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Prefeitura de Salvador vai iniciar fase de testes do metrô

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O primeiro trecho do metrô de Salvador, que vai levar os passageiros da Estação da Lapa ao Acesso Norte (Rótula do Abacaxi), está prestes a entrar na fase de experimento.

Para tanto, conforme explicou o chefe da Casa Civil do município, João Leão, resta apenas a conclusão das obras do pátio de manobras dos trens na Estação Bonocô e a aquisição de algumas ferramentas. Leão chegou de Brasília ontem e trouxe boas novas.

Na próxima semana, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) deverá repassar à Companhia de Transporte de Salvador (CTS) o montante de R$ 68 milhões, vindos do Ministério das Cidades.

Segundo o secretário, são necessários ainda recursos da ordem de R$ 37 milhões para que a primeira etapa do metrô esteja transportando passageiros, o que deve acontecer em abril de 2012, prevê Leão. A fase de testes será iniciada em dezembro próximo.

Já para o segundo trecho do transporte, que vai do Acesso Norte à Estação Pirajá, totalizando 12 quilômetros de percurso, a Prefeitura de Salvador precisa de R$ 540 milhões, que também virão da CBTU, através de verbas do Ministério das Cidades. Ainda de acordo com Leão, os recursos já foram solicitados à União e as obras devem iniciar também no próximo mês de dezembro.

A expectativa é a de que a obra seja concluída em um ano e meio, a partir do início. “A coisa está andando e está andando bem”, garante o chefe da Casa Civil de Salvador. Ele vai a Brasília em busca de mais recursos na próxima terça-feira (25).

Sobre o plano de mobilidade urbana da cidade, no qual o metrô será o principal modal de transporte que ligará Salvador a Lauro de Freitas ao longo da Avenida Paralela, o secretário afirmou que a Prefeitura está aguardando o Estado encaminhar à União o projeto final.

Uma novidade é a de que o prefeito João Henrique (PP) está pleiteando um valor adicional de R$ 600 milhões aos já programados R$ 2,4 bilhões para intervenções viárias na região do Iguatemi, um dos principais gargalos da cidade. Conforme João Leão, o prefeito quer construir um complexo de viadutos no entorno da Avenida Antônio Carlos Magalhães.

O secretário está tentando agendar uma reunião para segunda-feira (24) com a chefe da Casa Civil do Estado, Eva Chiavon, para apresentar as ideias do prefeito.

CQC Proteste Já Metro de Salvador  (Programa exibido em 2010)






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CPTM completa 27 anos e entrega novos trens à população

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Nesta terça-feira (28), data em que a CPTM completa 27 anos, o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, e o presidente da CPTM, Pedro Moro, entregaram dois novos trens à Linha 7-Rubi (Luz – Francisco Morato – Jundiaí), na Estação da Luz, na capital paulista.

Em comemoração ao aniversário, o Coral das Mães Coreanas fez uma apresentação, homenageando também o país de origem da Hyundai Rotem, fabricante das composições. As coralistas interpretaram clássicos brasileiros, como “Nesta Rua” e “O Trenzinho do Caipira”. O tenor cantou o clássico italiano “Solemio”, com acompanhamento do coral. Criado há 32 anos, o grupo divulga a cultura coreana na capital e em cidades do interior.

Os trens da série 9500 são o 62º e a 63º do lote de 65 unidades compradas pelo Governo do Estado para melhorar e modernizar o transporte ferroviário na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A CPTM está readequando a frota de acordo com a necessidade operacional, de forma a padronizar as linhas.

Os novos trens

As novas composições têm salão contínuo de passageiros (passagem livre entre os carros), monitoramento com câmeras na parte externa e interna, além de serem acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência – sinalização visual para identificação de assentos preferenciais, espaço para cadeirantes, mapa com indicação luminosa das estações para deficientes auditivos e áudio para deficientes visuais. Também dispõem de monitores digitais internos com informações sobre a prestação de serviços e reconhecimento eletrônico automático do maquinista por meio de biometria.

A Linha 7-Rubi transporta, em média, 470 mil passageiros por dia, sendo 435 mil entre Luz e Francisco Morato e 35 mil entre Francisco Morato e Jundiaí.

Aniversário

Fundada em 28 de maio de 1992 após mudanças na Constituição de 1988, a CPTM herdou as linhas que eram administradas pela Fepasa, de origem estadual, e CBTU, proveniente do Governo Federal. Neste período, a CPTM mais que triplicou o número de passageiros transportados por dia, saltando de 894 mil para 3 milhões de pessoas, o equivalente à população da cidade de Salvador. Hoje, é a maior operadora de transporte de passageiros ferroviários da América do Sul, com sete linhas que atendem 23 municípios, incluindo a capital paulista.

Os trens percorrem diariamente 80 mil quilômetros, o equivalente a duas voltas em torno da Terra. São 2.850 viagens realizadas ao longo dos 273 quilômetros de extensão das vias da Companhia.

Modernização

Para aprimorar o serviço prestado à população, a CPTM tem investido na modernização de trens e estações. Com a melhoria da infraestrutura, os intervalos entre as composições nos horários de pico passaram de 20 minutos em algumas linhas, na década de 2000, para 4 minutos, nas linhas 9-Esmeralda e 11-Coral, atualmente.

Desde 2007, a Companhia adquiriu 170 trens novos. Com isso, 95% da frota está equipada com ar-condicionado. Além disso, desde os anos 2000, 13 estações foram construídas e outras 35 reconstruídas, reformadas ou adaptadas. No ano passado, a Companhia inaugurou a primeira linha construída pela empresa, a 13-Jade, que liga a capital ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

“A CPTM cresceu e melhorou muito nestes 27 anos, mas precisamos avançar mais para entregar aos passageiros o conforto, a eficiência e a segurança que o transporte público sobre trilhos deve oferecer. Estamos trabalhando para implementar na CPTM o mesmo padrão de excelência do Metrô. Para isso, estamos investindo principalmente na melhoria e modernização da rede de energia da Companhia, sinalizações e novos trens, como esses entregues hoje”, destaca Baldy.

Informações: Governo de São Paulo


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Aplicativo mostra previsão de horário dos trens do metrô de Salvador

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Passageiros do metrô de Salvador agora têm à disposição uma nova ferramenta para acompanhar os horários dos trens na cidade. A nova funcionalidade do Cittamobi, aplicativo de mobilidade e transporte coletivo, mostra os horários em tempo real. A plataforma também apresenta a lotação atual em cada vagão.

Os usuários do metrô poderão agora visualizar no mapa as opções de transporte público disponíveis, incluindo a localização das estações de metrô próximas. Anteriormente, o aplicativo oferecia apenas informações sobre os horários de chegada dos ônibus. A plataforma está disponível para iOS e Android.

“Os passageiros poderão planejar com calma [a viagem], quando estiverem dentro do ônibus [por exemplo] poderão acompanhar o metrô em tempo real e evitar lotação”, explica Frederico Pimentel, coordenador de Arrecadação da CCR Metrô Bahia. De acordo com o coordenador, 65% dos passageiros do metrô chegam ao modal de ônibus.

Metrô de Salvador transporta mais de 400 mil pessoas por dia

O Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas possui 20 estações e transporta mais de 400 mil pessoas diariamente. A nova função que exibe os horários dos trens é fruto de uma parceria entre a Cittamobi e a CCR Metrô Bahia. Segundo Pimentel, a empresa também planeja adicionar a funcionalidade de roteirização de trajetos ao aplicativo, incluindo informações em tempo real sobre os veículos.

Informações: iBahia

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Metrô de Salvador está em obras há 13 anos; custo da construção dobrou

domingo, 17 de março de 2013

O metrô de Salvador está sendo construído há 13 anos. A obra já levou quatro vezes o tempo previsto, custou mais do dobro. E ainda não há previsão para que os trens entrem em operação.

O menor metrô do Brasil teria 12 quilômetros. A linha começa no Centro de Salvador e chegaria ao bairro de Pirajá, norte da cidade. Prazo de construção: 40 meses, a partir do início das obras, em janeiro de 2000. E lá se vão 13 anos, 160 meses, e apenas seis quilômetros estão prontos. E só com metade do trajeto o governo gastou duas vezes e meia o que era previsto para a obra inteira.

Os trens foram comprados em 2008. Seis composições e 24 vagões custaram cerca de R$ 100 milhões. Mas se entrassem hoje em operação, mais dinheiro precisaria ser gasto com a revisão de um equipamento nunca foi usado. É que a garantia do fabricante, uma indústria coreana, venceu.

O Conselho Regional de Engenharia diz que todo o equipamento pode ficar comprometido.
"Ele vai se degradando, vai endurecendo as partes de borracha. Então, toda a parte dos trens que foram comprados tem uma certa vida útil. Ele parado é até pior do que se estivesse em funcionamento", diz o engenheiro Luiz Edmundo Santos, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA).

Mas não só os trens parados precisam de manutenção. As quatro estações também. Duas são subterrâneas. A maior vai a 32 metros de profundidade. Ao longo de 4,5 quilômetros, a linha segue por uma estrutura aérea de concreto a 12 metros do chão, porque houve erro de planejamento.

Depois da obra iniciada descobriram que o metrô passaria por cima do canal da rede de esgoto. Só esse ajuste aumentou o custo em 20%. O Tribunal de Contas da União apura denúncias de superfaturamento e desvio de recursos.

Três administrações anteriores da prefeitura são investigadas. A atual quer transferir para o estado a responsabilidade de concluir a obra e operar o sistema.

"Se a prefeitura não tiver alternativa, que é a preferencial, de transferir o metrô para o governo do estado, nós vamos ter que dar uma solução de funcionamento, não há outro caminho", diz o prefeito ACM Neto.

As negociações já começaram, mas prefeitura e governo do estado ainda não se entenderam.
"Basicamente, a divergência está na integração do metrô com o ônibus e na tarifa a ser definida. Este é o ponto que falta a haver convergência. Vamos continuar trabalhando para encontrar um ponto em comum", afirma o secretário da Casa Civil da Bahia, Rui Costa.

Se já estivesse concluída e funcionando, a primeira linha do metrô baiano estaria transportando cerca de 200 mil pessoas por dia e pelo menos 300 ônibus deixariam de circular pelas ruas engarrafadas de Salvador.

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Novos trens do Metrô Salvador-Lauro de Freitas chegam em julho

domingo, 7 de junho de 2015

Dois novos trens do Sistema Metroviário Salvador-Lauro de Freitas estão a caminho da capital baiana. Os trens foram embarcados no porto de Masan, na Coreia do Sul, no início da manhã de quinta-feira (4),  e devem chegar ao Porto de Santos, em São Paulo, no dia 25 de julho.

A informação e fotos das composições, que possuem quatro vagões cada, foram divulgadas pelo governador Rui Costa por meio de seu perfil oficial no Facebook. "Assumimos um compromisso com Salvador e a sua concretização é certa. Somando os trens que já estão na cidade com as unidades previstas para os próximos meses, a população contará com 40 trens em circulação", destacou Rui. 

As obras da Estação Pirajá e da Linha 2 do metrô, que vai até a cidade de Lauro de Freitas, ainda estão em fase de execução pelo Governo do Estado. No final de abril, foi inaugurada a Estação Bom Juá, que beneficia mais de 70 mil moradores. Mais de 5 milhões de embarques já foram realizados no sistema metroviário baiano.

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Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Um estudo inédito revelou que a operação do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas fez com que a capital baiana deixasse de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos (de 2014 a 2021). O montante corresponde à emissão de 23.564 veículos comerciais leves, movidos à gasolina em um ano ou a 24.456 viagens de norte a sul do Brasil, considerando ida e volta. Lançado quando a CCR Metrô Bahia celebra nove anos de operação, o estudo “Projeto Economia de Baixo Carbono” é pioneiro dentro do próprio Grupo CCR, sendo a concessionária baiana a empresa escolhida para inaugurar a pauta.

“Sabemos que o CO2 é o principal gás de efeito estufa responsável pela intensificação das mudanças climáticas, então uma redução como esta é bastante significativa”, explica Onara Lima, Superintendente de ESG do Grupo CCR, destacando a importância da concessionária baiana e do modal na construção de uma Salvador mais sustentável e menos poluente. O estudo, realizado pela WayCarbon, empresa especializada no desenvolvimento de projetos corporativos sobre sustentabilidade e mudança do clima, destaca ainda que essa redução está em consonância com o Plano de Ação Climática da capital baiana, que visa a implementação de 100% da frota de transporte público com veículos mais eficientes até 2049 e a redução do número de viagens particulares em 25% até 2024.
Os dados também apontam que, devido à operação do metrô, houve reduções em relação a outros gases danosos à saúde humana, como o monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, metano, óxido nitroso, entre outros. “Além de transportar nossos clientes com segurança, conforto e rapidez, o metrô baiano promove mais qualidade de vida para as pessoas, numa mobilidade mais sustentável com impactos positivos também no meio ambiente”, explica André Costa, diretor da CCR Metrô Bahia.

Conforme explica Higor Turcheto, gerente da WayCarbon, para a metodologia, a WayCarbon estimou o total de emissões de CO2 num cenário onde não existiria o metrô baiano, diminuindo deste montante as emissões pelo uso de energia do metrô e as emissões indiretas, a exemplo do meio utilizado pelo passageiro para chegar ao metrô. Também foi realizada uma pesquisa com clientes do metrô baiano para coletar informações relacionadas às distâncias médias percorridas pelos passageiros usando os diferentes modais e aos modais que seriam utilizados na ausência do metrô. O resultado apontou que cerca de 90% das pessoas utilizariam ônibus para realizar a viagem, caso não existisse o metrô.

Mobilidade sustentável

A mudança climática é um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. De acordo com o relatório Climate Change 2021: The Physical Science Basis (IPCC, 2021), as emissões acumuladas de gases de efeito estufa (GEE), desde a revolução industrial, já levaram a cerca de 1,09 °C de aquecimento global, do qual 1,07 °C provavelmente deriva de ações humanas. Para limitar o aquecimento global induzido pelo homem, é necessário limitar as emissões de GEE, destaca também o relatório. No Brasil, como aponta o SEEG, o setor de transporte, em 2021, foi responsável por 8,39% das emissões, sendo que as emissões do transporte rodoviário, em específico, corresponderam a 7,79%. Isso significa por exemplo que, a eletrificação de todo o setor de transporte rodoviário, fazendo uso de uma matriz elétrica descarbonizada, teria o potencial de reduzir as emissões do país em quase 8%

Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), se a mobilidade urbana fosse baseada em veículos compartilhados e elétricos, as emissões de CO2 do trânsito poderiam cair 60%. “Nesse contexto, os sistemas de transporte em massa sob trilhos, movidos à eletricidade, são uma iniciativa importante na descarbonização do transporte urbano, reduzindo o uso de modais mais intensivos em GEE, por exemplo, carros e ônibus à combustão fóssil”, completa Turcheto.

Outras soluções inteligentes e sustentáveis do metrô baiano

Na Linha 2 do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, nove estações valorizam a utilização de recursos energéticos naturais adequados às condições climáticas brasileiras. As chamadas estações “típicas” são compostas por dez abóbadas metálicas alinhadas e sobrepostas que propiciam a entrada de luz e ar. Com isso, as luminárias das plataformas, mezaninos e acessos que possuem a iluminação natural permanecem desligadas parcial ou totalmente durante o dia, possibilitando uma economia de até 50% no consumo total de energia. Quando escurece, lâmpadas de LED garantem a iluminação plena com redução do consumo.

A CCR Metrô Bahia também adota práticas sustentáveis voltadas para a economia de água. Todas as estações da Linha 2 estão adaptadas para captar água pluvial para uso nas descargas dos banheiros, com um potencial total de economia de água potável de 190 m³ – a capacidade de reserva de água do sistema. A água de chuva é captada, armazenada em reservatórios e distribuída para esses locais. Outra ação de destaque é o reaproveitamento de água na lavagem dos trens. A máquina lavadora automática de trens obedece a padrões mundiais de tecnologia e normas ambientais e tem como principal finalidade, recuperar, tratar e reutilizar aproximadamente 85% do total da água utilizada.

A concessionária utiliza ainda arejadores econômicos para torneiras, monitoramento do consumo de água remoto através de telemetria, sensor nas escadas rolantes para redução de velocidade na ausência de usuários, entre outras ações. Em consonância com essas iniciativas, a CCR Metrô Bahia possui um trabalho de educação ambiental permanente que segue as diretrizes da política de sustentabilidade do Grupo CCR e visa a melhoria das comunidades onde atua.

Informações: Tribuna da Bahia
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Metrô de Salvador só entrará em operação em 2015, 18 anos depois do início das obras

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Em 2015, 18 anos depois do início da construção, o metrô de Salvador transportará, em média, 480 mil passageiros por dia. Pelo menos este é o plano do presidente do consórcio CCR Metrô Bahia, o engenheiro Harold Peter Zwetkoff, de 56 anos.

Convocado pela empresa a tocar o metrô soteropolitano, Zwetkoff, que já presidiu o Instituto Brasileiro Veicular (IBV) e a Controlar, diz que está empenhado em não frustrar novamente a população e garante fazer o metrô andar no próximo dia 11 de junho.

Ele aposta na expansão até Cajazeiras como um grande “benefício social” e promete concluir, até o final do mês, o projeto de viabilidade. 

Quais são os prazos vigentes para o metrô de Salvador?

Tem alguns marcos contratuais estabelecidos. Os principais são: início de operação assistida em junho, início de operação comercial em 15 de setembro da Lapa até o Retiro, início de operação comercial da Lapa até Pirajá em 15 de janeiro de 2015 e, depois, uma série de outros marcos intermediários, quando começa a Linha 2.

A gente vai até a Estação Detran em outubro de 2015, Rodoviária, Imbuí, Pituaçu e Centro Administrativo em abril de 2016, Mussurunga em outubro de 2016, junto com Flamboyant e Bairro da Paz, e depois Aeroporto, em 15 de abril de 2017. Ou seja, até abril de 2017, a gente conclui a instalação do metrô, da Linha 1 e da Linha 2, do que tem hoje previsto.

Existe, ainda, uma possibilidade de extensão de Pirajá até Águas Claras e Cajazeiras, mediante uma proposta que foi apresentada ao poder concedente, que tem que se posicionar se quer ou não quer fazer – tudo indica que sim – e uma extensão do Aeroporto a Lauro de Freitas.

Na Copa, o metrô levará torcedores ao estádio?

Uma coisa é a operação comercial normal, que começa em 15 de setembro. Antes, tem esse período de três meses de operação assistida, um prazo que é dado para o metrô e para os usuários começarem a interagir e entenderem como é que funciona e fazer os ajustes finais.

Isso começa em 11 de junho, com horário reduzido, sem cobrança de tarifa. Ao invés de funcionar de 5h até meia noite, funciona das 12h às 16h.

O trecho da Linha 1 começa a funcionar ainda sem a estação da Bonocô. Construir o elevado foi um erro?

Quando foi assinado o contrato, foram feitos vários marcos contratuais. A Estação Bonocô não consta do primeiro marco, ela está no terceiro marco – Lapa, Brotas, Campo da Pólvora e Acesso Norte, Retiro. É muito difícil avaliar uma decisão tomada no passado com as condições locais.

Tem uma série de justificativas que eu acho tecnicamente perfeitas. Tem três formas de fazer: enterrado, de superfície ou elevado. Enterrado é muito mais caro, de superfície você tem uma interferência muito grande com o trânsito e desapropriações. E elevado, no caso, deve ter sido a operação mais econômica. A decisão à época, eu tenho certeza que foi a melhor. Hoje, em função de outras demandas ambientais e estéticas, pode ser que a decisão tivesse sido outra.

No edital consta que algumas estações têm que ter estacionamento, além de locais para bicicleta. A ideia é essa, que a pessoa vá de carro até a estação?

Existe essa obrigação com relação a bicicletas. A bicicleta é um ponto fundamental de sustentabilidade, de mobilidade nas grandes cidades, além de ser saudável. Apesar de a temperatura de Salvador não ajudar muito e ter muita ladeira, também.

Então, existe a obrigação de colocar bicicletários e nós vemos com bons olhos. É uma forma fácil de integração, tendo em vista que o metrô te dá uma regularidade de viagem, uma previsibilidade, faça chuva ou faça sol, mas não tem a capilaridade que um sistema de transporte metropolitano precisa ter. Então, muitas vezes, você vai de bicicleta.

Existe a obrigatoriedade para estacionamento de carros?

Não existe, mas nós vamos em algumas estações buscar fazer essa integração com o automóvel, também, que é um público a atrair.

Qual a previsão de fluxo de passageiros no trecho até o Retiro depois da Copa?

A demanda de metrô tem um crescimento ao longo do tempo. No dia que nós inaugurarmos, uns curiosos vão querer saber como é. A adoção de um modal de transporte diferente é demorada. Nós achamos que no primeiro ano as pessoas vão aderindo aos poucos.

Posso te dar números aproximados: em 2015, média aproximada de 480 mil passageiros por dia; em 2016, de 550 mil por dia; em 2017, de 510 mil passageiros por dia; em 2018, 530 mil passageiros por dia e em 2019, média aproximada de 550 mil passageiros por dia.

Com esse fluxo, há lucro?

Toda forma de transporte público estruturante, como é o metrô, o investimento é muito alto. Gasta-se muito para construir um metrô. O custo para exploração pura e simplesmente do metrô nunca daria resultado. É por isso que é um modelo de Parceria Público Privada (PPP), é necessário que o governo aporte uma parte dos recursos e o privado complemente e recupere a parcela de investimento através da cobrança de tarifa.

Se você faz a equação econômica, o metrô é altamente vantajoso, porque você imagina que vai ter 400 mil usuários que vão usar o metrô nos três primeiros anos, e cada um economize uma hora por dia. Quanto vale uma hora por dia de cada cidadão, de 400 mil pessoas?

Vale muito dinheiro. Custo ambiental: quanto você ganha de redução de emissões, de tirar milhares de automóveis e ônibus da rua? Mas, como pagamento de tarifa, ele tem que ter uma parte subsidiada, que é o modelo de PPP. Da parte da concessionária, nós recuperamos nos 30 anos de exploração.

Para esta primeira etapa, qual será a contrapartida anual?

A contrapartida é de um modo geral. Ou seja, nós temos uma contrapartida de R$ 2,2 bilhões do governo do estado e do governo federal. Existe um cronograma de pagamento para isso, não é bem específico para marco um ou marco dois, porque uma parte dessa é complemento de tarifa também.

Cajazeiras entra no sistema quando? O projeto deveria ser feito pela CCR até janeiro. Está pronto?

Não que seja feito por nós. Nós temos uma obrigação de apresentar um estudo de viabilidade para levar o metrô de Pirajá até Cajazeiras. Nós vamos apresentar essa proposta para o governo do estado. A construção não precisa ser necessariamente feita por nós. O nosso negócio é operar o metrô. (O projeto) está pronto, nós entregamos uma primeira versão há duas semanas e agora vamos fazer alguns complementos. Até o fim do mês, a gente vai ter esse estudo pronto. O custo é irrelevante, é de engenharia, topografia, é 1% do valor total do investimento.

Qual acréscimo de passageiros ao sistema?

Ele acrescenta passageiros, mas esse acréscimo não é o mais importante do trecho. Hoje, nós temos uma população muito grande que mora ao norte de Pirajá, uma população de mais de 1 milhão de habitantes. Com integração (do metrô) com ônibus, grande parte dessa população vai pegar um ônibus e ao invés de ir até a Lapa ou até o Detran, vai até Pirajá, pegar o metrô e seguir viagem.

Quando você estende o metrô até Águas Claras, traz um benefício social muito grande, porque economiza o tempo de transporte das pessoas. Aquele trecho da BR-324 é sempre congestionado no horário de pico. O número de passageiros acrescentados não é proporcionalmente tão grande, estamos falando de alguma coisa da ordem de 30 mil passageiros por dia. 

O sistema prevê integração para alimentar metrô. Não teme rejeição inicial da população por conta do preço da tarifa?

A tarifa de metrô é de R$ 3,10, quer você ande uma estação, duas ou dez. Se a pessoa quiser pegar o metrô, só, é R$ 3,10. Existe uma tarifa de integração ônibus-metrô que está definida em R$ 3,90. Por R$ 3,90, a pessoa pega um ônibus, o metrô e um segundo ônibus. 

O projeto anterior prevê um trilho tradicional de lastro de brita, mas em todas as obras a partir de agora, será usada a tecnologia LVT (Low Vibration Track). O trem que rodará nos trilhos antigos terá tecnologia para rodar também nos novos?

O que já foi feito hoje foi feito em lastro de brita, não faz sentido desmontar e fazer um novo. O LVT é uma tecnologia mais moderna. Você tem uma laje de concreto, com uma sapata de concreto e uma base de um material absorvente. Aquilo reduz a vibração e o barulho do trem.

Terá vagões para mulheres?

Não está previsto até o instante. Nós chegamos agora, já estamos desencavando um longo histórico de metrô parado, então muitas coisas nós estamos aprendendo. Se houver uma demanda muito grande para vagão só para mulher, nós podemos fazer. 

E o intervalo entre os trens?

Nessa primeira etapa, primeira operação comercial, agora na operação assistida e depois em setembro e até janeiro do ano que vem, nós temos os seis trens existentes. Os trens novos que nós compramos vão demorar a chegar, porque são fabricados por encomenda.

Com esses trens, nós conseguimos fazer um intervalo de dez minutos. Mas, no futuro, com a ampliação da Linha 2 e a chegada de novos trens, vai diminuindo conforme a demanda e chega a três minutos no horário de pico e seis nos horários de vale. 

O senhor  garante cumprir os prazos. Acha que os baianos, acostumados aos atrasos, acreditam?

Parece brincadeira, né? Muitas vezes eu falo isso, parece que há uma irresponsabilidade nossa, ‘vamos inaugurar em junho’. A gente tem tido um empenho muito grande para não frustrar novamente o cidadão soteropolitano. Existem vários fatores (para a demora), mas talvez o principal seja a mudança do modelo de negócio.

A partir de duas décadas atrás, começou a existir um modelo de concessão que evoluiu até a PPP,  na qual o estado e o município ajudam com recursos. Ou seja, fazem a obra, como faziam antigamente, mas o parceiro privado é obrigado a investir uma parte  e recuperar o dinheiro através da operação.

Para nós, é impossível investir em metrô e depois não operar. Quando você faz uma PPP, você tem um compromisso e  só consegue recuperar seu investimento com a operação. Isso te obriga a operar, a terminar a obra no prazo e prestar um serviço de  qualidade, porque se não,  não atrai o usuário e toma multa. 

Um relatório do Tribunal de Contas da União apontou falhas na obra executada pelo consórcio Metrosal. Já foram corrigidas? Quanto custou?

Nós, quando participamos da licitação, fizemos a avaliação da estrutura existente das obras e dos trens e o que nós percebemos é que se encontram em muito bom estado. Existe a deterioração natural com o passar do tempo. Por exemplo, os trilhos tiveram que ser esmerilhados. Os trens passaram por manutenção.

Tem componentes eletrônicos, sujeitos à maresia. Mas nada fora do contexto normal. Todo túnel em rocha é natural que passe por regiões onde tem um lençol freático e tem alguma infiltração. Essa infiltração não compromete a estrutura do túnel, é perfeitamente normal nesse tipo de serviço.

Há algum constrangimento no fato de duas das acionistas da CCR estarem sendo acusadas pelo TCU de superfaturamento desta mesma obra?

Nenhum constrangimento. A CCR, da qual o Metrô Bahia faz parte, é uma empresa de capital aberto, que tem um conselho independente. Mais de dois terços das ações são negociadas em bolsa de valores. É uma empresa que tem uma governança muito rígida.

Algumas empresas que faziam parte do consórcio Metrosal têm ações na CCR. O fato de um consórcio ter prestado um serviço para o governo com o nome de Metrosal e alguns membros serem acionistas da CCR não tem nada a ver, não temos nenhuma relação com o Metrosal. Temos uma relação comercial com o governo do estado e, se houver alguma pendência que precisa ser reparada pelo Metrosal, nós vamos acionar o governo e eles vão acionar o Metrosal. 

O senhor era presidente da Controlar e foi processado no Rio Grande do Norte pelo MP por acusação de formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação. O que diz? 

Fui presidente da Controlar de 2009 a 2013. Essa questão  já foi enterrada há muito tempo. A Controlar era a empresa que explorava a inspeção veicular na cidade de São Paulo. O Rio Grande do Norte queria implantar um sistema semelhante, eu fui procurado por agentes do governo que queriam conhecer o nosso modelo.

Eu recebi esses agentes como recebi de diversos outros estados. E nessas conversas é natural que haja troca de informações, eu mandei cópia de e-mails com legislação de modelo de negócios e tudo que foi feito em São Paulo e uma dessas pessoas no Rio Grande do Norte foi, posteriormente, acusada, envolvida num escândalo de favorecimento. E como tinha e-mail meu, eu acabei sendo notificado, mas já foi julgado o processo, já viram que eu não tinha nada a ver. Fui sumariamente absolvido.

Por Clarissa Pacheco
Informações: Correio 24 Horas
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Metrô de Salvador irá funcionar gratuitamente de junho a setembro

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Os usuários do metrô de Salvador, administrado pelo Estado desde abril de 2013, terão gratuidade nos três primeiros meses de funcionamento do sistema.

A partir do dia 11 de junho, o equipamento funcionará em operação assistida, período em que a concessionária CCR fará testes antes de realizar a atividade de forma comercial.

O trecho da linha 1 do metrô, que será inaugurado no próximo mês, terá funcionamento diferenciado durante os dias de jogos da Copa do Mundo na Arena Fonte Nova, explica o presidente da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), Carlos Martins.

Do terminal Acesso Norte ao Campo da Pólvora, o serviço estará disponível duas horas antes das partidas até duas horas depois. De acordo com Martins, “durante a operação assistida, terão acesso ao metrô os torcedores que estiverem com o ingresso”.

Ônibus coletivos e outros veículos não credenciados pela FIFA também não terão acesso ao entorno da Arena, conforme estabelecido no plano de mobilidade para a Copa. A limitação de usuários de transporte público no perímetro do estádio também é adotada em outras cidades-sede.

Em dias sem jogos na Arena Fonte Nova e durante o período de operação assistida do metrô, o horário de funcionamento também será especial, das 12h às 16h, fora do horário de pico.

Para chegar ao ponto de partida do metrô no terminal Acesso Norte, os torcedores irão usar ônibus específicos credenciados pela Transalvador.
No Acesso Norte, os usuários serão identificados com uma pulseira e partirão de metrô até a Estação do Campo da Pólvora, próximo à Arena Fonte Nova.

De acordo com o titular da CTB, estarão à disposição quatro trens com quatro vagões cada e o percurso de metrô do Acesso Norte ao Campo da Pólvora deve durar cerca de 10 minutos.
A rota (Acesso Norte – Campo da Pólvora) está no perímetro monitorado pela Fifa. Em Salvador, a área monitorada foi definida pelo Comitê de Mobilidade da Copa, por meio do grupo de Mobilidade da Copa composto por representantes dos governos federal e estadual, além da prefeitura de Salvador .

O presidente da CTB destacou que, depois de quase 15 anos, o Governo do Estado conseguiu assumir a gestão do metrô que, conforme ele, será feita por meio de parceria público-privada.
O primeiro dos marcos (obrigações) contratuais é colocar em operação o trecho da linha 1. “Coincidentemente, a operação será iniciada dois dias antes do primeiro jogo da Copa na Arena Fonte Nova, que será realizado no dia 13.
Então vamos disponibilizar o trem para utilizar durante os jogos. O governo do Estado está consciente da sua responsabilidade em colocar o metrô para funcionar, mas o mais importante pra gente e dar continuidade a este processo”.

Limpeza dos terminais de integração

Outra obrigação da concessionária é assumir a manutenção dos terminais de integração de Pirajá, Mussurunga e na Rodoviária. “Nos últimos 15 dias começaram as intervenções nestas estações.
São serviços de pintura, limpeza, fechamento da área, melhorias em geral”, afirmou Carlos Martins.

A expectativa é que ainda este ano sejam iniciadas as obras da Linha 2, que vai do Acesso Norte até Lauro de Freitas. “Vamos oferecer 42 quilômetros de metrô. Será o terceiro maior do país, atrás apenas das duas maiores cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo”, comentou Martins.

Informações: Tribuna da Bahia
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Mobilidade urbana desafia grandes cidades como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os problemas de mobilidade urbana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário e em alguns casos precário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região metropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação está se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Já chega a 47% o total de domicílios no País que possuem automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008 o número era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê elevação desse porcentual. Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Segundo eles, se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenário. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o País deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e principalmente a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove têm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agência Estado, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

A cidade de São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhões ante uma população de 11,2 milhões - uma média de um veículo a cada 1,6 habitante. Em 2010, essa saturação causou em média congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias é espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trânsito e impõe soluções de engenharia distintas.

Lentidão na execução de obras de infraestrutura é um outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte demanda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de ônibus que trafegam em corredores exclusivos e possuem embarque e desembarque ágil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nível do ônibus), maior número de portas e cobrança da tarifa fora do veículo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto.

CURITIBA

Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referência nessa área. Para isso, tenta fazer com que a população diminua o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.

Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos, dos quais 845.774 automóveis e 109 mil motos, para uma população de 1,7 milhão de habitantes (Censo 2010 do IBGE). "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz Fábio Duarte, professor do programa de Gestão Urbana da PUC-PR.

Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que Estado e municípios adotem medidas conjuntas para melhorar o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."

A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). "Sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus", segundo a Urbs

Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra trânsito nas quadras seguintes.

Novas tecnologias vão beneficiar os usuários de ônibus - são 2,4 milhões transportados por dia útil, em um sistema integrado com tarifa única que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Está prevista uma operação para permitir com que a pessoa saiba em quanto tempo o ônibus vai chegar ao ponto e em que local o veículo se encontra. Existe também a expectativa de introduzir a bilhetagem eletrônica, para que o usuário recarregue o cartão de transporte dentro do ônibus. E serão instaladas câmeras nos veículos e em terminais para proporcionar mais segurança.

A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantação de equipamentos públicos são feitas de acordo com as normas de acessibilidade. "No sistema de transporte o índice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta é chegar a 100% até 2012." O órgão também informou que Curitiba tem atualmente cem quilômetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliação. "Está em fase final de elaboração um plano diretor cicloviário."

SÃO PAULO

São Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua população de 11,2 milhões de habitantes e, principalmente, da sua frota de veículos (6,9 milhões). A média é de um veículo a cada 1,6 habitante, o que já denota uma alta proporção entre motores e pessoas. Os analistas de trânsito chamam esse fenômeno de "individualização dos transportes", cenário caracterizado pelo excesso de veículos nas ruas e pelos congestionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade média de deslocamento na maior cidade brasileira é de 16 km/h, a mesma de uma carroça

A principal explicação para esse atraso está no desenvolvimento vagaroso da rede de transportes coletivos - ônibus, lotação, trem e metrô. Na capital paulista, a proporção da população que usa esses meios para sair de casa é de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrás, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que levantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade considerada modelo nesse quesito, são cerca de 70%. "Sofremos de uma histórica falta de investimentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preço caro da ilusão da ''sociedade do automóvel''", critica Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, instituição de defesa de direitos civis.

Os problemas não resolvidos ao longo de décadas desembocaram na adoção de medidas coercitivas. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo restringiu o tráfego de caminhões entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restrições foram impostas à circulação dos ônibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quantidade de equipamentos para fiscalização. Os 530 radares espalhados pela cidade conseguem flagrar, além das restrições já citadas, o desrespeito ao rodízio municipal de veículos e a invasão de faixas exclusivas para ônibus por automóveis.

De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estações do metrô, reduziram a média de congestionamento nos horários de pico em 2010 para 99,3 km. O número ficou abaixo dos 100 quilômetros pela primeira vez desde 2007.

Apesar de melhorias para o trânsito no curto prazo, as medidas restritivas são consideradas insuficientes por analistas. De acordo com o Broinizi, é necessário um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo para mudar a situação. Sua proposta, junto com outras organizações da sociedade civil, está em um documento chamado "Plano de Mobilidade e Transporte Sustentável", já aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores paulistana. O plano de ação pede mais agilidade na construção do metrô e de uma série de corredores expressos de ônibus (BRTs). Além disso, também recomenda a descentralização dos serviços públicos e centros funcionais, com o objetivo de desconcentrar o tráfego.

RIO DE JANEIRO

A geografia do Rio de Janeiro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminense oferece um desafio constante em relação à mobilidade urbana. Some-se a isso seguidos anos de ausência de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o coletivo. Um dos resultados desse descaso está em estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando as regiões metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

O doutor em Engenharia de Transporte e professor de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, afirma que falta transporte público para atender a demanda. "E o pouco que é oferecido, é de má qualidade." Segundo ele, um entrave na questão da mobilidade também passa pela atenção à "convergência radial" do Rio. "A configuração da cidade é a seguinte: existe um centro comercial e a maioria das viagens converge para aquele ponto. Para esse tipo de situação, o ideal, mostram estudos, é investir em transporte de massa para desafogar as vias", explica.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, diz que o porcentual da população que se utiliza de transporte público é de 70% entre as viagens motorizadas, ante um índice de 50% verificado em São Paulo. "Nossa maior tarefa para melhorar os índices de mobilidade é dar eficiência ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequação entre oferta e demanda." Ele admite que há uma oferta de ônibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regiões mais distantes, como a zona oeste. "Nossa tarefa é reverter esse quadro."

Paschoal concorda, mas mostra certa precaução com promessas: "Há anos é preciso mudar esse quadro, e o poder público insiste em investir em novas vias, em aumentar a largura delas. Essas ações atendem pontualmente, mas a longo prazo voltam os congestionamentos."

Como solução para os principais gargalos de locomoção, Paschoal enumera um planejamento em três pontos. Primeiro, de estratégia, o que significa fazer um diagnóstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ação tática. Com os dados estratégicos em mãos, implantar simulações para observar o impacto que intervenções propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um planejamento operacional. "Acompanhar os efeitos resultantes das ações de estratégia e tática."

Sansão lembrou que a Prefeitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitação do sistema de passageiros de ônibus de sua história. Em vez de 47 empresas, o sistema passou a ser operado por quatro consórcios. Para ele, o novo marco jurídico permitirá a gestão integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integração tarifária. "O Bilhete Único, que garante a realização de duas viagens (ônibus mais ônibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) já está em vigor e vai mudar o padrão das viagens realizadas no município."

Para os Jogos Olímpicos de 2016, Sansão afirma que o Rio contará com quatro corredores de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Serão eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlímpica e Avenida Brasil.

Para Paschoal, o governo passará a dar mais atenção ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpíada. "Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo estará tudo congestionado de novo", diz, tendo décadas de ausência de planejamento como respaldo para sua previsão.

BRASÍLIA

Cidade planejada, Brasília deveria ser hoje exemplo na mobilidade urbana. Não é. A capital brasileira, com 2,5 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mesmos problemas que outras capitais de mesmo porte. "Há um rápido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupação do solo, carência de um sistema viário eficiente e falta de políticas integradas entre os governos federal, distrital e municipal", afirma o secretário dos Transportes, Paulo Barongeno.

O arquiteto e urbanista Valério Medeiros cita que a "forte setorização (bairros distante uns dos outros), resultante do desenho de Brasília, contribui para dificultar a dinamização do espaço". Ele lembra que a cidade detém o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, distinção que impede certas mudanças em sua arquitetura.

Medeiros afirma que, além de buscar a integração entre meios de transporte e incentivar a população a diminuir o uso do automóvel, é preciso trabalhar com uma gestão metropolitana. De acordo com ele, além dos cerca de 30 municípios em torno do plano piloto - o projeto urbanístico - há cidades até de Goiás que sofrem influência de Brasília. "Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos diários entre todas as cidades. Os municípios crescerem não é um problema. É só necessário que esse crescimento seja acompanhado por políticas públicas."

A Secretaria dos Transportes informa que está em execução o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma "nova concepção de operação do sistema de transporte público coletivo, fundamentada na ideia de integração entre itinerários ônibus/ônibus e ônibus/metrô". O órgão também aponta que trabalha com um projeto cicloviário para Brasília e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalização e o "compartilhamento harmônico" das vias entre bicicletas e veículos.

Medeiros vê com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Brasília já possui uma das maiores malhas de ciclovia do País. "O terreno (da cidade) é suave, sem grandes subidas e descidas." O urbanista só lamenta o "preconceito" que algumas pessoas têm em relação ao ônibus e à bicicleta, como se utilizá-los denotasse perda de status. "É preciso uma mudança de cultura."

A obra de maior impacto em Brasília para a Copa do Mundo de 2014 será a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacidade e velocidade que os trens do metrô, porém menos poluidor e barulhento. A verba para a construção do VLT, que custará R$ 263 milhões e vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, estão garantidas, segundo o governo.

SALVADOR

Salvador perdeu o título de capital brasileira para o Rio de Janeiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e chegar longe, tornando-se "Capital do Mundo". Este é o título do projeto apresentando em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pretende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, porém, será desafogar o trânsito e garantir acesso de transporte público a todos os cidadãos.

Salvador tem os mesmos gargalos das maiores cidades do País, como excesso de carros, aglutinamento da região metropolitana e escassez de transporte de massa. Além disso, a topografia da cidade é acidentada, com praias e morros, cidade alta e cidade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. "O trânsito em Salvador é como um caminho de água. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. Só que isso tem sobrecarregado as principais vias, que ficam nos vales", explica a pesquisadora Ilce Marília de Freitas, do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Para evitar congestionamentos de veículos, é necessário aumentar a eficiência do transporte coletivo de Salvador, que transporta apenas 1,7 passageiro por quilômetro, enquanto o ideal seria entre 2,5 e 5 passageiros por quilômetro, segundo Ilce. A ineficiência se deve a falhas na cobertura do itinerário dos ônibus, baixa frequência das viagens e tarifa (R$ 2,30) considerada cara pela população de baixa renda. Isso explica porque 25% a 30% da população se deslocam a pé todos os dias, um índice alto. "Andar a pé ou de bicicleta é bom, mas não serve para grandes distâncias", diz Ilce.

O pacote "Salvador, Capital do Mundo" reúne mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliação da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, e a construção de duas novas avenidas. O principal projeto é a implantação do sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), inspirado no modelo de Bogotá, na Colômbia. O BRT soteropolitano prevê 20 km de vias, tráfego em corredores exclusivos e ligação com o aeroporto e com a zona metropolitana.

Orçado em R$ 570 milhões, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. "O sistema foi escolhido porque é três vezes mais barato que o metrô e aproveita condições de infraestrutura da cidade", afirma Renato Araújo, chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes do Salvador.

Para a pesquisadora da UFBA, o sistema é bem-vindo, mas não resolverá sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metrô. Nesse quesito, a evolução é lenta: após oito anos de obras, a primeira etapa do metrô (Lapa-Acesso Norte) ficará pronta em 2011.

RECIFE

Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar ênfase na qualidade do transporte público na região metropolitana de Recife. Com isso, pretende incentivar a população a usar ônibus e metrô e a diminuir o uso do automóvel. A meta é melhorar a mobilidade urbana. O secretário das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo é necessário porque as ruas do Recife já estão "fartamente" ocupadas, e a frota de veículos cresce mais de 7% ao ano. "Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas estreitas e qualquer razoável obra viária tem um custo muito alto de desapropriação."

Peixoto, que acumula o cargo de presidente do Grande Consórcio Recife, responsável por gerenciar o transporte público da capital e região metropolitana, admite que hoje não há qualidade no ônibus e no metrô. "O transporte público tem capilaridade, mas não tem qualidade. É preciso garantir eficiência, conforto e pontualidade para incentivar as pessoas a usá-lo, deixando o carro em casa."

Para a Copa, uma das metas do governo é construir o Terminal de Metrô Cosme e Damião. Com 39,5 km de extensão e 28 estações, a rede de metrô do Recife é atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficará na linha Centro, entre as estações Rodoviária e Camaragibe. A obra permitirá que passageiros que cheguem à rodoviária tenham acesso à linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

A Leste-Oeste terá a implantação de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxangá à Cidade da Copa, onde serão realizados os jogos, em um trecho de três quilômetros, em São Lourenço da Mata. Nesta região, o BRT fará o atendimento tanto ao terminal integrado e estação do metrô de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estação de metrô de São Lourenço.

Nos mesmos moldes será o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Bezerra e o centro do Recife. Com 15 km de extensão, terá conexão com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxangá Leste-Oeste. Este abrigará faixa exclusiva de ônibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista à Caxangá, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil veículos que circulam pela via. Aquele será uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de tráfego de veículos para a zona sul da cidade. O projeto também contempla uma ciclovia.

O consultor em transporte urbano Germano Travassos afirma que o "Recife está caminhando para ter uma rede (de transporte) tão densa quanto à de Curitiba". A capital do Paraná é pioneira no País em projetos nessa área e vista como referência. "A região metropolitana do Recife foi a que mais avançou (no País) em termos de ações integradas." O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte público e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco que tem sido feito para dar conforto e segurança para quem usa ciclovias. "Não temos muito o que apresentar a não ser boas intenções no quesito bicicleta."

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de carros, motos, ônibus e caminhões nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as categorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes individuais: motos (114%) e carros (38,8%). Os ônibus aparecem em terceiro lugar (24%).

O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como o resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drasticamente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um "atentado à mobilidade urbana".

"Com esse crescimento da frota, não há investimento público em túneis e viadutos que suporte a demanda", afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas últimas duas décadas, o transporte coletivo perdeu muita qualidade, o que acelerou a migração para o transporte individual. "O transporte coletivo ficou insustentável", diz.

Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslocamentos são feitos por transportes coletivos (ônibus e trens). "Nossa meta é chegar a 70% até 2030, como na cidade de Barcelona", afirma Cesar. "No início da década de 90, esse índice já alcançou 65%, mas foi perdendo participação para os carros".

A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urbana. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pedro II, entre outras, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans. Em outra vertente, a cidade também aposta em um ambicioso projeto de 345 quilômetros de ciclovias, o segundo maior do Brasil, atrás somente de Porto Alegre, com 495 km.

Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs - principais projetos das cidades brasileiras para a Copa - são muito úteis. "Não dá para permitir a concentração em apenas um meio de transporte", diz. Por outro lado, correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda já supera 40 mil passageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo é o transporte por trens urbanos, mas, por falta de recursos, elas não entraram no pacote de infraestrutura para a Copa.

PORTO ALEGRE

Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos viários logo no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Na zona norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, principal passagem para veículos de passeio e carga entre a capital gaúcha e a região metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veículos por dia, uma saturação que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vários trechos.

Na sequência da rodovia fica outro gargalo - a ponte do Rio Guaiba - que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de içamento está ultrapassada e não serve mais para o cenário atual, em que o fluxo de veículos na região é consideravelmente maior.

Hoje, a solução para os dois pontos de afogamento da mobilidade urbana dependem de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Rodovia do Parque, da BR-386 até a BR-290, deve ficar pronto em dois anos, e criará uma rota alternativa entre a região do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com destino à capital. Já a conexão com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que não condicione o tráfego a interrupções, segundo Lindau.

Dentro de Porto Alegre, o excesso de veículos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) é o principal problema, associado a corredores de ônibus lotados. A situação tende a se agravar com o crescimento anual da frota estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. "A motorização será mais forte na periferia, onde os aumentos recentes da renda familiar têm possibilitado à população a compra de veículos", afirma Lindau. "O uso do carro não é um mal em si. O problema está no uso em excesso e nos horários de pico", ressalva.

O único jeito de escapar à paralisia está no investimento pesado em transportes coletivos e alternativas complementares. Nesse quesito, o cenário é otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um tipo de corredor expandido, com estações fechadas, veículos maiores e faixas exclusivas para o tráfego. Até a Copa de 2014, estão previstas 11 estações, em vias como as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no centro da cidade.

A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Cicloviário, já sancionado, quer expandir a rede atual de 7,9 km de ciclovias para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serório em 2011. "Não pensamos a bicicleta apenas como lazer. Buscaremos integrar as ciclovias ao transporte público, para que o cidadão possa utilizar a bicicleta e ônibus para deslocamentos", afirma a EPTC. (Reportagem de Renan Carreira e Circe Bonatelli)
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