No quadrilátero do rush – entre as avenidas Alberto Andaló e Bady Bassitt e as ruas Redentora e Pedro Amaral, um carro chega a andar a uma velocidade de 8,2 quilômetros por hora enquanto uma penosa percorreria até 14 quilômetros no mesmo tempo.
Para o auxiliar de serviços gerais Thiago Augusto da Silva, 25 anos, é preciso “sangue frio” para andar em Rio Preto na hora do rush. Ele diz que perde diariamente entre 20 a 25 minutos para percorrer pouco mais de dois quilômetros da rua Pedro Amaral. “Tem de ter muita paciência. O trânsito aqui é péssimo.”
Ela, que há dez anos estuda o trânsito de Rio Preto, diz que as ruas são muito estreitas o que impede uma solução definitiva para o problema. “Seria impossível derrubar todos os imóveis para avançar mais na largura das ruas e depois reconstruí-los. Solução não há, mas tem como minimizar esse caos.”
Mas diz que seria preciso investir em campanha de educação do motorista. “Isso já foi tentando antes, mas os motoristas não respeitaram a faixa de uso exclusivo para ônibus.”
Ela aponta a ciclovia como outra opção. “A área ao lado da Represa e a avenida Clovis Oger poderiam ter ciclovias e quem trabalha no Distrito Industrial poderia ir de bicicleta. Seria um grande avanço.”
É que o rio-pretense tem investido em veículos particulares. Em oito anos (de 2000 a 2008) a frota de automóveis passou de 101.187 para 140.502 (38%). Hoje, já são mais de 200 mil carros. E o número de motos praticamente dobrou, de 37.589 para 71.902 (91%). Os dados são da Conjuntura Econômica.
Enquanto a população saltou de 358.253 para 414.272, o número de usuários de ônibus sofreu queda de 30.732 para 26.220. Resultado do aumento do poder de compra e o descontentamento com o transporte público.
Com isso, o problema do trânsito em Rio Preto tende a se agravar.
Em breve mais uma usuária da Circular Santa Luzia passará a trabalhar de carro.
A doméstica Franciele Fernanda Claudino, 25 anos, comprou um carro e agora vai tirar carta de habilitação.
“Quero melhorar minha qualidade de vida. Hoje eu gasto uma hora e meia para ir para o trabalho. Com o carro faria em menos de 30 minutos.”
Ela mora na Vila Elmaz e vai até o Cidade Jardim.
Segundo o chefe de tráfego da Circular Santa Luzia, Euclides Spatti, Rio Preto precisa de vias de tráfego rápido para que o transporte público seja eficaz. “O preço da passagem também é alto, mas devido às gratuidades e impostos.”