“Esses números mostram que há alguma coisa errada com o trânsito de Londrina. Enquanto não se investir em um transporte coletivo confortável, com horário pontual e maior número de veículos, já que somos mais de 500 mil habitantes, a cidade continuará a viver com esse tipo de problema. A situação é tão complicada que a PM está investindo na compra de motocicletas para os policiais poderem chegar mais rápido em algumas ocorrências”, disse.
A frota do transporte coletivo da cidade é de 370 veículos e para o diretor de transportes da CMTU, Wilson de Jesus, aumentar esse número só agravaria os congestionamentos. “Os ônibus também sofrem com o grande volume de veículos nas ruas. No início do ano, a velocidade média dos coletivos era de 20 km/h, atualmente caiu para 16 km/h. Se colocarmos mais ônibus nas ruas essa velocidade diminuirá ainda mais”, explicou.
O diretor da CMTU defende que a solução para os problemas do trânsito passa por um privilegiamento do transporte coletivo, o que o tornaria mais ágil e atrairia novos usuários. Como consequência, diminuiria o número de carros pelas ruas. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) está desenvolvendo estudos para a criação de faixas exclusivas e canaletas para os ônibus coletivos. Essas mudanças, como explica a gerente de Trânsito do Ippul, a engenheira Cristiane Biazzono Dutra, são para longo prazo.
No entanto, o primeiro passo já está sendo dado, que é promover alterações na lei do sistema viário para o novo Plano Diretor, prevendo as modificações futuras das vias. “Para isso precisaremos aumentar o espaço das ruas, com o alargamento das vias, e com mais faixas de rolamento. Estamos trabalhando para garantir o aumento da capacidade viária, não para chamar novos veículos individuais, mas para o uso exclusivo do transporte coletivo. A solução para os problemas do trânsito está no investimento nesse tipo de condução e também nos sistemas não motorizados, como as bicicletas”, disse.