Venda de ônibus recua 15,4% em 2024 no Brasil *** Ônibus 100% elétrico da Volvo começa a operar em Curitiba *** Saiba como vai funcionar o BRT em Maceió; investimento será de R$ 2 bilhões *** Primeiro trem da Linha 15-Prata é entregue ao Metrô na China *** Salvador possui a terceira maior frota de ônibus elétricos do Brasil *** Prefeitura de Belém apresenta os primeiros ônibus elétricos *** Projeto da CBTU promete retomada do transporte sobre trilhos para o Bairro do Recife *** Conheça nossa página no Instagram
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta corredores exclusivos de ônibus. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta corredores exclusivos de ônibus. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

Brasil se aproxima de 600 ônibus elétricos no transporte público, mas Chile lidera com 2,4 mil

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Visto como uma forma de reduzir a emissão de dióxido de carbono — um dos principais gases do efeito estufa — pelo transporte público, o ônibus elétrico integra a frota de cidades de 11 países na América Latina, segundo o E-Bus Radar, plataforma desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Técnica da Dinamarca. O Brasil é o quarto país com mais veículos do tipo na região, mas tem apenas 578.

Chile (2.456), Colômbia (1.590) e México (752) ocupam as primeiras posições. De acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a frota nacional conta com 107 mil ônibus para o transporte público, de modo que os elétricos representam apenas 0,5% do total.

Os 578, que incluem 276 veículos movidos a bateria e 302 trólebus (que obtém energia de linhas aéreas), estão espalhados por cinco estados (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia) e o Distrito Federal. A capital paulista é a cidade com mais ônibus elétricos no transporte público, com 381.

O E-Bus Radar estima que com a quantidade atual, será evitada a emissão de 61,05 quilotons de dióxido de carbono por ano.

Cada país signatário do Acordo de Paris, como o Brasil, estabeleceu metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada. A Contribuição brasileira estabelece que o país deve reduzir as suas emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às emissões de 2005.

O Brasil também se comprometeu em alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, tudo que o país emitir deverá ser compensado com fontes de captura de carbono, como plantio de florestas ou recuperação de biomas. Os gases do efeito estufa contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Nesse cenário, o ônibus elétrico aparece como uma ferramenta importante. Porém, para sua implementação no transporte público no território brasileiro, há uma série de desafios a serem superados, e isso tem impedido sua disseminação nas frotas em ritmo acelerado no país.

Entre os desafios, estão o custo mais elevado que o dos ônibus convencionais, a necessidade de preparação da rede elétrica das cidades para suportar maior consumo de energia e a importância de capacitar pessoas para fazer a manutenção dos novos veículos.

O economista Wesley Ferro, secretário-executivo do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (Instituto MDT), explica que o ônibus a bateria "custa na faixa de R$ 3 milhões, R$ 3,5 milhões". Já um ônibus a diesel convencional, mesmo com motor de tecnologia mais moderna, que possui um nível de emissões de gases menor, está na faixa de R$ 800 mil.

"A diferença [de preço] entre um ônibus e outro é grande. Então o volume de recursos que precisa para investimento em frota é muito mais alto", pontua o especialista.

Ele salienta que você comprar um ônibus de R$ 3,5 milhões e colocá-lo para operar em uma cidade que não tem infraestrutura exclusiva para ônibus nem recursos assegurados para o financiamento do transporte público, como é caso da maioria ou todas as cidades brasileiras, "é um investimento de alto risco". Dessa forma, muitas vezes, a preferência dos governos locais acaba sendo por investir num ônibus que não terá emissão zero de gases, mas possui motor Euro 6, por exemplo, que emite muito menos que outros mais antigos.

Em relação à preparação da rede elétrica das cidades, ele ressalta que São Paulo, por exemplo, estabeleceu uma meta para ter 2.600 ônibus elétricos na frota municipal até o final de 2024, mas não conseguiu avançar rapidamente para alcançá-la. O motivo é porque esbarrou "num grande problema": a necessidade de investimentos em infraestrutura de instalação para garantir o fornecimento de energia para os veículos que estão sendo implementados.

"Os estudos técnicos que foram feitos lá em São Paulo mostraram que se você tivesse 50 ônibus carregando ao mesmo tempo durante um período em determinada região, você derrubava a energia do restante da população toda".

O doutor em transportes Pastor Willy Gonzales Taco, líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias (GCTNT), da Universidade de Brasília, reforça que os ônibus elétricos vão consumir a mesma energia que já é consumida na cidade para vários tipos de uso.

"Como as cidades [brasileiras] estão preparadas para isso? Ninguém se preparou para isso. E aí entra um concorrente, que vem a ser os veículos particulares de passeio, que já consomem energia, iria ter um bom número de veículos elétricos percorrendo as vias".

Para o especialista, é preciso "compreender as potencialidades de produção energética de cada cidade. Cada cidade tem sua característica. Alguns municípios Brasil já estão implementando há um bom tempo outros tipos de energia para sustentar os veículos. Biodiesel e assim vai".

Ele salienta que o planejamento do município para comprar ônibus elétricos precisa considerar ainda o fato de que o modelo pode já se tornar ultrapassado no ano seguinte, visto que a tecnologia avança rapidamente.

Autonomia
De acordo com Wesley Ferro, a autonomia dos ônibus elétricos com bateria é menor que dos ônibus convencionais.

"Esses primeiros ônibus elétricos que foram incorporados nas redes, nas cidades, eles têm a autonomia muito baixa, na faixa de 200 km, no máximo 250 km. Portanto, para operarem, eles são colocados em linhas muito específicas, que são linhas com extensões menores", afirma. As linhas costumam também não ter muitas subidas.

No caso do trólebus, há a questão de ser pouco flexível, por depender da rede elétrica. A circulação fica restrita a vias que possuam rede aérea de energia.

Falando sobre as experiências internacionais, o secretário-executivo do Instituto MDT diz que o Chile e a Colômbia já estão no processo de eletrificação do transporte público há mais tempo que o Brasil. Em Bogotá, capital colombiana, a multinacional italiana Enel, que atua no ramo de geração e distribuição de eletricidade e gás, ajuda na compra de ônibus elétrico e distribui para operadores.

Investimentos em transporte público
O transporte público por si só é uma forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, porque diminui o número de veículos particulares em circulação.

Segundo o relatório de síntese sobre o diálogo técnico do primeiro balanço global do Acordo de Paris, publicado pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas em setembro de 2023, o transporte contribui com aproximadamente 15% das emissões globais de gases do efeito estufa, e a eliminação gradual de motores de combustão interna e o uso de veículos elétricos "oferecem o maior potencial de mitigação no setor".

"Além disso, intervenções do lado da demanda, como a mudança de modos de transporte (por exemplo, para caminhar e usar o transporte público), serão essenciais no contexto de repensar a mobilidade".

A organização ambientalista World Resources Institute, de Washington, nos Estados Unidos, ressalta que ônibus e trens podem diminuir as emissões de gases de efeito estufa em até dois terços por passageiro por quilômetro em comparação com os veículos particulares.

Entretanto, o Orçamento da União de 2024 prevê um percentual pequeno de despesas com apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e capacitação de recursos humanos para transportes coletivos urbanos, as ações orçamentárias mais específicas sobre transporte público.

As dotações atuais são de R$ 140,4 milhões, R$ 591 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente, representando somadas 0,01% dos R$ 5,39 trilhões previstos pelo Orçamento com despesas. Dos totais, R$ 88,5 milhões, R$ 111,5 milhões e R$ 283,5 mil foram realizados até o momento.

Em relação às emendas parlamentares, dos 213 congressistas da Frente Parlamentar Mista do Transporte Público, apenas o deputado Marcello Crivella (Republicanos-RJ) direcionou quantia para alguma dessas ações orçamentárias, sendo R$ 400 mil para apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano. A dotação atualizada total das emendas dos parlamentares da frente é de R$ 8,6 bilhões.

Ainda em relação às emendas, no total, são direcionados R$ 17,1 milhões para funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, com as bancadas de Goiás e Rio Grande do Norte tendo direcionados montantes também.

Para Wesley Ferro, o tema do transporte público ainda está distante da agenda de prioridades do setor público no Brasil.

Também, de acordo com ele, apesar de alguns processo estarem em andamento, como a discussão da renovação de frota elétrica, a chegada de linhas de financiamento de parceiros e bancos, como o BNDES, e a discussão de um marco legal para o transporte público (proposta tramitando no Senado), a política de mobilidade urbana "não é prioridade" do governo federal nem dos estados e municípios.

"Faltam recursos, falta qualificação de corpo técnico, faltam projetos qualificados para serem implementados", pontua.

Wesley ressalta que, historicamente, o sistema de transporte público no país "foi sempre financiado basicamente pela tarifa paga pelos usuários".

"A receita gerada nas catracas era a única fonte de financiamento do sistema de transporte público. Então servia para custear o sistema, manter o sistema em operação, e minimamente para fazer algum nível de investimento".

Com a queda da demanda durante a pandemia, mas necessidade de manter a oferta do serviço, visto que trabalhos essenciais não pararam, a fragilidade do modelo ficou evidente. A Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, acrescenta Wesley, "já apontava alguns caminhos que deveriam ser adotados para você mudar esse quadro, ter financiamento para o transporte público". Porém, para os instrumentos de gestão de política de mobilidade urbana apresentados serem implementados nas cidades, eles pressupõem "que você compre algumas brigas dentro da cidade".

É possível, por exemplo, a taxação do uso do automóvel dentro dos municípios. "Mas esse é um caminho que os gestores evitam. Ninguém quer que se indispor com determinados setores da sociedade".

O secretário-executivo do Instituto MDT salienta ainda que a transição energética não resolve "o problema do transporte público no Brasil", ou seja, você reduz emissões, pode estar cumprindo metas pactuadas nos acordos internacionais, mas se o transporte público continuar sem infraestrutura exclusiva para circulação nas cidades, como faixas e corredores exclusivos, corre-se o risco de ter uma frota eletrificada presa em congestionamento.

"Portanto, a infraestrutura tem o poder de contribuir também para a redução de emissões, num nível muito próximo do que você imagina com a substituição da frota por outra matriz".

O Instituto MDT apoia a implementação, no país, de um Sistema Único de Mobilidade. "A gente defende que esse é um caminho para que o transporte público possa ser de fato o grande estruturador das cidades e a grande prioridade das gestões públicas".

Na opinião de Taco, a atenção dos congressistas e do governo federal ao transporte público "está mais voltada à questão dos subsídios".

"Quando você vê as diversas demandas que se tem, é justamente mais voltada para os subsídios, ou seja, para atender os custos derivados da operação do transporte. Em termos especificamente de infraestrutura, tem havido uma paralisação ao longo dos anos".

Segundo o líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias, ao se observar os investimentos que os municípios fazem, salvo exceções e algumas grandes regiões metropolitanas, percebe-se que eles estão voltados mais para infraestrutura para o carro do que ao transporte público.

Atuação do BNDES
Em maio, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que financiará a renovação da frota de ônibus em municípios brasileiros. "Ao todo, serão investidos R$ 4,5 bilhões para aquisição de 1.034 ônibus elétricos e 1.149 ônibus Euro 6, que reúnem o que há de mais moderno no mundo em termos de eficiência energética e baixo consumo de combustível", acrescentou o comunicado.

O banco explicou que a renovação de frota com veículos sustentáveis é uma das modalidades do Novo PAC Seleções. Ela prevê a destinação de R$ 10,5 bilhões para a aquisição de 2.529 ônibus elétricos, 2.782 ônibus Euro 6 e 39 trens para atender 98 municípios. "Além do financiamento do BNDES, no valor de R$ 4,5 bilhões, a Caixa Econômica Federal financiará 39 trens, 1.495 ônibus elétricos e 1.633 ônibus Euro 6, com investimento de R$ 6 bilhões para essa modalidade".

A diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa, reforça algumas das dificuldades para implementação do ônibus elétrico no transporte público, como o custo bem mais elevado para compra do veículo. Luciana ressaltou vantagens dele em relação ao convencional: possui um custo de manutenção cerca de 80% menor; custo de operação "muito menor", porque energia elétrica é muito mais barata do que diesel; ajuda o país no cumprimento do Acordo de Paris, por não emitir gases do efeito estufa; é silencioso; e não emite poluentes.

Conforme a diretora, diante desses benefícios, o investimento em eletromobilidade, embora ele seja maior inicialmente, "é um investimento que se repaga". Ela pondera que, em alguns lugares no país, ainda não caberá uma frota eletrificada, porque as prefeituras brasileiras têm capacidades financeiras muito diferentes entre si.

Luciana salienta que o Brasil possui "um grande déficit" de infraestrutura de mobilidade urbana, estimado pelo BNDES em R$ 360 bilhões.

"Em 2022, foi investido 0,06% do PIB em mobilidade urbana nos modais de média e alta capacidade. Dentro desse número de R$ 360 bilhões, a gente não considera ônibus. A gente só considera metrô, VLT", explicou. A meta do banco é elevar o percentual de investimento para 0,25% do PIB.

Segundo Luciana, "o histórico de investimento no Brasil, seja em média e alta capacidade, seja em ônibus, é de instabilidade, imprevisibilidade e insuficiência. Por isso que essa pauta de mobilidade urbana, desde que essa gestão assumiu o BNDES, se tornou uma das grandes prioridades, nós sabemos que o desafio é enorme".

O banco está realizando um estudo nacional de mobilidade urbana para identificar qual seria a estrutura de média e alta capacidade que deveria ser implementada. A ideia é criar um banco de projetos para média e alta capacidade, que servirá deum insumo para a estratégia nacional de mobilidade urbana. O estudo começou no início deste ano e deve ser concluído no início do próximo ano. O custo para sua realização será de R$ 27 milhões.

Exemplo de Curitiba
Curitiba, que tem sete ônibus elétricos em sua frota do transporte público, sendo seis que começaram a circular em julho e um que deve começar a circular em agosto, tem como meta fazer com que 33% de sua frota seja elétrica até 2033 e 100% até 2050. Hoje, no total, são 1,1 mil ônibus na capital paranaense.

Segundo a Urbs, que gerencia o transporte coletivo na cidade, 54 ônibus elétricos vão ser adquiridos em 2025, com R$ 380 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Mais 70 estão programados com lei aprovada na Câmara Municipal de Curitiba, que prevê recursos de R$ 317 milhões nos veículos".

Questionada se a prefeitura entende que o investimento em transporte público e na descarbonização da frota são medidas importantes para o enfrentamento das mudanças climáticas, disse que "sem dúvida". "Os novos ônibus representam um salto tecnológico e um passo decisivo rumo a uma Curitiba mais sustentável. Sem emissões, sem ruído, com maior conforto térmico, eles trazem uma série de benefícios para a população".

O projeto de descarbonização da frota do município começou em 2018, e, em 2023, teve início os primeiros testes com veículos elétricos. Foram testados ônibus das marcas BYD, Eletra, Marcopolo, Volvo e Ankai até o momento.

"Em paralelo, Curitiba comprou os primeiros veículos elétricos. Cada ônibus elétrico evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 ao ano na atmosfera, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo".

Os ônibus elétricos são os primeiros da frota da cidade com ar-condicionado. Possuem piso baixo para melhor embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida e contam também com entradas USB para recarga de celulares e sistema de anúncio de fechamento das portas. Em relação aos bancos, 20% são reservados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os veículos têm dois espaços para cadeirantes.

"O novo contrato de concessão do transporte coletivo, previsto para 2025, que está sendo formatado em parceria com o BNDES, já contemplará, na sua origem, a operação também de frota elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa", diz a Urbs.

O novo modelo de concessão será o primeiro do Brasil a contemplar, já na sua origem, a prioridade de redução de emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética; de acordo com a Urbs, isso "traz também segurança jurídica". Os dois grandes projetos do transporte coletivo em andamento em Curitiba — novo Inter 2 e BRT Leste-Oeste — terão frota elétrica.

A Urbs pontua que as precisam ser "mais resilientes às mudanças climáticas" e buscar soluções para "mitigar esse problema e evitar seu agravamento". "A eletrificação da frota das cidades é um passo importante para tornar as cidades mais sustentáveis, com zero emissões de gases do efeito estufa, de material particulado, e de poluição sonora".

A empresa pondera que, como toda nova tecnologia, apresenta desafios, por exemplo a forma de estruturação da aquisição dos veículos, e a oferta de ônibus e de fontes de financiamento.

Informações: SBT News

READ MORE - Brasil se aproxima de 600 ônibus elétricos no transporte público, mas Chile lidera com 2,4 mil

Campos dos Goytacazes recebe investimentos para compra de 106 ônibus elétricos

domingo, 28 de julho de 2024

A iniciativa do governo de Campos dos Goytacazes (RJ) de livrar o município dos problemas no transporte urbano pode estar próxima de ser consolidada. Dois meses depois de ter articulado, junto ao governo federal, R$ 540 milhões para garantir a implantação de um projeto macro para o setor, o prefeito Wladimir Garotinho anuncia R$ 5,8 milhões para implantação do Serviço Rápido de Ônibus (BRS).

O valor é parte do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções de R$ 41,7 bilhões do Governo Federal, apontado nessa sexta-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos está mais uma vez contemplado, agora para implantação do Serviço Rápido de Ônibus (BRS), que são corredores exclusivos para ônibus.
Publicidade

A proposta do governo municipal, segundo Wladimir, é “revolucionar o transporte público”. Ele ressalta que o novo projeto tem tudo a ver com a breve renovação da frota, através do recurso de R$ 540 milhões, também do PAC Seleções, anunciado em maio deste ano.

"Trata-se de todo um novo sistema de transporte que estamos planejando para Campos; um problema antigo, mas a solução está chegando”, pontua o prefeito que comemora: “O nosso projeto mais uma vez foi aprovado e, em breve, teremos um transporte bem melhor, com novos ônibus e corredores BRS, sistema de bilhetagem e novas estações de integração".
Apenas três cidades do estado do Rio de Janeiro foram contempladas com o anúncio feito nessa sexta pelo Governo Federal: Campos, Rio de Janeiro e Niterói. O presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Nelson Godá, destaca que é mais um projeto aprovado que soma a vários desenvolvidos desde 2021 para mudar, efetivamente, o transporte do município.

TERCEIRA VEZ - O recurso de R$ 540 milhões conseguido no dia oito de maio é para aquisição de 354 veículos, sendo 106 ônibus elétricos e 248 ônibus com tecnologia Euro 6. A definição aconteceu no Palácio do Planalto, em portaria assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente, Geraldo Alckimin; e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades).

A liberação começou a ser articulada pessoalmente por Wladimir, no mesmo dia, em Brasília, com a participação de Jader Filho. A verba será financiada pela Caixa Econômica Federal, com dois anos de carência e 10 para pagamento. Com o anúncio dessa sexta-feira, Campos é contemplado pela terceira vez no ano com recursos provenientes do PAC.

O primeiro benefício foi definido em março, no valor de R$ 51.410.000, destinados à saúde, esporte e cultura; em maio houve a liberação do financiamento de R$ 540 milhões para investimento da renovação da frota de ônibus; e nessa sexta-feira, R$ 5,8 milhões para implantação do Serviço Rápido de Ônibus.

Informações: O Dia

READ MORE - Campos dos Goytacazes recebe investimentos para compra de 106 ônibus elétricos

Jaé decepciona e tem números pífios na cidade do Rio

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Um ano após o início da operação nos corredores exclusivos de ônibus BRT, o cartão de transporte Jaé pouco avançou no transporte público municipal da cidade do Rio. Apesar de ter sido lançado como sendo um sistema de bilhetagem inédito no país, o novo cartão vem acumulando críticas de especialistas e passageiros quanto aos sucessivos atrasos em sua implementação, sempre justificados pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), sem maiores detalhes, como "dificuldades técnicas". Doze meses depois, apesar da instalação dos validadores nos meios de transporte, o Jaé ainda não é aceito na maior parte das linhas de vans e ônibus municipais e tem registrado números decepcionantes no próprio BRT e no VLT.

Segundo registros oficiais da SMTR, fica evidente que o Jaé não foi capaz de atrair os passageiros que utilizam os modos de transporte público sob a gestão da Secretaria Municipal de Transportes. No sistema BRT, o novo cartão não consegue transportar sequer 1% do total de usuários dos corredores Transoeste, Transcarioca, Transolímpico e Transbrasil - este último inaugurado em fevereiro último junto com o Terminal Intermodal Gentileza. No mês de junho, por exemplo, foram registradas mais de 10 milhões de transações (viagens) em todo o BRT, sendo 99% delas com o uso do cartão Riocard Mais.
Informações divulgadas em campanhas publicitárias da Prefeitura do Rio, os quatro corredores expressos do BRT registraram em 12 meses aumento de mais de 150% no total de passageiros transportados diariamente, passando de 150 mil pessoas para 375 mil. No VLT, os números do Jaé também são semelhantes e considerados frustrantes por quem acompanha de perto a operação: o cartão da Prefeitura é responsável por apenas 0,9% dos embarques registrados. Embora o Jaé seja aceito desde fevereiro deste ano, os passageiros costumam se deparar com validadores inoperantes enquanto se deslocam pelas 30 estações do VLT. Nada muito diferente do sistema de ônibus municipal, que transporta a maior parte da população na capital fluminense, no qual o Jaé já está com os validadores instalados mas ainda não funciona em boa parte das linhas e contabiliza menos de 0,1% do total de viagens realizadas. Nos ônibus, as falhas na implementação do Jaé são mais evidentes, com inúmeros veículos circulando com validadores desligados.

Atrasos sucessivos

Responsável pela operação do cartão Jaé, o Consórcio Bilhete Digital - que assinou contrato com o governo municipal em dezembro de 2022 - tem deixado de cumprir as etapas previstas no processo de implementação do sistema de bilhetagem planejado pela SMTR. Segundo o contrato de licitação, o novo cartão deveria estar em pleno funcionamento desde 19 de abril em todos os meios de transporte sob gestão da Prefeitura. A data marcaria o início da fase de transição entre o novo sistema e o atual, mantido pela Riocard Mais. Este período foi estipulado no edital de concorrência em três meses, com término previsto para o dia 19 de julho, quando só o Jaé seria aceito no sistema de "cabritinhos", vans e ônibus municipais, VLT e BRT.

Mas a realidade é bem diferente das regras acordadas no contrato de licitação. O novo atraso no funcionamento do Jaé traz ainda mais incerteza em relação ao futuro da bilhetagem digital no Rio. O novo sistema já havia sido adiado duas vezes. Foi anunciado primeiro para novembro do ano passado, e depois para fevereiro deste ano. Como o processo de implementação não evoluiu, ficou valendo a data contratual de 19 de abril deste ano para a operação plena do Jaé e início da desmobilização da Riocard. Mais uma vez, entretanto, o prazo não foi cumprido pela empresa vencedora da licitação.

Além do descumprimento contratual, o Consórcio Bilhete Digital vem sendo alvo de reclamações por falta de informações à população carioca. Passageiros seguem demonstrando desconhecimento em relação ao cartão Jaé e surpresos quanto à saída iminente da Riocard Mais do Município do Rio. O início da fase de transição entre os dois sistemas ainda não foi comentado publicamente, seja pelo consórcio ou pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), liderada por Maína Celidônio.

Mesmo com a operação irregular e incompleta, o Jaé terá no mês de agosto um novo desafio, mas desta vez financeiro: há o compromisso contratual de pagar à Prefeitura o valor correspondente a 50% da outorga do processo de licitação, definido em R$ 110 milhões. Estes recursos vão ajudar o governo municipal a prosseguir com os investimentos no setor público de transporte do Rio. 

Informações: Correio da Manhã

READ MORE - Jaé decepciona e tem números pífios na cidade do Rio

BRT de Sorocaba produz mais eletricidade do que precisa

quarta-feira, 3 de julho de 2024

No ano passado as placas fotovoltaicas do BRT de Sorocaba produziram 227.478 Kwh de energia solar. Essa quantidade foi suficiente para abastecer as atividades do modal e ainda doar eletricidade para a população da cidade.

“O total que doamos ao sistema de energia da cidade pôde abastecer cerca de 160 casas com quatro moradores durante um ano”, afirma Renato Andere, presidente do BRT de Sorocaba. A energia solar excedente é disponibilizada para a rede do município e distribuída para os moradores pela companhia de energia local.

O uso de placas fotovoltaicas

As placas fotovoltaicas do BRT de Sorocaba estão instaladas nos terminais Vitória Régia, São Bento e Ipiranga, além de 22 estações distribuídas nos corredores Itavuvu e Ipanema. De acordo com Andere, a quantidade de placas já é suficiente para manter a operação do modal e, no momento, não é necessário expansão.

“Temos uma estrutura robusta, inteligente, sustentável e de alta performance”, informa o diretor. A infraestrutura do BRT de Sorocaba foi pensada desde o seu planejamento para captar o máximo possível de energia solar.

“O Sol é o nosso combustível”
A iluminação de toda a infraestrutura e os equipamentos eletrônicos que controlam o sistema utilizam a energia solar produzida nas estações. No entanto, a produção ainda está condicionada a questões ambientais. “O Sol é o nosso combustível e dependemos da presença dele para termos 100% da performance desejada”, esclarece Andere.

Apesar de produzir mais energia do que a necessária para a operação, a administração do BRT de Sorocaba revela que o sistema é apenas 90% autônomo. “Dependemos do ‘comportamento’ da natureza, e isso é algo que não temos o controle, já notamos diferenças de um mês para outro conforme a mudança do clima e suas variações”, ressalta o diretor do modal.

O BRT de Sorocaba

Em maio deste ano o BRT de Sorocaba finalizou suas obras e inaugurou o corredor estrutural oeste. Atualmente, sistema de transporte possui 24 linhas, três terminais, um miniterminal, 128 pontos de parada e transporta cerca de 2 milhões de pessoas por mês.

Com o uso de corredores exclusivos para ônibus e pontos de entrada na mesma altura do veículo, o sistema garante mais rapidez no transporte de passageiros. O objetivo da prefeitura da cidade era tornar os ônibus da cidade mais velozes, seguros e previsíveis para a população.

Por fim, os veículos que transitam pelo sistema BRT do município contam com capacidade para 160 passageiros e oferecem Wi-Fi gratuito e ar-condicionado.

Informações: Estadão

READ MORE - BRT de Sorocaba produz mais eletricidade do que precisa

Em Ribeirão Preto, 32 novos ônibus são entregues a população

quarta-feira, 26 de junho de 2024

O anúncio dos novos veículos contou com a participação do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, do diretor superintendente da RP Mobi, Marcelo Galli; do diretor de Transporte da RP Mobi, José Mauro de Araújo; do vice-presidente do consórcio PróUrbano, Esdras Ribeiro da Silva, além de autoridades do Legislativo e da administração municipal.

Com ano de fabricação/modelo 2024/2025, os 27 ônibus padrons (modelos de maior capacidade estrutural) que foram entregues possuem cores roxa e branca como predominante e detalhes em verde em referência às linhas de ônibus que ligam locais distintos da cidade. 

Já os outros cinco ônibus também disponibilizados ao município, são do modelo já em operação na cidade, sendo o midi (estrutura intermediária maior que os micro-ônibus). 

Todos os 32 veículos já estão equipados com câmeras de segurança, elevador e assentos para pessoas com deficiências, mobilidade reduzida e idosos, oferecendo 100% de acessibilidade.

“No mês de julho, continuaremos com as etapas finais da renovação da frota com a entrega de mais 43 ônibus convencionais e 27 veículos do modelo padron, assim chegando a soma de 306 novos ônibus entregues ao município, sendo a única frota do Brasil 100% renovada com a tecnologia Euro 6 que emite menos poluentes e mais sustentável”, disse o prefeito.
Ainda, o chefe do Executivo destacou que os ônibus padrons, que irão rodar nos corredores exclusivos, são mais silenciosos, garantindo maior comodidade aos passageiros. “Com isso, a cidade passa a ser modelo para o país, e mais uma vez Ribeirão chega na frente diante da capacidade de se organizar e oferecer um transporte público de qualidade”, ressaltou.

O diretor superintendente da RP Mobi disse que os 27 modelos padrons possuem uma suspensão e estrutura lateral que facilita o embarque dos usuários ao subir no ônibus. “Os padrons contam com pintura diferenciada, vidro colado para melhor climatização no interior, além do embarque com duas catracas e para o motorista transmissão automática”, destacou.

Os novos veículos contarão com câmeras que estarão com acompanhamento em tempo real no Centro de Controle e Operação (CCO) recém inaugurado na RP Mobi. Ainda, também terão a opção de pagamento com uma nova tecnologia embarcada ao novo sistema que permitirá aos usuários pagar os créditos de acesso ao veículo com cartões nas funções débito ou crédito. “Esperamos dinamizar ainda mais o serviço para garantir qualidade a todos os interessados pelo transporte coletivo urbano”, disse Galli.

Sobre os novos ônibus

Os novos ônibus são totalmente acessíveis, com elevadores automáticos, poltronas destinadas a pessoas com deficiência (PcD), mobilidade reduzida e idosos, além de box para cadeirantes e pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia.

Também contam com suspensão pneumática e o sistema multiplex, que identifica possíveis falhas na parte operacional e elétrica dos veículos, garantindo uma viagem segura aos passageiros.

Os itinerários são em Led e foram posicionados em pontos estratégicos da carroceria, para facilitar a visualização das linhas. A nova frota, que está sendo entregue em etapas até o mês de julho, conta com os benefícios amplamente anunciados como ar-condicionado, Wi-Fi e carregador de celular.

Informações: Prefeitura de Ribeirão Preto

READ MORE - Em Ribeirão Preto, 32 novos ônibus são entregues a população

Linhas da EMTU recebem 16 novos ônibus superarticulados na Região Metropolitana de Campinas

terça-feira, 11 de junho de 2024

Novos ônibus superarticulados e dotados de modernas tecnologias começaram a integrar a frota das linhas gerenciadas pela EMTU com maior demanda na Região Metropolitana de Campinas. Cerca de 13 mil passageiros são beneficiados diariamente com a renovação da frota.

Com capacidade para transportar mais passageiros, os 16 novos veículos de 23 metros foram gradualmente incluídos na frota e agora estão em plena operação em quatro linhas metropolitanas que ligam Campinas a Hortolândia, Monte Mor e Sumaré, substituindo os ônibus anteriores com 18 metros.

A nova frota operada pelo Consórcio BUS+ pode transportar até 30% de passageiros a mais em cada viagem, proporcionando maior conforto, qualidade e segurança aos passageiros das linhas atendidas.

Os novos ônibus modelo BRT (chassi Mercedez Benz 0 500 UDA 3738) apresentam porta esquerda e direita para circular em corredores exclusivos, piso baixo com acabamento antiderrapante para facilitar o embarque e desembarque de passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida, wi fi, acessibilidade, tomadas USB, catracas duplas para agilizar o embarque e câmeras de segurança para monitoramento interno. Além disso, possuem motor Euro 6, a tecnologia mais limpa que contribui para a redução de poluentes e eficiência energética dos motores a diesel.

Abaixo, as linhas que foram beneficiadas com a renovação da frota:

- 662 - Sumaré (Jd. São Gerônimo) x Campinas (Ter. Metropolitano Pref. Magalhães Teixeira - TMC) via Sumaré (Res. Pavan, Jd. Paraiso e Pq Fantinatti) e Campinas (Av. Antônio Rocatto)

- 700 - Hortolândia (Jd, Amanda) x Campinas (Ter. Metropolitano Pref. Magalhães Teixeira - TMC) - via Hortolândia (Av. Brasil)

- 701 - Hortolândia (Jd, Amanda) x Campinas (Ter. Metropolitano Pref. Magalhães Teixeira - TMC) - via Hortolândia (Av. Princesa Izabel)

- 708 – Monte Mor (Ter. Vereador Geraldo Benini) x Campinas (Ter. Metropolitano Pref. Magalhães Teixeira - TMC)

Informações: EMTU

READ MORE - Linhas da EMTU recebem 16 novos ônibus superarticulados na Região Metropolitana de Campinas

Seja Mais Um a Curtir o Blog Meu Transporte

BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

Seguidores

 
 
 

Ônibus articulados elétricos em Goiânia


Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

BUS ELÉTRICO EM BELÉM


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


Seja nosso parceiro... Nosso e mail: meutransporte@hotmail.com

Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Notícias Ferroviárias

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960