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Expansão dos sistemas rápidos de ônibus – conhecidos pela sigla em inglês BRT – já se torna uma realidade no Brasil

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Com avanço muito lento em seus projetos de transporte coletivo, as grandes cidades brasileiras estão optando por uma alternativa mais barata e que pode tomar apenas um terço do tempo necessário para a implantação de novas linhas de metrô, mas duramente questionada como solução de longo prazo.

De qualquer forma, a expansão dos sistemas rápidos de ônibus – conhecidos pela sigla em inglês BRT – já se torna uma realidade no Brasil: 30 projetos em 15 cidades diferentes estão previstos para sair do papel nos próximos anos, com investimentos de R$ 10,7 bilhões só em obras civis.

A rapidez na construção dos BRTs, uma versão inspirada no modelo adotado por Curitiba nos anos 70, já movimenta a indústria de carrocerias de ônibus e chama a atenção de empreiteiras.

Além dos investimentos em obras, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) prevê desembolsos de até R$ 8 bilhões em equipamentos, a fim de atender à demanda pelos corredores.

Ao contrário dos metrôs, que têm esbarrado na lentidão de seus planos de expansão, os projetos de BRT vêm ganhando velocidade.

Sete capitais estão com obras em andamento – Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Curitiba e Belém – e devem inaugurar 252 km de corredores exclusivos até 2014. Outros projetos ambiciosos estão a caminho.

“A grande vantagem do BRT é que são obras e sistemas operacionais relativamente simples”, afirma o diretor-superintendente da NTU, Marcos Bicalho.

Para ele, o sistema entrou na moda graças ao sucesso do Transmilenio, a rede integrada de ônibus construída em Bogotá na década passada. Hoje, segundo Bicalho, cerca de 80 cidades no mundo operam BRTs.

A velocidade média do sistema varia muito em cada localidade, mas chega facilmente a 25 km/h e tem dobrado o ritmo dos ônibus onde foi implantado.

Bicalho destaca, no entanto, o prazo mais curto das obras. “Em 24 meses, dá para sair do zero e entrar em operação, incluindo a elaboração de projetos”, diz. Já o tempo médio de construção de uma nova linha de metrô chega a nove anos.

Para o professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do departamento de engenharia de transportes e geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), esse é justamente um dos fatores que mais têm pesado a favor da escolha dos BRTs pelos administradores públicos.

Apesar de ressaltar que qualquer investimento em transporte coletivo é bem-vindo, ele vê exagero na sua capacidade de resolver os problemas de mobilidade nas grandes cidades.

“Infelizmente, a nossa classe política é muito imediatista. Os dirigentes optam pelo BRT, porque é o que cabe no mandato deles”, diz.

Para ele, há um movimento de resgate dos investimentos em transportes sobre trilhos nas capitais, que exigem mais planejamento, e os sistemas rápidos de ônibus “surgem como um contra-ataque do setor rodoviário para não perder espaço”. “É um movimento velado. Mas ver o BRT como solução definitiva para a mobilidade urbana é uma completa idiotice.”

Algumas cidades que já tinham projetos prontos e financiamentos aprovados para a construção de BRTs, como Salvador e Cuiabá, mudaram suas decisões.

Em Salvador, o sistema foi trocado uma nova linha de metrô na avenida Paralela, que ainda não foi licitada e ficará pronta apenas depois da Copa do Mundo de 2014.

Em Cuiabá, a opção pelo veículo leve sobre trilhos (VLT) aumentou o custo do projeto em 248%, de R$ 424 milhões para R$ 1,477 bilhão.

Além disso, o contrato assinado no mês passado prevê a entrega das obras a poucos dias do evento esportivo.

Nos dois casos os governos estaduais argumentam que o sistema de ônibus seria insuficiente para atender à demanda e que só os sistemas escolhidos podem ser vistos como solução duradoura

Para o professor da UFMG, outros projetos de corredores de ônibus estão com a demanda subdimensionada e podem iniciar suas operações já saturados, como o Antônio Carlos-Pedro I, em Belo Horizonte.

“A partir de certa demanda, a solução mais adequada pode se tornar a metroferroviária. A chave é olhar o número de passageiros e a projeção de crescimento”, diz o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena.

Para ele, quando a demanda atinge em torno de 20 mil passageiros por hora/sentido, os sistemas rápidos de ônibus deixam de ser a solução mais adequada.

“O mais importante é que o Brasil vive uma oportunidade única de mudar a forma e o gerenciamento do transporte público. E os melhores exemplos internacionais foram vistos onde há autoridades metropolitanas encarregadas de planejar, implantar e fiscalizar a malha de transportes.”

A Odebrecht Transport acaba de fazer sua primeira incursão no mundo dos BRTs. Esse braço da empreiteira já atua em dois empreendimentos de mobilidade urbana: como acionista da ViaQuatro (operadora da linha 4 do metrô de São Paulo) e como controladora da SuperVia (trens suburbanos no Rio).

No mês passado, em um consórcio também formado por CCR e Invepar, a Odebrecht assinou contrato com a Prefeitura do Rio para construir e operar o corredor expresso Transolímpica.

A obra faz parte do pacote de investimentos para a Olimpíada de 2016 e prevê 13 km de novas vias, com uma faixa exclusiva para os ônibus do sistema BRT.

O consórcio fará a operação somente da via expressa e não do corredor de ônibus, mas a Odebrecht não descarta essa possibilidade em futuros empreendimentos do gênero.

“Em outras capitais, avaliamos também a operação dos BRTs, desde que seja algo integrado a outros modais de transportes”, diz Cesena.

Para a indústria de carrocerias, o impacto já se faz sentir e a previsão é de mudança no perfil das encomendas, mesmo sem aumentar as vendas totais.

A Caio Induscar, que detém 40% do mercado de ônibus urbanos, calcula que a entrega de veículos destinados a corredores de BRTs pode chegar a 300 unidades neste ano.

“Até 2014, podemos alcançar 2 mil ou 3 mil unidades”, prevê o diretor industrial da empresa, Maurício Cunha, demonstrando o ritmo de proliferação desse sistema no país. Ele acredita, no entanto, que a produção total deverá manter-se em cerca de 9 mil ônibus – a produção registrada em 2011. “Não haverá uma demanda nova, mas uma migração da demanda que já existe.”

Na semana passada, a Caio iniciou a demonstração da segunda versão do Millenium BRT, um veículo fabricado especialmente para os novos corredores.

O primeiro modelo, com chassi Volvo biarticulado sem ar-condicionado, começou a rodar em São Paulo, mas em corredores convencionais.

A nova versão traz novidades típicas da modernidade que cerca a operação dos BRTs: entra o ar-condicionado, muda a forma de fixação das poltronas, o design fica mais arrojado, a cabine para o motorista tem melhor acabamento, o sistema de iluminação é mais amplo.

A tendência é ter também um custo maior: a diferença de preço entre um ônibus articulado convencional e um de BRT gira em torno de 20%.

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Criado no Brasil, Sistema BRT invadiu o mundo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nos anos 70 o Brasil tinha 100 milhões de habitantes e certamente menos problemas do que agora, com uma população de 200 milhões, a maioria concentrada em aglomerações urbanas. Entre os problemas urbanos graves que se multiplicam, como falta de moradias, excesso de população, alarmantes índices de violência, inclui-se a paralisia do trânsito, causada pelo excessivo contingente de automóveis e um retumbante descaso com o transporte coletivo.

Se o transporte público está nessa inglória situação não foi por omissão de um arquiteto e urbanista que sempre colocou a mobilidade coletiva acima do transporte individual. Este urbanista chamado Jaime Lerner, que desde os anos 70 prega no deserto das cidades, foi reconhecido no exterior e tem seguidores, entre eles o engenheiro Wagner Colombini Martins, da Logit Consultoria e autor de vários projetos internacionais de Bus Rapid Transit (BRT), o sistema que privilegia o ônibus.

Ao lado de Lerner, Colombini será um dos palestrantes do Seminário NTU que vai discutir problemas e soluções da mobilidade para a Copa do Mundo de Futebol marcada para 2014 no Brasil.

Colombini tem viajado por boa parte do mundo para implantar o sistema BRT. Suas incursões envolvem África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010, e México, país que promoverá os Jogos Panamericanos de 2011.

Foi num dos hotéis do México que Colombini respondeu por email as questões formuladas por Technibus. Eis o conteúdo da entrevista:
TechnibusPor que o Brasil, dono de uma das maiores indústria de ônibus do mundo não consegue criar corredores de ônibus eficientes que promovam o transporte coletivo? Ainda mais quando se leva em conta que o País é pioneiro no mundo em corredores exclusivos e exportador de projetos. Em casa de ferreiro espeto tem de ser de pau?
Wagner Colombini – O Brasil pecou pela implantação de maus projetos que vieram depois do sistema pioneiro de Curitiba. Tais projetos deterioraram o ambiente no entorno e causaram má reputação à idéia de se implantar corredores de ônibus. Também contribuiu para a não proliferação de corredores de ônibus o fato de que os formadores de opinião no setor transporte são originários do Metrô de São Paulo e de outros sistemas sobre trilhos. Acrescento ainda que o governo federal mantém uma estatal, a CBTU, uma empresa de trens urbanos, em vez de ser companhia de transportes urbanos. A CBTU entende que a fórmula sobre trilhos é a única solução.

Technibus Como a experiência vivida por técnicos brasileiros no México, Colômbia, África do Sul poderá ser útil para que o Brasil tenha sucesso no BRT para a Copa de 2014?
Colombini – Os sistemas BRT foram inventados em Curitiba e pegaram força desde a implantação do Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia. Eles são baratos e podem ser implantados por todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo no Brasil.
Technibus O Brasil terá tempo para isso?
Colombini – Os sistemas BRT podem ser implantados em pouco tempo. Dou como exemplos o Transmilenio, que levou dois anos para ser construído, e o projeto Macrobus, de Guadalajara, no México, que levou pouco mais de um ano. A grande dificuldade enfrentada por esses sistemas foi a negociação com os operadores locais uma vez que em geral não existiam empresas operadoras de transporte, prevalecendo o sistema “hombre-camión” (indivíduos proprietários de veículos). O Brasil não deverá enfrentar esse tipo de problema, pois tem uma comunidade operadora madura e organizada em forma de empresas.

Technibus Foram escolhidas as 12 cidades sedes para a Copa de 2014. Na sua avaliação quantas poderiam ter BRT. Onde seriam? E quais os custos?
Colombini – Todas as cidades poderão implantar sistemas BRT para resolver as suas necessidades por transporte, visando apoiar a realização dos jogos durante a Copa do Mundo. Os custos deverão estar na ordem de R$ 20 milhões por quilômetro, incluindo desapropriações. Os sistemas BRT podem apresentar capacidade similares aos sistemas sobre trilhos e utilizam tecnologia 100% nacional, privilegiando a criação de empregos locais na sua implantação.


Technibus Enumere as cidades onde você implantou o BRT? Quantifique os corredores, quilometragem, características, passageiros transportados e outras informações.
Colombini – Participei do Transmilenio, de Bogotá, sistema que deverá ser ampliado em 2011. O Transmilenio conta hoje com 100 quilômetros de extensão, tem estações centrais, fechadas, dotadas de bilheterias e catracas similares a estações de metrô. O sistema transporta cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia. O Transmilenio opera em canaleta exclusiva, no centro de uma via e, como disse, tem estação central fechada. A plataforma das estações está em nível. As estações contam com faixa de ultrapassagem. Importante frisar que o Transmilenio foi inspirado em Curitiba, só que adotando a estação central e o conceito de ônibus expresso, com faixa de ultrapassagem, o que permitiu atingir níveis de capacidade nunca antes imaginado por um sistema operado por ônibus articulados.

Outro projeto em que estou envolvido é o Macrobus, em Guadalajara, no México, com 15 quilômetros de extensão, similar ao Transmilenio, mas com menor capacidade. O Macrobus transporta hoje, dois meses após sua inauguração, mais de 100 mil passageiros por dia. Participei ainda do Expresso Tiradentes, na cidade de São Paulo. O conceito é semelhante ao sistema de Curitiba, com cerca de 8 quilômetros de extensão, com estações laterais, veículos de alta capacidade, pré-pagamento nas estações e mais de 100 mil passageiros por dia.

Tenho ainda atuado em diversos projetos de sistemas planejados para serem implantados no futuro próximo: Corredor Expresso Celso Garcia (São Paulo), Corredor T5 (Rio de Janeiro), Sistema Rea Vaya (Joanesburgo, África do Sul), Sistema iKapaRapid (Cidade do Cabo, África do Sul), Sistema DART (Dar es Salaam, Tanzânia), Corredor Juan Justo (Buenos Aires), Transmilenio Fase 3 (Bogotá) e Macrobus Fases 2 e 3, em Guadalajara.

TechnibusFale sobre a experiência com BRT na África do Sul. Até 2010 quantos corredores vão operar no país sede da Copa? Dê detalhes das obras, das características, dos corredores, da frota.
Colombini – São nove as cidades-sede da Copa 2010 na África do Sul. Pelo menos 6 delas estão desenvolvendo projetos para implantação de sistemas BRT. Os sistemas têm em geral grande extensão. Joanesburgo terá um sistema com 300 quilômetros de extensão – já para a Copa cerca de 50 quilômetros de corredores deverão estar implantados.
O sistema de tarifa deverá ser com base na distância percorrida, fora do padrão brasileiro de tarifa única. Há também uma tendência de implantar serviços tronco-alimentados e de utilização de veículos articulados, com diesel padrão Euro-4 devido à busca por baixa emissão de poluentes. Friso, no entanto, que há uma grande dificuldade na negociação com os serviços de lotações, que predominam no transporte público urbano nas cidades da África do Sul.

TechnibusComo fazer para que um BRT dê certo? Por que sistemas são bem sucedidos e outros não emplacam?
Colombini – Todo projeto tem que ter um líder, um campeão, que vai enfrentar todas as dificuldades políticas e negociais para sua implantação. Este líder precisa ter convicção ao negociar com os diversos interessados (população no entorno, empresas de ônibus, provedores de tecnologia, setor de engenharia de tráfego etc).
É preciso ainda que o líder tenha poder para reestruturar as rotas (em geral, tronco-alimentadas) e força para retirar as linhas que competem no corredor, além de evitar a presença de piratas. Fora tais condições essenciais, o projeto tem que ser adequado e permitir real prioridade ao transporte coletivo. Entre os requisitos técnicos estão as estações que precisam ser dimensionadas com folga no nível de ocupação. Devem ser instaladas em módulos, contemplando de início locais de maior demanda.
É essencial ainda que o corredor tenha características de projetos que promovam melhora do meio urbano e isso pressupõe estações fechadas, com pré-pagamento, que garantam rápido embarque e desembarque de passageiros. Tais providências asseguram velocidade de operação e evitam filas nas estações. Importante também: o corredor deve ter garagens de ônibus junto aos extremos, nos bairros.

TechnibusQuais os custos de implantação (incluindo desapropriação) do BRT versus metrô?
Colombini – O sistema BRT tem custo de implantação na faixa de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões por quilômetro. Já um sistema de metrô custa acima de US$ 100 milhões por quilômetro. De custo intermediário, o sistema VLT demanda recursos acima de US$ 25 milhões por quilômetro.

Technibus Fale de outros BRTs em projeto no Brasil?
Colombini – A cidade do Rio de Janeiro tem vários projetos (T5, Linha C, Via Light, Av. Brasil). Na cidade de São Paulo o corredor Celso Garcia tem todas as características para receber um BRT. Há ainda o corredor Itapevi-Pinheiros, em desenvolvimento, e que envolve negociação entre vários municípios por abranger cidades daárea metropolitana da Grande São Paulo.
Na capital gaúcha pretende-se implantar um conjunto de BRT, denominado projeto Portais da Cidade, enquanto Belo Horizonte pretende adotar um corredor BRT típico na Avenida Antônio Carlos, além de projetos de uma rede do sistema. Recife, Salvador, Rio Branco, entre outras cidades, também têm projetos prevendo a adoção de BRT.

Receitas de um sistema que acelera a mobilidade
Países pobres, emergentes e ricos, não importa, todos eles enfrentam problemas de mobilidade com o fenômeno da urbanização que faz crescer exponencialmente o trânsito sem que a infraestrutura viária possa acompanhar a demanda do transporte individual.

A resposta dos gestores públicos para enfrentar o nó nas cidades tem sido cada vez mais oferecer opções de transporte coletivo de alta capacidade, boa qualidade e custos moderados.

O Bus Rapid Transit (BRT) tem sido uma saída buscada por países como o México, que tem um programa de transporte massivo por ônibus, promovido pelo governo federal. Mesmo quadro se repete na Colômbia e no Peru, que vem implantando um programa de BRT na capital, Lima, e em algumas outras cidades.

Na África do Sul, o governo local também encampou o BRT de olho na Copa do Mundo de 2010. A implantação de sistemas de transporte massivo por ônibus está em curso em cidades de maior porte do país africano.

Da mesma forma o governo chinês, no canteiro de obras de infraestrutura em que transformou o país de 1,3 bilhão de habitantes, tem programa de implantação de BRTs e de otimização das malhas de transporte coletivo.

Nem Nova York resistiu ao BRT. A cidade, este ano, ganhou o prêmio de mobilidade ao ter um programa de forte apoio ao transporte sustentável baseado na implantação de BRTs, ciclovias, na restrição ao uso do automóvel e na implantação de áreas de uso público de muita qualidade.

Mas o que é BRT? Quem explica de forma didática é Wagner Colombini, consultor da Logit, empresa especializada em projetos de BRT com sistemas implantados ao redor do mundo.
BRT é basicamente sistema de transporte por ônibus e, idealmente, apresenta as seguintes características:
1 – Os veículos de um BRT em geral são de grande capacidade (padron, articulado ou biarticulado).
2 – Os ônibus trafegam em canaleta exclusiva, no centro de uma via.
3 – As estações são centrais e o passageiro paga ao entrar na estação, de forma similar ao que ocorre com os sistemas sobre trilhos.
4 – As estações são fechadas, com abrigo e proteção ao passageiro.
5 – Entradas ou saídas dos passageiros, nos ônibus, são feitas em plataformas, instaladas no mesmo nível do piso interno do veículo. Permite-se, com isso, movimento seguro e rápido aos usuários, além de acessibilidade universal a todos cidadãos portadores de deficiências de locomoção.
6 – O BRT em geral é dotado de faixas para que se possa ultrapassar ônibus estacionados nas estações.
7 – As faixas de ultrapassagem são utilizadas por ônibus de serviços expressos ou semiexpressos, que ligam os principais pontos de origem/destino no corredor.
8 – Sistemas BRT são dotados de centro de controle operacional que recebem informações fornecidas por GPS instalados nos veículos, por sua vez conectados com uma central. O objetivo é manter a regularidade operacional do sistema.
9 – O sistema BRT tem comunicação visual destacada para que o passageiro o diferencie de um sistema de ônibus comum.
10 – A velocidade média comercial dos serviços de um BRT é elevada, na faixa de 22 km/h para serviço parador e de 35 km/h para serviços expresso ou semiexpresso.
11 – Os sistemas BRT apresentam grande capacidade de atendimento de demanda. Podem chegar a níveis semelhantes aos praticados pelas mais carregadas linhas de metrô. O BRT Transmilenio apresenta demanda acima de 40 mil passageiros por hora, no trecho mais carregado, no pico da manhã.


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Recife: Investimentos proporcionarão maior fluidez, qualidade e segurança

sábado, 10 de julho de 2010


Em 2014, o Brasil sediará, pela segunda vez em sua história, uma Copa do Mundo. Embora ainda faltem quatro anos para o início do campeonato, o Grande Recife Consórcio de Transporte já deu início aos preparativos para o evento. Com projetos prontos e investimentos garantidos, o órgão gestor do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) irá construir quatro corredores exclusivos de ônibus e um Terminal Integrado de ônibus para atender à Cidade da Copa.

A requalificação da BR-101 também será executada, somando-se aos projetos na área de mobilidade. A execução desta obra será de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Para garantir que os projetos voltados para o mundial de futebol saiam do papel, os governos estadual e federal estão investindo cerca de R$ 3,7 bilhões, incluindo recursos obtidos através do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Caixa Econômica Federal (PAC da Copa) e tesouro estadual. Desse total, cerca de R$ 600 milhões estão garantidos para o setor de transporte. Ao Grande Recife, cabe a execução dos seguintes projetos: construção dos corredores Norte/Sul, Leste/Oeste e da Avenida Norte, além do Terminal de Integração da Cidade da Copa, no município de São Lourenço.

Projetos
O investimento para os projetos dos corredores Norte/Sul, Leste/Oeste e da Avenida Norte será de aproximadamente R$ 475 milhões. Os recursos serão aplicados para colocar em operação um equipamento de vias e faixas exclusivas e segregadas para o tráfego dos coletivos e implantação de estações de embarque/ desembarque modernas e adequadas aos padrões internacionais de mobilidade e segurança. Os três corredores irão possibilitar a criação de aproximadamente 63 quilômetros de vias exclusivas para o transporte coletivo. A expectativa é que o edital de licitação das obras dos corredores seja publicado em julho deste ano.

Uma atenção especial também será dada aos trechos da RMR cortados por rodovias federais. O primeiro diz respeito à requalificação da BR-101 - que será executada pelo DNIT, com a construção de uma faixa exclusiva para ônibus que terá início em Abreu e Lima, seguindo pelo município de Paulista, passando pela Macaxeira e chegando à cidade de Jaboatão dos Guararapes. A previsão é de que a obra seja concluída em 2012.

A BR-408, um dos principais eixos de ligação com o município de São Preparativos para a Copa de 2014 Investimentos proporcionarão maior fluidez, qualidade e segurança para o transporte público Lourenço da Mata, onde será construída a Cidade da Copa, também ganhará atenção especial. Lá será implantado um corredor exclusivo de ônibus, nos moldes do Transporte Rápido por Ônibus (TRO), projeto semelhante ao dos corredores Norte/ Sul, Leste/Oeste e da Avenida Norte. Orçado em cerca de R$ 99 milhões, o equipamento irá permitir a ligação entre a Avenida Caxangá e a BR-408.

Para que os torcedores possam chegar o mais próximo possível do local do evento, o Grande Recife irá construir o Terminal de Integração Cidade da Copa - Cosme Damião, que será interligado a uma estação do metrô - que também será erguido dentro do pacote de obras de infra-estrutura para a Copa. O projeto para a construção do complexo está sendo planejado e a previsão de conclusão da obra é 2012. O investimento para a construção do terminal é de R$ 16 milhões.
Estrutura
Para o secretário das Cidades e presidente do Grande Recife, Dilson Peixoto, a estrutura planejada vai oferecer conforto e segurança para moradores, visitantes e turistas. “Estamos pensando na mobilidade das pessoas. Os usuários terão à disposição um serviço com equipamentos que permitirão o pagamento das tarifas nas estações, agilizando o processo de embarque. O piso das estações será elevado, possibilitando o embarque no mesmo nível da entrada dos coletivos”, ressaltou.

Na visão do governador Eduardo Campos, os investimentos trarão uma mudança radical em relação ao modelo atual. “A Copa do Mundo deixará um legado de modernidade e melhorias significativas para o sistema de transporte da Região Metropolitana do Recife”, afirmou.



Fonte: Consórcio Grande Recife
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Em Recife, Secretário visita obras de terminais integrados

terça-feira, 9 de março de 2010


O secretário das Cidades, Humberto Costa, e o presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes, Dilson Peixoto, visitam, hoje pela manhã, as obras de construção dos Terminais Integrados de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes e Tancredo Neves, no Recife.

Os dois terminais fazem parte de um pacote de obras que vem sendo realizadas pelo governo estadual para ampliar e modernizar o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife.

O pacote, que foi licitado no ano passado, inclui a construção de oito terminais de integração e três corredores de ônibus, ao longo dos próximos dois anos. Com um custo aproximado de R$ 60 milhões (sendo R$ 53 milhões dos terminais) para a realização de todas as obras, a expectativa do governo estadual é duplicar o atendimento dos terminais do SEI, que hoje transportam cerca de 800 mil passageiros por dia.

As obras orçadas em cerca de R$ 53 milhões englobam a ampliação do terminais do Barro e Joana Bezerra (com sistema viário e acesso) e construção dos terminais do TIP, Largo da Paz, Tancredo Neves (com sistema viário e acesso), Aeroporto, Prazeres (com sistema viário e acesso) e Cajueiro Seco (com sistema viário e acesso). Ao todo, os terminais irão disponibilizar 70 linhas de ônibus e transportar, aproximadamente, 600 mil usuários, por dia, em toda a RMR.

A construção do Terminal Integrado Tancredo Neves atenderá diretamente 122 mil pessoas, nos dias úteis. A previsão é de que operem no local 17 linhas de ônibus. A área construída será de 2.812,06 m2, em um terreno de 11.660,40 m2. Serão aplicados R$ 8.9 milhões para a construção do TI, além de R$ 1,8 milhão para o acesso viário.

O Terminal integrado de Cajueiro Seco é aguardado com ansiedade pelos usuários de toda a área sul da RMR. Após o início de sua operação, ele será um aliado importante para garantir novas opções para os usuários do SEI naquela área, que já conta com o Terminal Integrado do Cabo e a Linha Sul do Metrô.

Após o término da obra, estima-se que 50.000 pessoas usarão o terminal, que tem a previsão inicial de operação com seis linhas. A área construída será de 2.468,9 m2, em um terreno de 8.968,98 m2.

O investimento para a construção do equipamento é de R$ 7,6 milhões. Outros R$ 2,3 milhões serão aplicados na construção de um sistema viário que dará acesso ao TI.

Obs: Não foi divulgado pelo Consórcio Grande Recife o Prazo para entrega destes terminais.

CORREDORES - Além dos terminais, aproximadamente R$ 7 milhões estão sendo investidos exclusivamente na construção de modernos corredores de transporte público em três áreas estratégicas para a circulação de ônibus na Região Metropolitana do Recife. As obras irão viabilizar, ao todo, a construção de aproximadamente 11,3 km de vias exclusivas e 34 paradas de ônibus nas avenidas Pan Nordestina (PE-15), Abdias de Carvalho e Domingos Ferreira.
Fonte: Consórcio Grande Recife
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Mobilidade Urbana no Recife: Muitos projetos e só um em execução

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ônibus e metrô lotados, engarrafamentos e uma explosão de veículos nas ruas. A infraestrutura viária da região metropolitana do Recife não acompanhou o crescimento da cidade.

Sem vazão para o grande número de automóveis e motos, e com o transporte público não atendendo com qualidade à população, a conclusão é que se fosse hoje, Recife não suportaria realizar um grande evento como a Copa do Mundo.


Fonte: Portal 2014

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Para mudar este cenário até 2014, as obras de mobilidade urbana previstas precisam ser agilizadas, e o sinal de alerta já acendeu: de todos os projetos integrantes da Matriz de Responsabilidades, apenas um saiu do papel, o Terminal Cosme e Damião de metrô.

Com obras iniciadas em janeiro deste ano, o Cosme e Damião conta com investimento de R$ 15,8 milhões do governo do estado. Ele vai facilitar o acesso à Cidade da Copa e terá capacidade para receber 40 mil passageiros por dia.

Já as obras do Corredor Via Mangue, primeira via expressa do Recife, com 4,5 km de extensão, deveriam ter sido iniciadas em julho passado. Mas a licitação sofreu atrasos, e os envelopes com as propostas das empresas habilitadas  só foram abertos no dia 23 de março. As propostas agora estão sendo analisadas pela Empresa de Urbanização do Recife (URB), que escolherá o vencedor. O corredor ligará a ponte Paulo Guerra, no bairro do Pina, à avenida Antônio Falcão, em Boa Viagem. Ações de saneamento, urbanização e habitação estão incluídas no projeto, a cargo da prefeitura do Recife. 

Outra obra muito atrasada é o Corredor Norte-Sul. Pelo cronograma original, ela deveria ter começado em abril do ano passado. Com 15 km de extensão, o Norte-Sul passará por seis municípios da RMR, saindo de Igarassu até Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes. A obra ainda não foi licitada, como também não o foi a dos corredores Leste-Oeste e da Avenida Norte. A Secretaria das Cidades esclarece que a licitação só será lançada depois de feita a escolha do modal, ou seja, o tipo de sistema de transporte que será utilizado nos corredores de transporte do Recife. 

BRT ou monotrilho?A escolha do modal para os corredores é um assunto polêmico, inclusive para o meio técnico. Alguns especialistas apontam o BRT (Bus Rapid Transit) como o sistema mais adequado para o Recife, e ele já consta inclusive na Matriz de Responsabilidades. Mas, na opinião do vice-presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia Regional Pernambuco (Sinaenco-PE), Ilo Leite, o monotrilho seria a melhor solução. Segundo ele, o volume de passageiros transportados pelo BRT é limitado: “O BRT não dá conta do tamanho de problema que temos na cidade. A longo prazo, não seria eficiente”, argumenta.

Para o diretor do Sinaenco, o importante é que as obras sejam planejadas "de olho no futuro, e não apenas para resolver demandas imediatas". "A RMR deve ser vista com o olhar do amanhã. Não podemos continuar planejando o país olhando para os pés; temos que nos voltar para a frente”, alerta o especialista.

O Grande Recife Consórcio, órgão gestor do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR), opera com 382 linhas de ônibus e duas de metrô. No total, dois milhões de passageiros por dia são transportados pelo modelo, que divide-se em sistema complementar e sistema estrutural integrado. O primeiro utiliza veículos convencionais e microônibus, e o integrado opera com linhas de ônibus e metrô. Há diversas alternativas de deslocamento, com integração em terminais fechados e pagamento de tarifa única. Hoje, 13 terminais do sistema estrutural integrado estão em funcionamento e, até o final de 2011, informa o órgão gestor, sete novos terminais serão construídos e dois ampliados. 

Obras complementaresA principal via de acesso até a Arena Pernambuco, a BR-408, está sendo duplicada pelo governo do estado. Com 60% da obra já concluída, e investimento total de R$ 120 milhões, a obra compreende 19,7 km de extensão, entre Carpina, São Lourenço da Mata e Jaboatão dos Guararapes. A previsão de finalização é dezembro de 2011. Para facilitar o acesso ao estádio, serão erguidos também dois viadutos, de 2 km, entre Jaboatão e São Lourenço da Mata, ao custo de R$ 22 milhões. A obra está em fase final de licitação e o prazo de execução é de dez meses.

Principal acesso ao pólo turístico no litoral sul de Pernambuco, a Estrada da Batalha, na PE-008 (Jaboatão dos Guararapes), será duplicada em 6 km, com investimentos de R$ 160 milhões. A obra inclui ainda dois novos viadutos e um túnel, além de um centro cultural e uma grande área urbanizada na região. Um dos viadutos está pronto, e o outro sendo finalizado. Mais da metade das obras do túnel foram feitas e falta concluir a duplicação no trecho entre os dois viadutos.

Em maio próximo, o secretário de Transportes, Isaltino Nascimento, prometeu apresentar ao governador Eduardo Campos um novo projeto de melhoria da mobilidade urbana na região metropolitana do Recife. O projeto Contorno do Recife prevê a requalificação do trecho urbano da BR-101, de Cabo de Santo Agostinho até Igarassu, e a construção de um corredor inteligente de ônibus, que será interligado a vários corredores viários, como o Binário de Cajueiro Seco, avenidas Abdias de Carvalho, Caxangá e Norte. O orçamento inicial da obra é de R$ 400 milhões.
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Recife: Engarrafamentos aumentam estresse de motoristas e passageiros de ônibus

segunda-feira, 19 de julho de 2010


Em alguns momentos o direito de ir e vir, de circular pelas ruas se transforma num tormento. A última reportagem da série Marcha Lenta mostra como o trânsito praticamente para em muitas ruas e avenidas do Recife no horário de pico.

De um lado, a engenharia de tráfego trabalha para administrar a falta de espaço nas áreas urbanas. Do outro, a população tenta, de alguma forma, tornar menos estressante o ato de sair de casa. A solução adotada pelo analista de sistemas Bruno Braga foi radical, mas ele não se arrepende: o carro agora fica na garagem e o meio de transporte de Bruno virou a bicicleta.

Ele pedala do bairro dos Aflitos, onde mora, até o local de trabalho, na Ilha do Leite. São cinco quilômetros, agora percorridos em apenas quinze minutos. “É um ganho de qualidade de vida, de tempo, você chega ao trabalho com a cabeça arejada, sem estresse, já com atividade, com o sangue circulando”, defende Bruno.

METRÔ X ÔNIBUS

Fica mais difícil optar por deixar o carro na garagem quando o sistema de transporte público não funciona como deveria. O metrô poderia ser uma opção para fugir do trânsito, mas ele não vai a todos lugares – atende apenas 20% da população da Região Metropolitana do Recife. Na falta de trens, o jeito é recorrer aos ônibus – é o que fazem todos os dias um milhão e oitocentos mil passageiros no Grande Recife.

Mas só quem depende dos ônibus sabe o que enfrenta. Além do veículo cheio, tem o problema de engarrafamento. “É a lentidão durante o percurso de lá pra cá e na vinda, principalmente à noite que é horário de pico que a gente larga, você fica meio limitado à velocidade”, relata o corretor de seguros Marcos Cabral. O motorista de ônibus Ivo Felipe encontra outra explicação: “Às vezes alguns motoristas de carros particulares não têm muita experiência no trânsito e eles ficam um pouco perdidos, talvez a dificuldade seja essa”.

“A solução pra isso é a gente ter recursos destinados ao transporte público, alguns países já trabalham a questão de pedágio em algumas áreas centrais, no sentido de que esses pedágios sejam revertidos para a melhoria do transporte público”, sugere Manoel Marinho, presidente do Detran.

Um dos projetos de melhoria do sistema de transportes públicos está em fase de licitação no estado. É a construção de três corredores de ônibus na Região Metropolitana, que deve desafogar o trânsito em vários pontos do Recife.

São mais de sessenta quilômetros de vias exclusivas – de Igarassu a Cajueiro Seco em Jaboatão; da avenida Norte até à Cruz Cabugá e da avenida Guararapes até Camaragibe.

Neste corredor, irão trafegar veículos maiores, que têm o piso no mesmo nível da estação. “Ninguém vai subir degrau, o pagamento é feito fora, fica numa estação fechada, climatizada, onde quando o ônibus chega, a porta que é larga do ônibus, é da mesma largura da porta da estação, as pessoas embarcam e desembarcam em mesmo nível”, explica Dilson Peixoto, secretário das Cidades.Para explicar a lentidão causada pelos ônibus, Dilson lembra que a mistura de veículos nas vias afeta a velocidade. “Então você tem o ônibus, que é um veiculo grande pesado e que a cada 200, 300 metros tem que parar. Essa operação de parada e de saída dificulta a circulação dos outros veículos”, analisa.

A expectativa é de que, com esse projeto, o ônibus passe a ser uma alternativa real para a população. “Porque vai ter mais conforto, mais pontualidade e qualidade e libera espaço para que os veículos possam se locomover”, explica Dilson. As obras devem começar no fim do ano e os corredores só devem entrar em operação na Copa de 2014.

“Vai precisar necessariamente que, além de ofertar o transporte de qualidade, haja políticas que restrinjam o uso do carro, senão não vai resolver”, reconhece Dilson Peixoto. Agora, é esperar para ver.



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PAC 2 conclui obras de mobilidade urbana em diferentes regiões

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O 9º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento mostra que o governo federal tem atuado em todas as regiões brasileiras para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Nos três anos da segunda fase do programa, o PAC 2 concluiu seis obras de mobilidade urbana como a dos trens urbanos de São Leopoldo a Novo Hamburgo (RS) e o de Calçada a Paripe, em Salvador (BA), o aeromóvel em Porto Alegre (RS) e o Boulevard Arrudas, em Belo Horizonte (MG).

Na região Norte, a cidade de Belém (PA) conta com uma obra em execução e outra em fase de licitação para o Sistema BRT (Bus Rapid Transit), um modelo de transporte coletivo que trafega em canaletas específicas e utiliza estações adaptadas para o acesso ágil dos passageiros ao veículo, como sistema de pré-pagamento de tarifa e plataforma na mesma altura da porta do transporte. 
Macapá (AP) e Rio Branco (AC) estão com ações preparatórias para receberam corredores do ônibus. Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR), além das preparações para os corredores, também possuem projetos para a construção de terminais. Já Manaus (AM) tem em curso a estruturação de cinco corredores de ônibus, uma licitação em andamento para a implantação do BRT e ações preparatórias para o monotrilho.

Entre as cidades beneficiadas do Nordeste está Recife. A capital pernambucana recebeu 15 Trens Unidades Elétricas (TUEs) para o metrô local, além de ter também em execução as obras de duas linhas de metrô, três BRTs, dois corredores, um terminal de integração e corredor fluvial. O governo estuda ainda projetos para a construção de dois Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) para a cidade.

Em Fortaleza (CE), o governo concluiu a linha oeste do trem urbano da capital, que possui também obras em execução de VLT , dois metrôs, quatro BRTs e duas outras estações.

No Sul, Porto Alegre tem a primeira linha da tecnologia aeromóvel em operação comercial no Brasil. O projeto, que usa tecnologia 100% nacional, interligará a estação Aeroporto do metrô ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho. São veículos suspensos, movidos a ar, que permitirão integração e acesso rápido e direto dos usuários ao terminal aeroportuário. Canoas (RS) também está com ações preparatórias para receber a novidade.

Entre outros investimentos do governo na região, estão as execuções de obras de dois BRTs, sistema de monitoramento e terminais em Curitiba, e ações preparatórias em Caxias do Sul, Joinville, Blumenau, Maringá e Foz do Iguaçu para que as regiões recebam corredores de ônibus. Florianópolis também conta com projetos de teleféricos.

No Centro-Oeste, a capital do País, Brasília, está com obras na reta final de BRT e mais corredores exclusivos para ônibus. Cuiabá (MT), por sua vez, também irá receber o VLT e os corredores de ônibus. Aparecida de Goiânia (GO), Anápolis (GO) e Campo Grande (MS) estão com ações preparatórias para começarem as obras dos corredores.

Por fim, na região Sudeste, Belo Horizonte (MG) inaugurou em 2013 a Via Boulevard Arrudas, que consiste na readequação da avenida dos Andradas, canalizando o ribeirão que batiza a via em seu trecho central. 

Nesses três últimos anos, cerca de 30 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais receberam projetos e alguns já estão em ação preparatória para a construção de corredores exclusivos para ônibus. Santos, São Vicente (SP) e Rio de Janeiro (RJ) estão com obras já em execução de VLT.  A capital paulista também está em processo preparatório para receber as obras de ampliação da rede metroviária, a criação de seis corredores, além da aquisição de dois novos trens urbanos e a modernização de 20 estações.

Pacto da Mobilidade

Lançado em 2013, o Pacto da Mobilidade disponibiliza R$ 50 bilhões para ações de mobilidade em grandes centros urbanos e em parceria com estados e municípios.

Até 14 de fevereiro de 2014, os recursos anunciados somam R$ 31,9 bilhões para Rio de Janeiro, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Paulo, Guarulhos, Osasco, do Grande ABC Paulista, Campinas, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte e Manaus.

Esses empreendimentos somam-se aos demais investimentos feitos pelo governo federal destinados à construção de metrôs, monotrilhos, aeromóveis, trens urbanos, VLTs, BRTs, corredores de ônibus e teleféricos nas principais capitais, grandes e médias cidades brasileiras.

São mais de 3,5 mil quilômetros em obras de transporte coletivo sendo viabilizadas em todo o País e que vão contribuir para tornar o transporte coletivo mais confortável, rápido, seguro e com preço justo.

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Cidade do Recife é carente de Corredores exclusivos para ônibus

quinta-feira, 10 de junho de 2010


Os corredores de trânsito do Recife lembram um campo de batalha. Com ruas e avenidas asfixiadas pelo aumento da frota, automóveis, ônibus e motos disputam, em movimentos nem sempre seguros, os metros livres que surgem à frente. O confronto é desigual. Por tamanho, perde o automóvel. Em quantidade perde o ônibus. Com a relação de um ônibus para 94,2 automóveis na cidade, os coletivos, embora maiores, ficam presos a uma teia de pequenos veículos.

A guerra então está declarada. Os grandões pulam de uma faixa a outra, enquanto os miúdos invadem a faixa preferencial dos ônibus, responsáveis pelo transporte diário de mais de um milhão de passageiros na cidade. O número é mais do que o dobro do total levado pelos 334,5 mil automóveis com placas do município. Estima-se que esses carros transportariam, com base na média de 1,5 pessoa por veículo, cerca de 501,8 mil pessoas. Mesmo com tal vantagem, os ônibus têm poucos atrativos para a população, que reclama da qualidade. Daí, a corrida para os carros.

"Reconheço quea opção oferecida pelo sistema de ônibus ainda não é a ideal para atrair quem opta pelo carro. A classe média principalmente", afirmou o secretário estadual das Cidades e presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Dilson Peixoto. Entenda-se, por ideal, a capilaridade do sistema, o respeito aos horários das viagens, a velocidade e o conforto dos veículos. A mea culpa de Peixoto coincide com as queixas dos usuários.

O desconforto dos ônibus e o longo percurso para se chegar ao trabalho depois de descer do ônibus estimulou a estudante Maria Olívia Mendonça, 19 anos, a optar pelo carro. "Era sacrifício se deslocar de ônibus todos os dias", argumentou.

O poder público sabe que está numa corrida desigual. Nela, o baixo número de corredores exclusivos para ônibus, a exemplo das avenidas Caxangá e Conde da Boa Vista, colaboram para a perda de dezenas de viagens. Isso porque, em horas de rush, algumas linhas dobram o tempo das viagens. Casos assim são facilmente contabilizados nas avenidas Rosa e Silva e Rui Barboa, que cortam bairross da Zona Norte, e da Domingos Ferreira, em Boa Viagem.

"A gente se acostuma com o ritmo das viagens, mas isso não é bom", avalia o condutor de ônibus Edgar Rodrigues, 41. As viagens feitas por ele na linha Córrego do Euclides/ Derby no começo da manhã e ao meio-dia, na Rui Barbosa e Rosa e Silva, são completadas em 30 e 40 minutos, quando poderiam ser executadas na metade do tempo.

Por isso, o sindicato dos empresários do setor de transporte público de passageiros (Setrans) insiste na criação de corredores exclusivos de ônibus. Foi assim que se implantou o corredor da Avenida Conde da Boa Vista, integrado ao corredor Norte-Sul. As mudanças na Conde da Boa Vista, embora bastante criticadas, são apontadas pelo Setrans como positivas e modelo a ser copiado em outros corredores.

A criação de novas faixas exclusivas para os coletivos, segundo o secretário Dilson Peixoto, é certa para se implantar em dois anos. Na lista, um corredor interligando Jaboatão dos Guararapes a Paulista e outro pela BR-101. Os veículos, por sua vez, teriam ar-condicionado e suspensão a ar, o que resultaria em mais conforto. O projeto soa como atrativo de parcela da população, mas muito ficará de fora. E isso exige mais projetos e esforços.

Fonte: Diário de Pernambuco
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Passageiros enfrentam insegurança e riscos em ônibus do Grande Recife

domingo, 21 de junho de 2015

Terminal Integrado do Barro, Zona Oeste do Recife, 18h da última quarta-feira (17). A dona de casa Rosângela Marques está há mais de 30 minutos na fila da linha Zumbi Do Pacheco e já viu quatro ônibus passarem sem conseguir entrar. Do seu local, ela vê jovens, homens e mulheres que, ansiosos para chegar em casa, avançam em cada coletivo que estaciona. 

Alguns entram pela janela e um estudante chega a violar a entrada de ventilação instalada no teto do veículo para conseguir embarcar. O cenário de agonia e estresse nos horários de pico, flagrado pelo G1, é rotina no Grande Recife, de Norte a Sul. Passageiros sofrem com veículos que não suprem a demanda, falta de fiscalização e também de educação de usuários. “Tem que mudar tudo, porque do jeito que está funcionando, está tudo errado”, afirmou Rosângela.

A situação diária, somada aos frequentes acidentes, de pequenas ou grandes proporções, vem mudando o comportamento de alguns passageiros, que, amedrontados, tentam evitar ônibus superlotados, quando possível. Em cerca de 45 dias, pelo menos quatro casos de violência no transporte público chamaram a atenção na Região Metropolitana. 

No início de maio, a universitária Camila Mirele morreu após cair de ônibus em movimento, perto da Cidade Universitária, no Recife. No começo de junho, um passageiro foi agredido por um motorista que trafegava em alta velocidade; no mesmo dia, um motorista foi agredido a pedradas por passageiros que queriam descer fora do ponto. No último dia 16 de maio, o estudante Harlynton Souza morreu, também após cair de um coletivo, no Cais de Santa Rita.

Com a consciência de que os casos poderiam acontecer com qualquer uma das milhões de pessoas que usam ônibus no Grande Recife, a mãe da estudante de engenharia Raísa Dias fez uma reunião em casa, com os dois filhos universitários, para orientar como eles devem se comportar ao utilizar o transporte. “Ela ficou muito nervosa com o que aconteceu e pediu que, pelo amor de Deus, a gente não entrasse em ônibus em que a gente fique imprensada na porta. É melhor perder uma prova, uma cadeira, até um período, do que sofrer um acidente e ficar numa cadeira de rodas ou até morrer”, disse a jovem, que diariamente faz o percurso de Peixinhos, em Olinda, até a Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, na Madalena, Zona Oeste da capital.

As aulas de Raísa começam às 7h10, e, antes mesmo das 6h, a estudante já está na parada, na Avenida Presidente Kennedy. Ela deixa até cinco ônibus passarem pelo ponto, porque fica impossibilitada de entrar em veículos superlotados que saem do Terminal de Xambá, em Olinda. Só encara quando tem prova ou não pode perder a chamada. Na volta para casa, o martírio continua, no Terminal Joana Bezerra, área central do Recife. A estudante, como a maioria das pessoas que frequenta a estação, se arrisca na entrada do local e não na área destinada a cada linha. O problema é que, se esperam na fila, os passageiros encontram os ônibus já lotados, porque as pessoas “invadem” o perímetro de embarque e desembarque na chegada dos veículos. 

O TI Joana Bezerra atualmente é um dos mais desestruturados do Grande Recife. Não há espaços adequados para filas e fiscais, que ficam sentados enquanto passageiros que saem e entram nos veículos duelam uma batalha nas escadas, como flagrou a reportagem do G1. Gessina Magno, usuária do terminal, tem osteoporose e, todos os dias, encara a dor por conta das pessoas que batem em sua perna. “Eu me machuco sempre, porque as pessoas não esperam a gente descer do veículo, e eu não consigo ser rápida. Já sei que tenho que sair empurrando, para poder chegar ao metrô”, disse a senhora de 60 anos, que sai do Jordão à Ilha do Leite, enfrentando dois terminais: Joana Bezerra e Aeroporto.

No TI do Barro, local onde o G1 flagrou a invasão dos passageiros por janelas laterais e superiores, o respeito pela área de desembarque é maior, por conta da presença de fiscais do Grande Recife. Mas, nas filas, pessoas ficam onde querem, até sentadas no meio-fio, correndo o risco de serem atropeladas. “Se todo mundo respeitasse, apesar de não evitar que os ônibus saíssem lotados, iria melhorar. Mas o povo mesmo faz cachorrada, às vezes o motorista nem tem culpa, com a ignorância dessa gente. Eu fico na fila até conseguir embarcar”, disse o pedreiro Edson Marinho, que vai da UR-7 ao Centro diariamente, gastando mais de duas horas em percurso de ônibus e metrô. “A gente sabe a hora que sai de casa, mas nunca a de voltar, por conta desse inferno”, completou Rosângela Marques, na mesma fila.

Mas os problemas não ficam restritos aos terminais integrados, de onde os ônibus saem cheios e até com portas já quebradas, como registrou a reportagem, na linha PE-15/Joana Bezerra. A doméstica Jailma Souza, no último mês, ficou com o braço preso em uma porta e viu a filha cair, em plena Avenida Agamenon Magalhães, após o motorista acelerar o veículo. “Por um triz, poderia ser minha filha a acidentada. Eu agora espero o tempo que for para não me arriscar”, disse.

Nem dentro dos coletivos os passageiros se sentem seguros. A assistente Cristiane Ferreira, 42, relatou que sofreu um acidente após pegar um ônibus da linha Casa Caiada, em Olinda, na última segunda (15). Ela estava pagando a passagem quando foi arremessada contra o para-brisa dianteiro do veículo depois que o motorista deu uma freada brusca. Com o impacto, o vidro do coletivo ficou rachado e a usuária precisou ser socorrida a um hospital, onde colocou um colar cervical. “A batida foi toda nas costas, e ainda está doendo. A sorte foi que o acidente aconteceu quase em frente a um hospital e uma enfermeira que largava do trabalho me atendeu. Eu fui jogada da catraca até o para-brisa. Se fosse um idoso ou uma criança, poderia ter ocorrido algo pior. O motorista foi imprudente na direção”.

Irmã de Cristiane, Josiane Ferreira, 35, ficou indignada com o acidente e cobra atenção das autoridades. “Em fevereiro, uma amiga do trabalho levou uma queda ao subir em um ônibus. Resultado: cirurgia no punho, onde colocou pinos e recebeu afastamento de 4 meses do trabalho. Minha irmã também está uma semana sem trabalhar. Minha intenção não é prejudicar o motorista e o cobrador, mas sim fazer um alerta a toda sociedade, empresas de transporte público e governo do estado para fiscalizar o transporte público coletivo”, argumenta.

Já a estudante Raísa Dias, que mudou seus hábitos, não consegue ver melhora por onde circula na cidade. “A gente vê essas tragédias e nota que pode ser com você ou com alguém muito próximo. Mas não vejo uma solução, perco as esperanças, porque não tem medida sendo tomada. É como ser assaltado no seu bairro. Você presta queixa e fica por isso mesmo, sabendo que no outro dia pode ser assaltado de novo. É um ciclo vicioso”, disse. No futuro, ela sonha comprar um carro, para tentar se livrar dos ônibus lotados e encarar o trânsito do Recife. “Pelo menos vou estar no ar-condicionado e escutando meu som”, completou, mesmo sabendo que deixa um problema por outro.

Problema estrutural e motoristas atrasados
De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, 26 mil viagens são feitas por dia, com 2,8 mil veículos circulando na Região Metropolitana. Esses números poderiam ser muito maiores, caso o trânsito não fosse tão congestionado. Em um seminário realizado pela Prefeitura do Recife para discutir o Plano de Mobilidade, no último dia 11 de junho, o doutor em Planejamento e Engenharia de Transportes Cesar Cavalcanti foi categórico: "No Recife, não faltam ônibus. O problema é o trânsito, porque os veículos ficam presos. O sistema tem ônibus suficiente e poderia ser otimizado e ter mais viagens, caso tivessem o caminho livre".

A reportagem do G1 também conversou com motoristas, que, atrasados para cumprir horário, precisavam se apressar.  "O sistema é cansativo. O ônibus só anda lotado, em todas as viagens. Tem gente que surfa no ônibus, que sobe por trás. A gente é instruído a parar e mandar a pessoa descer, mas eles não descem, e a gente não pode fazer nada. Dá medo, porque não sabemos quem é quem", reclamou o motorista Alexandre dos Santos, 38 anos.

A violência também é um problema recorrente para os profissionais que trabalham nos coletivos. "Nas quatro viagens que damos por dia, é muito difícil ter pelo menos uma em que a gente não seja ameaçado por um passageiro", conta o motorista de ônibus Leandro Soares, 35. Ele trabalha na linha CDU/Caxangá/Boa Viagem há cerca de quatro meses e diz que violência, cansaço e ônibus lotados fazem parte da rotina da profissão. "É complicada a relação com os passageiros. Quando acontece algo, eles culpam o motorista. Mas muitas vezes a culpa é do passageiro. Acho que deveríamos ter mais educação no trânsito, para o passageiro e para o motorista", disse.

O cobrador Geovani dos Santos, 31, que exerce a função há 13 anos, conta que já soube de um colega ter sido ameaçado por um homem armado, apenas por não ter aberto a porta do ônibus. Ele reclama também dos assaltos. “Eu mesmo já perdi quatro celulares em assalto. Infelizmente, tem gente que perde a vida. O dia a dia é esse", lamenta.

Procurado pela reportagem, o diretor de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, informou que está investindo no sistema de monitoramento de linhas e negociando com as empresas para melhorar a circulação e o acesso do usuário ao transporte. “Também estamos fazendo pesquisa com os passageiros, tantos nos terminais, quanto nas paradas intermediárias, para identificar pontos de superlotação, além de aumentar o efetivo de facilitadores de fila, que organizam o embarque e desembarque”.

No último mês, o Consórcio também pediu o apoio da Polícia Militar, que passou a fiscalizar os terminais integrados. “O policiamento presente não é o ponto central, mas a polícia tenta evitar que pessoas entrem no veículo de forma irregular, arrombem portas, basicamente para conter a ação de vândalos”, explica.

Melibeu acrescentou que com o sistema de monitoramento, que vem sendo implantado nos veículos desde 2003, será possível, por exemplo, prever o horário de passagem dos ônibus pelos pontos. “Hoje, nós já temos computadores e televisões que mostram a situação real da circulação. Os terminais também têm um sistema para se comunicarem e, dessa forma, fazemos a interlocução com os motoristas. Assim, se está ocorrendo algum problema na Conde da Boa Vista, por exemplo, podemos atuar para otimizar a circulação. Até o fim do ano, acredito que essa tecnologia possa ser utilizada não só pelo sistema gestor, mas pelo usuário.”

Sobre as licitações das linhas, processo que se arrasta há pelo menos dois anos, o diretor de operações contou que dois lotes – os que englobam os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste – já foram homologados e estão em operação desde meados do ano passado. Juntos, eles correspondem por 25% do total da frota do Grande Recife.

O consórcio Conorte, formado pelas empresas Cidade Alta, Rodotur e Itamaracá, opera o Norte/Sul. Atualmente, o corredor possui três linhas e atende a uma demanda de 44 mil passageiros por dia. A previsão é que, com a conclusão das obras, até o fim do próximo mês, a via para coletivos possa dispor de 9 linhas para uma demanda diária de 180 mil usuários. Já o Leste/Oeste é administrado pelo consórcio Mobrasil (empresa Metropolitana) e opera hoje com 3 linhas para uma demanda de 62 passageiros/dia. A previsão é que passe para 7 linhas e 150 mil usuários diariamente. No entanto, as obras do corredor estão atrasadas e não há prazo para a conclusão, conforme a Secretaria Estadual das Cidades.

"À medida que os corredores são entregues, podemos substituir as linhas convencionais pelos veículos BRTs. O que temos hoje é uma operação transitória porque estamos com corredores incompletos”, ressaltou Melibeu. Além dos dois lotes homologados, há outros corredores que ainda aguardam o fim do processo de licitação. São eles: José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. O Grande Recife informou que, por questões técnicas, as licitações estão sendo avaliadas e que não há prazo para conclusão.

Em relação às investigações das mortes ocorridas no sistema de transporte coletivo, o responsável pelo Departamento de Delitos de Trânsito, Newson Motta, disse que os inquéritos estão em andamento. Ele aguarda perícia do Instituto de Criminalística (IC) para dar prosseguimento ao caso da universitária Camila Mirele. A apuração sobre a morte do estudante Harlynton Lima dos Santos está na fase inicial e ainda depende da ouvida de testemunhas.

Fotos: Vitor Tavares e Penélope Araújo/G1
Por Vitor Tavares e Penélope Araújo
Do G1 PE
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Governo de Pernambuco assina contrato com empresas que vão operar BRTs e licita restante da frota

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Governador Eduardo Campos e o secretário das Cidades, Danilo Cabral, assinaram quarta-feira (27/11) o contrato com as Empresas que vão operar as linhas de ônibus que circulam nos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste e suas alimentadoras. Na ocasião, também foi autorizada a publicação da licitação para operação das demais linhas que compõem o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana (STPP/RMR). O evento foi realizado no salão de eventos do Centro de Convenções de Pernambuco, onde funciona a sede provisória do Palácio do Governo.

Para o secretário Danilo Cabral, a licitação das linhas do STPP/RMR é um marco porque estabelece normas claras de operação, investimento e fiscalização, tanto para as empresas concessionárias como para o órgão gestor. “Com esse contrato formal, as operadoras terão que cumprir indicadores de qualidade estabelecidos no próprio edital, o que vai garantir melhorias para os usuários do transporte público”, ressaltou o secretário.

O contrato com as empresas operadoras ganhadoras do processo licitatório dos lotes 1 e 2 (Corredores Norte/Sul e Leste/Oeste + suas alimentadoras) representa R$ 4,5 bilhões. Os dois corredores compreendem uma frota de 712 veículos, dos quais 170 são do modelo de BRT (Bus Rapid Transit), 39 são articulados e 503 são convencionais. Juntos, eles são responsáveis por 111 linhas de ônibus e pelo transporte de cerca de 732 mil passageiros.

O Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, comemorou o momento. “Estamos trabalhando para garantir um serviço de qualidade que não exclua quem utiliza o Sistema de Transporte. Estamos pensando também na situação dos motoristas e cobradores, por meio da compra de veículos com cambio automático e ar-condicionado, o que não representa um luxo, mas sim uma questão de necessidade”, afirmou.

Segundo o Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, o governo municipal vem trabalhando em diversas frentes para ajudar na mobilidade urbana do Recife. “Progressivamente o Recife tem sentido as mudanças que estamos implantando. Pesquisadores, arquitetos e agentes de trânsito foram contratados para atuar na Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).  Calçadas e ruas estão sendo restauradas. Além disso, 450 placas de concreto estão sendo substituídos somente na Av. Mascarenhas de Moraes. Estamos trabalhando para que essas ações integradas as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado possam somar ainda mais para a qualidade de vida dos Recifenses”, comentou o gestor.

Nova licitação - Já os demais lotes, (3,4,5,6,e 7) – representam um custo de R$ 10,5 bilhões. Estes somam 269 linhas – o equivalente a 70% da frota total do Sistema. Juntos, os cinco lotes atendem aos corredores da Av. José Rufino, Abdias de Carvalho, Mascarenhas de Moraes, Av. Rosa e Silva, Rui Barbosa, Avenida Norte, Beberibe, Presidente Kennedy, Domingos Ferreira e a BR-101 (do Cabo a Ipojuca) e representam uma frota de 1892 veículos, dos quais 1338 são convencionais e 554 articulados e “padron” (modelo de ônibus com motor traseiro, automático e com ar-condicionado com capacidade para 90 passageiros). Por esses corredores circulam mais de 1 milhão de usuários.


O edital de licitação para operação das linhas que circulam nesses corredores será publicado amanhã (28) nos Diários Oficiais da União, do Estado, nos jornais de grande circulação nacional e no Portal do BIRD (Envelopment Bussines), já que trata-se de uma licitação internacional. A expectativa é que, cumprindo os prazos legais, a assinatura do contrato aconteça em março de 2014 e início da operação ocorra 90 dias depois, em junho.
Critérios - O edital de licitação continua a se basear na menor remuneração como critério de avaliação, conforme estabelecido no processo dos lotes 1 e 2. Também exige a comprovação da qualificação técnica dos concorrentes e o cumprimento de todos os requisitos e indicadores de qualidade que estavam presentes no edital da primeira etapa, como a idade média máxima da frota, que continua a ser de 3,5 anos para ônibus convencionais e 8 anos para os articulados. Já a idade máxima dos ônibus será de 7 anos (convencionais) e 10 anos para os articulados. Será exigido para toda a frota o certificado de EURO 5 (redução de emissão de poluentes). Além disso, todos os veículos articulados e os “padron” terão ar-condicionado no prazo máximo de dois anos, sendo 50% da frota já no primeiro ano.

Atualmente, o Sistema opera com 385 linhas de ônibus e 3 mil veículos em regime de autorização. Neste novo modelo, de concessão, as empresas terão obrigações contratuais que, segundo o secretário Danilo Cabral, caso não sejam cumpridas, poderão ocasionar em penalidades como advertências escritas, multas, não renovação do contrato e até a perda da concessão. “No contrato estarão especificados quais os tipos de equipamentos a serem usados pelas operadoras e ainda os critérios para prestação dos serviços”, ressaltou o secretário, lembrando que toda a operação será comandada pelo Grande Recife Consórcio de Transporte.

Informações: Sec das Cidades PE



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Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

VLT no terminal Gentileza


Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960