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Salvador: Setps pode ter parceiro internacional para implantar BRT

sábado, 13 de agosto de 2011

Ao tomar conhecimento da oferta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) à Prefeitura, no sentido de financiar os R$600 milhões necessários à implantação do projeto de mobilidade urbana com vistas à Copa do Mundo 2014, a União Internacional de Transporte Público (UITP) enviou mensagem à entidade colocando-se à disposição para intermediar a prospecção de parceiros dispostos a co-patrocinar a viabilização do sistema no prazo e nos moldes pactuados com o governo federal. A informação foi repassada ao Setps através da diretora da UITP para a América Latina, Eleonora Pazos.

Orçado em aproximadamente R$ 600 milhões e concebido pela Prefeitura Municipal de Salvador com o apoio do Setps, o projeto tem como características principais a criação de uma rede integrada de transporte com a utilização de diversos modais interligando toda a
cidade e a região metropolitana de Salvador, a priorização da conclusão do metrô até Pirajá, a modernização dos trens do subúrbio e a implantação de corredores de Bus Rapid Transit (o BRT) nas principais vias, inclusive na Avenida Paralela.

A representante da UITP para a América Latina esteve na capital baiana, na semana passada, a convite da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Bahia (OAB-BA), para participar do Workshop Internacional sobre Mobilidade Urbana e Cidadania em Salvador. Em contato com representantes da prefeitura e do Setps, ela conheceu o projeto da Rede Integrada de Transporte com uso do BRT, analisando-o como uma solução viável e sustentável para uma cidade com as características de Salvador.

No comunicado enviado ao Setps, a diretora da UITP informa que são grandes as possibilidade de o Setps atrair parceiros internacionais interessados em investir na infraestrutura e operação do novo sistema através de consórcios. “Seguramente, há empresas internacionais, tanto de operação como de infraestrutura, que têm sempre interesse em participar na América Latina, e necessitam sempre de parceiros locais”, pontua Eleonora. O Setps aguarda resposta da prefeitura ao ofício enviado ontem (11) com a proposta de assumir a implantação do sistema.





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Uma das grandes metas na implantação do sistema BRT é reverter prioridades no uso do transporte em Salvador

terça-feira, 22 de junho de 2010


Isso normalmente acontece em todas as metrópoles do mundo quando se privilegia o transporte de massa de qualidade e alta capacidade, levando as pessoas que têm carros particulares a deixá-los nas garagens ou estacionamentos para usar os confortáveis veículos de massa dos novos sistemas implantados. E os que possuem carros particulares assim o fazem porque vão gastar menos em combustível e no desgaste do veículo; vão se sentir mais seguros – menor o risco de assaltos e de acidentes; e chegarão mais rápido aos seus destinos.
E tem mais: um eficiente transporte de massa urbano melhora a qualidade de vida da cidade e dos cidadãos: causa menos poluição, diminui o estresse diário. Transporte de qualidade e alta capacidade significa melhor qualidade de vida urbana e mais saúde para cidadãos.
A realidade é que Salvador tem caminhado na contramão da história e da modernidade. O uso indiscriminado de carros particulares (hoje já acima dos 800 mil) e motos (incalculável) na cidade provocou um assustador crescimento nos índices de violência no trânsito, de mortes nas ruas, de zonas e tempo de engarrafamentos e de estresse para todos.
Não há dúvida que o estímulo ao uso do transporte privado é uma das principais causas do caos urbano, senão a maior. E não se resolvem esses problemas com mais carros, mais motos, viadutos, semáforos, quebramolas e multas. Imaginemos o que será desta cidade daqui a 10, 20 anos nesse ritmo crescente de carros, motos, travamentos, acidentes, estresse e agonia insuportáveis. As metrópoles que adotaram o sistema BRT de transporte de massa tiraram os usuários do congestionamento, a poluição, o número de carros particulares nas ruas, a quantidade de ônibus comuns por toda a cidade.
A mudança para um novo e eficiente sistema de transporte urbano de alta capacidade é um salto para a modernidade, um outro nível de conceito, de civilização, uma reciclagem de comportamentos, uma nova urbanidade. Uma cidade inserida no futuro, arejada, integrada ao século XXI. A implantação do sistema BRT em Salvador e Região metropolitana é um salto significativo nesse sentido.

Eis os principais problemas:
Eis que eles, os problemas, existem,nas vistas de todos. Usuários e também os técnicos do Setps, da Prefeitura que monitoram tudo. Há instantes em que tudo flui bem. Noutros, tudo trava. As causas e locais são bem conhecidos. Desde o horário de pico, com o fluxo absurdo de carros particulares em algumas regiões, até manifestações de setores da comunidade, aqui e ali, que travam o fluxo e a cidade:
Sobreposição dos Atendimentos:Excesso de linhas concorrentes nos principais corredores, com sobreposição de atendimentos.
Baixa Frequência de Partidas:Intervalos entre as partidas superiores a 15 min, em 58% do total das linhas de ônibus; sobe nos períodos de pico.
Falta de Regularidade entre as Partidas:Os intervalos praticados entre as partidas não têm regularidade; demanda distribuída de forma desequilibrada.
Atendimento Temporal Deficiente:A baixa frequência das linhas, somada à falta de regularidade entre as partidas, permite afirmar que Salvador tem deficiente cobertura temporal no serviço.
Saturação das estações:Especialmente Pirajá e Iguatemi.
Infraestrutura viária deficiente:Falta de prioridade no tráfego para os ônibus.
Extensões e tempos de viagem críticos:Observa-se que três das oito macrorregiões de Salvador (Calçada, Miolo Sul e A.U.C.) têm a extensão média de ciclo das linhas em torno dos 30 km e as demais (Suburbana, Miolo Norte, Pirajá, Mussurunga e Paralela) acima desse valor. Os tempos médios de ciclo em seis das oito macrorregiões se situaram entre 100 a 120 minutos e as outras duas acima de 120 minutos (Suburbana e Miolo Norte)


Fonte: Salvador em Movimento
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Salvador passará a adotar o bilhete único em novembro

domingo, 14 de julho de 2013

Quem precisa pegar dois ônibus para chegar ao  destino final, a partir de novembro poderá pagar somente uma tarifa de R$ 2,80 em Salvador. O prefeito ACM Neto (DEM) assinará o decreto que estabelece Bilhete Único no dia 25 deste mês. Segundo o secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, as empresas terão um prazo para se adaptar, de forma que o benefício começará a valer em novembro deste ano. 

“Serão duas etapas: a primeira em novembro, a segunda ainda sem prazo, depende da reestruturação das linhas”, disse. Atualmente, a integração ocorre entre as quatro áreas de operação do sistema (A, B, C e D - veja no mapa), sendo que cada área se integra com as outras três. 


Hoje, a segunda viagem tem o valor de 50% da primeira.  A partir de novembro, a segunda viagem será gratuita, desde que o passageiro se desloque por áreas de operação diferentes. Assim como é hoje, o período entre a cobrança da primeira tarifa e a integração não pode extrapolar 2.

A segunda etapa, que deverá ser implementada após as empresas vencedoras da licitação do sistema de ônibus assumirem o serviço, prevê que a segunda viagem será gratuita também para viagens dentro da mesma área de operação. “O que não vai poder é a pessoa usar a integração para ir e voltar para o mesmo local. O sistema irá perceber pelo trajeto das linhas e não vai permitir”, disse Aleluia. 

O uso da integração será estimulado pela prefeitura, de acordo com o secretário, já que o redesenho das linhas prevê a exclusão dos trajetos longos. “Hoje você toma ônibus da origem ao destino, baixando a eficiência e aumentando os custos. E a pessoa fica dando volta na cidade. Vamos racionalizar”, completou. Só terá direito a usar o bilhete único quem adquirir o SalvadorCard em um dos balcões de atendimento do Setps, ao valor de R$ 5,70.

O cartão não é pessoal (poderá ser emprestado), é recarregável e não tem validade. Para que o sistema funcione de forma integrada, o prefeito assinará também outro decreto que prevê a obrigação de instalação de sistemas eletrônicos, com rastreadores GPS (sistema de posicionamento por satélite) em toda a frota. 

Tempo real
A princípio, o sistema servirá ainda para a prefeitura observar se as empresas não reduziram a frota em horários de pouco movimento. No ano que vem, segundo Aleluia, deverá entrar no ar um site em que os usuários poderão verificar a localização dos ônibus em tempo real. “E vamos colocar nos pontos os horários de parada. Agora essa questão de informação online requer tempo para comprar a tecnologia, não deve sair este ano”.

Segundo o secretário, todas essas ações estão sendo implementadas independentemente da licitação do sistema rodoviário de Salvador, que tem previsão para começar em setembro.  No calendário da prefeitura, as vencedoras da disputa começam a operar o sistema entre o fim deste ano e o início do ano que vem.

Corredores 
O principal projeto da prefeitura para mobilidade urbana em Salvador é a implantação do BRT – as linhas exclusivas de ônibus articulados – entre a Estação da Lapa e o Iguatemi, passando pela  Vasco da Gama, Lucaia e Juracy Magalhães. 

O projeto prevê a criação de linhas exclusivas também na Avenida ACM, no Itaigara, até a altura do Posto dos Namorados. No sentido Iguatemi, o projeto prevê ligação com as linhas exclusivas da Avenida Paralela e com a  Bonocô. 

Para tanto, a prefeitura estima gastar R$ 900 milhões, investimento solicitado ao governo federal na semana passada, em reunião que o prefeito teve com a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, e o governador Jaques Wagner (PT). Segundo Aleluia, caso o dinheiro seja liberado, a obra deverá ser entregue em 2016.

A prefeitura pretende ainda gastar  R$ 100 milhões com vias exclusivas de ônibus. Uma ligará a Pituba ao aeroporto, pela orla.  Outras três vias exclusivas vão percorrer as avenidas Suburbana, Bonocô e San Martin, e uma ligará  Cajazeiras à Paralela pelas avenidas Gal Costa e 29 de Março.

A voltas das blitze a volta

R$ 5,70 SERÁ O PREÇO do cartão que o usuário poderá comprar e recarregar para utilizar o sistema de transporte

2 HORAS é tempo da integração. Ou seja, se o usuário pegar um ônibus às 6h, tem até as  8h para pegar o segundo

Cartão poderá pagar Domingo É Meia a partir do dia 28
Após a reclamação de usuários, a prefeitura decidiu ampliar o benefício do Domingo É Meia também para os usuários do SalvadorCard. Desde que o desconto foi instituído, no dia 31 de março deste ano, valia apenas para o pagamento em dinheiro. 

O decreto que amplia o desconto será assinado pelo prefeito ACM Neto (DEM) também no dia 25 deste mês e já valerá para o domingo seguinte, do dia 28. O decreto, todavia, mantém de fora os cartões carregados por empresas, como forma de pagamento do auxílio-transporte. “A ideia não é beneficiar o empresário. O cartão do auxílio-transporte é para ir e voltar ao trabalho”, justificou o secretário José Carlos Aleluia, de Urbanismo e Transporte. 

Por Rafael Rodrigues
Informações: Correio 24 Horas
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BRT trará modernidade para a cidade de Aracaju

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Alta capacidade, velocidade, segurança e eficiência, tudo isso concentrado em um sistema de transporte público rápido e cômodo para a população. Assim é o BRT (Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus), que em breve será utilizado pelos aracajuanos, ajudando a solucionar os históricos problemas de mobilidade urbana na capital sergipana.

Além de Aracaju, mais de 150 cidades no mundo já perceberam os benefícios dessa modalidade de transporte que, além da agilidade por conta dos corredores exclusivos, é uma opção mais barata que os modelos utilizados sobre trilhos. A implantação do BRT em vias de concreto custa entre R$ 3 e R$ 5 milhões por cada quilômetro, valor que se torna ainda menor quando o sistema é utilizado em vias de asfalto.
É o caso de Aracaju, onde o valor por quilômetro deverá sair 40% mais barato, algo em torno de R$ 1,8 milhão, preço bastante diferente do que seria gasto se a opção fosse a criação de linhas de metrô - que custam entre R$ 120 e R$ 200 milhões por quilômetro. O mesmo gasto vultoso seria a criação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que custaria aos cofres públicos um montante entre R$ 30 e R$ 50 milhões por cada quilômetro.

BRT em Aracaju

A capital sergipana será beneficiada com o sistema moderno e ágil em corredores espalhados de norte a sul da cidade. O BRT passará pelas avenidas Augusto Franco (Rio de Janeiro), Hermes Fontes, Coelho e Campos, São Paulo, Maranhão e Visconde de Maracaju, onde serão construídas estações.

O BRT irá garantir o deslocamento de 20 mil passageiros por hora, dando ao trânsito da cidade uma fluidez inédita.

BRT pelo Brasil

Curitiba, pioneira neste sistema, possui um serviço de transporte coletivo considerado modelo no país após a implantação do BRT. Toda a obra foi elaborada pela equipe do escritório de arquitetura Jaime Lerner e Associados, o mesmo contratado pela Prefeitura de Aracaju.

No Rio de Janeiro, o sistema foi implantado, também por Jaime Lerner, com sucesso para melhor servir o público que a cidade recebeu na ocasião da Copa das Confederações (em junho deste ano). A satisfação dos cariocas já é tanta que o veículo foi apelidado de ligeirão.

Na última terça-feira, 15, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a melhoria no transporte também vai chegar a Salvador. Na capital baiana o BRT vai interligar, através de um corredor exclusivo de 13 km, a Lapa ao Iguatemi.

Além dessas capitais, o sistema já é utilizado em São Paulo (implantado na gestão de Celso Pita), Brasília (também feito para a Copa das Confederações), Goiânia e Uberlândia (MG), e está em fase de implantação em Belém, Uberaba (MG) e Belo Horizonte - sendo instalado para a Copa do Mundo.

Ascom AAN
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Salvador dá a largada para a construção do BRT como forma de melhorar o transporte na cidade

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O governo liberou os R$ 547 milhões para as obras da primeira etapa do sistema de Bus Rapid Transport (BRT). A primeira linha ligará o Aeroporto ao Acesso Norte e deve ser concluída em um ano e nove meses, antes da Copa das Confederações. O projeto pronto da malha viária deve ser concluído em março e a abertura da licitação está marcada para abril. Os recursos vieram de um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal.

Nesta primeira fase, corredores exclusivos para ônibus irão interligar o Centro Histórico ao novo centro comercial de Salvador (Iguatemi e adjacências), conectando aeroporto, rodoviária, terminal da Lapa e a estação de metrô, na BR-324.

Curitiba é a grande referência nacional quando se fala em BRT. Fora do país, em Santiago, no Chile, a adoção do sistema BRT é cercada de polêmicas. A imprensa acusa o governo de falta de planejamento e má execução das obras. Plataformas superlotadas, atrasos e acidentes são comuns.

Apesar da referência curitibana, o melhor exemplo de sucesso do sistema vem de Bogotá, na Colômbia. Lá, o sistema cobre 25% de todo o transporte público de uma cidade com mais de sete milhões de habitantes. O TransMilênio foi criado em 2001 e atualmente cobre 84 km da capital colombiana com mais 30 sendo construídos. A meta é que chegue aos 400 km de malha viária.

Apesar de amplo e bastante usado, o sistema não acabou com os "trancones", como são chamados os engarrafamentos na cidade. Para reduzir o número de veículos particulares na cidade, a governo taxou o combustível em 25% e reverte o que ganha na melhoria do transporte público.

O BRT baiano cobrirá o maior gargalo de trânsito de Salvador. Cerca de 40 mil veículos passam pela região do Iguatemi e Rótula do Abacaxi diariamente, segundo dados da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. Em palestra na 14ª Etransport, no Rio de Janeiro, em novembro de 2010, o ex-prefeito de Bogotá deu a receita para melhorar o trânsito: "fazer sistema de rodízio de carros, diminuir o número de estacionamentos de rua, cobrar pedágios"


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Desafio de Salvador é implantar modelo de mobilidade até 2014

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Até o início da Copa de 2014, Salvador e outras sedes do mundial têm um grande desafio: mostrar a capacidade de implantar um modelo de mobilidade urbana sustentável. Um dos primeiros passos para isso é implantar um sistema eficiente de transporte de massa e modificar a política que, desde os anos 50, se instalou no Brasil, a de que o automóvel é a única alternativa básica para o transporte. No País, essa realidade ganhou mais força, neste governo, com as facilidades de financiamentos de carros.
O tema foi debatido, no seminário Infraestrutura do Agenda Bahia, na quarta (17), por Nazareno Affonso, coordenador do movimneto nacional pelo direito ao Transporte Público e coordenador da ANTP em Brasília. Na palestra Mobilidade Urbana, o atalho para o futuro, Nazareno comentou que há 15 anos, o problema já havia sido sinalizado, mas como Salvador ainda não sofria com engarrafamentos, pouco se pensava no assunto.
“Hoje é mais fácil falar sobre isso, porque as pessoas não conseguem andar. Estamos precisando sonhar e provar que somos capazes de implantar a mobilidade com sustentabilidade, em Salvador”, frisa. Nazareno acredita que o Brasil tem engenharia, tecnologia de ponta, construtoras e capacidade para tanto, porém, ainda falta vontade política. “Não podemos pensar só em fazer obras. Se o trânsito não mudar, pode-se construir viadutos e daqui a quatro anos, estará pior. Precisamos ter estrategicas, saber como vamos operar a cidade no jogo e depois. Temos que ter sistema operando com qualidade, e automóveis e bicicletas devem estar integrados a isso. Também devemos melhorar as calçadas”, defende.
Alguns números apresentados pelo palestrantes mostram que os automóveis são responsáveis por27% das viagens feitas;  as bicicletas por apenas por 2,8%, enquanto que o deslocamento a pé fica com 38, 1%. Quando se fala em custos, os carros têm custos oito vezes maiores do que, por exemplo, os ônibus, além de poluir seis vezes mais. Entre o ano de 1992 e meados dos anos 2000, o sistema de transporte perdeu 29 bilhões de passageiros, o que faz acreditar que esses fatores colaboraram bastante para transformar o trânsito do Brasil em algo tão caótico.
EXEMPLO - Nazareno mostrou em sua palestra a iniciativa de Bogotá, que conseguiu, em três anos e em plena guerra civil, modificar completamente seu sistema de transporte público, o que pode ser comparado a países desenvolvidos como o Canadá. Com o projeto Transmilênio, a cidade de sete milhões de habitantes, que tinha 85% de suas vias ocupadas por carros, construiu corredores e adotou medidas para fazê-los funcionar bem como é hoje.
Rodizios de placa (duas vezes por semana), politica de estacionamento com aumento de preços, construção de 300 quilômetros de ciclovia, qualificação de calçadas, construção de espaços públicos, criação do dia sem carro (com punição de multas a quem descumprisse) e melhoria da qalidade de vida. Essas foram algumas das iniciativas que modificarm a situação em Bogotá. O fluxo melhou muito e o sistema passou a carregar 5,1 passageiros por quilômetro, 52 mil passageiros hora/sentido e o custo de passagem é o que equivale a R$ 1,3 sem gratuidade, ou seja, o usuário não é quem pela por isso.”Eles tiveram recursos disponíveis, decisão e integração política. Além da equipe técnica comprometida, coesa e empolgada”, pontua Nazareno.
Na opinião de Nazareno, o projeto BRT em Salvador deverá contar com alguns pontos para obter sucesso: pontualidade no corredor (horário certo para o transporte passar), confiabilidade (no tráfego), veículos de qualidade, redução do tempo de viagem, respeito à diversidade e gestão da qualidade. Outra medida importante é acabar com a fila de onibus nos pontos; se preciso for, é interessante fazer duas vias, pois com isso se ganha em operacionalidade. Essa é a diferença, você vai planejar sua viagem”, comenta.
“Em Bogotá, o sistema de operação tem painel de controle que possibilita visualizar os ônibus em seus percursos, e há comunicação com cada um dos condutores. Eles não podem não parar em um ponto da linha, por exemplo” , conta. Tudo isso, diz Nazareno, pode ser feito no Brasil, porque foram empresas brasileiras que implementaram isso em Bogotá. Mas também é preciso pensar no sistema de arrecadação. “Hoje” , ressalta o palestrante, “o transporte público ainda é uma solução de mercado, quando deveria ser de responsabilidade do poder público”. Na Europa, ressalta Nazareno, não se fala em empresário de ônibus como aqui no Brasil. Isso porque lá, é feito um cálculo financeiro, que mostra quanto o estado vai gastar; o usuário paga 30% disso. “Não podemos viver em uma sociedade na qual a população paga a gratuidade”.
Para mudar a situação no Brasil, em especial em Salvador, não vamos partir do zero, pois já temos alguma infraestrutura que precisa ser melhorada e ainda temos modelos como o do Transmilênio de Bogotá e os sistemas implantados na África por ocasião da Copa 2010. Esses projetos mostram, ainda, que melhorando o sistema de transporte, além de mudar a qualidade de vida nas cidades, se reduz a poluição ambiental e se aplica melhorias também no entorno desses corredores, fazendo aumentar produtividade e lucratividade de shoppings e outros estabelecimentos comerciais, por exemplo.

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Brasil se aproxima de 600 ônibus elétricos no transporte público, mas Chile lidera com 2,4 mil

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Visto como uma forma de reduzir a emissão de dióxido de carbono — um dos principais gases do efeito estufa — pelo transporte público, o ônibus elétrico integra a frota de cidades de 11 países na América Latina, segundo o E-Bus Radar, plataforma desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Técnica da Dinamarca. O Brasil é o quarto país com mais veículos do tipo na região, mas tem apenas 578.

Chile (2.456), Colômbia (1.590) e México (752) ocupam as primeiras posições. De acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a frota nacional conta com 107 mil ônibus para o transporte público, de modo que os elétricos representam apenas 0,5% do total.

Os 578, que incluem 276 veículos movidos a bateria e 302 trólebus (que obtém energia de linhas aéreas), estão espalhados por cinco estados (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia) e o Distrito Federal. A capital paulista é a cidade com mais ônibus elétricos no transporte público, com 381.

O E-Bus Radar estima que com a quantidade atual, será evitada a emissão de 61,05 quilotons de dióxido de carbono por ano.

Cada país signatário do Acordo de Paris, como o Brasil, estabeleceu metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada. A Contribuição brasileira estabelece que o país deve reduzir as suas emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às emissões de 2005.

O Brasil também se comprometeu em alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, tudo que o país emitir deverá ser compensado com fontes de captura de carbono, como plantio de florestas ou recuperação de biomas. Os gases do efeito estufa contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Nesse cenário, o ônibus elétrico aparece como uma ferramenta importante. Porém, para sua implementação no transporte público no território brasileiro, há uma série de desafios a serem superados, e isso tem impedido sua disseminação nas frotas em ritmo acelerado no país.

Entre os desafios, estão o custo mais elevado que o dos ônibus convencionais, a necessidade de preparação da rede elétrica das cidades para suportar maior consumo de energia e a importância de capacitar pessoas para fazer a manutenção dos novos veículos.

O economista Wesley Ferro, secretário-executivo do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (Instituto MDT), explica que o ônibus a bateria "custa na faixa de R$ 3 milhões, R$ 3,5 milhões". Já um ônibus a diesel convencional, mesmo com motor de tecnologia mais moderna, que possui um nível de emissões de gases menor, está na faixa de R$ 800 mil.

"A diferença [de preço] entre um ônibus e outro é grande. Então o volume de recursos que precisa para investimento em frota é muito mais alto", pontua o especialista.

Ele salienta que você comprar um ônibus de R$ 3,5 milhões e colocá-lo para operar em uma cidade que não tem infraestrutura exclusiva para ônibus nem recursos assegurados para o financiamento do transporte público, como é caso da maioria ou todas as cidades brasileiras, "é um investimento de alto risco". Dessa forma, muitas vezes, a preferência dos governos locais acaba sendo por investir num ônibus que não terá emissão zero de gases, mas possui motor Euro 6, por exemplo, que emite muito menos que outros mais antigos.

Em relação à preparação da rede elétrica das cidades, ele ressalta que São Paulo, por exemplo, estabeleceu uma meta para ter 2.600 ônibus elétricos na frota municipal até o final de 2024, mas não conseguiu avançar rapidamente para alcançá-la. O motivo é porque esbarrou "num grande problema": a necessidade de investimentos em infraestrutura de instalação para garantir o fornecimento de energia para os veículos que estão sendo implementados.

"Os estudos técnicos que foram feitos lá em São Paulo mostraram que se você tivesse 50 ônibus carregando ao mesmo tempo durante um período em determinada região, você derrubava a energia do restante da população toda".

O doutor em transportes Pastor Willy Gonzales Taco, líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias (GCTNT), da Universidade de Brasília, reforça que os ônibus elétricos vão consumir a mesma energia que já é consumida na cidade para vários tipos de uso.

"Como as cidades [brasileiras] estão preparadas para isso? Ninguém se preparou para isso. E aí entra um concorrente, que vem a ser os veículos particulares de passeio, que já consomem energia, iria ter um bom número de veículos elétricos percorrendo as vias".

Para o especialista, é preciso "compreender as potencialidades de produção energética de cada cidade. Cada cidade tem sua característica. Alguns municípios Brasil já estão implementando há um bom tempo outros tipos de energia para sustentar os veículos. Biodiesel e assim vai".

Ele salienta que o planejamento do município para comprar ônibus elétricos precisa considerar ainda o fato de que o modelo pode já se tornar ultrapassado no ano seguinte, visto que a tecnologia avança rapidamente.

Autonomia
De acordo com Wesley Ferro, a autonomia dos ônibus elétricos com bateria é menor que dos ônibus convencionais.

"Esses primeiros ônibus elétricos que foram incorporados nas redes, nas cidades, eles têm a autonomia muito baixa, na faixa de 200 km, no máximo 250 km. Portanto, para operarem, eles são colocados em linhas muito específicas, que são linhas com extensões menores", afirma. As linhas costumam também não ter muitas subidas.

No caso do trólebus, há a questão de ser pouco flexível, por depender da rede elétrica. A circulação fica restrita a vias que possuam rede aérea de energia.

Falando sobre as experiências internacionais, o secretário-executivo do Instituto MDT diz que o Chile e a Colômbia já estão no processo de eletrificação do transporte público há mais tempo que o Brasil. Em Bogotá, capital colombiana, a multinacional italiana Enel, que atua no ramo de geração e distribuição de eletricidade e gás, ajuda na compra de ônibus elétrico e distribui para operadores.

Investimentos em transporte público
O transporte público por si só é uma forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, porque diminui o número de veículos particulares em circulação.

Segundo o relatório de síntese sobre o diálogo técnico do primeiro balanço global do Acordo de Paris, publicado pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas em setembro de 2023, o transporte contribui com aproximadamente 15% das emissões globais de gases do efeito estufa, e a eliminação gradual de motores de combustão interna e o uso de veículos elétricos "oferecem o maior potencial de mitigação no setor".

"Além disso, intervenções do lado da demanda, como a mudança de modos de transporte (por exemplo, para caminhar e usar o transporte público), serão essenciais no contexto de repensar a mobilidade".

A organização ambientalista World Resources Institute, de Washington, nos Estados Unidos, ressalta que ônibus e trens podem diminuir as emissões de gases de efeito estufa em até dois terços por passageiro por quilômetro em comparação com os veículos particulares.

Entretanto, o Orçamento da União de 2024 prevê um percentual pequeno de despesas com apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e capacitação de recursos humanos para transportes coletivos urbanos, as ações orçamentárias mais específicas sobre transporte público.

As dotações atuais são de R$ 140,4 milhões, R$ 591 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente, representando somadas 0,01% dos R$ 5,39 trilhões previstos pelo Orçamento com despesas. Dos totais, R$ 88,5 milhões, R$ 111,5 milhões e R$ 283,5 mil foram realizados até o momento.

Em relação às emendas parlamentares, dos 213 congressistas da Frente Parlamentar Mista do Transporte Público, apenas o deputado Marcello Crivella (Republicanos-RJ) direcionou quantia para alguma dessas ações orçamentárias, sendo R$ 400 mil para apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano. A dotação atualizada total das emendas dos parlamentares da frente é de R$ 8,6 bilhões.

Ainda em relação às emendas, no total, são direcionados R$ 17,1 milhões para funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros e apoio a sistemas de transporte público coletivo urbano, com as bancadas de Goiás e Rio Grande do Norte tendo direcionados montantes também.

Para Wesley Ferro, o tema do transporte público ainda está distante da agenda de prioridades do setor público no Brasil.

Também, de acordo com ele, apesar de alguns processo estarem em andamento, como a discussão da renovação de frota elétrica, a chegada de linhas de financiamento de parceiros e bancos, como o BNDES, e a discussão de um marco legal para o transporte público (proposta tramitando no Senado), a política de mobilidade urbana "não é prioridade" do governo federal nem dos estados e municípios.

"Faltam recursos, falta qualificação de corpo técnico, faltam projetos qualificados para serem implementados", pontua.

Wesley ressalta que, historicamente, o sistema de transporte público no país "foi sempre financiado basicamente pela tarifa paga pelos usuários".

"A receita gerada nas catracas era a única fonte de financiamento do sistema de transporte público. Então servia para custear o sistema, manter o sistema em operação, e minimamente para fazer algum nível de investimento".

Com a queda da demanda durante a pandemia, mas necessidade de manter a oferta do serviço, visto que trabalhos essenciais não pararam, a fragilidade do modelo ficou evidente. A Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, acrescenta Wesley, "já apontava alguns caminhos que deveriam ser adotados para você mudar esse quadro, ter financiamento para o transporte público". Porém, para os instrumentos de gestão de política de mobilidade urbana apresentados serem implementados nas cidades, eles pressupõem "que você compre algumas brigas dentro da cidade".

É possível, por exemplo, a taxação do uso do automóvel dentro dos municípios. "Mas esse é um caminho que os gestores evitam. Ninguém quer que se indispor com determinados setores da sociedade".

O secretário-executivo do Instituto MDT salienta ainda que a transição energética não resolve "o problema do transporte público no Brasil", ou seja, você reduz emissões, pode estar cumprindo metas pactuadas nos acordos internacionais, mas se o transporte público continuar sem infraestrutura exclusiva para circulação nas cidades, como faixas e corredores exclusivos, corre-se o risco de ter uma frota eletrificada presa em congestionamento.

"Portanto, a infraestrutura tem o poder de contribuir também para a redução de emissões, num nível muito próximo do que você imagina com a substituição da frota por outra matriz".

O Instituto MDT apoia a implementação, no país, de um Sistema Único de Mobilidade. "A gente defende que esse é um caminho para que o transporte público possa ser de fato o grande estruturador das cidades e a grande prioridade das gestões públicas".

Na opinião de Taco, a atenção dos congressistas e do governo federal ao transporte público "está mais voltada à questão dos subsídios".

"Quando você vê as diversas demandas que se tem, é justamente mais voltada para os subsídios, ou seja, para atender os custos derivados da operação do transporte. Em termos especificamente de infraestrutura, tem havido uma paralisação ao longo dos anos".

Segundo o líder do Grupo de Pesquisa Comportamento em Transportes e Novas Tecnologias, ao se observar os investimentos que os municípios fazem, salvo exceções e algumas grandes regiões metropolitanas, percebe-se que eles estão voltados mais para infraestrutura para o carro do que ao transporte público.

Atuação do BNDES
Em maio, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que financiará a renovação da frota de ônibus em municípios brasileiros. "Ao todo, serão investidos R$ 4,5 bilhões para aquisição de 1.034 ônibus elétricos e 1.149 ônibus Euro 6, que reúnem o que há de mais moderno no mundo em termos de eficiência energética e baixo consumo de combustível", acrescentou o comunicado.

O banco explicou que a renovação de frota com veículos sustentáveis é uma das modalidades do Novo PAC Seleções. Ela prevê a destinação de R$ 10,5 bilhões para a aquisição de 2.529 ônibus elétricos, 2.782 ônibus Euro 6 e 39 trens para atender 98 municípios. "Além do financiamento do BNDES, no valor de R$ 4,5 bilhões, a Caixa Econômica Federal financiará 39 trens, 1.495 ônibus elétricos e 1.633 ônibus Euro 6, com investimento de R$ 6 bilhões para essa modalidade".

A diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa, reforça algumas das dificuldades para implementação do ônibus elétrico no transporte público, como o custo bem mais elevado para compra do veículo. Luciana ressaltou vantagens dele em relação ao convencional: possui um custo de manutenção cerca de 80% menor; custo de operação "muito menor", porque energia elétrica é muito mais barata do que diesel; ajuda o país no cumprimento do Acordo de Paris, por não emitir gases do efeito estufa; é silencioso; e não emite poluentes.

Conforme a diretora, diante desses benefícios, o investimento em eletromobilidade, embora ele seja maior inicialmente, "é um investimento que se repaga". Ela pondera que, em alguns lugares no país, ainda não caberá uma frota eletrificada, porque as prefeituras brasileiras têm capacidades financeiras muito diferentes entre si.

Luciana salienta que o Brasil possui "um grande déficit" de infraestrutura de mobilidade urbana, estimado pelo BNDES em R$ 360 bilhões.

"Em 2022, foi investido 0,06% do PIB em mobilidade urbana nos modais de média e alta capacidade. Dentro desse número de R$ 360 bilhões, a gente não considera ônibus. A gente só considera metrô, VLT", explicou. A meta do banco é elevar o percentual de investimento para 0,25% do PIB.

Segundo Luciana, "o histórico de investimento no Brasil, seja em média e alta capacidade, seja em ônibus, é de instabilidade, imprevisibilidade e insuficiência. Por isso que essa pauta de mobilidade urbana, desde que essa gestão assumiu o BNDES, se tornou uma das grandes prioridades, nós sabemos que o desafio é enorme".

O banco está realizando um estudo nacional de mobilidade urbana para identificar qual seria a estrutura de média e alta capacidade que deveria ser implementada. A ideia é criar um banco de projetos para média e alta capacidade, que servirá deum insumo para a estratégia nacional de mobilidade urbana. O estudo começou no início deste ano e deve ser concluído no início do próximo ano. O custo para sua realização será de R$ 27 milhões.

Exemplo de Curitiba
Curitiba, que tem sete ônibus elétricos em sua frota do transporte público, sendo seis que começaram a circular em julho e um que deve começar a circular em agosto, tem como meta fazer com que 33% de sua frota seja elétrica até 2033 e 100% até 2050. Hoje, no total, são 1,1 mil ônibus na capital paranaense.

Segundo a Urbs, que gerencia o transporte coletivo na cidade, 54 ônibus elétricos vão ser adquiridos em 2025, com R$ 380 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Mais 70 estão programados com lei aprovada na Câmara Municipal de Curitiba, que prevê recursos de R$ 317 milhões nos veículos".

Questionada se a prefeitura entende que o investimento em transporte público e na descarbonização da frota são medidas importantes para o enfrentamento das mudanças climáticas, disse que "sem dúvida". "Os novos ônibus representam um salto tecnológico e um passo decisivo rumo a uma Curitiba mais sustentável. Sem emissões, sem ruído, com maior conforto térmico, eles trazem uma série de benefícios para a população".

O projeto de descarbonização da frota do município começou em 2018, e, em 2023, teve início os primeiros testes com veículos elétricos. Foram testados ônibus das marcas BYD, Eletra, Marcopolo, Volvo e Ankai até o momento.

"Em paralelo, Curitiba comprou os primeiros veículos elétricos. Cada ônibus elétrico evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 ao ano na atmosfera, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo".

Os ônibus elétricos são os primeiros da frota da cidade com ar-condicionado. Possuem piso baixo para melhor embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida e contam também com entradas USB para recarga de celulares e sistema de anúncio de fechamento das portas. Em relação aos bancos, 20% são reservados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os veículos têm dois espaços para cadeirantes.

"O novo contrato de concessão do transporte coletivo, previsto para 2025, que está sendo formatado em parceria com o BNDES, já contemplará, na sua origem, a operação também de frota elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa", diz a Urbs.

O novo modelo de concessão será o primeiro do Brasil a contemplar, já na sua origem, a prioridade de redução de emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética; de acordo com a Urbs, isso "traz também segurança jurídica". Os dois grandes projetos do transporte coletivo em andamento em Curitiba — novo Inter 2 e BRT Leste-Oeste — terão frota elétrica.

A Urbs pontua que as precisam ser "mais resilientes às mudanças climáticas" e buscar soluções para "mitigar esse problema e evitar seu agravamento". "A eletrificação da frota das cidades é um passo importante para tornar as cidades mais sustentáveis, com zero emissões de gases do efeito estufa, de material particulado, e de poluição sonora".

A empresa pondera que, como toda nova tecnologia, apresenta desafios, por exemplo a forma de estruturação da aquisição dos veículos, e a oferta de ônibus e de fontes de financiamento.

Informações: SBT News

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Investimentos em mobilidade urbana para a Copa diminuem R$ 3 bilhões em um ano

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Os investimentos previstos em mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014 diminuíram R$ 3 bilhões em relação à previsão inicial da Matriz de Responsabilidades da Copa, documento que estabelece os compromissos da União, estados e municípios com ações referentes ao evento.

Na Matriz inicial, de 2010, R$ 11,9 bilhões estavam previstos para serem investidos em projetos de mobilidade urbana nas 12 cidades-sede do Mundial. De acordo com as últimas atualizações do Portal da Transparência, a previsão atual de investimentos caiu para R$ 8,9 bilhões.
Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília estão entre as obras excluídas
A diminuição pode ser explicada tendo em vista que, apenas em 2012, seis grandes obras foram retiradas da Matriz de Responsabilidades. Estes empreendimentos estavam orçados em R$ 4,7 bilhões e equivaliam na época a 38% dos investimentos totais em mobilidade urbana – que eram de R$ 12,3 bilhões no início do ano passado. Os dados foram obtidos por meio de um levantamento no Portal da Copa.

Veja tabela das obras aqui.

A construção do Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília, do monotrilho de São Paulo, do corredor exclusivo para ônibus em Salvador e do corredor metropolitano em Curitiba estão entre as obras excluídas da Matriz. Em Manaus, foram retiradas a construção do corredor exclusivo para ônibus e do monotrilho, tornando a cidade a única das sedes que não receberá obras em mobilidade urbana.

As obras de mobilidade urbana nas cidades que receberão os jogos da Copa e estão previstas na Matriz de Responsabilidades possuem linha de crédito especial da Caixa Econômica Federal. Como o documento prevê que apenas empreendimentos que ficarem prontos até o início do Mundial podem receber recursos da Caixa, a retirada pode ser vista como uma manobra dos governos estaduais para as obras não ficarem sem o financiamento da União. Sendo assim, os governos podem pedir outra linha de financiamento ao Ministério do Planejamento, como os recursos do PAC Mobilidade.

Embora outras sete ações tenham sido incluídas na Matriz em 2012, o valor previsto para a execução destas é bem menor do que o montante que as obras retiradas representariam nos investimentos em mobilidade urbana. Juntas, conforme mostrado na tabela acima, elas somam R$ 641 milhões ao orçamento.

As obras de mobilidade urbana, juntamente com os aeroportos, são consideradas os principais legados que serão deixados aos brasileiros após a realização do Mundial. Em relatório de dezembro, o Tribunal de Contas da União observou que há morosidade na elaboração dos projetos e na contratação por parte dos entes federados responsáveis pelos empreendimentos.

Principais obras em mobilidade urbana

Corredor Exclusivo de Ônibus - São espaços viários delimitados, destinados prioritariamente à circulação de transporte público urbano, com ônibus operando em faixas preferenciais no nível da superfície. O planejamento para a Copa do Mundo de 2014 prevê a implementação de vários corredores exclusivos de ônibus nas cidades-sede, com destaque para as cidades de Cuiabá, Natal e Porto Alegre.

BRT (Bus Rapid Transit) – Traduzido como Linha de Ônibus Rápida, o BRT é um transporte coletivo sobre pneus, rápido, flexível e de alto desempenho. O conceito evoluiu a partir dos corredores exclusivos para ônibus, como alternativa ao metrô.

Além de segregar o tráfego geral e impor medidas de prioridade na circulação, o que facilita o trânsito das pessoas, o BRT também proporciona redução dos tempos de embarque e desembarque de passageiros, por ser composto de veículos com grande número de portas e de plataformas niveladas ao piso do ônibus. Outras vantagens são o pagamento fora do veículo, as estações fechadas e seguras e os mapas de informação em tempo real. Serão implantados BRTs nas seguintes cidades-sede: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro.

Veículo Leve sobre Trilhos - O VLT é um trem urbano de passageiros, cujo tamanho permite que sua estrutura de trilhos seja construída no meio urbano existente. Embora possua menor capacidade para transportar passageiros e velocidade inferior a dos trens de metrô, o VLT produz menos poluição e menor intensidade de ruído. Está prevista a construção e a operação dos seguintes VLTs até o início do Mundial: VLT Cuiabá/ Várzea Grande, no Mato Grosso e VLT Parangaba/Mucuripe, em Fortaleza (CE). Os VLTs terão capacidade de 20 mil passageiros/hora e percorrerão mais de 35 km.

Metrô – Estão previstos investimentos em estações e terminais de metrô nas cidades-sede de Fortaleza e Recife. O metrô tem elevada capacidade de passageiros, atinge alta velocidade e possui um curto intervalo de tempo entre embarque e desembarque.

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Mobilidade Urbana: Enfim, as cidades da Copa começam a se mover

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Como em todas as áreas vinculadas à infraestrutura da Copa, o diagnóstico de transportes não é dos mais animadores. Nenhuma das 50 obras listadas na Matriz de Responsabilidades começou no prazo. O documento foi assinado em janeiro de 2010 e estabelece quanto cada esfera de governo deve investir para o Mundial.

O próprio Ministério do Esporte reconhece os problemas. Relatório publicado em janeiro coloca apenas 21 projetos de mobilidade sob a rubrica “adequado”, certamente desconsiderando os atrasos iniciais. Fora a situação “preocupante” do monotrilho de Manaus, as demais obras tiveram cronograma “reprogramado”, o que indica uma extensão dos prazos. A publicação é um avanço em comparação à quantidade de informações oficias disponíveis no ano passado. Ainda assim, o documento peca ao não dizer o porquê dos adiamentos, maquiando os atrasos iniciais.

IndefiniçõesSegundo apuraram os correspondentes do Portal 2014 nas 12 cidades, os principais entraves ao início das obras são irregularidades nas licitações, ausência de projetos, problema com desapropriações e indefinição sobre o tipo de sistema a ser adotado. A ação dos Ministérios Públicos paralisou a construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Brasília e impediu a concorrência dos monotrilhos de Manaus e São Paulo.

Mesmo com problemas saltando às vistas, o governo federal é esquivo ao falar dos atrasos. Quando cobrado, o Ministério do Esporte joga a responsabilidade sobre estados e prefeituras. Por seu lado, os gestores locais ignoram a ausência de obras e afirmam que “tudo está em dia”.

O otimismo, porém, não esconde o óbvio: as cidades brasileiras estão cada dia mais engarrafadas. A situação é bastante parecida em todas as sedes do Mundial. Os projetos de transporte público não deslancham e, como consequência, a frota de veículos cresce em ritmo acelerado.

LentidãoSão Paulo, por exemplo, bateu o recorde dos sete milhões de veículos em 2010, enquanto a ampliação do metrô apenas engatinha. Cidades até então consideradas pequenas, Cuiabá e Manaus já enfrentam engarrafamentos semelhantes aos das metrópoles. A menos de três anos para a Copa, Salvador e Recife ainda discutem se bondes ou ônibus são mais adequados para aliviar o trânsito.

A lentidão para tirar as obras do papel não passou despercebida para a presidente Dilma Rousseff. No início do ano, ela exigiu relatórios trimestrais sobre as obras da Copa a Orlando Silva. O pulso firme da presidente tem razão de ser. Depois de publicação do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) concluir que nove aeroportos não estarão prontos até a Copa, a oposição entrou em campo para cobrar ações do governo.

A ofensiva teve direito a anúncios em rádios e TVs e a um pedido do senador Álvaro Dias (PSDB-SP), em plenário, para que o Brasil desista da Copa a fim de evitar uma vergonha mundial.

InvestimentosExageros à parte, os quase R$ 11,9 bilhões a serem investidos em mobilidade podem de fato representar um salto de qualidade nas 12 cidades-sede. Desse montante, R$ 7,8 bilhões serão financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) com recursos do FGTS, e o restante pelos governos estaduais e municipais.

A prioridade é para o transporte coletivo em rotas que liguem aeroportos, estádios e setores hoteleiros. Com isso, serão construídos corredores rápidos de ônibus (BRTs), veículos leves sobre trilhos (VLTs, ou “bondes" modernos), dois monotrilhos (em Manaus e São Paulo), além de intervenções pontuais em vias e sistemas de monitoramento. O desafio é tirar as obras do papel. Confira um resumo do andamento das obras nas 12 cidades-sede da Copa.

Belo HorizonteObras deveriam ter começado ano passado, mas mudanças nos projetos executivos adiaram as intervenções para 2011.

BrasíliaA obra do VLT começou em 2009, mas sofreu diversas paralisações. A última suspensão ocorreu ano passado devido a irregularidades na licitação e ausência de projetos de impacto ambiental e vizinhança.

CuiabáGoverno de Mato Grosso ainda não definiu se adotará o BRT (Bus Rapid Transit) ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Desapropriações para as obras ainda não começaram.

Curitiba
Governo do Paraná teve que revisar projetos, o que provocou atrasos nas licitações das principais obras da cidade.

FortalezaInício das obras do VLT, de quatro BRTs e de ampliação de cinco avenidas foi adiado em até nove meses. Prazos tiveram que ser revistos com a Fifa.

ManausMinistério Público encontrou falhas no projeto básico do monotrilho e paralisou a licitação da obra, que está um ano atrasada. Governo retomou a concorrência em fevereiro, mas empresa foi desclassificada. Viabilidade econômica do BRT também sofre contestação.

NatalAs reformas que visam estruturar as principais vias da capital potiguar enfrentam mais de um ano de atraso.

Porto AlegreGoverno do Rio Grande do Sul não conseguiu contratar 90% dos projetos de mobilidade para a Copa.

RecifeDos cinco projetos da Copa, apenas um está em obras. Atrasos já chegam a cinco meses. Além disso, governo não sabe se adotará BRTs ou VLTs.

Rio de Janeiro
Construção do BRT Transcarioca começou em fevereiro, com atraso de quase um ano.

SalvadorCom nove meses de atraso, governo da Bahia ainda não decidiu se adotará BRT ou VLT.

São PauloFaltando três anos para a Copa, governo estadual e prefeitura definiram na semana passada as obras viárias para a Copa. Recursos do PAC da Mobilidade Urbana serão usados na construção de um monotrilho que passará a 30 km de distância do estádio do Mundial.

Fonte: Portal 2014

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