Com isso, só resta aos usuários improvisar. Alguns usam guarda-chuva ou sombrinha, outros procuram marquises de comércios próximos e alguns ainda buscam sentar em bancos de vendedores ambulantes, que são comuns nos pontos de espera mais movimentados. “A gente procura uma sombra para fugir do sol porque às vezes a condução demora muito e a única sombra é a do poste de iluminação”, afirma o funcionário público Carlos Silva, que toma ônibus na zona Sul de Teresina, onde mora.
Mas mesmo nos abrigos existentes, 570 no total, as reclamações são muitas. Os
passageiros alegam que o teto é pequeno, não protegendo do sol e muito menos da chuva, quando é grossa. Além disso, alguns abrigos possuem bancos de ferro, que esquenta muito com as altas temperaturas de Teresina. “Queria ver um desses políticos sentado aqui 5 minutos para vê se ele agüenta”, provoca a estudante Cibele Rodrigues.
Por conta disso, a Strans já decidiu modificar o material utilizado em algumas paradas, principalmente na Avenida Frei Serafim, a mais movimentada da cidade. Lá, os abrigos de ferro foram substituídos pelos de madeira, mais confortáveis.
A diretora de Transportes e Trânsito da Strans, Alzenir Porto, explica que o problema das paradas de ônibus não é tão fácil de ser resolvido e diz ainda que é preciso da compreensão e participação da população na solução do problema.
“Apesar de existir somente 570 abrigos com cobertura construída pela Prefeitura de Teresina, isso não significa que os demais há a necessidade de se construir um. Há alguns pontos de ônibus, por exemplo, em que os usuários aguardam o transporte na marquise de lojas que ficam em frente ao local de parada do veículo. Nesses lugares, a colocação de um abrigo causaria transtornos ao comércio, com a perda do estacionamento, acúmulo de sujeira por conta dos próprios usuários”, explica a diretora.
Alzenir ressalta também que há centenas de pontos de ônibus que não há motivo para a construção de abrigos, porque são localizados em finais de linhas e os passageiros, assim que descem os ônibus, seguem logo para suas casas. “São pontos de desembarquedas linhas centrobairro, onde ninguém fica esperando por condução. É somente ponto de chegada e não de partida”, conta Alzenir Porto. Nas contas dela, cerca de 800 pontos de ônibus da capital estão incluídos nas duas situações: ou são áreas de desembarque ou os usuários utilizam as marquises de comércios.
Fonte: Tribuna do Sol