Tudo não passou de um susto. Em assembleia realizada no final da tarde desta terça-feira (25), na sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), os rodoviários decidiram suspender a greve marcada para quarta-feira (26). A categoria reivindicava 16,4% de aumento, mas aceitou um reajuste de 6% no salário oferecido pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps).
A greve dos rodoviários foi anunciada na última quinta-feira (20), quando a negociação entre empresários e trabalhadores travou em 2,8% de reajuste salarial. Antes, a categoria já havia promovido o atraso da saída dos ônibus das garagens, deixando os pontos cheios de pessoas à espera de um meio para se locomover pela cidade.
Com a ameaça de greve, os rodoviários também conseguiram um aumento de 10,7% no ticket refeição, 6% no plano de saúde, Participação no Lucro Líquido (PLL) de 15% no salário base, dois domingos de folga ao mês e o aumento de um dia na gratificação do carnaval.
Mesmo com a confirmação da greve, a população soteropolitana não ficaria “a ver navios” nos pontos de ônibus da cidade. A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), desembargadora Ana Lúcia Bezerra, concedeu esta tarde uma liminar que determinava a circulação de 70% da frota da cidade durante a greve.
A medida seria válida para os horários de maior fluxo de pessoas, das 5h às 8h e das 17h às 20h. Nos demais períodos do dia, 50% da frota atenderiam a população. A decisão foi favorável a uma ação solicitada Seteps.
Na liminar, a desembargadora considerou aspectos como a natureza essencial da atividade e o fato que, em Salvador, não há opção de transporte alternativo viável à maioria da população. Com isso, a greve causaria prejuízos inestimáveis à população. A magistrada estabeleceu multa de R$ 70 mil para cada dia de descumprimento da decisão, bem como para casos de manifestações que possam ameaçar ou constranger direitos de terceiros, ou causar ameaça ou dano à pessoa ou propriedade.
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