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Grande Recife: Implantação de um Sistema BRT na rodovia BR-101 vai por água abaixo

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A crise e a falta de perspectiva econômica do País travaram mais uma das inúmeras obras de mobilidade anunciadas com pompa pelo governo de Pernambuco, ainda na gestão do falecido ex-governador Eduardo Campos. Dessa vez a vítima é o corredor exclusivo de BRT (Bus Rapid Transit) previsto para ser construído na BR-101. Nada saiu do papel desde que foi anunciado, ainda no início de 2013, e agora a Secretaria das Cidades avisa: o projeto está engavetado, sem prazo para voltar a ser discutido. Por enquanto, a rodovia federal terá apenas a operação tapa-buraco e, só no futuro, será feita a restauração completa. Mas nada de transporte público de qualidade.

O Corredor de BRT seria implantado nos 30,6 quilômetros do contorno urbano que a BR-101 faz da Região Metropolitana do Recife. Ligaria o Terminal Integrado de Abreu e Lima, no extremo norte, ao TI de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, no extremo sul. Na época, foi anunciado como um mega projeto pelo governo. Somente a implantação do corredor exclusivo de BRT custaria R$ 550 milhões. Todo o projeto da BR-101, incluindo a restauração do contorno e as obras d’arte, como são chamadas as pontes, viadutos e elevados, tinham custo superior a R$ 800 milhões.

Seriam construídas 39 estações de BRT e até um elevado exclusivo para os ônibus entre a Avenida Caxangá e a BR-232, exatamente no trecho de maior movimento da BR-101. A previsão era atender 150 mil passageiros. Hoje, as 13 linhas que circulam na rodovia – a quarta perimetral do Recife e de extrema importância operacional para o SEI (Sistema Estrutural Integrado) – transportam 120 mil pessoas por dia, mas em péssimas condições e sem qualquer conforto.

“Infelizmente tivemos que desistir do projeto. A implantação do corredor de BRT estava dividida em três segmentos de dez quilômetros cada e conseguimos assinar um termo de compromisso para receber R$ 132 milhões do governo federal apenas para o primeiro. Não para os outros. Diante do cenário nacional atual, decidimos que o corredor não é prioridade. Que não devemos tentar iniciar um novo projeto tendo outros pendentes. Temos que terminar o que está em obras. Esse é nosso compromisso”, explicou o gerente-geral de mobilidade da Secretaria das Cidades, Gustavo Gurgel.

Não pesou apenas a dificuldade financeira do governo estadual, que assinou decreto de contigenciamento para reduzir em 25% as despesas administrativas, mas principalmente a instabilidade econômica da União. “Não dá para, no momento atual, apostar em uma obra que dependa de recursos federais. É muito risco de descontinuidade. Também não dispomos, agora, de recursos para a contrapartida que o Estado teria que dar. Por isso decidimos que iremos fazer a recuperação emergencial da BR-101 e, futuramente, apenas a restauração da pista”, reforçou Gurgel. Dos R$ 182 milhões previstos para a restauração da rodovia, R$ 120 milhões já estão à disposição da Secretaria das Cidades.

Informações: Jornal do Comércio

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Alerta vermelho para o VLT de Pernambuco

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A substituição dos velhos trens a diesel pelos modernos VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos) na linha férrea que liga os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, foi concluída pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no início de 2012. Representava novos tempos na mobilidade de cerca de 4,5 mil passageiros por dia, que desfrutariam de um transporte mais rápido e climatizado. Passados pouco mais de três anos, o modal – que faz integração com o Metrô do Recife na estação Cajueiro Seco, em Jaboatão – deu um nó. Dos nove trens comprados por R$ 69 milhões, apenas três funcionam. As outras seis composições permanecem paradas no pátio da CBTU, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, se deteriorando em meio à grama, expostas à chuva e ao sol. A duplicação da linha entre Jaboatão e o Cabo foi interrompida quando a torneira com recursos do governo federal foi fechada, no final de 2014.

Desde a inauguração do sistema, os trens circulam por apenas uma linha, o que traz empecilhos óbvios à operação. O maior deles é o fato de apenas uma composição fazer o trajeto de 18,5 quilômetros entre Jaboatão e Cabo. O percurso é feito em cerca de 45 minutos, mas o tempo total entre uma viagem e outra – descontando os momentos de parada – é de uma hora. “Tudo bem que o intervalo entre os trens não possa ser igual ao metrô do Recife, que é de 10 minutos. Mas uma hora é tempo demais. Quando a gente perde o trem, chega dá um desgosto”, explica o auxiliar de serviços gerais Luiz Carlos Silva, que mora no Cabo e trabalha na capital.

Em pouco mais de três anos, os veículos também experimentam problemas operacionais. As quebras são frequentes e o sistema de ar-condicionado não dá conta da climatização dos vagões em dias de forte calor. “Só à noite, quando o tempo já esfriou, é que a gente sente o ar-condicionado. Nunca durante o dia. E se tiver muita gente no vagão, fica insuportável”, reclama a vendedora Mayria Silva, moradora do Cabo e que usa o VLT todos os dias para ir ao Recife trabalhar.

A reportagem sentiu na pele o martírio diário de Mayria e de outros milhares de passageiros: nas duas viagens completas feitas pela equipe, a climatização não passava de um vento quente que soprava dos dutos do ar-condicionado. Por ter um volume menor de passageiros, se comparado ao metrô do Recife, o VLT é poupado de um dos maiores problemas do sistema da capital: a proliferação de vendedores ambulantes, muitas vezes invasivos e agressivos.

A duplicação da linha férrea continua paralisada desde que a Construtora Sam, responsável pela obra, abandonou os serviços, por falta de pagamento, no final de 2014. Ao longo do percurso é possível observar trilhos e dormentes (peças usadas para sustentar os trilhos) largados pelo chão, alguns já cobertos com vegetação. Alguns trechos de trilhos já colocados foram cobertos pela grama e em várias localidades as construções irregulares avançam perigosamente para a pista atualmente em operação. Uma complicação a mais para quando a obra for retomada. Em dois trechos, já no município do Cabo de Santo Agostinho, pode-se ver campos de futebol colocados ao lado da linha onde passa o VLT. Lixo também é artigo em abundância ao longo do percurso.

A implantação do VLT também deveria ser estendida ao Recife. No início de 2014 a prefeitura da cidade chegou a anunciar um audacioso plano para fazer um corredor de 13,4 quilômetros de extensão ligando o Terminal Integrado da Macaxeira, na Zona Norte, ao de Joana Bezerra, na área central, passando pela Avenida Norte. O custo do projeto: R$ 1,9 bilhão, provenientes de recursos liberados pela presidente Dilma Rousseff para a mobilidade urbana no Estado. A expectativa, ainda na época em que a crise não tinha batido à porta: as obras deveriam começar no segundo semestre de 2014, com duração de dois anos. A realidade, hoje: nada saiu do papel.

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Grande Recife conta hoje com 163 ônibus articulados em operação

domingo, 30 de agosto de 2015

Região Metropolitana do Recife tem hoje uma das maiores frotas de ônibus articulados do Brasil, na qual mais de 2 milhões de pessoas usam o transporte coletivo todos os dias.

Se levarmos em comparação a outras grandes cidades do Brasil, Recife só perde para São Paulo neste quesito, então porque ainda os ônibus andam superlotados?

Umas das problemáticas do transporte é vermos ônibus pequenos andando em corredores de ônibus importantes da cidade, para especialistas, vias de grande porte deveriam ser mais exploradas por estes ônibus para que o fluxo de passageiros fosse melhor distribuído.

Outro grande problema é quanto a falta destes articulados em alguns terminais integrados, um exemplo é a diminuição destes veiculos na linha Barro/Macaxeira/BR-101 e também em linhas consideradas problemáticas no centro da cidade, caso das linhas circulares que saem do terminal integrado do Recife.

Ou seja, mesmo com este número de articulados, é preciso ter um sistema uniformizado onde os ônibus articulados sejam mais explorados nos corredores e terminais da cidade.

Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes, A Região Metropolitana do Recife é atendida hoje por 163 ônibus articulados somando aos novos do Sistema BRT.

Hoje esses ônibus articulados usam ss corredores Leste/ Oeste e Norte/ Sul que já estão em operação, futuramente os corredores Agamenon Magalhães e BR-101 que fará a ligação entre Abreu e Lima e Jaboatão.

Blog Meu Transporte

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Passageiros enfrentam insegurança e riscos em ônibus do Grande Recife

domingo, 21 de junho de 2015

Terminal Integrado do Barro, Zona Oeste do Recife, 18h da última quarta-feira (17). A dona de casa Rosângela Marques está há mais de 30 minutos na fila da linha Zumbi Do Pacheco e já viu quatro ônibus passarem sem conseguir entrar. Do seu local, ela vê jovens, homens e mulheres que, ansiosos para chegar em casa, avançam em cada coletivo que estaciona. 

Alguns entram pela janela e um estudante chega a violar a entrada de ventilação instalada no teto do veículo para conseguir embarcar. O cenário de agonia e estresse nos horários de pico, flagrado pelo G1, é rotina no Grande Recife, de Norte a Sul. Passageiros sofrem com veículos que não suprem a demanda, falta de fiscalização e também de educação de usuários. “Tem que mudar tudo, porque do jeito que está funcionando, está tudo errado”, afirmou Rosângela.

A situação diária, somada aos frequentes acidentes, de pequenas ou grandes proporções, vem mudando o comportamento de alguns passageiros, que, amedrontados, tentam evitar ônibus superlotados, quando possível. Em cerca de 45 dias, pelo menos quatro casos de violência no transporte público chamaram a atenção na Região Metropolitana. 

No início de maio, a universitária Camila Mirele morreu após cair de ônibus em movimento, perto da Cidade Universitária, no Recife. No começo de junho, um passageiro foi agredido por um motorista que trafegava em alta velocidade; no mesmo dia, um motorista foi agredido a pedradas por passageiros que queriam descer fora do ponto. No último dia 16 de maio, o estudante Harlynton Souza morreu, também após cair de um coletivo, no Cais de Santa Rita.

Com a consciência de que os casos poderiam acontecer com qualquer uma das milhões de pessoas que usam ônibus no Grande Recife, a mãe da estudante de engenharia Raísa Dias fez uma reunião em casa, com os dois filhos universitários, para orientar como eles devem se comportar ao utilizar o transporte. “Ela ficou muito nervosa com o que aconteceu e pediu que, pelo amor de Deus, a gente não entrasse em ônibus em que a gente fique imprensada na porta. É melhor perder uma prova, uma cadeira, até um período, do que sofrer um acidente e ficar numa cadeira de rodas ou até morrer”, disse a jovem, que diariamente faz o percurso de Peixinhos, em Olinda, até a Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, na Madalena, Zona Oeste da capital.

As aulas de Raísa começam às 7h10, e, antes mesmo das 6h, a estudante já está na parada, na Avenida Presidente Kennedy. Ela deixa até cinco ônibus passarem pelo ponto, porque fica impossibilitada de entrar em veículos superlotados que saem do Terminal de Xambá, em Olinda. Só encara quando tem prova ou não pode perder a chamada. Na volta para casa, o martírio continua, no Terminal Joana Bezerra, área central do Recife. A estudante, como a maioria das pessoas que frequenta a estação, se arrisca na entrada do local e não na área destinada a cada linha. O problema é que, se esperam na fila, os passageiros encontram os ônibus já lotados, porque as pessoas “invadem” o perímetro de embarque e desembarque na chegada dos veículos. 

O TI Joana Bezerra atualmente é um dos mais desestruturados do Grande Recife. Não há espaços adequados para filas e fiscais, que ficam sentados enquanto passageiros que saem e entram nos veículos duelam uma batalha nas escadas, como flagrou a reportagem do G1. Gessina Magno, usuária do terminal, tem osteoporose e, todos os dias, encara a dor por conta das pessoas que batem em sua perna. “Eu me machuco sempre, porque as pessoas não esperam a gente descer do veículo, e eu não consigo ser rápida. Já sei que tenho que sair empurrando, para poder chegar ao metrô”, disse a senhora de 60 anos, que sai do Jordão à Ilha do Leite, enfrentando dois terminais: Joana Bezerra e Aeroporto.

No TI do Barro, local onde o G1 flagrou a invasão dos passageiros por janelas laterais e superiores, o respeito pela área de desembarque é maior, por conta da presença de fiscais do Grande Recife. Mas, nas filas, pessoas ficam onde querem, até sentadas no meio-fio, correndo o risco de serem atropeladas. “Se todo mundo respeitasse, apesar de não evitar que os ônibus saíssem lotados, iria melhorar. Mas o povo mesmo faz cachorrada, às vezes o motorista nem tem culpa, com a ignorância dessa gente. Eu fico na fila até conseguir embarcar”, disse o pedreiro Edson Marinho, que vai da UR-7 ao Centro diariamente, gastando mais de duas horas em percurso de ônibus e metrô. “A gente sabe a hora que sai de casa, mas nunca a de voltar, por conta desse inferno”, completou Rosângela Marques, na mesma fila.

Mas os problemas não ficam restritos aos terminais integrados, de onde os ônibus saem cheios e até com portas já quebradas, como registrou a reportagem, na linha PE-15/Joana Bezerra. A doméstica Jailma Souza, no último mês, ficou com o braço preso em uma porta e viu a filha cair, em plena Avenida Agamenon Magalhães, após o motorista acelerar o veículo. “Por um triz, poderia ser minha filha a acidentada. Eu agora espero o tempo que for para não me arriscar”, disse.

Nem dentro dos coletivos os passageiros se sentem seguros. A assistente Cristiane Ferreira, 42, relatou que sofreu um acidente após pegar um ônibus da linha Casa Caiada, em Olinda, na última segunda (15). Ela estava pagando a passagem quando foi arremessada contra o para-brisa dianteiro do veículo depois que o motorista deu uma freada brusca. Com o impacto, o vidro do coletivo ficou rachado e a usuária precisou ser socorrida a um hospital, onde colocou um colar cervical. “A batida foi toda nas costas, e ainda está doendo. A sorte foi que o acidente aconteceu quase em frente a um hospital e uma enfermeira que largava do trabalho me atendeu. Eu fui jogada da catraca até o para-brisa. Se fosse um idoso ou uma criança, poderia ter ocorrido algo pior. O motorista foi imprudente na direção”.

Irmã de Cristiane, Josiane Ferreira, 35, ficou indignada com o acidente e cobra atenção das autoridades. “Em fevereiro, uma amiga do trabalho levou uma queda ao subir em um ônibus. Resultado: cirurgia no punho, onde colocou pinos e recebeu afastamento de 4 meses do trabalho. Minha irmã também está uma semana sem trabalhar. Minha intenção não é prejudicar o motorista e o cobrador, mas sim fazer um alerta a toda sociedade, empresas de transporte público e governo do estado para fiscalizar o transporte público coletivo”, argumenta.

Já a estudante Raísa Dias, que mudou seus hábitos, não consegue ver melhora por onde circula na cidade. “A gente vê essas tragédias e nota que pode ser com você ou com alguém muito próximo. Mas não vejo uma solução, perco as esperanças, porque não tem medida sendo tomada. É como ser assaltado no seu bairro. Você presta queixa e fica por isso mesmo, sabendo que no outro dia pode ser assaltado de novo. É um ciclo vicioso”, disse. No futuro, ela sonha comprar um carro, para tentar se livrar dos ônibus lotados e encarar o trânsito do Recife. “Pelo menos vou estar no ar-condicionado e escutando meu som”, completou, mesmo sabendo que deixa um problema por outro.

Problema estrutural e motoristas atrasados
De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, 26 mil viagens são feitas por dia, com 2,8 mil veículos circulando na Região Metropolitana. Esses números poderiam ser muito maiores, caso o trânsito não fosse tão congestionado. Em um seminário realizado pela Prefeitura do Recife para discutir o Plano de Mobilidade, no último dia 11 de junho, o doutor em Planejamento e Engenharia de Transportes Cesar Cavalcanti foi categórico: "No Recife, não faltam ônibus. O problema é o trânsito, porque os veículos ficam presos. O sistema tem ônibus suficiente e poderia ser otimizado e ter mais viagens, caso tivessem o caminho livre".

A reportagem do G1 também conversou com motoristas, que, atrasados para cumprir horário, precisavam se apressar.  "O sistema é cansativo. O ônibus só anda lotado, em todas as viagens. Tem gente que surfa no ônibus, que sobe por trás. A gente é instruído a parar e mandar a pessoa descer, mas eles não descem, e a gente não pode fazer nada. Dá medo, porque não sabemos quem é quem", reclamou o motorista Alexandre dos Santos, 38 anos.

A violência também é um problema recorrente para os profissionais que trabalham nos coletivos. "Nas quatro viagens que damos por dia, é muito difícil ter pelo menos uma em que a gente não seja ameaçado por um passageiro", conta o motorista de ônibus Leandro Soares, 35. Ele trabalha na linha CDU/Caxangá/Boa Viagem há cerca de quatro meses e diz que violência, cansaço e ônibus lotados fazem parte da rotina da profissão. "É complicada a relação com os passageiros. Quando acontece algo, eles culpam o motorista. Mas muitas vezes a culpa é do passageiro. Acho que deveríamos ter mais educação no trânsito, para o passageiro e para o motorista", disse.

O cobrador Geovani dos Santos, 31, que exerce a função há 13 anos, conta que já soube de um colega ter sido ameaçado por um homem armado, apenas por não ter aberto a porta do ônibus. Ele reclama também dos assaltos. “Eu mesmo já perdi quatro celulares em assalto. Infelizmente, tem gente que perde a vida. O dia a dia é esse", lamenta.

Procurado pela reportagem, o diretor de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, informou que está investindo no sistema de monitoramento de linhas e negociando com as empresas para melhorar a circulação e o acesso do usuário ao transporte. “Também estamos fazendo pesquisa com os passageiros, tantos nos terminais, quanto nas paradas intermediárias, para identificar pontos de superlotação, além de aumentar o efetivo de facilitadores de fila, que organizam o embarque e desembarque”.

No último mês, o Consórcio também pediu o apoio da Polícia Militar, que passou a fiscalizar os terminais integrados. “O policiamento presente não é o ponto central, mas a polícia tenta evitar que pessoas entrem no veículo de forma irregular, arrombem portas, basicamente para conter a ação de vândalos”, explica.

Melibeu acrescentou que com o sistema de monitoramento, que vem sendo implantado nos veículos desde 2003, será possível, por exemplo, prever o horário de passagem dos ônibus pelos pontos. “Hoje, nós já temos computadores e televisões que mostram a situação real da circulação. Os terminais também têm um sistema para se comunicarem e, dessa forma, fazemos a interlocução com os motoristas. Assim, se está ocorrendo algum problema na Conde da Boa Vista, por exemplo, podemos atuar para otimizar a circulação. Até o fim do ano, acredito que essa tecnologia possa ser utilizada não só pelo sistema gestor, mas pelo usuário.”

Sobre as licitações das linhas, processo que se arrasta há pelo menos dois anos, o diretor de operações contou que dois lotes – os que englobam os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste – já foram homologados e estão em operação desde meados do ano passado. Juntos, eles correspondem por 25% do total da frota do Grande Recife.

O consórcio Conorte, formado pelas empresas Cidade Alta, Rodotur e Itamaracá, opera o Norte/Sul. Atualmente, o corredor possui três linhas e atende a uma demanda de 44 mil passageiros por dia. A previsão é que, com a conclusão das obras, até o fim do próximo mês, a via para coletivos possa dispor de 9 linhas para uma demanda diária de 180 mil usuários. Já o Leste/Oeste é administrado pelo consórcio Mobrasil (empresa Metropolitana) e opera hoje com 3 linhas para uma demanda de 62 passageiros/dia. A previsão é que passe para 7 linhas e 150 mil usuários diariamente. No entanto, as obras do corredor estão atrasadas e não há prazo para a conclusão, conforme a Secretaria Estadual das Cidades.

"À medida que os corredores são entregues, podemos substituir as linhas convencionais pelos veículos BRTs. O que temos hoje é uma operação transitória porque estamos com corredores incompletos”, ressaltou Melibeu. Além dos dois lotes homologados, há outros corredores que ainda aguardam o fim do processo de licitação. São eles: José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. O Grande Recife informou que, por questões técnicas, as licitações estão sendo avaliadas e que não há prazo para conclusão.

Em relação às investigações das mortes ocorridas no sistema de transporte coletivo, o responsável pelo Departamento de Delitos de Trânsito, Newson Motta, disse que os inquéritos estão em andamento. Ele aguarda perícia do Instituto de Criminalística (IC) para dar prosseguimento ao caso da universitária Camila Mirele. A apuração sobre a morte do estudante Harlynton Lima dos Santos está na fase inicial e ainda depende da ouvida de testemunhas.

Fotos: Vitor Tavares e Penélope Araújo/G1
Por Vitor Tavares e Penélope Araújo
Do G1 PE
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Grande Recife: Mais duas linhas de BRT entram em operação no corredor Norte/Sul

domingo, 17 de maio de 2015

O Corredor Norte/Sul deu início neste sábado (16), a operação de mais duas linhas do BRT Via Livre, uma saindo do Terminal Integrado de Igarassu e a outra do TI Pelópidas Silveira. A novidade é que as novas linhas, a 1946 – TI Igarassu (PCR) e a 1976 – TI Pelópidas (PCR), atenderão a Prefeitura do Recife, passando pelo bairro do Recife Antigo. Elas irão operar com 14 veículos e 76 viagens e 18 ônibus e 178 viagens por dia, respectivamente. 
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
A linha 1946, do TI Igarassu, seguirá pelas rodovias BR-101 e PE-15 e também atenderá o TI Pelópidas e o TI PE-15. Os ônibus da 1976, do TI Pelópidas, seguirão a mesma lógica e entrarão no Terminal Integrado da PE-15. As duas novas linhas irão operar de domingo a domingo. A 1946 – TI Igarassu (PCR) terá operação das 4h10 às 21h30 e a 1976 – TI Pelópidas (PCR), das 4h às 23h40. 

Além das novas linhas, o Corredor Norte/Sul já conta com as linhas do Via Livre 1915 – PE-15 (Dantas Barreto), que opera com 12 BRTs e realiza 142 viagens, e a linha 1979 – TI Pelópidas (Dantas Barreto), que possui 14 BRTs e faz 106 viagens. Esta última deixará de operar nos finais de semana e circulará de segunda a sexta, das 5h30 às 22h30, também a partir do dia 16 de maio. 

Os usuários do Corredor Norte/Sul também ganharão mais quatro estações em operação, são elas: Nossa Senhora do Carmo, localizada na Av. Dantas Barreto, em frente ao Edf. IEP; Maurício de Nassau, situada na Av. Martins de Barros, no cruzamento com a rua 1º de Março; Istmo do Recife, localizada em frente ao prédio da Polícia Federal da Av. Cais do Apolo, e a estação Forte do Brum, situada na Av. Cais do Apolo, em frente a Prefeitura do Recife. 

Com o início da operação desses novos pontos de embarque e desembarque, o Corredor Norte/Sul passa a contar com 20 estações em funcionamento, são elas: José de Alencar, Hospital Central, São Salvador do Mundo, Cidade Tabajará, Jupirá, Aloísio Magalhães, Bultrins, Quartel, Sítio Histórico, Mathias de Albuquerque, Kennedy, Tacaruna, Santa Casa da Misericórdia, Treze de Maio, Riachuelo, Praça da República, Nossa Senhora do Carmo, Maurício de Nassau, Istmo do Recife e Forte do Brum. 

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Grande Recife: TI Cosme e Damião inaugurado e não usado

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Arena Pernambuco não é o único “legado mobiliário” da Copa do Mundo que está funcionando aquém do que foi estimado. Não há sequer uma linha que circule diariamente pelo Terminal Integrado de Passageiros Cosme e Damião, ainda que ele tenha sido inaugurado há quase um ano, inclusive com a visita da presidente Dilma Rousseff (PT).

O uso só acontece de forma excepcional, quando há jogos na Arena. Nos demais dias, o cenário é desértico e o estado beira o abandono. A falta de utilidade do equipamento contrasta com o alto investimento na obra, que demandou, até agora, um total de R$ 17,5 milhões em recursos públicos. O evidente prejuízo à sociedade em razão da perda da função social do TI terminou por acender o sinal amarelo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que emitiu um Alerta de Responsabilização à Secretaria das Cidades.

No documento, enviado pela conselheira Teresa Duere no dia 27 de abril, o ente público é alertado dos riscos “advindos da omissão em diligenciar as providências que se façam necessárias para prover o equipamento de uma função social que justifique os recursos públicos investidos”. A conselheira ainda faz uma ressalva de que, caso o governo estadual não reaja à situação, cabe a devolução integral desses recursos no âmbito da Auditoria Especial de número 1303980-5, instalada pelo TCE para apurar o caso. O alerta estabeleceu um prazo de 90 dias para que seja apresentado à Corte de Contas um plano de uso e ocupação do TI.

A situação tem deixado inconformados os moradores do Loteamento Santo Cosme e Damião e outras comunidades vizinhas, como a UR-07 e loteamentos São Paulo, Santo Antônio e Viana. “Exceto quando tem jogos, não tem utilidade nenhuma. E as pessoas daqui já tem dificuldade de acessar o transporte público, com poucas opções. A falta de propósito desse TI é tanta que a população às vezes usa o estacionamento para caminhadas ou até atividades recreativas da comunidade”, denunciou o comerciário Romildo Junior, 36 anos. Ontem, no sol a pino das 13h, o estudante Lucas Henrique, 13 anos, aguardava o ônibus na parada instalada do lado de fora do TI. “É, poderia estar lá dentro. Seria mais confortável”, confessou. Já a dona de casa Glace Kelly, de 25 anos, reclamou que o equipamento sem uso ou manutenção tem causado transtornos. “Quando chove, alaga tudo. E quando funciona em dia de jogo, é uma confusão”, comentou.
Terminal só é usado em dias de jogos de futebol
Quando inaugurado, dia 14 de junho de 2014, o governo estadual divulgou que o TI Cosme e Damião iria atender até 20 mil passageiros por mês. Duas linhas circulariam ali dentro, a TI Cosme e Damião – Circular, com 60 viagens diariamente, e a TI Cosme e Damião/TI Caxangá – IV Perimetral, com 116 viagens. Nada virou realidade, no pós-Copa. O Alerta do TCE ainda chama atenção para as mudanças empreendidas no projeto original licitado do Ramal da Copa (complexo viário de acesso à Cidade da Copa), o que, segundo o órgão, influenciou na atual situação do TI. Antes, estava prevista a circulação de linhas do tipo BRT. “As mudanças acarretaram na sua ociosidade em grande parte do tempo, ficando o mesmo com sua função social comprometida”, denunciou o TCE. Procurada, a Secretaria das Cidades se limitou a confirmar que recebeu o documento do TCE. “A secretaria está analisando o documento e dentro do prazo determinado se manifestará a respeito”, concluiu.

Por Carolina Albuquerque
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Corredor de BRT Leste/Oeste do Recife entra no quarto ano de obras

domingo, 19 de abril de 2015

O Túnel da Abolição já foi a principal pedra no caminho do corredor Leste/Oeste, mas após sua entrega, mesmo com obras ainda para concluir, o túnel é a menor das preocupações das obras do Leste/Oeste.  Quase quatro anos depois das obras iniciadas, o corredor funciona com menos da metade das estações de BRT, não opera com os dois terminais de integração e transporta cerca de um quarto da demanda prevista pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano.

O atual governo chegou a anunciar a entrega do corredor para maio deste ano, mas já teve o prazo prorrogado para o fim do ano acumulando um saldo de descrédito por parte da população. A situação mais grave é no município de Camaragibe, porta de entrada da Arena Pernambuco e não dispõe de nenhuma estação de BRT na via principal da cidade. Nem mesmo a Copa garantiu a realização das obras. Os moradores precisam se deslocar até o Terminal do Sistema Estrutural Integrado (SEI) para pegar o BRT.

“Nossa preocupação é não causar um mal- estar na população, que precisa fazer um deslocamento maior para ter acesso ao BRT”, revelou o diretor institucional da MobiBrasil, operadora do Leste/Oeste.Mesmo com a precariedade do sistema, a MobiBrasil garante que uma pesquisa interna de satisfação foi bastante favorável. “Nós tivemos quase 60% dos usuários que atestaram a qualidade e o conforto do serviço. Isso significa que os quem têm acesso ao BRT aprovam o modelo”, ressaltou Djalma Dutra. O problema é os que não tem acesso, os três quartos restantes.

Saiba Mais

Diagnóstico do Leste/Oeste

Novo prazo de entrega: dezembro de 2015

Estações de BRT:
26 estações
11 em operação
15 sem operação
04 não tiveram as obras iniciadas (Camaragibe)

Demanda de passageiros do Leste/Oeste
54 ônibus de BRT adquiridos para o corredor
42 ônibus do BRT em operação
38,5 mil passageiros/dia
160 mil passageiros é a demanda esperada

Terminais sem conclusão
Terminal da 4ª Perimetral
Terminal da 3ª Perimetral

Dependência do ônibus convencional
30 linhas de ônibus convencionais operam no trecho do Leste/Oeste
150 mil pessoas são transportadas pelas linhas convencionais

Passo a passo das estações:
1- Guararapes – em operação
2- Conde da Boa Vista 1 (obras)
3- Conde da Boa Vista 2 (obras)
4- Conde da Boa Vista 3 (Obras)
5- Conde da Boa Vista 4 (obras)
6- Conde da Boa Vista 5 (Obras)
7- Conde da Boa Vista 6 (Obras)
8- Derby (em operação)
9- Benfica (Obras)
10- Caxangá/Estação Abolição (em operação)
11- Caxangá/Estação Getúlio Vargas(em operação)
12- Caxangá/Bom Pastor (em obras)
13- Caxangá/Estação Forte do Arraial (em operação)
14 – Caxangá /Estação Parque do Cordeiro (em operação)
15- Caxangá/Bom Pastor (em obras)
16 – Caxangá/TI 4° Perimetral (em operação)
17 – Caxangá/Estação Italiana Veículos (em operação)
18 – Caxangá/Estação Golf Clube (em operação)
19 – Caxangá/TI Capibaribe (em operação)
20 – PE-05/ Estação Padre Cícero (sem operação)
21 – PE-05/Estação Barreiras (sem operação)
22 – PE-05 Estação Areinha (em operação)
23 – Belmino 1 (não construida)
24 – Belmino 2 (não construída)
25 – Belmino 3 (não construída)

26 – Belmino 4 (não construída)

Por Tânia Passos
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