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Usuários reagem contra tarifa de R$ 3,20 em Cuiabá

domingo, 11 de janeiro de 2015

Movimentos sociais e sindicatos já se articulam contra o anúncio do aumento da tarifa de ônibus em Cuiabá, que deve ser de R$ 3,20. A tarifa aguarda apenas a sanção do prefeito Mauro Mendes (PSB) para ser aplicada.

A primeira reunião para articular ações de resistência contra o aumento, que representa 14% em relação à tarifa de R$ 2,80 cobrada atualmente, aconteceu na noite de sexta-feira (9), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

“Vamos nos reunir para tentar articular e dialogar de que forma tentaremos barrar qualquer aumento. Ficar sentado e reclamando, somente, não resolve”, disse o representante da União Estadual dos Estudantes (UNE), Rarikan Heven.

Segundo ele, é inadmissível a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) realizar um estudo sobre um novo valor da tarifa, já que o serviço de transporte coletivo não é prestado a contento.

“As próprias regras de licitação do transporte não são cumpridas. Nós não temos a cota de ônibus com ar-condicionado, a frota de ônibus é antiga, não existe uma modernização do transporte que justifique o aumento. O nosso tráfego é curto, não há grandes percursos. Não há justificativa para este valor exorbitante da tarifa e, muito menos, aumentá-la”, afirmou.

Para Heven, os números usados para realizar os cálculos tarifários são uma “caixa preta”, visto que os aumentos das tarifas são anuais, mas os empresários alegam, rotineiramente, dificuldades financeiras e queda nas receitas.

“As empresas não estão falando a realidade dos números, porque quando você tem uma empresa que está dando prejuízo, ela para de trabalhar com isso. Mas aqui, apesar de todas as dificuldades alegadas, nenhuma empresa quer deixar esse ramo em Cuiabá. O atraso salarial dos trabalhadores, todo o fim e começo de ano, é mais uma manobra dos empresários para poderem justificar esse possível aumento”, disse o líder estudantil.

Na manhã de sexta-feira, os funcionários das empresas Pantanal Transportes e a Norte Sul paralisaram os serviços por algumas horas, devido ao atraso no pagamento dos salários. Essa foi a segunda vez que os funcionários cruzaram os braços por este motivo. 

Em ambos os casos, os empresários do ramo alegaram dificuldades financeiras, mas quitaram o débito com os funcionários no mesmo dia das manifestações.

Cálculo da tarifa

O estudo do cálculo tarifário foi finalizado pela Prefeitura no mês passado, a pedido da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU).

Conforme a planilha que define o cálculo, são 383 ônibus em funcionamento na capital. Cada ônibus tem custo de R$ 4,6 por km, percorre cerca de 3.612 mil km ao mês e carrega 1,44 passageiros por km. 

A relação entre o custo por km e o Índice de Passageiros Equivalentes aponta tarifa de R$ 3,20.

O valor foi o mesmo indicado pelos empresários como necessário para manter os ônibus circulando na Capital.

Com o estudo finalizado, a tarifa deverá ser apreciada pelo Conselho Municipal de Transportes (CMT), representado por 17 entidades, na segunda quinzena deste mês.

Se aprovado, o valor seguirá para a sanção do prefeito Mauro Mendes, que pode vetar ou não o valor.

Conforme a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), com uma tarifa de R$ 3,20, Cuiabá fica atrás somente do Rio de Janeiro (R$ 3,40) e São Paulo (R$ 3,50), no ranking das capitais brasileiras com as passagens de ônibus mais caras do país.

Por Karine Miranda
Informações: Midia News

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Passagem de ônibus em Petrópolis sobe para R$ 4,95

quinta-feira, 12 de maio de 2022

A tarifa de ônibus em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, vai subir para R$ 4,95. A decisão foi tomada após reunião entre o Conselho Municipal de Transportes (Comutran) e os representantes das empresas de ônibus do município, realizada nesta terça-feira (10).


O valor de R$ 4,95 será cobrado nos pagamentos realizados em dinheiro. Já no caso de pagamento com cartão de transporte, a passagem terá desconto e sairá por R$ 4,80.

De acordo com alguns negociadores, os empresários de empresas de ônibus exigiram que a tarifa fosse aumentada para R$ 7,58, mas, após a articulação, houve a redução para os valores acordados.

Mesmo diante da crise ocasionada pela pandemia de Covid-19, e também com as tragédias causadas pelas chuvas de 15 de fevereiro e 20 de março, o acordo foi comemorado pelos representantes que participaram da reunião. Segundo eles, houve vitória em conseguir negociar o valor abaixo do solicitado pelas empresas de transporte.

Durante as negociações, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) informou que, “com base nas legislações e nos contratos, toda e qualquer tarifa de prestação de serviço público deve ser ajustada anualmente. Porém, o aumento da tarifa do transporte coletivo por ônibus não acontece há dois anos e oito meses em Petrópolis – sendo um dos poucos, senão, o único serviço, que até hoje não sofreu qualquer elevação de preço na cidade”.

“Diante do aumento do custo da operação, principalmente impulsionado pelo aumento de 80% no preço médio de distribuição do óleo diesel em Petrópolis e da obrigatoriedade contratual de se manter o equilíbrio econômico e financeiro, se fez necessária a revisão tarifária para propiciarmos o pleno funcionamento do sistema de transporte público da nossa cidade”, disse o diretor-presidente da CPTrans, Jamil Sabrá.

O sindicado justificou o pedido do ajuste na tarifa alegando o impacto causado pelo aumento do preço do óleo diesel, do pneu e do salário dos rodoviários. “Em contrapartida, neste mesmo período, o óleo diesel sofreu alta acumulada de 73,3%, pneus registraram aumento de 81%, salário dos rodoviários subiu 15%, benefício dos colaboradores apresentou aumento de 57,7%, entre outros”.

O Setranspetro informou ainda que houve queda na demanda de passageiros, o que tem causado um desequilíbrio contratual. “Além disso, a demanda de passageiros, que chegou a registrar queda de 75% nos períodos mais críticos da pandemia, não retomou ao cenário anterior à Covid. Ainda hoje, o sistema de transporte público por ônibus em Petrópolis segue com redução de mais de 26% do número de pessoas que andam de ônibus, resultando em completo desequilíbrio contratual”.

A CPTrans alertou que transporte público coletivo vive uma crise nas cidades grandes e médias de todo o país, aprofundada a cada ano. Há uma tendência de queda do número de passageiros nos ônibus municipais. Com isso, há cada vez menos pessoas “dividindo a conta” do sistema de transporte público, o que encarece a tarifa (já que o sistema é custeado apenas pelos passageiros pagantes).

Em relação à qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus, a CPTrans tomará medidas duras contra a Cascatinha, a Petro Ita e todas as empresas que apresentam deficiência na prestação do serviço.

“Essa é uma determinação do prefeito Rubens Bomtempo. A partir de agora, a Prefeitura não vai mais aceitar que o usuário do transporte público seja prejudicado do jeito que vem sendo nesses últimos anos”, disse Jamil Sabrá.

O texto segue agora para tramitação legal e a data para o reajuste entrar em vigor será definida após publicação no Diário Oficial do Município.

Informações: Portal Giro
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Órgãos divergem sobre quantidade de ônibus novos em Manaus

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A CRÍTICA teve acesso a um relatório emitido pelo Processamento de Dados do Amazonas (Prodam) que apontou que, entre janeiro e o último dia 14 de outubro, as empresas detentoras da concessão do transporte público haviam emplacado, até então, 279 veículos fabricados em 2011 junto ao Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran/AM).

Esse levantamento foi emitido no dia 14 de outubro, menos de uma semana depois de prefeito, Amazonino Mendes, anunciar o início da operação de 510 ônibus novos - todos fabricados em 2011.

A operação de pelo menos 383 novos ônibus foi imposta pelo edital da licitação do transporte público como condição para que as empresas pudessem praticar a nova tarifa, de R$ 2,75, que está em vigor desde 22 outubro.

Mas os veículos trazidos pelas novas empresas, até 14 de outubro, correspondiam a 69% desses 400 e apenas 31% da meta final de renovação da frota exigida pelo edital, que é de 878 novos ônibus, o que sugere a manutenção da tarifa em R$ 2,25, como prevê o edital.

Segundo o Detran/AM, quatro dessas empresas ainda não tinham nenhum ônibus emplacado este ano registrado em seu nome - Global, Transtol, Rondônia e Nova Integração -, enquanto duas que deveriam ter deixado o sistema - City Transportes e Ponta Negra - emplacaram 62 veículos em 2011.

A empresa que mais emplacou ônibus em 2011 foi a Vega Transportes, que não participou da licitação, mas recebeu 14 linhas de ônibus da Global GNZ e está no sistema há menos de 30 dias: foram 96 veículos, aponta o relatório do Detran/AM.

O investimento da City Transportes - que transferiu sua concessão para a Açaí Transportes, representada pelo sócio proprietário da City, Carmine Furletti - chama a atenção por ter ocorrido após a saída da empresa do sistema, nos meses de agosto, setembro e outubro.

Já a Ponta Negra, que integrava o consórcio Transmanaus e tem sócios em comum com a “nova” São Pedro, investiu no emplacamento de 30 ônibus 2011, dois meses antes do fim da última licitação do transporte, processo em que a São Pedro foi uma das nove vencedoras.

Ao contrário do que afirmam a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), o relatório do Detran/AM mostra que nem todas as empresas de transporte emplacaram ônibus novos em 2011.

Além de a Global, Transtol Rondônia e Nova Integração não terem nenhum veículo emplacado este ano em nome delas, a Açaí emplacou apenas um ônibus, no dia 30 de maio deste ano, quando ainda não fazia parte do sistema.
  
Ônibus são mero insumo de produção
O diretor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, explicou, por e-mail, que  os ônibus são “mero insumo de produção e seu aluguel é lícito, o que caracteriza a empresa concessionária é a operação em nome próprio, com funcionários etc. e não a propriedade dos ônibus”.

No entanto, ele não informou quais empresas alugam ônibus, de quem e nem quantos veículos da frota “nova” são alugados. Ainda segundo Borges, parte dos veículos já estava emplacada e, por isso, não consta no relatório do Detran/AM recebido pela reportagem.

Ele também informou que “não há ônibus de outro estado, mas se houver, deve ser emplacado aqui por transferência no prazo de um mês nos termos do Código de Trânsito”.
  
SMTU não faz esclarecimentos
O relatório do Detran foi levado ao conhecimento da SMTU, que não esclareceu a situação até o fechamento desta edição.

O Sinetram não quis se manifestar sobre o número de veículos novos. Em outras ocasições, o sindicato divulgou que todas as empresas renovaram a frota e que há 450 ônibus novos em circulação.

A reportagem tentou entrar em contato com a diretora-presidente do Detran/AM, Mônica Melo, pelo 9116-17XX, mas as chamadas não foram atendidas.

O desembargador Domingos Chalub disse que analisou a legalidade do decreto, as notas fiscais, DUT e emplacamentos apresentados pelas empresas. Somente uma perícia judicial  nos documentos, solicitada pela juíza Patrícia Chacon, pode apontar se eles são “frios”, informou Chalub.
  
Justiça acata pedido do MPE
Em 8 de outubro, a prefeitura informou que o número de ônibus novos chegou a 510, autorizando o reajuste da tarifa a partir de 12 de outubro.

Na noite anterior, a Justiça acatou o pedido de suspensão do reajuste feito pelo MPE, que pediu a comprovação de que veículos eram novos.

Mesmo assim, no dia seguinte as empresas mantiveram cobrança de R$ 2,75, alegando que programar sistema de bilhetagem levaria 48 horas.
  
279 ônibus novos das empresas do sistema de transporte público foram emplacados entre janeiro e outubro de 2011, segundo o Detran-AM. Transtol, Global, Rondônia e Nova Integração não emplacaram nenhum veículo.

A Açaí Transportes emplacou um veículo, a Auto Ônibus líder 51, a Expresso Coroado mais 32, a Veja Transportes emplacou 96, a Via Verde trouxe 69 novos ônibus e a Viação São Pedro, 30.
  
Saiba mais
Prazo de 60 dias
O edital elaborado pela própria prefeitura determina que as empresas teriam um prazo de 60 dias, a contar do início da operação no sistema - que ocorreu em julho - para trazer a primeira metade dos novos ônibus e reajustar a tarifa.

As empresas que não alcançassem as metas deixariam de receber a nova tarifa integral, continuariam arrecadando R$ 2,25 e a diferença de R$ 0,50 seria repassada a um fundo municipal.


Informações: A Critíca  
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Metrô Salvador: integração inicial terá 55 ônibus em dez linhas

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A integração com o metrô terá, inicialmente, 55 ônibus em dez linhas, segundo o secretário de Mobilidade da capital, Fábio Mota, começando 2 de janeiro. "Serão três estações de integração: Retiro, Acesso Norte e Lapa. O cidadão pegará o ônibus, seguirá para uma destas estações e dará sequência de metrô", disse Mota, nesta quarta-feira, 16.

Uma comissão de mobilidade com membros do governo estadual e prefeitura, além das empresas de ônibus e concessionária CCR Metrô Bahia, avaliará o processo da integração.

Serão quatro linhas na Estação Retiro: Capelinha-Lapa-Campo Grande; Fazenda Grande do Retiro-Lapa; São Caetano-Lapa e, ainda, Bom Juá-Lapa. No Acesso Norte, três linhas: Pernambués-Lapa; Resgate-Lapa e Vale dos Rios-Stiep-Lapa. Na Lapa, três linhas: Lapa-Chame-Chame; Lapa-Barra Avenida-Barra; e Lapa-Garibaldi-Ondina.

"O número de ônibus e linhas pode ser adequado para mais ou para menos, a depender da demanda", disse Mota. A avaliação deve durar 90 dias.

Cobrança de Tarifa
Após impasses e meses de negociação entre governo do estado, prefeitura da capital e empresários de ônibus, o metrô de Salvador vai começar a cobrar passagem a partir do dia 2 de janeiro, e não mais na próxima quarta-feira, como era previsto.

O valor, apesar de ainda não ter sido oficialmente definido, deve ser o mesmo cobrado pelos ônibus urbanos  (R$ 3,30, a partir do próximo mês). O anúncio foi feito nesta quarta pelo governador Rui Costa, durante entrega de ambulâncias no Centro Administrativo.

"A ideia é que a tarifa seja do mesmo valor da passagem cobrada a partir de janeiro no ônibus urbano", revelou Rui Costa. Além disso, ele informou que a estação do metrô de Pirajá será inaugurada  próxima terça-feira e contará com a presença da presidente Dilma Rousseff.

Hoje, a tarifa de ônibus em Salvador é de R$ 3, mas subirá para R$ 3,30 em janeiro. O aumento segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que deve superar 10% até o final do ano.

O contrato de concessão assinado pela prefeitura com os consórcios que operam o sistema estabeleceu, em 2014, que o indicador será utilizado como base para reajustar tarifas até 2016.

Operação comercial
Rui Costa informou que, para quem quiser antecipar, a venda de bilhetes para o metrô começará na próxima segunda, apesar de a cobrança só ser iniciada em janeiro. Segundo ele, esses bilhetes já serão utilizados na integração entre os sistemas de ônibus e metrô.

Costa disse que tratará do assunto com o prefeito ACM Neto para definir como será feita a integração: "Pretendo conversar com ele. A população pagará uma só passagem de ônibus e metrô".

A inauguração da Estação Pirajá e o início da operação comercial do metrô trarão benefícios para a população, previu Rui Costa. "Vai melhorar muito a vida das pessoas, possibilitar que o sistema de ônibus se reorganize e diminuir engarrafamentos", pontuou.

Isso deve acontecer, explicou o governador, porque os ônibus levarão as pessoas à Estação Pirajá para que utilizem o metrô para ir ao Centro: "Vamos ter ônibus nas extremidades, liberando o miolo, o entorno do Iguatemi e (avenida) Bonocô, áreas bem engarrafadas que ficarão livres, permitindo que o trânsito melhore".

Usuários acham 'justa' tarifa no mesmo valor do ônibus

Passageiros do metrô acham “justa” a tarifa no mesmo valor do ônibus, mas pedem que a integração seja realizada de maneira efetiva para não gerar maiores custos.

“Achei até que o bilhete seria  mais caro. O metrô é rápido, tem ar-condicionado e não tem superlotação. O valor de R$ 3,30 termina sendo bom para a gente”, disse a agente de limpeza Maria Edna Teixeira.

A Estação Pirajá é o oitavo terminal da linha 1 do metrô de Salvador e encontra-se em fase final para a inauguração, que marca o término do projeto original do metrô de Salvador.

A linha 1 já conta com as estações Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Bonocô, Acesso Norte, Retiro e Bom Juá. Também está em fase de projeto a construção do tramo 3 do metrô, que vai incluir duas estações à linha 1, levando o sistema até o bairro de Cajazeiras.

A área da Estação Pirajá é de 6.185 m², com duas plataformas laterais. O terminal possui escadas rolantes, elevadores, bicicletário e banheiros.

Por Luan Santos
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Estudo acirra críticas ao aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre

sexta-feira, 1 de março de 2013

Se um motorista de ônibus da Capital resolvesse gastar todo o seu salário mensal em passagens para andar no veículo em 2012, ele teria feito 610 viagens. Em 1996, seriam 1.380. O estudo, intitulado A Manutenção do Desincentivo ao Transporte Coletivo em Porto Alegre, tornou-se mais um elemento da saga do reajuste das passagens de ônibus na cidade — pedido em 15,8%.
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
A comparação foi feita pelo escritório gaúcho do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que contrapõe os argumentos das empresas do setor para justificar o aumento da tarifa de ônibus na Capital.

O balanço do Dieese — entidade de estudos econômicos vinculada a sindicatos — põe lado a lado a inflação pelo INPC na Capital e o percentual de reajuste das passagens entre 1994 e 2012 para criticar: enquanto a alta dos preços foi de 281,31% nesse período na cidade, o preço do transporte coletivo subiu 670,27%.

Quanto ao combustível, há mais controvérsias. Para o Dieese, em um ano o óleo diesel subiu 5,8% na cidade. As empresas de ônibus garantem que foi 15,03%.

"Nesse momento, não gostaríamos de nos manifestar", foi a frase ventilada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) ontem para explicar que não rebateria o estudo.

TCE apreciará o caso na quarta-feira

Se aprovado sem redução, o novo valor da tarifa de ônibus, protocolado pelo Seopa na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), seria o maior entre as capitais brasileiras. A repercussão do assunto subiu os degraus da hierarquia na prefeitura até o prefeito José Fortunati.

— Fora de cogitação — disse o prefeito, ao rejeitar que o preço atual, de R$ 2,85, passe para R$ 3,30.

Em 25 de janeiro passado, o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, pediu a revisão do cálculo do reajuste. A medida cautelar aponta que a fórmula deve se restringir às despesas de manutenção da frota em uso, sem contar os ônibus reservas. O caso será apreciado pelo Pleno do Tribunal de Contas do Estado na próxima quarta-feira.

Carris pode balizar somente serviços

Quem se indaga sobre o papel da Carris na composição dos preços para andar de ônibus, pode imaginar que seria possível um papel estilo Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil na questão dos juros e custos bancários. Algo como um regulador público de preços no setor do transporte. Não é bem assim.

Como tem serviços considerados melhores que os das companhias privadas, segundo a EPTC, a Carris acaba custando mais caro e quase não teria lucro, diz o diretor-presidente do órgão de trânsito, Vanderlei Cappellari. A empresa pública seria mais uma balizadora de serviços.

No entanto, a Carris está sob a lupa das autoridades. Na quarta-feira, o TCE determinou que o ex-administrador da Carris João Antônio Pancinha Costa devolva aos cofres públicos R$ 238,24 mil, devido a supostas irregularidades na aquisição de serviços e produtos de informática.

Pancinha, que recorrerá, afirmou que a prefeitura questionou a compra por leilão, o contrato foi cancelado, porém já havia sido feito pagamento. Cappellari também está de olho na empresa.

— A Carris vai ter de encontrar uma forma de racionalizar custos e ser autossustentável — afirmou.

Pente-fino nas isenções

Uma das causas do encarecimento das passagens de ônibus em Porto Alegre é a fraude nas isenções — 33% dos passageiros têm algum benefício. Confira alguns itens que estão sendo investigados pela EPTC:

— Cartão do Idoso: indício forte de desvios de recursos por cobradores

— Portadores de deficiência e moléstias: médicos deverão ser contratados pela EPTC para avaliar os beneficiados a cada renovação do benefício e os novos usuários

— Gratuidade para usuário de 60 a 64 anos que ganha até três salários mínimos: muitos moradores de fora da Capital têm utilizado as isenções, por meio da falsificação do comprovante de endereço. Além disso, o cruzamento com dados da Receita Federal e do INSS mostrou que há informações erradas sobre a renda, permitindo gratuidade a pessoas com até R$ 10 mil de ganhos mensais

— Passagem escolar: na lei, o estudante pode utilizar até 150 passagens por mês. Um grupo estuda alterar a norma para reduzir esse número para algo mais próximo daquele que o aluno realmente precisa para se deslocar à escola e voltar

As tarifas em outras capitais

— São Paulo: R$ 3 para até quatro viagens. O último aumento foi em janeiro de 2011. Neste ano, deve haver novo reajuste, mas há chances de o índice ficar abaixo da inflação.

— Porto Alegre: É de R$ 2,85 desde 2012, e o pedido das empresas é por um aumento de 15,8%, para R$ 3,30.

— Belo Horizonte: A tarifa básica, da maior parte das linhas, é de R$ 2,80, reajustada em 29 de dezembro passado o preço anterior era de R$ 2,65. Novo aumento está previsto para 29 de dezembro deste ano.

— Rio de Janeiro: R$ 2,75, sem ar-condicionado. Com ar, os valores vão de R$ 2,85 a R$ 5,40, conforme a distância percorrida. O último aumento ocorreu em janeiro de 2012, e não há previsão de novo reajuste.

— Curitiba: A tarifa de R$ 2,60 substituiu o preço anterior, de R$ 2,50, em março de 2012. Haverá novo reajuste em março deste ano. A chamada tarifa técnica foi calculada em R$ 3,05, mas o valor final ficará abaixo desse patamar.

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Tarifa de ônibus em Fortaleza aumentou para R$ 3,90 esse ano

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022


A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) reajustou os novos valores de tarifa de ônibus one a passagem inteira passou a custar R$ 3,90, um reajuste de 8,33% e a tarifa estudantil para R$ 1,80.

A Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Ceará evitaram o aumento das passagens em 2021 aplicando R$ 32 milhões no sistema de transporte público da Cidade. Em 2022, para manter a tarifa de ônibus de Fortaleza entre as menores do País, essa parceria será renovada e o subsídio será mantido com repasse mensal de R$ 6 milhões. Os aportes serão divididos igualmente entre Município e Estado.

As empresas concessionárias de transporte deverão renovar a frota de ônibus em circulação com 100 novos veículos durante o ano de 2022, gerando mais conforto e segurança para os passageiros de ônibus do transporte público municipal.

Outra vantagem mantida é o desconto oferecido pela Hora Social diariamente das 9h às 11h e das 14h às 16h, além da Tarifa Social todos os domingos, nos dias 13 de abril, 31 de dezembro e 1º de janeiro. Com o objetivo de diluir a demanda, reduzindo o fluxo nos horários de pico, a Hora Social se mantém com desconto de R$ 0,60, com a tarifa fixada em R$ 3,30 (inteira) e R$ 1,50 (tarifa estudantil).

Considerando os reajustes dos principais insumos do serviço de transporte, a passagem deveria ser R$ 4,50 - a chamada tarifa técnica. Esse cálculo leva em conta os seguintes aumentos: combustível (62,4%), preço médio do veículo novo (51,7%), salários de motoristas, fiscais e pessoal de manutenção (9,54%). Ao mesmo tempo em que houve o aumento dos índices e custos citados, o sistema registrou queda da demanda de passageiros em aproximadamente 35,9%.

O sistema de transporte de Fortaleza permanece com uma das tarifas mais baratas do País. O Bilhete Único oferece vários benefícios aos usuários. A integração temporal permite ao passageiro com uma única passagem mudar de linhas quantas vezes precisar, dentro do intervalo de duas horas, sem qualquer tipo de restrição, entre transporte regular e o complementar. E ainda dá direito a utilizar as bicicletas compartilhadas do Bicicletar gratuitamente por tempo limitado.

Valores das Tarifas em Fortaleza

- Inteira: de R$ 3,60 para R$ 3,90;

- Tarifa estudantil: de R$ 1,60 para R$ 1,80;

- Hora Social (segunda a sexta, das 9h às 11h e das 14h às 16h): de R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,30 (tarifa estudantil) para R$ 3,30 (inteira) e R$ 1,50 (tarifa estudantil)

- Tarifa Social (domingos, dia 13 de abril, 31 de dezembro e 1 de janeiro): de R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,30 (tarifa estudantil) para R$ 3,30 (inteira) e R$ 1,50 (tarifa estudantil)

Informações: ETUFOR
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Tarifa única de ônibus no Rio entra em vigor, e valor vai a R$ 2,95

domingo, 2 de junho de 2013

A tarifa de ônibus no Rio de Janeiro passou de R$ 2,75 para R$ 2,95, a partir da 0h01 deste sábado (1º), três dias depois de o prefeito Eduardo Paes (PMDB) publicar decreto no Diário Oficial do Município unificando o preço das passagens. Com isso, os ônibus urbanos refrigerados são obrigados a cobrar o mesmo valor em relação aos veículos que não possuem ar-condicionado.

Anteriormente, a tarifa desses veículos diferenciados variava de R$ 2,85 a R$ 5,40, de acordo com a empresa responsável pela linha. Com a instituição da tarifa única na cidade, apenas os ônibus rodoviários com ar-condicionado (frescões) terão tarifa diferenciada.


O reajuste, anunciado em outubro do ano passado, estava previsto para ultrapassar os R$ 3, o que poderia fazer do Rio o município com a tarifa de ônibus mais cara do Brasil. Em São Paulo, a passagem custa R$ 3 –o valor deve subir para R$ 3,20 no domingo (2).

Segundo os cálculos da prefeitura do Rio, a tarifa única deve beneficiar 5 milhões de passageiros que utilizam o transporte público com ar-condicionado. O decreto de Paes ainda anuncia que a Secretaria Municipal de Transportes pretende adotar o ar-condicionado em toda a frota de ônibus da capital.

De acordo com o contrato de concessão, o reajuste anual da tarifa deveria ter sido concedido em 1º de janeiro deste ano. No entanto, a Prefeitura do Rio decidiu adiar o aumento após solicitação do governo federal, que estava preocupado com o impacto do reajuste das passagens de ônibus na inflação no início do ano. A Prefeitura de São Paulo também adiou o aumento da tarifa dos ônibus municipais a pedido do governo federal.

O reajuste da tarifa foi calculado com base em índices da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja fórmula está prevista no contrato de concessão. O cálculo foi feito a partir da variação de preço dos itens que compõem a planilha tarifária, como insumos (pneus, combustível, etc.) e mão de obra. Além disso, foi considerada a unificação da tarifa dos ônibus urbanos com e sem ar-condicionado e a desoneração do PIS/CONFINS para operadores de transportes de passageiros, anunciada pelo governo federal. (Com Estadão Conteúdo)

Informações: UOL
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Tarifa Zero em Natal custaria R$ 16 milhões por mês, mostra estudo

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Professor de Engenharia de Transportes da UFRN, Rubens Ramos é um dos principais defensores da Tarifa Zero em Natal. Ele estuda sistemas de transporte público há mais de 20 anos, mas desde 2008 suas atenções estão voltadas para os sistemas de transporte público gratuitos.

Entre 2011 e 2012, foi professor pesquisador visitante na Universidade de Lyon, onde estudou a Tarifa Zero em cidades da França. Em 2013, ministrou uma palestra sobre o assunto na Câmara Municipal de Natal. No mesmo ano, levou a ideia para a Secretaria de Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) e para o prefeito.

Nada foi feito. Na época, menos de 20 cidades do Brasil tinham Tarifa Zero. Hoje são mais de 100. E passados dez anos daquela primeira ida à Câmara de Vereadores, Rubens voltou ao local para defender a proposta, mostrando o peso no orçamento municipal com o custeio de um sistema de transporte público gratuito para a população e os impactos na economia local.  

De acordo com os estudos do professor, o investimento mensal necessário para o funcionamento da Tarifa Zero em Natal é de R$ 16 milhões. O custo anual seria então de R$ 192 milhões. O montante representa 4% do orçamento do município.

A mudança, segundo Rubens, tiraria o gasto das empresas com o vale-transporte dos funcionários, o que permitiria aumento dos salários ou investimentos na contratação de novos empregados. E entre os usuários que pagam a passagem do próprio bolso, a mudança permitiria elevação do consumo. Outro impacto seria na empregabilidade, com o local de moradia deixando de ser um fator limitante.

A Saiba Mais conversou com o professor Rubens Ramos, que detalhou custos e desdobramentos da implantação de um sistema gratuito de transporte público em Natal.

Professor, você fala em R$ 16 milhões mensais para custear a tarifa zero em Natal. Como foi feito esse cálculo, uma vez que um dos grandes problemas do sistema de transporte público na capital é a falta de transparência?

A estimativa decorre das estatísticas dos municípios de Caucaia (CE) e São Caetano do Sul (SP) quanto à capacidade de transporte de um sistema tarifa zero. Os dados desses municípios mostram uma capacidade de 30 a 34 mil passageiros por ônibus por mês, remunerando a cerca de R$ 50 mil por ônibus. Então, 320 ônibus custariam cerca de R$ 16 milhões e teriam capacidade de transportar entre 9,6 a 10,8 milhões de passageiros mensais. Isso cobriria um aumento esperado de 100% da demanda atual do sistema de Natal, que é o que se tem verificado. Então, um ponto de partida é esta ordem de grandeza, R$ 16 milhões por mês, 4% do orçamento. Mas claro, se pode ir além, colocar ar condicionado, fazer a migração para ônibus elétrico, um pouco mais de frota para maior conforto, e se chegar a R$ 20 milhões mensais, 5% do orçamento do município. Entretanto, um sistema como o atual, com redesenho das linhas para melhor atendimento, com frota renovada, sem ar condicionado, para atender o dobro da demanda custaria cerca de R$ 16 milhões.

Caucaia tem 365 mil habitantes. É metade da população de Natal. Outro ponto: será que os fluxos de mobilidade dentro dessas cidades não tornariam os custos por viagem diferentes?

365 mil habitantes já torna a cidade complexa. E temos também São Caetano do Sul, em SP (outra cidade com Tarifa Zero), com 165 mil habitantes, mas colada a São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André. Menor que Natal, mas mais urbanizada e com mais carros por habitante. A base de referência aqui é a capacidade de transporte. Em Natal, atualmente, temos menos de 14 mil passageiros transportados por veículo por mês. Caucaia e São Caetano do Sul estão com mais de 30 mil. A referência então é quantos passageiros por veículo se consegue transportar em um sistema Tarifa Zero, e ele é mais do que o dobro do que se transporta em Natal hoje.

Sabemos que o sistema atual não contempla algumas populações, por exemplo, o pessoal da Zona Norte, que reclama que é mais fácil pegar um ônibus para o Midway do que visitar um parente dentro da própria região. Não seria uma dinâmica complicada para a implantação do novo sistema?

Não há nenhum problema com a geografia de Natal, ao contrário. Natal tem dimensões ótimas para transporte coletivo. É uma cidade relativamente pequena. E sobre o atual atendimento deficiente de certas regiões da cidade, a Tarifa Zero muda toda a perspectiva. Pode-se reorganizar a oferta do serviço independente de se ter linhas rentáveis. A Tarifa Zero permite oferecer mobilidade a toda a cidade sem ter a preocupação de arrecadar com receita na operação. Isso muda totalmente o entendimento da modelagem do sistema. Inclui a revisão da rede de linhas para racionalização e para atendimento a todas as demandas da cidade.

De onde viria o dinheiro para a Tarifa Zero? Remanejamento de outras áreas ou criação de fontes de receitas novas, como propagandas nos ônibus, IPTU progressivo, taxação de aplicativos de transporte, pedágio para carros, privatização de estacionamentos em vias públicas?

Propaganda, zona azul, multas de trânsito, etc, são fontes irrisórias e não conseguem dar conta do sistema. O orçamento do município é de R$ 4,8 bilhões por ano. É grande o suficiente para abrigar esse programa. O dinheiro sairia basicamente da reorganização do orçamento municipal. Assim foi feito em todos os mais de 100 municípios brasileiros que adotaram a Tarifa Zero. Grosso modo, dos 4% do orçamento municipal necessários para custear a Tarifa Zero, 1% é de estudantes, 1% de idosos e demais gratuidades, e 2% é o que representa o vale transporte e pagamento avulso. Pode-se usar parte do recurso da Educação para cobrir os estudantes. O financiamento da Tarifa Zero é uma questão de política de gestão do uso dos impostos arrecadados.

Será que vale a pena deixar de ofertar com melhor qualidade serviços essenciais em outras áreas, em troca de isentar a passagem de quem teria condições de pagar? Não seria melhor implementar uma espécie de bolsa transporte para os mais necessitados, somente?

Um elemento importante a favor da Tarifa Zero é que ela, efetivamente, aumenta a demanda. Ou seja, ela viabiliza movimentos que não aconteciam por falta de dinheiro. A ideia de bolsa ou vale-transporte para determinados grupos de usuários não resulta em aumento de demanda e permanece a necessidade das empresas operadoras em buscar receita. O que acaba por gerar a deficiência de oferta do serviço em linhas deficitárias. A Tarifa Zero acaba com a questão de linhas rentáveis e linhas deficitárias. É uma espécie de modelo Netflix. Você usa como quiser, quando quiser por um valor fixo de assinatura (pago pela prefeitura). Versus o modelo "pay-per-view". O modelo de pay-per-view, que é o da passagem ou do vale transporte, não funciona e reduz oferta e atendimento.

Você falou que a Tarifa Zero aumenta o número de usuários. Que novos usuários seriam esses? Isso implicaria em menos carros nas ruas?

Qualquer redução de 5 a 10% no tráfego de carros já será um impacto gigantesco em Natal. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe Tarifa Zero para estudantes universitários em várias cidades e muitos deles deixaram de ir de carro para o campus para irem no transporte público gratuito, passando a usar o dinheiro da gasolina em outras coisas mais importantes. Na UFRN, dos 25 mil alunos, cerca de 15 mil vão para o campus de carro. Esse uso do carro entre estudantes universitários certamente iria cair. Mas a redução de carros nas ruas não depende só da Tarifa Zero, mas da qualidade do serviço. Para uma comparação, em São Caetano do Sul, cidade com mais carros por habitante que Natal, e renda per capita anual de R$ 95 mil, houve migração em alguns dias e horários da semana, reduzindo o tráfego de carros. Natal tem renda per capita na ordem de R$ 27 mil, a tendência então é possivelmente um impacto ainda maior.

Que outros impactos a implantação da Tarifa Zero causaria?

Uma consequência nas cidades que adotaram foi a revitalização dos centros das cidades e do comércio de rua. As pessoas passaram a ir ao centro porque não precisavam pagar. Uma ida e volta a R$ 4,50 cada, dá mais que 1kg de feijão. Então, com a Tarifa Zero ocorrem movimentos para fazer compras que não se realizariam quando há tarifa. A Tarifa Zero movimenta o dinheiro na economia, no comércio. Também iria zerar o custo das empresas empregadoras com o vale-transporte e reduziria o custo de transporte para outros trabalhadores. Do lado da empresa, essa redução pode se tornar mais emprego, ou mais investimento na empresa. Do lado dos trabalhadores, vai virar mais consumo, o que movimenta a economia. Ainda mais, além da redução do custo com o vale transporte, acabaria o problema atual de empregar uma pessoa em função de onde ela mora. O mercado de trabalho de Natal se tornaria, efetivamente, um só mercado, independente da geografia, pois o deslocar-se para o trabalho teria Tarifa Zero. As empresas passariam a contratar a pessoa pelo que ela é, não por onde ela mora. 

Informações: SaibaMais.jor.br

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Mais linhas, novos ônibus e maior acessibilidade no transporte de Curitiba

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Nos últimos cinco anos o sistema de transporte coletivo de Curitiba ganhou um novo eixo de transporte; uma nova linha do sistema Expresso; uma tarifa mais barata aos domingos; 1.120 ônibus zero quilômetro; elevadores, rampas e equipamentos especiais que duplicaram o índice de acessibilidade no sistema; estações-tubo com três portas e ônibus articulados que aumentaram em 20% a oferta de lugares no Ligeirinho Inter2; integração por cartão na estação Santa Quitéria, beneficiando usuários da linha Vila Velha Buriti, e o primeiro ônibus Ligeirão da cidade.

Mais canaletas - Construída no trecho urbano da antiga BR 116, a Linha Verde Sul abriga o sexto corredor de transporte da cidade e representa uma ampliação de 72 para 81 quilômetros na extensão do sistema de canaletas exclusivas para o ônibus. Quando a Linha Verde Norte estiver pronta esta ampliação chegará a 92 quilômetros, um aumento de 25% na extensão total do sistema de canaleta que é um dos pilares da integração do transporte.

Novo Expresso - A partir da Linha Verde Sul Curitiba ganhou, em maio do ano passado, uma nova linha do sistema expresso, a Pinheirinho- Carlos Gomes que faz a ligação bairro-centro em 25 minutos, dez minutos a menos do que a viagem feita pelo Eixo Sul. Quando a Linha Verde Norte estiver pronta a cidade vai ganhar também as linhas do expresso Atuba-Carlos Gomes e Pinheirinho-Atuba.

Novas estações - Com a primeira etapa da Linha Verde o sistema de transporte passou a contar com mais cinco estações tubo (São Pedro, Xaxim, Santa Bernadethe, Fanny e Marechal). Outras oito entrarão em operação com a Linha Verde Norte. As estações da Linha Verde são amplas, climatizadas, têm película que reduz o impacto da luz solar no interior da estação e, mais importante ainda, permitiram a integração de linhas que antes cruzavam a antiga BR. Passageiros de linhas como São Pedro, Xaxim e Gramados tinham que ir até um terminal para mudar de ônibus. Agora estes ônibus param na Linha Verde onde é possível fazer a integração, beneficiando diariamente milhares de curitibanos.

Biocombustível - A Linha Verde também permitiu a implantação de uma frota de ônibus movida exclusivamente a biocombustível, sem mistura de óleo mineral. São seis ônibus que fazem a linha Pinheirinho-Carlos Gomes abastecidos apenas com combustível á base de soja, sem óleo diesel.
Curitiba é a primeira cidade da América Latina a fazer uma experiência deste porte com biocombustível, o que poderá representar uma redução na emissão de poluentes de até 50%.

Ligeirão - O novo ônibus representa uma ampliação de pelo menos 50% na capacidade do sistema de canaletas. O primeiro Ligeirão de Curitiba começou a circular no dia 29 de março deste ano fazendo a ligação do Boqueirão-Centro com apenas três paradas: na estação Cefet e nos terminais Hauer e Carmo. O tempo de viagem foi reduzido em 15 minutos e a oferta de ônibus no Eixo Boqueirão aumentou em 10%.

Ônibus mais novos - A Rede Integrada de Transporte tem uma frota de 1.910 ônibus e, nos últimos cinco anos, 1.120 ônibus zero quilômetro entraram em operação, reduzindo para 5,1 a idade média da frota. Equipados com elevadores, balaústres e espaços diferenciados para portadores de deficiência, os novos ônibus são também menos poluentes porque têm motores que fazem a queima quase completa do diesel. Nos últimos cinco anos, a redução na emissão de poluentes na frota do transporte coletivo chegou a 161 toneladas por mês, em média.

Inter 2 - Os 80 mil passageiros desta que é uma das linhas mais conhecidas da cidade foram beneficiados nos últimos anos por uma série de investimentos. A frota, de 70 ônibus, passou a contar com 40 articulados, um aumento de 20% na oferta de lugares nos ônibus. As 28 estações do Inter 2 ganharam uma terceira porta e mais acessibilidade, passando a contar com elevadores ou rampas, novas calçadas em material antiderrapante e faixas elevadas de travessia. O Inter 2 passa em 12 bairros e percorre, a cada viagem, 38 quilômetros. A construção de três grandes binários - Brasília, Mario Tourinho e Capão da Imbuia/Hauer, em 2008, permitiu a implantação de sentido único de trânsito em quase 20 dos 38 quilômetros do trajeto do ônibus.

Terminais melhores - 18 dos 21 terminais de transporte foram reformados no ano passado com obras, principalmente, de acessibilidade: elevadores, rampas, sinalização, pistas internas e sanitários adaptados garantiram mais conforto ao usuário do sistema de transporte. O terminal Pinheirinho teve sua capacidade ampliada em 40%. O terminal Cabral está sendo ampliado, uma obra feita pelo governo do Estado como contrapartida ao município de Curitiba pela integração, no final de 2008, do terminal Guaraituba, de Colombo.

Domingueira - Desde janeiro de 2005, ficou mais barato andar de ônibus aos domingos. É que a tarifa do ônibus nos domingos passou a custar R$ 1,00, hoje menos da metade da tarifa normal, de R$ 2,20. A domingueira vale para todo o sistema - à exceção da Linha Turismo - beneficiando principalmente o trabalhador que não ganha vale transporte para o domingo e que, com a tarifa mais baixa, pode sair com a família para passeios nos parques ou visitar parentes, por exemplo.

Mais acessível - A acessibilidade no transporte coletivo de Curitiba aumentou de forma considerável nos últimos anos. O índice de acessibilidade na frota de ônibus, que era de 44% passou para 84%. Graças a obras de reforma e melhorias e à instalação de elevadores, 80% das 364 estações tubo têm os requisitos exigidos pela acessibilidade. Nos ônibus, 20% dos bancos são destinados a idosos, gestantes ou pessoas com dificuldade de locomoção e têm cor diferenciada dos demais bancos.

Fonte: Prefeitura de Curitiba
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Em Sorocaba, Transporte coletivo perdeu 11% dos usuários nos últimos anos

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O transporte coletivo é apontado como uma das saídas para o caos no trânsito em todas as grandes cidades, mas em Sorocaba o sistema de ônibus acumula, de 1997 até 2010, uma queda de 11% no número de passageiros. Segundo levantamento feito pela Urbes - Trânsito e Transportes, a lotação excessiva dos veículos é colocada como o fator que mais incomoda os usuários.
Embora o levantamento da Urbes mostre que houve queda de 11% em relação a 1997, os últimos quatro anos seguem tendência de crescimento. Em 2007, por exemplo, a queda acumulada em relação a 1997 era de 17,5%, com cerca de 4,1 milhões de passageiros transportados. Desde então, ano a ano o número de usuários vem aumentando e 2010 fechou com 4,4 milhões. O presidente da Urbes, Renato Gianolla, explica que o número de mais de 4 milhões de passageiros na verdade se refere ao número de pessoas transportadas, ou seja, se uma pessoa vai e volta do trabalho de ônibus, será contabilizada como dois usuários do serviço.

MigraçãoRenato Gianolla afirma que não existe um levantamento sobre quantos passageiros deixaram de usar o transporte coletivo porque adquiriram um veículo, mas acredita que em razão do bom momento da economia em Sorocaba, existem mais pessoas melhorando de vida e deixando os ônibus para partir para um carro ou moto, do que pessoas piorando financeiramente e deixando o transporte coletivo para se deslocar a pé.
“É complicado fazer alguém deixar o carro em casa e seguir de ônibus para o trabalho. Em São Paulo, quem possui carro dá opção ao metrô por se tratar de uma alternativa expressa”, afirma. Só no ano passado foram vendidos 13 mil novos carros em Sorocaba. As motos tiveram crescimento de vendas na ordem de 33%, contra 26% dos automóveis.
Gianolla afirma que a maior adesão ao transporte coletivo em São Paulo se deve justamente ao caos no qual a cidade chegou. “Na Capital as pessoas já não encontram lugares para estacionar seus carros. Um estacionamento chega a custar R$ 10 a hora. Nesse cenário, o transporte coletivo torna-se bem mais atrativo.”

LotaçãoEm 2010 a Urbes realizou uma pesquisa junto aos usuários do transporte coletivo de Sorocaba e perguntou qual era seu principal problema. Em primeiro lugar apareceu a questão da lotação. Não somente aquela lotação de quando um ônibus está abarrotado de gente, mas também aquela de quando uma pessoa que paga passagem não tem direito de fazer o trajeto sentada.
Para controlar a lotação, a Urbes está trabalhando com um monitoramento visual feito por fiscais durante horários críticos. O limite trabalhado é de seis pessoas por metro quadrado, valor meramente matemático que leva em conta os passageiros que estão ocupando o veículo e aqueles que deixaram de embarcar por falta de espaço. “Quando chegamos próximos desse limite acendemos a luz de alerta e colocamos mais ônibus na linha antes que haja caos”, explica o engenheiro.
Segundo a Urbes, atualmente as linhas que servem mais passageiros são as do Central Parque, Laranjeiras, Vitória Régia, Parque São Bento e Júlio de Mesquita Filho.

‘Baixar o valor da tarifa é complicado’ A reportagem do BOM DIA foi aos terminais e pontos de Sorocaba para perguntar o que incomoda o usuário. Não se tratava de uma pesquisa de cunho científico. A metodologia era simplesmente a de colher depoimentos, sem se preocupar com quantas pessoas seriam entrevistadas, seus sexos ou condição socioeconômica. O que percebemos é que, independente do perfil do passageiro, o preço da passagem é reclamação comum.
O presidente da Urbes, Renato Gianolla, alega que o sistema de transporte público opera no limite, “se pagando”. Diz ainda que o valor da tarifa só poderia ser baixado se a prefeitura aumentasse o subsídio e retirasse verba de outras áreas. O presidente informa que manter os ônibus operando em Sorocaba custa cerca de R$ 140 milhões ao ano. Destes, R$ 10 milhões são pagos através de repasse da prefeitura e o restante é custeado pelos passageiros.
“É uma questão de prioridade. Se mais dinheiro for empregado em transporte, menos dinheiro sobrará para educação, saúde e moradia. É isso ou a criação de um novo imposto, que forçaria toda a população a custear o transporte de uma fração dela. É bastante complicado de se fazer”.
Gianolla cita como exemplo a tarifa de R$ 1 que atualmente é válida aos domingos como forma de estimular o uso do transporte público. Se a tarifa dos ônibus custasse R$ 1 todos os dias, Gianolla diz que, ao invés de dar R$ 10 milhões de subsídio, o governo municipal teria de repassar R$ 85 milhões anuais para tapar o buraco no orçamento do transporte. O engenheiro cita que algumas cidades têm experiências inclusive com a tarifa zero. Neste caso, porém, o transporte é priorizado em detrimento das demais áreas de governo.

Dinheiro vai para carnêO encarregado de caixa Nilmar Garcia Silva, 20, cansou de andar de ônibus e, como muitos, decidiu usar o dinheiro que gastava na tarifa do transporte para bancar as parcelas de uma motocicleta. Os R$ 234 de parcela, somados ao combustível utilizado, ainda representam economia para Nilmar.
“Hoje faço meus horários, tenho conforto, chego onde e na hora que quiser”, diz o encarregado, que demorava duas horas de ônibus para deixar a Vila Nova Sorocaba e seguir até o Esplanada Shopping. De motocicleta, ele cumpre o mesmo percurso em 20 minutos.

Reduzir o tempo de esperaA urbes estabeleceu tempos máximos de espera por um ônibus em função do tipo de linha. Segundo Gianolla, não há no perímetro urbano linhas com mais de 40 minutos de espera. Mais tempo que isso, só em bairros rurais. Nos terminais o tempo médio é de 24 minutos e nas linhas básicas, que passam pelas arteriais da cidade, são 9 minutos em média.

373 ônibusônibus compõem a frota local, mas em média, existem 340 rodando ao mesmo tempo pelas ruas nos dias de semana. Aos domingos, a frota em atuação é reduzida em 40%.


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Em Porto Alegre, Novo sistema de transporte coletivo gera um prejuízo de cerca de R$ 52 milhões

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Recentemente, a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), divulgou que, nos primeiros seis meses da operação do novo sistema de transporte coletivo da cidade, as empresas tiveram um prejuízo de cerca de R$ 52 milhões – R$ 42 milhões das empresas privadas e R$ 10 milhões da Carris. A queda seria motivada, especialmente, pela redução no número de passageiros desde que o novo sistema de transporte público entrou em operação, em fevereiro.
Novo sistema de transporte coletivo de Porto Alegre entrou em vigor em feveiro | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Segundo a ATP, o número de passageiros que pagam tarifa caiu 7,35%. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) também aponta queda, mas um percentual menor: 5,3%. De qualquer forma, essa redução seria recorde na cidade.

Diretor-executivo da ATP, Gustavo Simionovschi diz ainda que, nesses seis meses, durante 34 dias as empresas operaram com uma tarifa menor do que os atuais R$ 3,75 e que por 97 dia usuários que tinham feito a recarga antes da elevação da tarifa pagaram um valor menor. Diante desse quadro, ele afirma que seria necessário cobrar uma tarifa de R$ 4,20.

“Se eu fizesse uma conta tarifária hoje, colocando só a quilometragem rodada e o passageiro que eu perdi, a tarifa passaria de R$ 3,75 para R$ 4,20, sem considerar qualquer outro aumento de custo”, diz Simionovschi. “Alertamos que estamos chegando em um dilema que, no final do mês, a empresa vai ter que escolher se paga diesel, salário ou a prestação do ônibus. Estamos muito preocupados porque está entrando numa falência do sistema”, complementa.

O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, afirma que não há a menor possibilidade de, no momento, haver uma revisão no preço da tarifa e que isto só irá ocorrer a partir de fevereiro de 2017, mês em que usualmente ocorre reajuste dos salários dos rodoviários e da tarifa.

Como alternativa para reduzir os prejuízos, ele diz que a EPTC tem promovido mudanças e cortes nos horários de algumas linhas menos utilizadas. Ele cita, como por exemplo, a linha São Caetano, que teve redução de 40% do número de passageiros no período. “Readequou-se a grade de horários para que o usuário tenha ainda a oferta de transporte com intervalos um pouco maiores”, diz Cappellari.

Ele ainda atribui a redução de passageiros a fatores externos ao sistema, como a popularização do Uber, com tarifas mais baixas que o táxi, e a crise de segurança no Estado.

Mauri Cruz, ex-secretário de Transportes de Porto Alegre durante a gestão da Frente Popular e professor de pós-graduação em Direito à Cidade e Mobilidade Urbana, defende que o problema da redução de passageiros no sistema é fruto do “congelamento de um modelo de transporte público já saturado”.
Ele pondera que o transporte público deveria oferecer uma integração maior entre os modais da cidade – transporte coletivo, seletivo e estacionamentos rotativos. “A licitação congelou um modelo de transporte já saturado, precisaria modicar o sistema integrando os diversos modais”, afirma Cruz.

O professor defende, por exemplo, a flexibilização das tarifas como forma de atrair mais público para o transporte coletivo. Segundo ele, a passagem poderia ser reduzida em horários de entrepico, isto é, de menor ocupação. Além disso, poderia ser diferenciada de acordo com a distância. Ele também sugere que, em áreas centrais, poderia ser restringida a circulação de veículos e utilizados ônibus menores e/ou elétricos para reduzir os custos.

Para isso, no entanto, ele afirma que a gestão das tarifas deveria ficar a cargo da EPTC, como determina a lei municipal 8133, e não da ATP, como ocorre atualmente. Nesse caso, ele diz que seria possível realizar uma integração maior entre os diversos modais do sistema e a EPTC teria mais recursos para investir na modernização do sistema. À ATP, segundo Mauri, ficaria exclusivamente a remuneração do serviço prestado, que poderia ser feito através do pagamento de critérios como quilômetro rodado ou passageiro transportado.

Subsídio de isenções
O diretor da ATP reconhece que o aumento da tarifa poderia gerar uma redução ainda maior de passageiros e que é preciso buscar outras alternativas. Ele defende, por exemplo, uma revisão da política de isenções, que hoje faria com que 35% dos usuários de ônibus não paguem passagem. “Estamos com o número de isenções explodindo. Extrapolou qualquer limite aceitável”, afirma. “Hoje, o usuário poderia pagar R$ 1 a menos, R$ 2,75, se não tivesse isenção”.

Simionovschi defende que as isenções poderiam ser financiadas de outra forma, como pela cobrança de um valor adicional nos parquímetros da cidade, implementação de uma taxa sobre a gasolina e até a cobrança de um “pedágio urbano” para a circulação de veículos no Centro cujo valor seria revertido para a sistema de transporte.

“Não é ser contra o automóvel, é usar racionalmente o automóvel. Temos que definir que modelo de transporte a cidade quer, um transporte racional, integrado, menos poluente, ou uma pessoa sozinha dentro de um automóvel e todo mundo parado no trânsito”, pondera Simionovschi.

Cappelari, porém, salienta que a questão das isenções depende de legislações federais – como o caso da isenção para maiores de 65 anos, prevista na Constituição – e de leis locais – como a meia tarifa para estudantes -, o que só pode ser mudado pela Câmara de Vereadores. “Não se tira benefício por interesse do gestor ou das empresas”, diz Cappellari.

Por outro lado, ele concorda que é preciso buscar alternativas de financiamento da tarifa de ônibus. “A oferta de um transporte de qualidade somente baseado em tarifa é insustentável”, diz.

Ele afirma que a Prefeitura tem defendido junto ao Congresso Nacional a aprovação de uma legislação que permita a cobrança de uma Cide (Contribuição de intervenção no domínio econômico) sobre o combustível cujo valor poderá ser revertido para subsidiar o transporte coletivo. Segundo ele, caso fosse imposta uma taxação extra de 10% sobre o valor do combustível, entrariam nos cofres públicos R$ 200 milhões por ano e isso, se aplicado no transporte coletivo, poderia levar à redução da tarifa para R$ 2,80.

O atual diretor da EPTC também se diz favorável a buscar outras alternativas de financiamento do sistema, como a cobrança de taxa sobre estacionamento, mas pondera que isso também depende da Câmara de Vereadores. “Quem usa o automóvel tem que subsidiar o transporte coletivo”, afirma.

Ele ainda diz que é preciso – e a EPTC estaria trabalhando nesse sentido – combater a evasão das tarifas, isto é, a utilização inadequada de gratuidades. Segundo Cappellari, este é um verdadeiro “câncer no sistema”.

Lentidão no trânsito
Outro ponto apontado como responsável pelo prejuízo das empresas é a lentidão do trânsito na Capital, que levaria ao aumento do consumo de combustível, obrigaria que um maior número de veículos fosse mantido em operação e afastaria o usuário do transporte coletivo.

Simionovschi diz que a ATP defende a priorização do transporte coletivo em avenidas com três ou mais faixas, com ao menos uma delas sendo exclusiva para ônibus. “Isso diminui muito o custo da operação e aumenta a velocidade”.

Atualmente, Porto Alegre tem 67 quilômetros de corredores de ônibus, que ainda são insuficientes e precisam de grandes obras para ser implementados. Uma alternativa, porém, são as faixas exclusivas em determinados períodos, como o que existe nas avenidas Cavalhada e Teresópolis desde 2013.

Segundo Cappellari, os ônibus percorriam o trajeto de 5,6 km entre as avenidas em meia hora antes da instalação das faixas exclusivas e agora fazem em 15 minutos. Ao mesmo tempo, o período de deslocamento no automóvel teria se mantido. “Com a diminuição do tempo de viagem na Cavalhada, a última medição aponta que tivemos 4% de aumento de passageiros. Há uma probabilidade boa de que melhorando a condição operacional da rede de transportes tenha um maior numero de usuários”, afirma.

Ele diz que a Prefeitura pretende instalar, até o final do ano, mais sete faixas exclusivas para ônibus nas avenidas Assis Brasil, Icaraí, José do Patrocínio, Loureiro da Silva, Ipiranga e Mauá. Além disso, diz que há previsão de conclusão do corredor da Sertório até a Assis Brasil ainda neste ano.

Por Luís Eduardo Gomes
Informações: Sul 21
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