Fazer tarefas simples como trabalhar e levar os filhos à escola pode se transformar em um verdadeiro calvário a partir desta quarta-feira (24). Mesmo depois de duas tentativas de conciliação, os rodoviários prometem paralisar os ônibus municipais e do Sistema Transcol.
A greve afeta diretamente a população, inclusive os capixabas que não utilizam o transporte coletivo. Isso porque o trânsito já tem causado transtornos e congestionamentos nos últimos dias, principalmente em virtude de obras.
Uma nova audiência de conciliação do Dissídio Coletivo de Greve está marcada para acontecer às 11 horas desta quarta-feira, no plenário do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/ES), no Centro de Vitória.
Uma decisão da Justiça determinou que os rodoviários terão que manter 50% dos ônibus circulando durante a greve. Caso a determinação não seja descumprida, o sindicato da categoria será penalizado com multa de R$ 20 mil por cada dia de greve.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, Edson Bastos, a decisão será respeitada. “Com certeza vamos manter esse número de ônibus circulando. Acho que isso não atrapalha a nossa reivindicação porque nem 100% do transporte coletivo atende a população, que dirá 50%”, explicou.
Os rodoviários reivindicam reajuste salarial de 30%, plano de saúde integral, reajuste de R$ 4 no ticket alimentação, além de equiparar o salário de fiscal com o de motorista.
O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Espírito Santo (Setpes) informaram que ofereceram aos rodoviários um reajuste de 5,39%, referente ao INPC acumulado entre novembro de 2009 e outubro de 2010, a ser aplicado sobre salário, plano de saúde, seguro de vida e ticket refeição.
O GVBus e o SETPES alegam que, com a instauração do Dissídio Coletivo, a deflagração da greve é desnecessária, uma vez que as empresas solicitaram a arbitragem do Judiciário para resolver o impasse.
Escolas e faculdades mantém aulas
Apesar da greve, as escolas públicas, particulares e faculdades da Grande Vitória manterão as aulas normalmente. A única alteração será em relação à apresentação de trabalhos e aplicação de avaliações, que serão remanejados na maioria dos casos.
Nas escolas da rede pública, as prefeituras de Vila Velha, Cariacica e Serra, não devem aplicar as avaliações e provas que estiveram marcadas no período da paralisação. Já na Prefeitura de Vitória, os casos serão avaliados pelas próprias escolas. Nas instituições de ensino do Governo do Estado, as aulas serão mantidas no horário normal e a orientação é de que os estudantes saiam mais cedo de casa para evitar transtorno.
Entre as escolas particulares, somente a Contec deverá remarcar provas e trabalhos perdidos, além de repor as aulas, caso os alunos não possam comparecer. No Centro Educacional Charles Darwin, o horário continua normal e a prova de segunda chamada será a opção para quem perder avaliações.
Nas faculdades, a informação é praticamente a mesma em relação aos demais. A Faesa dará continuidade às atividades acadêmicas, e os processos de avaliação e frequência serão flexibilizados para não prejudicar os universitários. Na Ufes o sistema continuará normalmente e não haverão alterações. Já a Emescam, adiará provas e apresentações de trabalhos, e não deve mudar a data do vestibular, que está marcado para as próximas quinta e sexta-feiras.