Nos ônibus de Porto Alegre, a medida ganhou a simpatia dos passageiros. A cozinheira Josiane Oliveira, que costuma pegar a linha Restinga Nova - Glória (R16), que liga o bairro Restinga ao Centro, considera insuportável o barulho de certos aparelhos de som dentro dos coletivos.
— Além dos celulares, agora existem aquelas caixinhas de som portáteis, que têm até o som mais potente. Isso para quem está voltando o trabalho, no fim da tarde, é uma tortura. Eu gosto de ouvir música, mas estou sempre de fones.
O cobrador Ricardo Bernardes revela que foram inúmeras as vezes em que teve de chamar a atenção de passageiros dentro do coletivo:
— As pessoas até se assustam quando começa aquela música alta. A maioria, na verdade, está querendo dormir no ônibus e não consegue, por causa de uma minoria — afirma.
O vereador Mario Fraga (PDT), autor do projeto, informou que, após reuniões realizadas nas últimas semanas com a EPTC e com o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, acredita que a tendência seja a aprovação do Executivo.
— Agora só falta normatizar, ou seja, definir as regras sobre como será a fiscalização — diz o vereador.
Fraga ressalta que, apesar do texto da lei prever multa entre R$ 43,00 a R$ 216,00, a punição só deve ser aplicada em último caso.
— Minha intenção não é fazer com que as pessoas sejam multadas e sim, com a lei, aumentar a fiscalização e evitar este tipo de comportamento.
Como deve ser a fiscalização?
Quem se sentir incomodado deverá ligar para o 156 e fazer a denúncia, informando a linha de ônibus e a localização. A reclamação será transmitida aos azuizinhos que estiverem na rua, no ponto mais próximo ao ônibus, e que deverão abordar o coletivo.
— A denúncia é a parte mais importante para fazer valer esta lei — afirma o vereador.
Uma campanha entrará em circulação em todos os ônibus de Porto Alegre a partir de fevereiro, para incentivar os usuários a alterar seu comportamento e também a denunciar quem não cumprir a lei.
Fonte: Zero Hora