Ontem, as máquinas que vão fazer a fundação do primeiro viaduto já trabalhavam no local. A estrutura permitirá o acesso, em um dos sentidos, entre as avenidas Pedro I e Portugal. A segunda ligação, que vai operar no sentido inverso, vai substituir o atual viaduto em pista dupla, que será demolido nos próximos meses. De acordo com diretora de Infraestrutra da Sudecap, Maria Luísa Belo Moncorvo, o complexo da Avenida Portugal vai sediar a Estação Pampulha, integrando várias linhas de ônibus ao BRT. Alças e viadutos farão a ligação das avenidas do entorno à central de ônibus. “Ainda não temos uma data fechada para a demolição do viaduto existente, porque precisamos estar com as opções de desvio implantadas. São intervenções demoradas. Tudo será comunicado previamente à população”, diz Maria Luísa. Naquele ponto, a diretora afirma que 90% das demolições já foram realizadas.
Paralelamente às obras do complexo da Avenida Portugal, funcionários da empreiteira contratada pela prefeitura atuam na derrubada de outros imóveis já desapropriados ao longo da Pedro I. Até o fim do ano, a expectativa de Maria Luísa é de que todas as negociações com moradores e comerciantes estejam concluídas, para que as obras de alargamento da avenida prossigam no sentido Venda Nova. Nessa parte da via também serão erguidos novos viadutos.
Todo o trecho entre o complexo da Avenida Portugal e a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, terá o piso adaptado para receber o BRT. “Vamos usar uma estrutura de concreto, como já é no corredor exclusivo de ônibus da Avenida Antônio Carlos no trecho entre a Lagoinha e o Anel Rodoviário. Bem feita, essa estrutura pode durar até 50 anos”, afirma a diretora.
Ainda neste semestre, a Sudecap espera concluir as obras de drenagem e pavimentação da Trincheira Santa Rosa, entre a Rua Coronel José Dias Bicalho e o viaduto da barragem da Pampulha. “Nossa previsão é de que o cronograma total da obra seja cumprido. Ainda temos desapropriações que precisam ser resolvidas, mas temos várias frentes de obras e podemos fazer ajustes”, afirma a diretora. Segundo a Sudecap, as 272 remoções vão custar aproximado R$ 157,8 milhões.
Para quem vai permanecer na Pedro I, o clima é de expectativa. “No início, ficamos apreensivos, porque não sabíamos se seríamos desapropriados. Temíamos também que a indenização ficasse aquém do valor de mercado. Hoje, não sabemos se foi melhor ter ficado, porque vamos estar ao lado de dois viadutos, convivendo com muita poeira, barulho e poluição visual”, afirma a contadora Sirley Nascimento, de 38 anos, que mora em um conjunto habitacional na Pedro I.