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ANTT e prefeitos querem nova regra para transporte no Entorno do DF

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e prefeituras do entorno do Distrito Federal defendem mudança no sistema de transporte coletivo como solução para a precariedade dos ônibus que atendem a região. O tema foi discutido em audiência pública, nesta terça-feira (6), na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara. Prefeitos, vereadores e representantes de associações de moradores traçaram um quadro caótico do transporte público na região.

Entre os problemas, foram citados ônibus lotados e sucateados, concentração de linhas em poucas empresas rodoviárias, não atendimento dos direitos de idosos e de pessoas com deficiência, além de passagens caras. Como o transporte na região é considerado interestadual, o morador do entorno paga, em média, R$ 4,50 em cada deslocamento entre sua cidade e Brasília. Já dentro do DF, no entanto, esse valor não passa de R$ 3.

Integração
A ANTT reconhece que o sistema de transporte urbano é o melhor modelo a ser adotado na região. Para isso, no entanto, a superintendente de serviços de transporte de passageiros da Agência, Sônia Haddad, explica que seria necessário um convênio envolvendo prefeituras e governos de Goiás e do DF.

"Pela Constituição, a ANTT é responsável pelo transporte interestadual; e o município, pelo transporte local. Então, a gente tem que criar esse instrumento legal, que seria o convênio, para viabilizar essa delegação administrativa para que o governo local associe o transporte interestadual na sua gestão do transporte urbano”.

Já existe um esboço desse convênio. Os governos de Goiás e do Distrito Federal ainda discordam de alguns pontos do texto, apesar de a maioria das prefeituras defender o novo instrumento. Enquanto o convênio não sai, a ANTT mantém o cronograma de licitação de linhas de ônibus na região, prevista para março do próximo ano.

Regras diferentes
Adonis Gonçalves, representante da secretaria de transporte do Distrito Federal, explicou que um dos motivos da resistência do GDF ao convênio está na diferença de modalidade de transporte existente hoje na região. Em Brasília, por exemplo, a tarifa não é fixada em função da quilometragem rodada. "Então, a pessoa que mora em Planaltina (DF) deveria pagar R$ 4. Só que o Plano Piloto, que deveria pagar R$ 1, paga R$ 2 exatamente para compensar Planaltina porque é um subsídio cruzado: onde a sociedade ganha mais, paga mais”.

Já as linhas do entorno, segundo ele, têm um modelo tarifário diferenciado: quanto mais longe, mais a pessoa paga, porque é um modelo tarifário baseado na quilometragem. “Se o governo federal assumir a gestão do transporte na região do Entorno, terá que mudar esse modelo, para dar um tratamento igual a todo mundo".

Protestos

O prefeito de Planaltina de Goiás, José Olinto Neto, já promoveu várias manifestações em rodovias federais para denunciar a situação do entorno. Neto afirmou que está cansado de promessas e sugeriu mais pressão sobre os governos em prol do convênio. O prefeito ameaçou convocar seus colegas do entorno para fechar os acessos a Brasília.

"Licitação? Para vir uma outra empresa com uma passagem de R$ 4,50, subindo todo ano e com o mesmo sistema de transporte, não resolve mais não. Nós temos que mudar o sistema, mudar a filosofia de semiurbano para urbano. Nós precisamos é de ação agora. Ou então, junta todo mundo: eu fecho a BR 020, junto com o povo de Formosa; o povo de Águas Lindas fecha a BR 070, junto com o povo de Santo Antônio (do Descoberto); e o povo de Valparaíso, Novo Gama e (Cidade) Ocidental fecha a BR 040. Vamos sitiar o Distrito Federal e aí o Brasil inteiro vai ver a vergonha do transporte público da região metropolitana de Brasília".

Solução negociada
A autora do requerimento para a audiência pública, a deputada Flávia Morais (PDT-GO), acredita em uma solução negociada. Ela também sugeriu a mobilização popular, mas por meio das redes sociais. "Eu acredito em uma solução sem radicalização. A sensibilização em favor da causa é mais importante do que a força. E não queremos palanque. Nós queremos realmente resolver o problema e, para resolver, precisamos ter as partes interessadas sensibilizadas com a questão. Os governos precisam entender que essa é uma grande prioridade dessa região, que está sofrendo muito com a qualidade dos serviços".
Flávia Morais lamentou a ausência de representantes do governo de Goiás na audiência pública.


Informações da Câmara dos Deputados

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Mais 78 novos ônibus para renovação do transporte coletivo do Distrito Federal

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O processo de renovação da frota do transporte público do DF dá mais um passo. Desta vez, 78 novos ônibus vão ser entregues à população que utiliza as linhas do Guará, Park Way, Arniqueira, Águas Claras, Taguatinga (ao sul da avenida Hélio Prates) e Ceilândia. Os coletivos zero-quilômetro da Viação Marechal serão apresentados nesta quinta-feira (29), às 9h, na altura da Estação 102 Sul do Metrô.

Desde 2019, a frota de ônibus do sistema de transporte público do Distrito Federal passa por uma renovação, que ocorre para garantir que os veículos não ultrapassem o prazo de sete anos (ou dez, no caso dos articulados e padrons) em circulação | Foto: Divulgação/Semob-DF

Esses 78 coletivos recém-chegados possuem ar-condicionado e vêm equipados com motor Euro 6, são menos poluentes e possuem acessibilidade e elevador para acesso das pessoas com deficiência, com avanço tecnológico e conforto. Também contam com o validador V6, com funcionalidade EMV, que permite aos passageiros pagarem as passagens por meios eletrônicos (com uso de cartões de transporte e de débito e crédito).

“São ônibus que têm menos impacto em poluição, que atendem com mais qualidade, menos ruído, mais agilidade, mais regularidade. Com isso, a gente tem um transporte mais confortável, mais previsível e com um atendimento muito mais adequado às necessidades do usuário do nosso transporte” Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade

Ao todo, a Viação Marechal vai renovar 377 veículos. Para agosto, estava prevista a entrega de 55 veículos e a empresa conseguiu entregar mais ônibus. Agora, são 78 nesta primeira fase. A concessionária – que opera 144 linhas, com 464 coletivos – é responsável por cerca de 3,2 milhões de acessos todos os meses.

“Esses ônibus vão substituir aqueles que atingiram o limite de vida útil, proporcionando mais conforto e segurança aos passageiros”, explica o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.

“São ônibus que têm menos impacto em poluição, que atendem com mais qualidade, menos ruído, mais agilidade, mais regularidade. Com isso, a gente tem um transporte mais confortável, mais previsível e com um atendimento muito mais adequado às necessidades do usuário do nosso transporte”, acrescenta.

Desde 2019, a frota de ônibus do sistema de transporte público do Distrito Federal passa por uma renovação, que ocorre para garantir que os veículos não ultrapassem o prazo de sete anos (ou dez, no caso dos articulados e padrons) em circulação. Do total de 3 mil ônibus, cerca de 2.700 já foram trocados. Com isso, a média de idade da frota do DF é de apenas três anos e meio.

*Com informações da Semob-DF

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Renovação do transporte público no Distrito Federal sem reajustes nas tarifas

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Uma importante etapa do processo licitatório para o novo modelo do Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC) foi divulgada na última quinta-feira (25) pelo Governo do Distrito Federal. Três das nove empresas concorrentes foram habilitadas a operar no futuro sistema. A expectativa é de que, até maio de 2013, o novo transporte público seja utilizado pela população. Não haverá reajuste nas tarifas.

“Esperamos, com o novo modelo, uma maior fluidez dos ônibus, pontualidade e total integração das linhas, com menor custo para população. Desde 2009 há uma ordem judicial para fazer essa licitação e renovar  o sistema, e nenhum outro governo teve a coragem de fazer isso, até agora”, declarou o secretário de Transportes, José Walter Vazquez.

O governador Agnelo Queiroz destacou o rigor do processo. “Até o meio do próximo ano, estaremos com ônibus novos e um sistema completamente modernizado”, disse.

A previsão do GDF é que, até dezembro deste ano, pelo menos três contratos estejam finalizados, para que três bacias sejam licitadas no novo sistema. A primeira será a Bacia 2, que abrange as cidades do Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, parte do Park Way, Jardim Botânico e Itapoã. A frota prevista é de 640 ônibus. O edital divide o DF em cinco bacias e estabelece que cada concorrente deve controlar apenas uma delas.
A partir deste 26 de outubro, as empresas concorrentes terão até cinco dias úteis para apresentarem recursos ou questionamentos à Comissão de Licitação, com mais cinco dias úteis para levarem suas contra-argumentações. Depois da publicação do resultado dos recursos, outros cinco dias são previstos para as empresas apelarem diretamente ao secretário de Transportes.

Caso não haja novos concorrentes vencedores para alguma das duas bacias restantes, será aberto um novo prazo de 30 dias para apresentação de propostas, não sendo necessário reiniciar todo o processo. “É a maior licitação da história. Vai gerar, considerando a renovação por mais 10 anos dos contratos, R$ 16 bilhões”, afirmou o secretário.

Habilitadas
As empresas Cidade Brasília, Pioneira e São José foram as concorrentes habilitadas para continuar no processo, por serem as únicas a apresentarem todas as documentações exigidas e não terem qualquer restrição judicial ou administrativa. As três concorrem por todas as cinco bacias.
Até a Viplan, uma das maiores empresas do Distrito Federal, ficou de fora da licitação

O Consórcio Brasília, Viplan, Consórcio DF, Santos&Pradela, Rio Preto e Vera Cruz foram inabilitadas do processo respectivamente por: ter a certidão de débitos cancelada pela Receita Federal; não apresentar todas as certidões exigidas; estar com o balanço em desacordo com edital; não ter o atestado técnico homologado (Santos&Pradela e Rio Preto); e estar fora das exigências do processo licitatório.

DFTrans

Durante a divulgação da recente etapa do processo licitatório, o diretor-geral do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Marco Antônio Campanella, afirmou que foi aberta uma sindicância para identificar a responsabilidade pelos vários ônibus que, há dois meses, não circulam de maneira adequada no DF. 

“Não descartamos tomar medidas administrativas e judiciais para apurar os fatos”, informou Campanella. A sindicância tem previsão de durar até 30 dias.

Informações: Clica Brasília

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Maior parte dos ônibus do DF pertence a apenas três grupos empresariais

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ao longo das últimas décadas, o serviço de transporte público no Distrito Federal passou a refletir o total descontrole por parte do poder público. O oligopólio na exploração do serviço e a falta de licitação pública são as outras marcas registradas do sistema. A maior parte dos 2.975 ônibus pertence a três grandes grupos empresariais — Grupo Amaral, Viplan e Viação Planeta —, que, juntos, detêm 2.042 ou, 68,6% dos coletivos. Coincidentemente, também são eles que insistem em manter veículos velhos em circulação. Alguns rodam com 25 anos de fabricação, quando o limite fixado pelo governo é de sete anos.

A pedido do Correio, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) destrinchou o perfil do sistema que causa tantos transtornos à população. O documento mostra que a idade média da frota do grupo de Wagner Canhedo é a mais alta. No total, ele é dono de 730 veículos distribuídos entre as empresas Viplan, Condor e Lotaxi. Os carros dessa última têm, em média, 15,4 anos, mais que o dobro do permitido. Em seguida, vem o grupo do empresário Nenê Constantino, composto pela Viação Cidade Brasília, Satélite, Pioneira e Planeta. O tempo médio de uso dos 878 ônibus de sua propriedade varia de 5,41 a 7,12 anos. Apesar de estar dentro do limite tolerado pelo governo, ele mantém veículos com 19 anos de fabricação (veja quadro).

No dia a dia, os reflexos para os usuários são os piores possíveis. Viagens interrompidas por falhas mecânicas, bancos e barras de ferro quebrados e pneus carecas são algumas das situações relatadas pelos usuários. Na avaliação do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Setransp), no entanto, ônibus quebrado é uma “fatalidade” que acontece em qualquer cidade. Mas, no DF, a frota está mais sujeita a problemas porque “há quase seis anos, não ocorre equilíbrio da tarifa, motivo pelo qual a renovação da frota foi cancelada”.

Os empresários também se isentam dos constantes atrasos atribuindo o problema ao congestionamento das vias. Por meio da assessoria de imprensa, o presidente do Setransp, Wagner Canhedo, disse que “nas saídas das principais cidades-satélites, esse problema é patente nos horários de pico, o que gera atrasos”. E citou que os governantes de cidades como Rio de Janeiro e Londrina “adotaram medidas simples que viabilizaram o transporte público por meio de faixas exclusivas, com baixíssimo custo e em curto espaço de tempo”.

Insegurança
Motoristas e cobradores também sofrem as consequências da falta de investimentos. Estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários aponta que pelo menos 25% dos 12 mil funcionários enfrentam até 12 horas de serviço, quando deveriam cumprir metade desse tempo. “Para reduzir o custo com a mão de obra, as empresas estimulam o trabalhador a fazer uma jornada maior e paga pela produtividade. Mas isso gera estresse e o profissional acaba não sendo tão cortês e tolerante com o passageiro”, avalia João Osório da Silva, presidente da entidade. O problema do excesso de trabalho deve chegar ao fim após o último acordo coletivo. Ficou acertado que os trabalhadores podem fazer hora extra, mas, no máximo, duas horas por dia.

A falta de terminais e a precariedade dos existentes são fatores que também contribuem para a má prestação do serviço. No fim da Asa Norte, por exemplo, não existe estrutura para parar os ônibus, que acabam estacionados em um terreno próximo, de terra. “Na época da seca, o veículo já sai coberto de poeira. No tempo da chuva, é barro. Sem falar que o motorista e o cobrador ficam impossibilitados de satisfazer suas necessidades fisiológicas básicas”, destaca Osório Silva.

Os congestionamentos e a violência também fazem parte da rotina dos funcionários. “Fui assaltado nove vezes em 11 anos de profissão. Continuo trabalhando por falta de opção. Mas é difícil sair de casa e ouvir meu filho dizer: ‘Papai, cuidado com o bandido’”, desabafa um motorista de Ceilândia que pediu para ter o nome preservado. Na última investida dos criminosos, ele ficou sob a mira de um revólver engatilhado. O rapaz que apontava a arma para a sua cabeça parecia descontrolado. “Em uma das vezes, acertavam o cabo do revólver na minha cabeça. Não cheguei a desmaiar, mas fiquei passando mal por muito tempo”, relata.(AB)

Décadas de desmando
O Governo do Distrito Federal reconhece os problemas, mas destaca que tomou decisões para ter o controle do sistema de transporte público e promover a renovação da frota. A retomada do Sistema de Bilhetagem Automática, gerida pela Fácil até 15 de junho, é apontada como uma grande conquista. Também foi lançada a concorrência pública de 1,2 mil veículos, 300 deles destinados a operar na Linha Verde, na Estrada Parque Taguatinga. Os certames estão suspensos por determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal, mas a meta é licitar todos os veículos em circulação até o fim do mandato de Agnelo Queiroz. O Executivo também tem projetos de melhoria das vias e controle automatizado do sistema.

O secretário de Transportes, José Walter Vazquez, revela que 75% da frota opera sem licitação. “Tínhamos uma figura atípica na relação entre permissionários e governos. A Fácil detinha todo o sistema de informação e era totalmente controlada pelos empresários. O governo recebia informações de segunda mão e apenas o que era de interesse deles”, explica.

Segundo Vazquez, isso implicava em desconhecimento sobre a realidade do sistema. O governo não sabia quantos passageiros eram realmente transportados, quantas linhas existiam ou o número de veículos em circulação. Também eram os empresários que informavam ao GDF quantos estudantes, idosos e deficientes físicos beneficiados com a gratuidade haviam sido transportados. “A retomada não foi fácil. Se o sistema saísse do ar, o transporte público no DF teria parado. Mas conseguimos fazer a transição com relativo sucesso”, avalia Vazquez.

Dentro da estrutura do governo, o DFTrans é responsável por fiscalizar e garantir transporte público de qualidade à população. Mas, para tanto, conta apenas com 80 auditores fiscais em seu quadro. Há um concurso público em andamento com previsão de 25 vagas. Diretor-geral do órgão, Marco Antônio Campanella detalha que, entre 26 de julho e 5 de agosto, o governo atendeu a 28,5 mil novos estudantes e recarregou 78 mil cartões do programa Passe Livre sem os tradicionais transtornos causados pelas longas filas. “Isso já é benefício para a população, mas não aparece. A tarifa foi mantida e não houve greve”, destaca.

Para Campanella, o momento ainda é de combate às fraudes relativas à gratuidade das passagens. O governo já está economizando R$ 2 milhões por mês ao rever benefícios concedidos de forma irregular. Desde que assumiu o SBA, foram cancelados 17.065 cartões. Para se ter ideia do tamanho do problema, em um único mês, 17 cartões geraram uma despesa de R$ 67 mil ao Executivo. “Descobrimos que ônibus da Viplan estavam cadastrados para circular em praticamente todas as localidades do DF. Havia linhas cadastradas na Fácil e que o DFTrans desconhecia a existência. Hoje, sabemos quantos quilômetros foram rodados e o número de passageiros transportados. Isso vai nos permitir fazer o planejamento estratégico”, pontua.



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Mais de mil ônibus do DF já aceitam cartões de crédito e débito como forma de pagamento

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Falta apenas uma semana para que os 2.900 ônibus do Distrito Federal comecem a adotar cartões de crédito ou débito como pagamento das passagens, além do BRB Mobilidade. Os novos validadores estão em fase de instalação nos coletivos. Até o momento, há aproximadamente mil veículos habilitados para aceitarem pagamentos com cartões e por aproximação. A previsão é que até 1º de julho todos os coletivos já estejam com os equipamentos habilitados.

Apesar de a novidade ainda ser pouco conhecida pelos usuários do transporte coletivo, os passageiros da linha 0.116, que corta a Asa Norte, aprovaram. “Isso é  maravilhoso. Eu não sabia que já estava valendo. Vai facilitar muito a vida do passageiro, que muitas vezes não tem dinheiro trocado. Com o celular também vai ser ótimo; se esquecer o cartão ou a carteira, tem como pagar por aproximação”, avaliou a gerente administrativa Rosângela Carneiro Luz, 58.

Já para a cobradora da Piracicabana Alcione da Silva, 48, o principal benefício da nova medida é a segurança que vai ganhar no trabalho: “Eu nunca sofri um assalto dentro do ônibus, mas sempre tinha medo. Agora os bandidos sabem que não temos dinheiro dentro do coletivo, então isso não vai ser mais um atrativo para eles, e a gente pode trabalhar mais tranquilo também. Eu já comecei a reparar que nos últimos dias o pagamento em espécie diminuiu bastante”.
A nova medida visa modernizar o Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal (STPC-DF), além de garantir mais segurança e transparência tanto aos usuários quanto aos prestadores de serviços. Segundo dados da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), em 2023, o pagamento da passagem com dinheiro em espécie representava um montante de R$ 278,5 milhões, o equivalente a 31% do total de acessos. 

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno José Andrade Gonçalves, o fim do pagamento das passagens em dinheiro será gradativo, conforme adesão dos usuários. “Até o final de junho, todos os ônibus já estarão com o novo sistema. O pagamento em dinheiro, por sua vez, será extinto aos poucos, começando pelas linhas em que esse método já é, usualmente, pouco utilizado pelos passageiros. A previsão é que até final do ano, o dinheiro em espécie não esteja mais em circulação nos coletivos”, detalhou o chefe da pasta.

Bilhetagem

Atualmente, existem seis tipos de cartões do Sistema de Bilhetagem: Mobilidade, Vale-Transporte, Estudantil, Especial, Criança e Sênior. Entre 15 de maio e o dia 20 deste mês, o BRB registrou 15,8 mil novos cartões Mobilidade no DF. 

Para recarregar, bem como solicitar um novo cartão, o Governo do Distrito Federal (GDF) dispõe de 128 postos de atendimento que aceitam o pagamento em dinheiro em espécie, cartões de crédito e débito e Pix. Os mais de 280 mil usuários do aplicativo BRB Mobilidade também podem adquirir créditos de transporte com o pagamento via Pix no próprio app, e o valor fica disponível em, no máximo, cinco minutos.

O estudante e jovem aprendiz Israel Mota, 16, utiliza a linha 0.116 da Piracicabana todos os dias para ir ao trabalho. Normalmente, ele usa o vale-transporte, mas os novos métodos de pagamento trazem segurança para quando esquecer a carteira em casa. “Muito legal essa nova tecnologia. Quando eu não estiver com o meu cartão, sei que poderei pagar com cartão via aproximação, muito mais fácil e rápido também”, elogia o rapaz.

Integração

O pagamento de passagem com cartão bancário (débito ou crédito) não permite integração. Os cartões Mobilidade e Vale-Transporte são os que garantem ao passageiro fazer até três embarques no mesmo sentido, no prazo máximo de até três horas entre o primeiro e o último embarques. É possível, por exemplo, combinar uma parte do trajeto por meio de micro-ônibus, depois embarcar no metrô ou BRT e completar o percurso em outra linha de ônibus.

A integração pode ser feita em qualquer parada de ônibus, estações do metrô e nos terminais rodoviários. Atualmente, os ônibus do DF cobram passagens de R$ 5,50 (longa e metrô), R$ 3,80 (ligação de RAs) e R$ 2,70 (curta). Mas o valor máximo da passagem integrada para quem utiliza cartão de transporte é de R$ 5,50, mesmo que o passageiro utilize trajetos de diferentes preços.

Informações: Agência Brasília

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No DF, Com a implantação do corredor exclusivo, transporte público ganhou agilidade na W3 Sul

terça-feira, 8 de maio de 2012

Desde que foi implantado o corredor exclusivo para ônibus na W3 Sul, em 15 de março, o tempo gasto no itinerário dos usuários do sistema de transporte público foi reduzido.  Um estudo técnico realizado pelo Transporte Urbano do Distrito Federal - DFTrans – mostra que o cidadão que utiliza a faixa exclusiva urbana nos dois sentidos, nos períodos da manhã e tarde, economiza aproximadamente 15 minutos por dia. “O usuário está ficando pelo menos uma hora por semana a menos dentro do ônibus. Isso é um ganho importante para o usuário do transporte coletivo, que é a grande maioria dos usuários da via”, ressaltou o diretor-geral do DFTrans, Marco Antonio Campanella.

O estudante Rodrigo de Lima, 23 anos, pontuou os benefícios do corredor exclusivo, como a economia de tempo. “Todo o trânsito se desenvolve melhor. Com a faixa, não esperamos tanto tempo em paradas porque fica tudo mais ágil. Sou de Planaltina, chego muito mais rápido em casa. Se eu gastava uma hora, hoje eu gasto 45 minutos. Tenho 15 minutos para fazer algo a mais”, concluiu o estudante. A gerente Marlucia Coelho, 32 anos, também comemorou o fato de conseguir chegar mais cedo em casa. “Antes os carros atrapalhavam os ônibus de parar nas faixas. Agora consigo pegar o ônibus na hora certa, chego mais rápido em casa, moro na 505 Sul”, avaliou.

 Outro levantamento do DFTrans indica que cada ônibus que circula nos horários de pico representa 60 carros a menos nas ruas.  Atualmente cada carro transporta o condutor e no máximo, um passageiro. A W3 Sul é a terceira via do Distrito Federal em que foi implantada faixa exclusiva para ônibus. A fiscalização na W3 Sul permanece de forma educativa com ações de conscientização dos motoristas com folderes e informações sobre o funcionamento das faixas. Após o período de adaptação, os condutores que trafegarem pela faixa exclusiva terão que pagar multa no valor de R$ 53,20. A infração será considerada leve, com perda de três pontos na carteira. A fiscalização é feita por equipes do Detran e do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran).

Faixas exclusivas em rodovias – O incentivo ao uso do transporte público coletivo acontece também na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), desde  27 de dezembro de 2011, e na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), implantada em 31 de janeiro deste ano. “Na EPNB vários usuários já estão deixando seus carros em casa e utilizando aquele corredor que foi o primeiro que nós implantamos”, lembrou Campanella.

Estudos técnicos mostram que em uma única viagem o usuário está economizando 30 minutos. Considerando ida e  volta, o cidadão gasta uma hora a menos por dia. O corredor exclusivo atende a 70% dos usuários da via no horário de pico. São 14 mil usuários do transporte coletivo por hora no horário de pico, entre 6 horas e 9h30. “São cinco horas por semana que o usuário deixa de estar dentro do ônibus para estar com a família, para chegar mais cedo no trabalho, para poder voltar mais cedo para casa e para fazer uma outra atividade qualquer. Isso significa qualidade de vida na EPNB”, reforçou Campanella.

Uma das principais medidas para melhorar a mobilidade urbana no DF apresenta bons resultados também na EPTG, onde o usuário gasta 15 minutos a menos no trajeto de ida e volta do trabalho para casa, no trecho de oito quilômetros. A autônoma Maria de Jesus Araújo, 30 anos, aprovou a mudança. “Antes eu gastava quase duas horas para chegar em casa. Agora, em 1 hora já estou em casa. Moro na QNQ, no P Norte e trabalho na W3 Sul. Na EPTG então é super rápido, vai direto. Saio de casa às 8h e chego aqui às 9h. Não pego trânsito nenhum.”

Multas- O Departamento de Estradas de Rodagem é o órgão que autua os motoristas infratores do corredor. Desde 13 de fevereiro na EPNB, e do dia 5 de março na EPTG, as multas são aplicadas aos motoristas dos carros que invadem as faixas exclusivas dos ônibus. O mesmo ocorre com os motoristas dos ônibus que avançam as faixas dos carros.  O valor das multas para quem infringe a norma na EPTG é de R$ 127,69 (multa grave) e cinco pontos na carteira. Já na EPNB a multa é de R$ 53,20 (leve) e três pontos na carteira.

Cronograma - Outras vias do Distrito Federal ganharão corredores exclusivos. Até 15 de maio será o corredor da W3 Norte que entrará em funcionamento. De acordo com o cronograma, as próximas vias que receberão o corredor exclusivo serão a do Setor Policial Sul, a Avenida Hélio Prates (em Taguatinga e Ceilândia), o Eixo Monumental, Estrutural e Saída Norte.

Fonte: Governo do DF


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Licitação do novo sistema de transporte público do Distrito Federal é retomada

sábado, 11 de agosto de 2012

Em sessão realizada na noite desta quinta-feira, o Tribunal de Contas do Distrito Federal entendeu que o edital de licitação do novo sistema de transporte público do DF está em condições de ser republicado e autorizou o prosseguimento da licitação.

“A licitação do transporte coletivo agora é uma realidade. O Tribunal de Contas aprovou a nossa licitação, por quatro votos a um. Isso é muito importante. Agora é botar a licitação na rua e correr os prazos fundamentais para que, no período mais curto possível, tenhamos os vencedores, e, com isso, as empresas ou consórcios já poderão atender os nossos prazos de renovação da frota”, destacou o governador Agnelo Queiroz, durante solenidade de posse dos conselheiros do Orçamento Participativo, na noite de hoje.

O governador destacou que a licitação representará uma mudança radical no transporte público local, ao promover a renovação da frota e a reorganização de todo o sistema. O DF será dividido em cinco bacias e, com isso, terá uma maior racionalização no uso do transporte público em cada Região Administrativa e entre as cidades, com a possibilidade de mais viagens por linha, de acordo com a necessidade da população.

“Faz parte também a aquisição de um centro operacional que fará o controle de todo o sistema. Poderemos controlar até mesmo o horário exato em que o ônibus vai passar no ponto. Com a licitação, quem ganhar já vai oferecer veículos novos, incluindo o GPS de comunicação com o centro operacional de transporte”, detalhou Agnelo Queiroz. “Teremos absoluta transparência na gestão do sistema público de transporte, rigor nos horários, otimização das linhas e conforto”, enumerou.

Prazos – De acordo com a Secretaria de Estado de Transporte, a edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Distrito Federal játrará o novo edital. Dessa forma, a abertura dos envelopes com as propostas dasempresas participantes deve ocorrer em 14 de setembro. A previsão é de que anova frota esteja nas ruas do DF até abril – o prazo é de 180 dias a contar da assinaturado contrato com as vencedoras.

Na opinião do secretário José Walter Vazquez Filho, a liberação da licitação pelo TCDF é resultado de uma construção coletiva e de um esforço político de grande significado para a atual gestão. “Estamos apenas no início de uma longa caminhada, mas a decisão de promover essa licitação demonstra claramente a determinação deste governo em transformar em realidade um dos mais importantes desejos da população do DF, que é o de conquistar um transporte coletivo digno, eficiente e seguro", concluiu.

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Governo do Distrito Federal inicia discussões sobre tarifa zero no transporte público

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Governo do Distrito Federal decidiu, em reunião na tarde de hoje com representantes do Movimento Passe Livre (MPL), iniciar os debates com a sociedade sobre a possibilidade da implantação de um sistema gratuito para todos os usuários do transporte público do DF.

"Este governo não é contra a tarifa zero, não acreditamos que seja inviável, nem impossível. O que acreditamos é que essa é uma questão que a população deve discutir, debater amplamente já que teria profundos impactos na vida de todos", disse o secretário de Transporte, José Walter Vazquez Filho.

Segundo o secretário, o governo realiza estudos para estabelecer o modelo universal de acesso ao transporte sem tarifas, e, segundo esses levantamentos, seriam necessários aproximadamente R$130 milhões por mês para custear o sistema gratuito.

"A sociedade tem que dizer quem vai pagar essa conta. Se o transporte é um direito e há a visão de que o coletivo tem primazia sobre o individual, as pessoas devem decidir de que forma isso deve ser implantado", completou o secretário.

Na segunda-feira (24), o GDF e o MPL se reunirão para iniciar uma agenda de debates e consultas públicas para definir quando e como o sistema deverá ser instituído.

Sem aumento no preço da passagem há quase sete anos, o DF não deve reajustar as tarifas.

O Distrito Federal tem, atualmente, o mais amplo sistema de passe livre do país, em que estudantes, de todos os níveis, tem isenção total da tarifa no trânsito entre a escola e a residência.

Idosos e pessoas com deficiências – e seus acompanhantes- também não pagam passagem nos ônibus e metrô da capital federal.

LICITAÇÃO – Depois de mais de 50 anos, o sistema de transporte público do Distrito Federal foi licitado pela primeira vez, o que acabou com o cartel de empresas que dominavam o transporte de passageiros.

"Essa licitação é a base de um novo modelo de transporte. Antes, sequer sabíamos quantos passageiros eram transportados, já que o sistema de bilhetagem era controlado pelas próprias empresas de ônibus", lamentou José Walter Vazquez Filho.

Ao assumir o controle do sistema, o GDF não apenas conseguiu elaborar estudos para a melhoria do transporte como também passou a planejar sua modernização, o que poderá incluir até mesmo a gratuidade universal.

CORUJÃO – A outra demanda do Movimento Passe Livre está prestes a tornar-se realidade: a circulação 24h dos ônibus em todo o DF.

"Essa é uma questão já incluída na licitação do novo sistema que começa a circular no próximo mês e estará completamente implantado na primeira semana de dezembro", garantiu o secretário.

A TCB, empresa pública de ônibus, instituiu no ano passado uma linha que circula durante toda a madrugada da Rodoviária do Plano Piloto à Rodoviária Interestadual, via Asa Sul, Cruzeiro e Sudoeste.

Participaram da reunião com os manifestantes, além da Secretaria de Transporte, a de Governo e o DFtrans.

Informações: Governo do DF

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Brasil se aproxima de 600 ônibus elétricos no transporte público, mas Chile lidera com 2,4 mil

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Visto como uma forma de reduzir a emissão de dióxido de carbono — um dos principais gases do efeito estufa — pelo transporte público, o ônibus elétrico integra a frota de cidades de 11 países na América Latina, segundo o E-Bus Radar, plataforma desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Técnica da Dinamarca. O Brasil é o quarto país com mais veículos do tipo na região, mas tem apenas 578.

Chile (2.456), Colômbia (1.590) e México (752) ocupam as primeiras posições. De acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a frota nacional conta com 107 mil ônibus para o transporte público, de modo que os elétricos representam apenas 0,5% do total.

Os 578, que incluem 276 veículos movidos a bateria e 302 trólebus (que obtém energia de linhas aéreas), estão espalhados por cinco estados (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia) e o Distrito Federal. A capital paulista é a cidade com mais ônibus elétricos no transporte público, com 381.

O E-Bus Radar estima que com a quantidade atual, será evitada a emissão de 61,05 quilotons de dióxido de carbono por ano.

Cada país signatário do Acordo de Paris, como o Brasil, estabeleceu metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada. A Contribuição brasileira estabelece que o país deve reduzir as suas emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às emissões de 2005.

O Brasil também se comprometeu em alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, tudo que o país emitir deverá ser compensado com fontes de captura de carbono, como plantio de florestas ou recuperação de biomas. Os gases do efeito estufa contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Nesse cenário, o ônibus elétrico aparece como uma ferramenta importante. Porém, para sua implementação no transporte público no território brasileiro, há uma série de desafios a serem superados, e isso tem impedido sua disseminação nas frotas em ritmo acelerado no país.

Entre os desafios, estão o custo mais elevado que o dos ônibus convencionais, a necessidade de preparação da rede elétrica das cidades para suportar maior consumo de energia e a importância de capacitar pessoas para fazer a manutenção dos novos veículos.

O economista Wesley Ferro, secretário-executivo do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (Instituto MDT), explica que o ônibus a bateria "custa na faixa de R$ 3 milhões, R$ 3,5 milhões". Já um ônibus a diesel convencional, mesmo com motor de tecnologia mais moderna, que possui um nível de emissões de gases menor, está na faixa de R$ 800 mil.

"A diferença [de preço] entre um ônibus e outro é grande. Então o volume de recursos que precisa para investimento em frota é muito mais alto", pontua o especialista.

Ele salienta que você comprar um ônibus de R$ 3,5 milhões e colocá-lo para operar em uma cidade que não tem infraestrutura exclusiva para ônibus nem recursos assegurados para o financiamento do transporte público, como é caso da maioria ou todas as cidades brasileiras, "é um investimento de alto risco". Dessa forma, muitas vezes, a preferência dos governos locais acaba sendo por investir num ônibus que não terá emissão zero de gases, mas possui motor Euro 6, por exemplo, que emite muito menos que outros mais antigos.

Em relação à preparação da rede elétrica das cidades, ele ressalta que São Paulo, por exemplo, estabeleceu uma meta para ter 2.600 ônibus elétricos na frota municipal até o final de 2024, mas não conseguiu avançar rapidamente para alcançá-la. O motivo é porque esbarrou "num grande problema": a necessidade de investimentos em infraestrutura de instalação para garantir o fornecimento de energia para os veículos que estão sendo implementados.

"Os estudos técnicos que foram feitos lá em São Paulo mostraram que se você tivesse 50 ônibus carregando ao mesmo tempo durante um período em determinada região, você derrubava a energia do restante da população toda".

O doutor em transportes Pastor Willy Gonzales Taco, líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias (GCTNT), da Universidade de Brasília, reforça que os ônibus elétricos vão consumir a mesma energia que já é consumida na cidade para vários tipos de uso.

"Como as cidades [brasileiras] estão preparadas para isso? Ninguém se preparou para isso. E aí entra um concorrente, que vem a ser os veículos particulares de passeio, que já consomem energia, iria ter um bom número de veículos elétricos percorrendo as vias".

Para o especialista, é preciso "compreender as potencialidades de produção energética de cada cidade. Cada cidade tem sua característica. Alguns municípios Brasil já estão implementando há um bom tempo outros tipos de energia para sustentar os veículos. Biodiesel e assim vai".

Ele salienta que o planejamento do município para comprar ônibus elétricos precisa considerar ainda o fato de que o modelo pode já se tornar ultrapassado no ano seguinte, visto que a tecnologia avança rapidamente.

Autonomia
De acordo com Wesley Ferro, a autonomia dos ônibus elétricos com bateria é menor que dos ônibus convencionais.

"Esses primeiros ônibus elétricos que foram incorporados nas redes, nas cidades, eles têm a autonomia muito baixa, na faixa de 200 km, no máximo 250 km. Portanto, para operarem, eles são colocados em linhas muito específicas, que são linhas com extensões menores", afirma. As linhas costumam também não ter muitas subidas.

No caso do trólebus, há a questão de ser pouco flexível, por depender da rede elétrica. A circulação fica restrita a vias que possuam rede aérea de energia.

Falando sobre as experiências internacionais, o secretário-executivo do Instituto MDT diz que o Chile e a Colômbia já estão no processo de eletrificação do transporte público há mais tempo que o Brasil. Em Bogotá, capital colombiana, a multinacional italiana Enel, que atua no ramo de geração e distribuição de eletricidade e gás, ajuda na compra de ônibus elétrico e distribui para operadores.

Investimentos em transporte público
O transporte público por si só é uma forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, porque diminui o número de veículos particulares em circulação.

Segundo o relatório de síntese sobre o diálogo técnico do primeiro balanço global do Acordo de Paris, publicado pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas em setembro de 2023, o transporte contribui com aproximadamente 15% das emissões globais de gases do efeito estufa, e a eliminação gradual de motores de combustão interna e o uso de veículos elétricos "oferecem o maior potencial de mitigação no setor".

"Além disso, intervenções do lado da demanda, como a mudança de modos de transporte (por exemplo, para caminhar e usar o transporte público), serão essenciais no contexto de repensar a mobilidade".

A organização ambientalista World Resources Institute, de Washington, nos Estados Unidos, ressalta que ônibus e trens podem diminuir as emissões de gases de efeito estufa em até dois terços por passageiro por quilômetro em comparação com os veículos particulares.

Entretanto, o Orçamento da União de 2024 prevê um percentual pequeno de despesas com apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e capacitação de recursos humanos para transportes coletivos urbanos, as ações orçamentárias mais específicas sobre transporte público.

As dotações atuais são de R$ 140,4 milhões, R$ 591 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente, representando somadas 0,01% dos R$ 5,39 trilhões previstos pelo Orçamento com despesas. Dos totais, R$ 88,5 milhões, R$ 111,5 milhões e R$ 283,5 mil foram realizados até o momento.

Em relação às emendas parlamentares, dos 213 congressistas da Frente Parlamentar Mista do Transporte Público, apenas o deputado Marcello Crivella (Republicanos-RJ) direcionou quantia para alguma dessas ações orçamentárias, sendo R$ 400 mil para apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano. A dotação atualizada total das emendas dos parlamentares da frente é de R$ 8,6 bilhões.

Ainda em relação às emendas, no total, são direcionados R$ 17,1 milhões para funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, com as bancadas de Goiás e Rio Grande do Norte tendo direcionados montantes também.

Para Wesley Ferro, o tema do transporte público ainda está distante da agenda de prioridades do setor público no Brasil.

Também, de acordo com ele, apesar de alguns processo estarem em andamento, como a discussão da renovação de frota elétrica, a chegada de linhas de financiamento de parceiros e bancos, como o BNDES, e a discussão de um marco legal para o transporte público (proposta tramitando no Senado), a política de mobilidade urbana "não é prioridade" do governo federal nem dos estados e municípios.

"Faltam recursos, falta qualificação de corpo técnico, faltam projetos qualificados para serem implementados", pontua.

Wesley ressalta que, historicamente, o sistema de transporte público no país "foi sempre financiado basicamente pela tarifa paga pelos usuários".

"A receita gerada nas catracas era a única fonte de financiamento do sistema de transporte público. Então servia para custear o sistema, manter o sistema em operação, e minimamente para fazer algum nível de investimento".

Com a queda da demanda durante a pandemia, mas necessidade de manter a oferta do serviço, visto que trabalhos essenciais não pararam, a fragilidade do modelo ficou evidente. A Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, acrescenta Wesley, "já apontava alguns caminhos que deveriam ser adotados para você mudar esse quadro, ter financiamento para o transporte público". Porém, para os instrumentos de gestão de política de mobilidade urbana apresentados serem implementados nas cidades, eles pressupõem "que você compre algumas brigas dentro da cidade".

É possível, por exemplo, a taxação do uso do automóvel dentro dos municípios. "Mas esse é um caminho que os gestores evitam. Ninguém quer que se indispor com determinados setores da sociedade".

O secretário-executivo do Instituto MDT salienta ainda que a transição energética não resolve "o problema do transporte público no Brasil", ou seja, você reduz emissões, pode estar cumprindo metas pactuadas nos acordos internacionais, mas se o transporte público continuar sem infraestrutura exclusiva para circulação nas cidades, como faixas e corredores exclusivos, corre-se o risco de ter uma frota eletrificada presa em congestionamento.

"Portanto, a infraestrutura tem o poder de contribuir também para a redução de emissões, num nível muito próximo do que você imagina com a substituição da frota por outra matriz".

O Instituto MDT apoia a implementação, no país, de um Sistema Único de Mobilidade. "A gente defende que esse é um caminho para que o transporte público possa ser de fato o grande estruturador das cidades e a grande prioridade das gestões públicas".

Na opinião de Taco, a atenção dos congressistas e do governo federal ao transporte público "está mais voltada à questão dos subsídios".

"Quando você vê as diversas demandas que se tem, é justamente mais voltada para os subsídios, ou seja, para atender os custos derivados da operação do transporte. Em termos especificamente de infraestrutura, tem havido uma paralisação ao longo dos anos".

Segundo o líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias, ao se observar os investimentos que os municípios fazem, salvo exceções e algumas grandes regiões metropolitanas, percebe-se que eles estão voltados mais para infraestrutura para o carro do que ao transporte público.

Atuação do BNDES
Em maio, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que financiará a renovação da frota de ônibus em municípios brasileiros. "Ao todo, serão investidos R$ 4,5 bilhões para aquisição de 1.034 ônibus elétricos e 1.149 ônibus Euro 6, que reúnem o que há de mais moderno no mundo em termos de eficiência energética e baixo consumo de combustível", acrescentou o comunicado.

O banco explicou que a renovação de frota com veículos sustentáveis é uma das modalidades do Novo PAC Seleções. Ela prevê a destinação de R$ 10,5 bilhões para a aquisição de 2.529 ônibus elétricos, 2.782 ônibus Euro 6 e 39 trens para atender 98 municípios. "Além do financiamento do BNDES, no valor de R$ 4,5 bilhões, a Caixa Econômica Federal financiará 39 trens, 1.495 ônibus elétricos e 1.633 ônibus Euro 6, com investimento de R$ 6 bilhões para essa modalidade".

A diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa, reforça algumas das dificuldades para implementação do ônibus elétrico no transporte público, como o custo bem mais elevado para compra do veículo. Luciana ressaltou vantagens dele em relação ao convencional: possui um custo de manutenção cerca de 80% menor; custo de operação "muito menor", porque energia elétrica é muito mais barata do que diesel; ajuda o país no cumprimento do Acordo de Paris, por não emitir gases do efeito estufa; é silencioso; e não emite poluentes.

Conforme a diretora, diante desses benefícios, o investimento em eletromobilidade, embora ele seja maior inicialmente, "é um investimento que se repaga". Ela pondera que, em alguns lugares no país, ainda não caberá uma frota eletrificada, porque as prefeituras brasileiras têm capacidades financeiras muito diferentes entre si.

Luciana salienta que o Brasil possui "um grande déficit" de infraestrutura de mobilidade urbana, estimado pelo BNDES em R$ 360 bilhões.

"Em 2022, foi investido 0,06% do PIB em mobilidade urbana nos modais de média e alta capacidade. Dentro desse número de R$ 360 bilhões, a gente não considera ônibus. A gente só considera metrô, VLT", explicou. A meta do banco é elevar o percentual de investimento para 0,25% do PIB.

Segundo Luciana, "o histórico de investimento no Brasil, seja em média e alta capacidade, seja em ônibus, é de instabilidade, imprevisibilidade e insuficiência. Por isso que essa pauta de mobilidade urbana, desde que essa gestão assumiu o BNDES, se tornou uma das grandes prioridades, nós sabemos que o desafio é enorme".

O banco está realizando um estudo nacional de mobilidade urbana para identificar qual seria a estrutura de média e alta capacidade que deveria ser implementada. A ideia é criar um banco de projetos para média e alta capacidade, que servirá deum insumo para a estratégia nacional de mobilidade urbana. O estudo começou no início deste ano e deve ser concluído no início do próximo ano. O custo para sua realização será de R$ 27 milhões.

Exemplo de Curitiba
Curitiba, que tem sete ônibus elétricos em sua frota do transporte público, sendo seis que começaram a circular em julho e um que deve começar a circular em agosto, tem como meta fazer com que 33% de sua frota seja elétrica até 2033 e 100% até 2050. Hoje, no total, são 1,1 mil ônibus na capital paranaense.

Segundo a Urbs, que gerencia o transporte coletivo na cidade, 54 ônibus elétricos vão ser adquiridos em 2025, com R$ 380 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Mais 70 estão programados com lei aprovada na Câmara Municipal de Curitiba, que prevê recursos de R$ 317 milhões nos veículos".

Questionada se a prefeitura entende que o investimento em transporte público e na descarbonização da frota são medidas importantes para o enfrentamento das mudanças climáticas, disse que "sem dúvida". "Os novos ônibus representam um salto tecnológico e um passo decisivo rumo a uma Curitiba mais sustentável. Sem emissões, sem ruído, com maior conforto térmico, eles trazem uma série de benefícios para a população".

O projeto de descarbonização da frota do município começou em 2018, e, em 2023, teve início os primeiros testes com veículos elétricos. Foram testados ônibus das marcas BYD, Eletra, Marcopolo, Volvo e Ankai até o momento.

"Em paralelo, Curitiba comprou os primeiros veículos elétricos. Cada ônibus elétrico evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 ao ano na atmosfera, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo".

Os ônibus elétricos são os primeiros da frota da cidade com ar-condicionado. Possuem piso baixo para melhor embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida e contam também com entradas USB para recarga de celulares e sistema de anúncio de fechamento das portas. Em relação aos bancos, 20% são reservados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os veículos têm dois espaços para cadeirantes.

"O novo contrato de concessão do transporte coletivo, previsto para 2025, que está sendo formatado em parceria com o BNDES, já contemplará, na sua origem, a operação também de frota elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa", diz a Urbs.

O novo modelo de concessão será o primeiro do Brasil a contemplar, já na sua origem, a prioridade de redução de emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética; de acordo com a Urbs, isso "traz também segurança jurídica". Os dois grandes projetos do transporte coletivo em andamento em Curitiba — novo Inter 2 e BRT Leste-Oeste — terão frota elétrica.

A Urbs pontua que as precisam ser "mais resilientes às mudanças climáticas" e buscar soluções para "mitigar esse problema e evitar seu agravamento". "A eletrificação da frota das cidades é um passo importante para tornar as cidades mais sustentáveis, com zero emissões de gases do efeito estufa, de material particulado, e de poluição sonora".

A empresa pondera que, como toda nova tecnologia, apresenta desafios, por exemplo a forma de estruturação da aquisição dos veículos, e a oferta de ônibus e de fontes de financiamento.

Informações: SBT News

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