tentamos contactar a pessoa, avisando onde os documentos estão”, assegurou a gerente de relacionamento do consórcio, Fernanda Gouveia. 

Já os objetos esquecidos que são levados as empresas operadoras dos ônibus, são devolvidos apenas pelas próprias empresas, de acordo com suas políticas únicas.


Fonte: Diário de Pernambuco

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Em Fortaleza, Ônibus voltam ao normal após 04 dias de greve



Depois de quatro dias de incertezas e expectativas, foi encerrada ontem a greve dos motoristas e cobradores de ônibus em Fortaleza. O anúncio foi feito durante audiência entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), no Ministério Público do Trabalho (MPT). 

Segundo o MPT, na audiência realizada na manhã deste sábado, os sindicatos chegaram a um consenso em relação a uma proposta que envolve tanto reajuste salarial como também o desconto dos dias parados durante a greve. 

Durante toda a tarde, representantes do Sintro levaram a proposta para consulta com os grevistas em todos os terminais de ônibus. Por volta das 18h, o sindicato decidiu por colocar um ponto final na paralisação dos motoristas e cobradores de Fortaleza.


Com o acordo aprovado entre as partes, motoristas e cobradores irão receber um reajuste de 8,5% de aumento salarial, R$ 70 de cesta básica e R$ 8 de vale-refeição. 

Os motoristas voltaram ao trabalho neste domingo. 

Informações: O Povo Online

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Rio de Janeiro apresenta seu ônibus hibrido com tecnologia 100% brasileira

sábado, 23 de junho de 2012

Ônibus movidos a hidrogênio, que não emitem gases poluentes, podem estar circulando pelas ruas do Rio de Janeiro a partir da Copa de 2014.
Dirigida pelo engenheiro de produção José Lavaquial, a Tracel foi licenciada pela Coppe/UFRJ para comercializar o "H2+2", primeiro modelo de ônibus movido a hidrogênio desenvolvido no Rio de Janeiro. O protótipo do veículo estará em funcionamento durante a Rio+20, fazendo traslados entre os equipamentos usados pela conferência, na Barra da Tijuca.
O H2+2 é o único com tecnologia 100% brasileira, desenvolvida no Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, em parceria com a Tracel, responsável também pela criação de componentes do sistema de gerenciamento de energia. O maior benefício desse tipo de transporte é a emissão zero de poluentes no meio ambiente.
Pronto para comercialização, o H2+2 pode fazer uso de três tipos de energia: da pilha a combustível alimentada por hidrogênio; da rede elétrica, que carrega baterias de íon lítio a bordo; e da regeneração da energia cinética.
De acordo com José Lavaquial, o H2+2 é o mais econômico da categoria: Nosso veículo consome metade do combustível dos outros ônibus a hidrogênio em operação no mundo”, garante. Para o passageiro, o primeiro grande benefício do ônibus percebido em relação àqueles movidos a diesel será o silêncio nas viagens. Além de confortável e acessível a portadores de necessidades especiais, o ônibus sustentável conta com um atrativo a mais: uma tomada em cada banco, permitindo aos passageiros conectar e recarregar seus aparelhos eletrônicos.Chefe do Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, o professor Paulo Emilio de Miranda conta que o H2+2 é muito eficiente "A maior inovação do ônibus está nos avançados sistemas de engenharia, desenvolvidos para o manejo eficiente da energia a bordo do veículo”.



Por Flávia Flores / Tracel

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Paulistanos sonham com alternativas no transporte público para fugir do trânsito

A demanda por veículos tem crescido exponencialmente e a capacidade de oferta viária, de um modo geral, não consegue acompanhá-la. Isso ocorre como uma onda a partir dos grandes para os médios centros urbanos em todo o Brasil.

O uso privado do espaço público é um dos maiores e vem impactando negativamente na qualidade de vida das pessoas. Ampliar os espaços de circulação dos automóveis individuais é enxugar gelo. Qualquer estratégia de crescimento econômico apoiada na instalação de mais e mais fábricas e vendas de automóveis e na expectativa de que se abram avenidas tentando dar-lhes fluidez são incompatíveis com cidades que pretendem ter uma economia sustentável.

MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO
Os paulistanos estão comprando mais carros, mas, ao mesmo tempo, sonham com alternativas no transporte público para fugir do trânsito. Já há na opinião pública a ideia de aceitar deixar o carro em casa no cotidiano, mas condiciona essa decisão a uma prévia melhoria do transporte coletivo. A taxa média de ocupação dos automóveis nas ruas da Grande São Paulo se limita a 1,4 pessoa por veículo. A cada cinco carros em circulação nos horários de pico, somente sete pessoas são transportadas.

Existem inúmeras medidas que podem ser utilizadas para reduzir o impacto destes problemas como, por exemplo, a restrição da entrada de automóveis em algumas áreas, a criação de áreas de estacionamentos periféricas, implantação de sistemas integrados e eficientes de transporte público, o rodízio de veículos e a priorização dos meios ativos de mobilidade, como o uso da bicicleta e a caminhada. Mas é preciso garantir que estas opções sejam rápidas e seguras.

BICICLETAS PÚBLICAS
Sistemas de transporte público em bicicleta é um sucesso mundial. Estão na Europa, na Ásia e nas Américas. Os primeiros sistemas implantados no mundo foram as bicicletas brancas na Holanda. Os projetos de bicicletas disponíveis nas cidades para a população e para o transporte público devem ter como diretriz tornar-se promotor do transporte sustentável e de forte coesão social. O sucesso deste tipo de iniciativa está no fato de que deve haver uma verdadeira integração entre o sistema de bicicletas e a rede de transportes públicos

BIKERIO
O sistema de bicicletas públicas ‘BikeRio' é um sucesso estrondoso com milhares de viagens de bicicleta pelas ruas e ciclovias do Rio de Janeiro. Muitos desses ciclistas são novatos e muitos outros ainda não pedalam pela falta de infraestrutura segura de circulação para as bicicletas.

A malha cicloviária carioca tem aumentado bastante. Até o fim de 2012 a cidade terá mais de 300 quilômetros para pedalar com tranquilidade, mas a demanda reprimida ainda é grande. Principalmente por parte dos usuários das bikes públicas, as famosas laranjinhas.

INTEGRABIKE
O sorocabano agora tem mais uma opção de transporte. O Bicicletas Públicas em Sorocaba é um serviço gratuito para usuários cadastrados no sistema de transporte público local e começou em maio passado. Quem não quiser enfrentar o trânsito em um carro ou no transporte coletivo, pode andar pela cidade em cima de uma bicicleta. O IntegraBike é o programa que disponibiliza bicicletas grátis à população por uma hora. Esse serviço disponibilizou 70 bicicletas. A previsão é de que 360 pessoas utilizem o sistema por dia e 10,8 mil por mês.

Cada bicicleta a mais que circula ajuda a aliviar a pressão por viagens nos automóveis particulares.

Fonte: Diário do Grande ABC


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Greve de ônibus em Fortaleza pode acabar hoje

No terceiro dia de greve de motoristas e cobradores, os sindicatos dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) e das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) foram convocados pelo Ministério Público, por meio da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT - 7ª Região-CE), para uma reunião, hoje, às 10h30, na sede do órgão.


No encontro, os sindicalistas representantes da classe patronal e laboral vão ser ouvidos pelo procurador Francisco Gérson Marques de Lima sobre as negociações que já realizaram e propostas serão discutidas. O procurador vai se fundamentar para trabalhar no ajuizamento do dissídio coletivo da categoria. Gérson Marques poderá, posteriormente, apresentar uma sugestão de acordo que venha acabar com o impasse.

Abusividade

Além disso, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE), desembargadora Roseli Alencar, negou, ontem, em despacho, o pedido feito pelo Sindiônibus para que a greve fosse considerada abusiva. Também de acordo com o documento, a decisão sobre a legalidade ou não da greve deve ser tomada pelo colegiado de desembargadores do TRT/CE.

Com isso, esse processo foi anexado àquele em que será decidido o percentual de reajuste salarial e outras cláusulas econômicas e sociais debatidas na convenção coletiva. A audiência está marcada para a próxima quinta-feira, dia 28 de junho.

O Sindiônibus informou, em nota, que a desembargadora negou somente a antecipação de tutela, deixando "a decisão sobre a legalidade ou não para o colegiado de desembargadores". Por sua vez, o Sintro afirmou só se pronunciar sobre o assunto após reunião da diretoria da entidade.

Prejuízos

O Sindiônibus informou, também ontem, que os prejuízos gerados pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza já somam R$ 2,8 milhões.

Ainda de acordo com o sindicato patronal, as despesas com depredações somam R$ 450 mil e, com a arrecadação, R$ 2,4 milhões.

A paralisação, ontem, na cidade, constou de ações rápidas de abandonos de veículos durante percursos. Nas avenidas de grande fluxo de coletivos, como Bezerra de Menezes, Domingos Olímpio, Duque de Caxias, Tristão Gonçalves, Imperador, da Universidade e nas ruas Meton de Alencar, General Clarindo de Queiroz, Antônio Pompeu e 24 de Maio, os transtornos ficaram por conta do congestionamento devido à obstrução dessas vias por mais de 20 ônibus que tiveram pneus esvaziados.

Bloqueio

Na parte da manhã, o Terminal do Siqueira foi bloqueado pelos grevistas, mas a ação durou pouco mais de uma hora. Na Avenida Osório de Paiva, outros 17 veículos estavam parados pelo mesmo motivo.

Diante disso, a população era obrigada a descer dos coletivos e caminhar para tentar apanhar os poucos transportes alternativos ou seguir a pé.

As empresas da Capital e da região metropolitana resolveram, ontem, tentar escapar da ação dos motoristas e trocadores, que consiste em esvaziar os pneus dos coletivos. Para tanto, modificaram os percursos e locais de concentrações de suas paradas para embarque e desembarque. Os ônibus das linhas Parangaba em direção ao Papicu mudaram trajeto, assim como os de Caucaia que estavam fazendo seu embarque e desembarque próximo ao Marina Park Hotel.

Frota

Segundo dados da Empresa de Transportes Urbanos de Fortaleza (Etufor), ontem, de 7h às 8h, 75,13% da frota rodaram. De 11h às 12h, 79,35% circularam, enquanto de 18h às 19h, 65% estavam nas ruas. A determinação do TRT fixou a frota circulante, nos horários de pico, em 70% e em 50%, no entre pico.

Balanço

2,8 milhões de reais é a quantia alegada pelo Sindiônibus como prejuízo que contabilizam nesses três dias de greve dos motoristas e cobradores da Capital

Transtornos diminuem no terceiro dia de greve

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus não trouxe tantos transtornos aos passageiros da cidade ontem. Nos terminais de Fortaleza, o fluxo estava praticamente normal. Apenas em algumas vias do Centro houve engarrafamentos causados pela paralisação dos trabalhadores.

Na Avenida Padre Ibiapina, por exemplo, onde funciona o fim da linha do Circular I e II, grevistas secaram ou furaram pneus de dezenas de ônibus logo no início da manhã. O enfileiramento dos veículos nos dois sentidos da via deixou o trânsito complicado.

Vários passageiros foram "abandonados" no meio do caminho pelos motoristas, que paravam antes de completar o itinerário e precisaram se proteger da chuva, que também atrapalhou a troca dos pneus danificados, serviço feito por mecânicos das empresas de ônibus.

"Estou nessa parada há duas horas. Fiquei no meio do caminho. Os ônibus vêm e param", afirma a chefe de produção Meire Sales, 44, que mora no Centro e trabalha no bairro de Fátima.

No Centro, a opinião que prevalecia entre motoristas e cobradores era a de que a categoria para assim que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) oferecer reajuste de 10%. Por outro lado, eles temem que o caso siga para o julgamento de dissídio coletivo.

Terminais

Nos terminais, grande parte dos passageiros acordaram mais cedo, pensando que a situação estaria como nos dois primeiros dias de greve. Ficaram aliviados quando viram vários ônibus.

O pintor João Paulo Vasconcelos, 32, mora no bairro Monte Castelo e trabalha no Henrique Jorge. Começa o expediente às 8h, mas, ontem, às 6h, já estava no terminal para não chegar atrasado. Aproveitou para tomar um café e esperar um ônibus mais vago. "Na quinta-feira, tive de pegar uma topique e desci em um local muito longe. Andei mais de meia hora para chegar ao trabalho", lembra.

Fonte: Diário do Nordeste

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Operação do metrô curitibano vai custar R$ 170 milhões por ano

sexta-feira, 22 de junho de 2012


A operação dos primeiros 14,2 quilômetros do metrô de Curitiba deve custar R$ 170 milhões por ano, segundo projeções feitas pela prefeitura. O edital da licitação que definirá qual concessionária administrará o trecho, que vai da estação CIC-Sul até a Rua das Flores, no Centro da capital, está em fase de consulta pública. O documento prevê a construção do modal (em até quatro anos) e a concessão da operação por três décadas, bem como determina que a vencedora seja a que oferecer o menor valor de tarifa técnica por passageiro, cujo valor máximo é de R$ 1,81. O custo total do metrô curitibano será de R$ 2,33 bilhões.

Para aumentar a rentabilidade da concessão, o executivo municipal também aposta na agilidade da concessionária em executar a obra, já que, quanto mais cedo a construção for finalizada, maior a possibilidade de lucro da empresa, que poderá explorar por mais tempo o serviço. A secretária municipal de Administração, Dinorah Botto Portugal Nogara, explica que a concessão, baseada em um modelo de parceria público-privada (PPP) patrocinado, não poderá ser prorrogada. Após os 34 anos de concessão, o poder público pode assumir a administração do metrô ou lançar nova concorrência.

Ainda de acordo com Dinorah, a secretaria está recebendo muitas sugestões e dúvidas em relação ao edital e deve prorrogar, por mais trinta dias, o período de consulta pública ao documento. A expectativa do município é de que até o fim do ano já exista um vencedor da concorrência, para que as obras possam começar em 2013.


Custo
A tarifa técnica contempla, além do custo operacional do sistema, que é mais baixo por causa da verba de R$ 1 bilhão repassada a fundo perdido pelo governo federal, o lucro da concessionária, com uma taxa interna de retorno (TIR) de 6,5% ao ano. Segundo Wilson Justus, superinten­­dente de concessões da Secretaria Municipal de Administração Pública (Smad), a operação do sistema vai custar R$ 1,15 por­ ­­passageiro, somado a R$ 0,66 de retorno para a concessionária.

O advogado Rodrigo Pi­ronti, doutorando em Direito Econômico e professor de Direito Administrativo, lem­bra que o valor da tarifa técnica poderá ser inferior, dependendo dos lances ofertados pelas empresas. Na opinião do advogado, como o metrô será integrado ao sistema de ônibus, com o pagamento de uma única passagem pelo usuário, não há risco de não atratividade do sistema. “Além disso, a taxa interna de retorno do projeto é bastante atrativa ao mercado”, pondera.

Para o professor Garrone Reck, do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é preciso ter clareza para definir como será feita a integração dos dois sistemas, considerando que enquanto a obra não estiver finalizada os ônibus vão continuar trafegando pelas canaletas exclusivas. O metrô passará embaixo das faixas que hoje são exclusivas para os biarticulados, e o local por onde passam os ônibus será destinado para o uso das pessoas. “O metrô é uma obra complexa e de impacto prolongado. Podemos saber quando vai começar, mas é difícil prever quando termina”, analisa.

Cidades optam por modelos distintos
O modelo de parceria público-privada (PPP) adotado por Curitiba é bem diferente do escolhido por outras capitais. Em São Paulo, por exemplo, a gestão de quatro linhas do metrô é pública, feita pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Apenas uma linha, a Amarela, inaugurada em 2010, é operada em regime de concessão.

Município contemplado pelo mesmo pacote de recursos federais que beneficiou Curitiba, Belo Horizonte também optou por um caminho diferente. Na capital mineira, que já possui rede metroviária administrada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a gestão é participativa, mas a administração é pública, embora a empresa seja de economia mista. O mesmo modelo será aplicado na ampliação da rede.

Consulta pública
Edital é alvo de questionamentos


O período de consulta pública ao edital do metrô tem movimentado setores da sociedade civil interessados na construção do modal. Um exemplo do interesse pelo projeto é o documento com sugestões e questionamentos protocolado nesta semana por sindicatos e entidades representativas. A principal dúvida refere-se à composição da tarifa técnica. “Não sabemos como foi criado esse item, quais os critérios e parâmetros que serviram de base para chegar a esse valor. Se você não sabe quais são os custos, é complicado para investir”, analisa Fabiano Camargo da Silva, economista do Dieese e assessor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), uma das entidades que assinam o documento.


A oportunidade de questionar e sugerir modificações ao edital foi avaliada positivamente por Ulisses Kaniak, presidente do Senge-PR. Para ele, o metrô é um meio de transporte muito importante e Curitiba já deveria contar com essa opção de modal. “Em nome da sociedade, temos de prezar para que tudo ocorra de forma clara e com menor custo para que a população usufrua sem que paire nenhuma dúvida sobre a transparência do processo”, diz.


Indicadores de qualidade


Assim como ocorreu com a licitação do sistema de ônibus da capital, indicadores de qualidade do serviço de metrô também podem influenciar a remuneração da concessionária responsável pela operação do modal. O poder público vai fiscalizar o serviço com base em seis indicadores, já definidos no edital de licitação: cumprimento de viagens, reclamação dos usuários, falhas em veículos e sistemas de controle e fiscalização, disponibilidade de veículos e de estações e terminais de integração, e autos de infração.


Cada descumprimento dos indicadores representará um desconto de 2% do valor mensal bruto na remuneração devida por meio da tarifa técnica. O valor máximo a ser descontado é 12%. 


Continuação
Não há previsão para obras da segunda etapa do metrô


A Linha Azul do metrô deverá ter ao todo 22 quilômetros de extensão, ligando o bairro CIC ao Santa Cândida. A construção e operacionalização dos 7,8 quilômetros restantes, entre o centro e a zona Norte da cidade, ainda não tem previsão de sair do papel. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) já conta com estudos sobre a implantação da segunda fase do sistema, mas não é possível estimar quando a linha será concluída, porque o município depende da arrecadação de recursos para a obra. Para a conclusão do traçado, um novo edital será lançado. 


Segundo o presidente do Ippuc, Cléver Ubiratan Teixeira de Almeida, o trecho do eixo Norte-Sul é o único que preenche os requisitos para receber o transporte metroviário. “Nenhuma outra linha tem demanda suficiente para a implantação de um metrô”, diz. (FT)


Impacto
O efeito das obras no cotidiano da cidade não pode ser previsto, apesar de vários cenários elaborados pelo poder público. Embora o projeto inicial pressuponha a construção do metrô em três sistemas – elevado, cut and cover (corta e cobre) e túnel –, o edital deixa a escolha da tecnologia de construção em aberto. A empresa vencedora pode optar por melhorias no projeto, desde que não representem custos adicionais. 



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