A Prefeitura Municipal de Praia Grande realizou Audiência Pública, na terça-feira (8) para esclarecer algumas dúvidas ou lacunas existentes no edital da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que faz parte do Sistema Integrado Metropolitano (SIM), na Baixada Santista. Nesta primeira etapa, que tem previsão de assinatura de contrato com a concessionária ganhadora da licitação para novembro, contemplará somente as Cidades de São Vicente e Santos. Segundo o Prefeito de Praia Grande, Roberto Francisco dos Santos, a Administração Municipal insistirá para que as linhas atuais de ônibus intermunicipais continuem funcionando. “Vamos insistir também para que o Estado reveja o projeto e o VLT siga até Praia Grande, não prejudicando assim os moradores de todo Litoral Sul”, afirmou.
No evento estavam presentes representantes da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), vereadores, membros da sociedade civil e representantes do poder executivo das Cidades de Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá.
Segundo o Roberto Francisco, as dúvidas não foram sanadas. “A nossa preocupação continua sendo a extinção de seis das sete linhas intermunicipais que levam moradores do Litoral Sul para Santos. Queremos manter, pelo menos, o ônibus 931 e não só o 934 como o edital propõe. Além disso, precisamos ter a certeza de que os usuários não terão de desembolsar um valor ainda maior para arcar com mais tarifas”, explicou.
Durante as discussões iniciais da implantação, a Prefeitura seria contemplada com o VLT através da via, ainda não existente, chamada Ramo 700, que ligaria a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega ao Bairro Quietude. “Descobrimos somente depois da publicação do edital que Praia Grande estaria fora desta etapa de implantação”, afirmou Roberto Francisco.
Segundo o IBGE, Praia Grande é uma das cidades com maior índice de crescimento populacional do País. Hoje, são transportados mensalmente para Santos cerca de 1,5 milhão de pessoas através das linhas intermunicipais. “A previsão é que daqui a cinco anos levaremos cerca de 6 milhões, sem contar as linhas que vem das outras cidades do Litoral Sul. Para que ninguém seja prejudicado, continuaremos insistindo para que o VLT venha para Praia Grande”, afirmou Roberto Francisco.
O coordenador do SIM na Baixada Santista, Silvio Rosa, explicou que o número de ônibus acontecerá dentro da necessidade de demanda. “Avaliaremos a solicitação da Prefeitura quanto à continuidade de algumas linhas intermunicipais, assim como é provável haver o aumento da frota. Com o VLT, apesar da necessidade de baldeação, os usuários terão um tempo de percurso menor e maior conforto durante a viagem”.
Sobre a dúvida levantada quanto às tarifas que serão cobradas dos passageiros, Silvio Rosa explicou que nenhum valor será alterado. “Todas as integrações serão mantidas. A premissa do Estado é que o projeto não pode aumentar o preço gasto hoje pelo usuário para chegar ao seu destino. Mesmo ele mudando para uma tecnologia melhor quando ele fizer a integração ele não pagará nenhum valor a mais do que ele paga hoje”, explicou. Durante dois anos, previstos para a implantação da primeira fase do VLT, nenhuma linha será alterada.
O SIM é uma rede de transporte coletivo de média capacidade, que será operado com veículos leves sobre trilhos, e terá 11 km de extensão na sua primeira fase. Contará também com um corredor de linhas de ônibus alimentadoras. O custo estimado do projeto é de R$ 640 milhões, dos quais R$ 430 milhões correspondente à infra-estrutura e R$ 210 milhões à operação do sistema. Esses recursos virão dos municípios afetados pelo sistema, além do Estado e da União, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Cada VLT terá capacidade para 356 passageiros e contará com ar condicionado e piso rebaixado, desenvolvendo velocidade de 60 km/h em via segregada e 30 km/h nas travessias de ruas e avenidas. Sua primeira etapa abrangerá a extensão do terminal Barreiro até o terminal do Porto, passando por São Vicente, José Menino, Av. Francisco Glicério até a Av. Senador Dantas. Na segunda fase o VLT subirá pela Av. Conselheiro Nébias até o Terminal de Passageiros do Valongo.
A previsão da EMTU é que o trajeto completo terá a duração de cerca de 30 minutos, com 13 paradas, transportando cerca de 220 mil passageiros em dias úteis.
Fonte: Jornal Vicentino