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domingo, 25 de outubro de 2009Postado por Meu Transporte às 13:00 0 comentários
Marcadores: São Paulo
Sorocaba tem uma das tarifas mais caras do Brasil
A tarifa mais cara do Brasil não se justifica, porém, à luz do fato de que o transporte coletivo, na análise do próprio poder público, está deixando de cumprir sua função social para a população de baixa renda - que mais necessita dele -, e sendo relegado, pelas classes com renda um pouco melhor, à condição de serviço não-preferencial, quando poderia ser usado de maneira indutiva para equacionar com mais eficiência o problema de mobilidade urbana, contribuindo para reduzir os impactos de um transporte individual crescente sobre setores importantes como o tráfego e o meio ambiente.
Não estão em discussão, aqui, a competência de Gianolla, profissional especializado em transportes coletivos, que fala com conhecimento de sua área ou o esforço da Urbes para superar as dificuldades impostas por um serviço custoso e um caixa deficitário. O que se discute é o aspecto conceitual, que está muito acima das questões operacionais, e este remete para a necessidade de uma revisão profunda de todo o serviço, tendo em vista aquilo em que ele poderia contribuir verdadeiramente com a dinâmica urbana, favorecendo a inclusão social, reduzindo custos e melhorando a qualidade de vida não só dos usuários atuais, mas também daqueles que hoje evitam ter de usar o sistema.
Para essa revisão, será preciso encarar, de maneira corajosa, a questão dos subsídios e dos investimentos. O transporte coletivo não é uma atividade privada. É um serviço público essencial, que justifica, principalmente quando pautado por objetivos nobres, do ponto de vista comunitário, o gasto de recursos públicos, obviamente dentro da capacidade orçamentária do município. Sorocaba repassa perto de R$ 1 milhão por mês para o caixa único. Pode parecer bastante, mas é menos do que se gasta com horas extras na Prefeitura, por exemplo. A ampliação dos subsídios, como parte de um projeto que permita, por um lado, baratear a tarifa e, por outro, atrair um público maior não só entre os de baixa renda, mas em todas as classes sociais, justifica-se plenamente.
Um projeto piloto poderia ser desenvolvido no Centro da cidade, região onde a prioridade, claramente, foi dada ao transporte individual, e que hoje, por conta disso, paga um alto preço em morosidade do tráfego, falta de locais para estacionamento, poluição sonora e ambiental. Com certeza, muitas pessoas que vão de carro ao Centro deixariam o veículo em casa, se tivessem a certeza de que não precisariam esperar por muito tempo, nem encontrariam ônibus lotados, nem seriam deixadas longe de onde pretendem ir. Hoje, o Circular Centro deixa os terminais a intervalos médios de 19 minutos, chegando a 39, 43 e até 60 minutos, conforme a hora. Além disso, os horários são “quebrados” (7h25, 7h55, 8h12, 8h25, 8h44, etc.) e, consequentemente, difíceis de memorizar.
Implantar um sistema modelar de transporte coletivo na região central - talvez com o uso de microônibus e faixas exclusivas nas artérias que permitem esse recurso - seria uma ótima experiência rumo ao futuro, e, ainda que isso consumisse subsídios maiores que aqueles empregados atualmente, o investimento certamente valeria a pena, pois reverteria em benefícios para toda a população.
Postado por Meu Transporte às 12:54 0 comentários
Marcadores: São Paulo
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Postado por Meu Transporte às 11:44 0 comentários
Marcadores: Minas Gerais
Presidente do Seterb fala sobre polêmica da proibição dos ônibus intermunicipais em Blumenau
- Entrevista foi concedida ao Jornal de Santa Catarina
Santa - Junto com essa discussão vem também o questionamento de por que os ônibus intermunicipais não podem utilizar esses espaços que serão criados exclusivos para ônibus? Clebsch - A criação dos corredores exclusivos de ônibus não é novidade. Blumenau se integra nessas ações que muitos outros municípios já implantaram e temos a crítica de várias cidades que implantaram o corredor exclusivo para o transporte coletivo com uso compartilhado com outros modais e estão de certa forma arrependidos, porque o resultado operacional não foi aquele esperado. Então para não repetir erros que outros governantes cometeram em relação à criação dos corredores exclusivos, em Blumenau não será compartilhado com nenhum outro modal de transporte coletivo.
Santa - O Seterb divulgou que 5 mil pessoas seriam atingidas com a mudança e julgou o número muito pequeno considerando o número de habitantes da cidade. O reflexo causado com esses passageiros não teria tanto impacto assim, então? Clebsch - O blumenauense não consegue se deslocar do bairro até o Centro num único ônibus, o cidadão que vem de fora do município ainda o faz. Há mais de 15 anos, 150 mil pessoas da cidade foram submetidas, para contribuir com a mobilidade urbana, à necessidade de fazer a troca do ônibus, o transbordo nas plataformas dos terminais urbanos. Na época, houve resistências, muitas críticas que estão superadas e compreendidas pela população. Em razão disso, falamos que é um percentual muito pequeno de pessoas atingidas.
Santa - Se a intenção é incentivar o uso do transporte coletivo, a medida não deveria ser no sentido de coibir o uso do carro? Clebsch - Mas a criação dos corredores exclusivos de ônibus é uma restrição ao uso individual do carro. Na medida em que se cria uma canaleta exclusiva de ônibus, não mais compartilhada, como temos num trecho da Beira Rio hoje, tira-se uma parte importante da estrutura hoje compartilhada com veículos, destinando-a exclusivamente para os coletivos, penalizando de uma certa maneira aquele que usa individualmente seu veículo.
Santa - A tendência é a medida não entrar em vigor dia 1° de janeiro? Clebsch - Há uma série de questões sob as quais nós não temos controle. Havia uma expectativa do prefeito João Paulo Kleinübing de que no dia 1º de janeiro de 2010 a cidade já estivesse praticando essa medida, considerando que neste dia, os corredores de ônibus estivessem completamente concluídos. Nós já temos identificados alguns problemas burocráticos na captação de recursos do financiamento junto ao BNDES que ensejam a necessidade de reavaliar esses prazos. Mas quem vai definir isso é o prefeito.
Postado por Meu Transporte às 11:37 0 comentários
Marcadores: Santa Catarina