Governo de SP assina concessão do Trem Intercidades que vai ligar Campinas à capital *** Ônibus da MobiBrasil 100% movido a gás natural entra em operação no Grande Recife *** Cuiabá reduz em 87% reclamações com monitoramento de frota inteligente *** Trensurb retoma operação do metrô de forma emergencial *** Terminal do Tatuquara completa três anos integrando a região Sul de Curitiba *** Campinas atinge mais de 107 km de rotas para bicicletas *** Metrô de BH receberá 24 novos trens em 2026

Greve no metrô de BH deixa população a pé e trânsito caótico

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A população de Belo Horizonte e Região Metropolitana que utiliza o metrô para ir trabalhar ou estudar enfrenta dificuldades na manhã desta segunda-feira (14) devido a greve dos metroviários. Conforme a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cerca de 215 mil usuários que utilizam, diariamente , o transporte na Capital podem ser afetados por causa da paralisação.

O movimento teve início a meia noite desta segunda. Desde então, todos os 25 trens estão parados e as estações totalmente fechadas. A falta do transporte público  também atrapalhou o trânsito nos principais corredores da cidade.

Na avenida Cristiano Machado houve lentidão, desde Venda Nova até o centro de Belo Horizonte. Trânsito ainda ficou impraticável no Anel Rodoviário, Via 240, Complexo da Lagoinha e avenda Tereza Cristina.
Também foi registrado aumento no número de passageiros nas estações BHBus do São Gabriel, Barreiro e Diamante. Houve tumulto no momento do embarque de passageiros nestes locais e alguns ônibus circularam superlotados.

Conforme a BHTrans, as linhas de acesso ao centro serão reforçadas e, para tentar minimizar o sofrimento dos usuários, já foram disponibilizados mais de 15 ônibus, das linhas 80 e 66.

A movimentação na estação Eldorado, em Contagem, foi mais tranquila. As empresas que fazem o transporte intermunicipal foram orientadas pelo Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) a criarem uma linha especial para facilitar o transporte de passageiros do Eldorado para a região Central, com paradas próximas as principais estações do metrô. A viagem que normalmente seria feita em 20 minutos passou a durar mais de 1 hora.

Segundo a CBTU, uma ação cautelar foi ajuizada, solicitando ao Tribunal Regional do Trabalho a garantia de uma escala mínima de funciomanento do metrô. A Companhia aguarda manifestação da Justiça na expectativa de uma imediata convocação de audiência entre as partes.

Em nota, a CBTU informou que a "paralisação dos metroviários ocorre no momento em que se negocia o acordo coletivo que vale para todas as operadoras do sistema. A decisão dos metroviários mineiros já foi comunicada à Administração Central da Companhia Brasileira de Trens Urbanos.  As negociações salariais transcorrem desde o inicio do ano, quando foi instalada uma mesa permanente de negociação pela direção da CBTU e as diversas bases sindicais de metroviários e ferroviários que representam seus empregados, inclusive os de Belo Horizonte."

Já o Sindicato dos Metroviários confirmou que os 800 funcionários, entre maquinistas, seguranças, mecânicos e agentes administrativos, não vão trabalhar, a menos que a Justiça ordene uma escala mínima. Eles pedem aumento do piso salarial de R$ 990 para R$ 1.700, além de melhorias no plano de saúde, vale-alimentação e auxílio-creche, o que teria sido recusado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos.

Uma nova assembleia para decidir os rumos da greve está prevista às 15 horas desta segunda, na Praça da Estação. 

Fonte: Hoje em Dia

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Grande Recife monta reforço emergencial durante greve dos metroviários

O Grande Recife Consórcio de Transporte montou um esquema de reforço emergencial de ônibus para dar suporte aos usuários do metrô durante a greve dos metroviários, a ser deflagrada, oficialmente, às 22h de hoje. O reforço terá início a partir das 5h desta terça-feira (15/05).

A operação especial inclui o reforço de quatro linhas normais, a criação de três linhas emergenciais, mudanças e prolongamentos de itinerários, estocagem de veículos, e monitoramento intensivo da equipe de fiscalização do Grande Recife.

No serviço convencional, quatro linhas que circulam nas áreas atendidas pelo metrô (troncos centro e sul) serão reforçadas com mais 39 veículos a mais. São elas: 161-Brigadeiro Ivo Borges, 166-Cajueiro Seco/Afogados, 200 – Jaboatão (Parador) e 363-Curado IV. Av.01.

Nos terminais integrados de Joana Bezerra, Jaboatão, Barro, Afogados e Camaragibe, foram criadas emergencialmente as linhas Jaboatão/Barro, Joana Bezerra/Afogados/Barro e TI Aeroporto/TI Joana Bezerra/TI Recife. Ambas irão operar com 20 veículos (três na linha Jaboatão/Barro, 10 na linha Joana Bezerra/Afogados/Barro e sete na TI Aeroporto/TI Joana Bezerra/TI Recife), suprindo os atendimentos feitos pelo Metrô habitualmente.

Outro reforço especialmente criado para atender a demanda será o prolongamento da linha Camaragibe/CDU, que teve seu itinerário ampliado até o Terminal Integrado do Barro. Nesta linha, irão operar oito coletivos.

Estocagem – Os terminais integrados de Camaragibe, Barro, Afogados e Jaboatão contarão com uma frota de seis veículos estocados para serem utilizados de acordo com a demanda apresentada. Se necessário, a fiscalização irá deslocar coletivos para qualquer linha em que for detectada a demanda.

O Grande Recife salienta que enquanto a greve durar, o reforço da frota de ônibus estará nas ruas para atender a demanda de usuários.

Os usuários podem obter informações sobre o esquema emergencial pelo 0800.081 01 58 ou www.granderecife.pe.gov.br.

Linhas criadas para funcionar durante a greve:

Jaboatão/Barro – 3 veículos
Joana Bezerra /Afogados/Barro – 12 veículos
TI Aeroporto/TI Joana Bezerra/ TI Recife – 7 ônibus (Ligação para Joana Bezerra e TI Recife)

Linhas com reforço:

Brigadeiro Ivo Borges – Passou de 10 para 14 veículos (Atendimento ao Cais de Santa Rita via Av. Mascarenhas de Moraes)

Cajueiro Seco / Afogados – Passou de 6 para 10 veículos (Via Mascarenhas de Moraes e Avenida Sul)

Curado IV. AV.01 – 8 veículos (Atendimento ao TIP)

Jaboatão (Parador) – Passou de 7 para 30 veículos (Ligação para o TI Recife)

Terminais com estocagem:
Barro – 1 ônibus
Jaboatão – 2 ônibus
Camaragibe - 2 ônibus
Afogados – 1 ônibus
TOTAL - 6

Itinerário das linhas especiais:

Joana Bezerra/Afogados/Barro:

Itinerário: Joana Bezerra/Barro

TI Joana Bezerra; Av. Agostinho Gomes; TV. Do Raposo; Rua Imperial; Rua da Paz; estrada dos remédios; TI Afogados; Estrada dos Remédios; Rua São Miguel; Av. José Rufino; ROD. BR 101; TI Barro.

Jaboatão/Barro

Itinerário:

TI Jaboatão, Pça Gal Dantas Barreto; Av. Gal Manoel Rabelo, Rua Falcão Lacerda; Av. Dr. José Rufino; ROD BR 101; Alça de acesso ao TI do Barro – Av. Dr. José Rufino; Rua Falcão Lacerda; Av. Gal Manoel Rabelo; Pça Gal Dantas; TI Jaboatão.

Prolongamento de itinerário:

Linhas Camaragibe/CDU

Itinerário:

TI Barro; BR 101; girador da reitoria; Av. Leopoldo Lins; Av. Professor Luiz Freire; Rua Isaac Buril; Av. Afonso Olindense; Av. Caxangá; PE 005, Av. Belmiro Correia, TI Camaragibe.

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Greve dos ônibus traz prejuízos e provoca caos no trânsito de Natal

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Natal deflagrada nas primeiras horas desta segunda-feira (14) já traz prejuízos aos usuários e provoca um caos no trânsito da cidade. Os motoristas e cobradores reivindicam, entre outras coisas, um reajuste salarial de 14,3%.

Desde cedo, várias pessoas lotam as paradas de ônibus de Natal. "Já estava sabendo da greve e, por isso, cheguei mais cedo à parada. Mesmo assim não deu certo, pois não passou nenhum ônibus sequer", disse Rafael Barbosa, que mora em Ponta Negra e trabalha na Ribeira.

Os que possuem carro também se anteciparam e provocam um verdadeiro caos nas ruas da cidade. "Mesmo tendo carro, sempre vou trabalhar de ônibus. Mas hoje tive que vir de carro. E pelo visto muitas pessoas fizeram o mesmo que eu, pois o trânsito está completamente parado", falou o servidor público João Maria da Costa.

De acordo com informações iniciais, os motoristas e cobradores de todas as empresas de ônibus de Natal estão em greve. A exceção é a empresa Cidade das Dunas, que conseguiu cumprir a Lei da Greve e mantém uma frota de 30% dos ônibus circulando.


Fonte: Tribuna do Norte


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Metrô do Recife entra em greve hoje à noite

A partir das 22h desta segunda-feira (14) os metroviários de Pernambuco prometem paralisar as atividades. Em negociação com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) há quase dois meses, os trabalhadores reclamam não terem sido beneficiados com o reajuste salarial de 5,13%.

A paralisação das funções foi aprovada em assembleia realizada na última quinta-feira, na Estação Central do Recife. Segundo o presidente do sindicato, Lenival Oliveira, para não prejudicar tanto os passageiros, os profissionais operarão as composições nos horários de pico, das 5h às 8h30 e das 16h às 20h.

Visando os possíveis transtornos para a população, o Grande Recife Consórcio de Transporte montou um esquema especial de coletivos. No entanto, os detalhes da operação emergencial serão divulgados apenas nesta segunda-feira. Pelo menos quatro linhas serão reforçadas e duas vão ser criadas para suportar a demanda.

Além disso, coletivos vão ser estocados nos Terminais Integrados (TI) e poderão ser acionados quando preciso, principalmente nos horários de maior movimento.

Fonte: Folha PE

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Metroviários entram em greve e deixam 200 mil sem transporte em Belo Horizonte

Após decisão tomada em assembleia na quinta-feira passada (10), metroviários de Belo Horizonte entraram no 1º dia de greve nesta segunda-feira (14), e aproximadamente 215 mil usuários do metrô da capital mineira estão sendo prejudicados.

De acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), a categoria reivindica reajuste de 6% nos vencimentos e nos benefícios.

Ainda conforme a categoria, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), estatal administradora do metrô da capital mineira, não fez oferta de nenhum índice de reajuste.

“O governo federal veio com a proposta de reajuste zero. Isso não existe”, reclamou Sérgio Leôncio, dirigente do sindicato. De acordo com ele, os 800 funcionários que lidam com a questão operacional do metrô da cidade vão ficar de braços cruzados por tempo indeterminado.

Em nota, a CBTU informou que entrou com uma ação cautelar no Tribunal Regional do Trabalho pleiteando uma escala mínima “que minimize os efeitos da greve junto a população que utiliza o Metrô. A companhia aguarda manifestação do poder judiciário na expectativa de uma imediata convocação de audiência entre as partes”, trouxe informe divulgado pela estatal.

Ainda conforme a nota, as negociações salariais estão sendo feitas desde o início do ano e abrangem todas as praças onde a estatal atua. No entanto, o boletim não faz menção ao reajuste proposto pela companhia aos funcionáros.

“As negociações salariais transcorrem desde o início do ano, quando foi instalada uma mesa permanente de negociação pela direção da CBTU e as diversas bases sindicais de metroviários e ferroviários que representam seus empregados, inclusive os de Belo Horizonte”, emitiu a CBTU.

Ainda conforme o boletim, a decisão de paralisação dos metroviários mineiros já foi repassada à administração central da companhia. A BHTrans, empresa que gerencia o tráfego de veículos na capital, informou que não haverá esquema especial ou incremento nas viagens feitas pelos ônibus da capital.

Os metroviários têm uma assembleia marcada para a tarde de hoje para avaliar os rumos do movimento grevista.

Fonte: Uol Notícias

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No Rio, Trecho da Transoeste será inaugurado dentro de um mês

Uma série de corredores expressos para a circulação exclusiva de ônibus está sendo construída na cidade do Rio com o objetivo de facilitar a locomoção da população durante a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. No caso do Bus Rapid Transit (BRT) da Transoeste, que ligará a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grando, todos bairros da zona oeste carioca, a fase de testes está a todo o vapor. No trecho da Barra da Tijuca e do Recreio, onde, de fato, as obras estão em fase final, acontecem as simulações envolvendo os ônibus, também conhecidos como ligeirões. Em Santa Cruz e Campo Grande, no entanto, ainda é necessário avançar na construção de plataformas e na duplicação das pistas para cumprir prazos.

A estimativa é de que o trecho que ligará a Barra da Tijuca a Santa Cruz comece a funcionar em junho. A conexão Barra e Campo Grande deve ficar pronta até o mês de agosto. Desde março deste ano, a prefeitura começou a testar o novo sistema. Primeiro, os operadores iniciaram o treinamento dos motoristas. Para dirigir os ligeirões, não basta estar acostumado com os ônibus comuns. Os procedimentos para chegar à estação, parar o veículo, abrir a porta são diferentes. Segundo o código de trânsito, o motorista do ligeirão pertence a uma categoria superior a de um ônibus comum, o que torna necessário uma requalificação no DETRAN para a retirada de nova habilitação.

Alguns cenários são testados no BRT, como caso de uma pane em um ônibus articulado. Nesse caso, é preciso, antes de ser ativada a nova pista expressa, saber como se dará a retirada do veículo e como os outros conseguirão ultrapassar. Os técnicos cronometram o tempo das simulações para medir quanto demoraria para o ligeirão ser retirado da via.

As estimativas da secretaria municipal de Transporte é de que, com o BRT, o tempo de viagem entre Santa Cruz e Barra da Tijuca seja de uma hora. Atualmente, o trajeto é feito em aproximadamente 2h30 nos horários de pico. Os ônibus especiais levarão cerca 140 passageiros, enquanto os comuns têm capacidade para cerca de 60.
Fonte: Veja.abril

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Prefeitura de Florianópolis promete lançar até o fim do ano a licitação para o BRT

A prefeitura promete lançar até o fim do ano a licitação para o BRT – o sistema rápido de transporte por ônibus. O modelo foi apontado pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) como uma solução bem-sucedida para a mobilidade urbana, bem diferente da política nacional de facilitar o financiamento dos automóveis.

Cinco ônibus do BRT circulam na cidade, mas nas linhas convencionais, pois ainda não foi feito o projeto que prevê canaletas exclusivas, que tornariam mais rápido o sistema do que o restante dos carros que passam nas ruas tradicionais. A prefeitura prevê privilegiar, na primeira etapa, a linha Centro-UFSC com vias exclusivas.

– Na próxima semana, vamos finalizar o edital de licitação para contratar o projeto básico do sistema BRT. O transporte coletivo é a única solução para a mobilidade de Florianópolis – afirma o vice-prefeito e secretário de Transportes, João Batista Nunes.

O professor da UFSC, Werner Kraus, também tem uma boa avaliação do BRT, mas não acredita que da forma como está sendo planejado vai ajudar a diminuir o trânsito.

– Como está sendo proposto, não acredito que melhore a mobilidade em Florianópolis. Primeiro, não é uma ou outra linha segregada do resto do sistema que vai resolver a calamidade das pontes. Além disso, eu prefiro que as cidades da região metropolitana se unam e estatizem o transporte. Não dá para pensar apenas na mobilidade da Capital.

A prefeitura também promete fazer a concorrência pública da concessão do transporte coletivo. Conforme a Secretaria Municipal de Transportes, apenas uma empresa ou consórcio irá operar o sistema. Todos os ônibus terão de ser trocados a cada quatro anos e equipados com ar condicionado.

– Prefiro que o Estado opere, como na Europa, onde o transporte público é estatal, porque precisa de muito subsídio para baratear a tarifa. Baixaria muito o preço da tarifa. Inclusive, isso está previsto na Política Nacional da Mobilidade, que entrou em vigor em abril – diz Werner.

Por Roberta Kremer  / Diário Catarinense


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Locomotivas de hoje são mais lentas que o primeiro trem do Brasil

domingo, 13 de maio de 2012

RIO - Todos se assustaram com a velocidade da "Baroneza". Houve quem jurasse nunca mais andar de trem. Era 30 de abril de 1854 quando a primeira locomotiva a soltar fumaça em ares brasileiros inaugurou os 15 quilômetros de trilhos que iam do Porto de Mauá a Fragoso, em Magé, a - então incríveis - 36 km/h. Passados 158 anos da viagem vista como um prelúdio do Brasil de primeiro mundo, quem percorre um trajeto similar ao imortalizado pela "Baroneza" continuam a se assustar com a velocidade da locomotiva que puxa os trens que ali trafegam: 24 Km/h. Até Barão de Mauá, responsável pela aventura - dono da máquina ilustre batizada em homenagem à própria esposa -, ficaria decepcionado.
A velocidade do trem, medida pela equipe de reportagem na última terça-feira, é símbolo da realidade enfrentada pelos cerca de 5 mil passageiros que as últimas locomotivas a diesel a circularem no Rio de Janeiro ainda transportam todos os dias. Para efeito de comparação, no segundo ano de funcionamento, em 1855, a Estrada de Ferro Mauá transportou, em média, 1,8 mil passageiros e 10 mil toneladas de produtos agrícolas por dia.

A "Baroneza" se aposentou com 30 anos de idade. As três locomotivas que ainda circulam nos ramais de Vila Inhomirim e Guapimirim não tiveram a mesma sorte: em média têm 58 anos de idade. Elas fazem parte de um montante de 11 locomotivas restantes dos equipamentos da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA). As outras oito fazem serviços de manutenção para a concessionária que administra os trens urbanos do Rio, a SuperVia. Em todo o resto das linhas geridas pela concessionária, os trens são elétricos. Segundo a Genereal Electrics, fabricante das locomotivas, a velocidade máxima original é de 90 km/h, mas isso depende das condições da via. A GE informa que as locomotivas "talvez sejam recuperáveis, mas tratam-se de tecnologias há muito superadas. Comparando seu estado original ao atual, são ineficientes, poluentes, e antieconômicas".

A linha de Vila Inhomirim vai de Saracuruna, em Caxias, até a Raiz da Serra, em Magé, e tem cerca de 15 quilômetros de trilhos - os últimos 4,7 quilômetros, já em Magé, no mesmo trajeto da primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro Mauá, onde circulou a "Baroneza". O segundo ramal, que também sai do bairro de Caxias, vai até Guapimirim, mas, em tempos gloriosos, chegou a levar passageiros até Teresópolis. Apenas quem embarca entre 7h e 17h no ramal de Vila Inhomirim precisa pagar passagem. Nos outros horários, a viagem é de graça. Para andar nos trens do ramal de Guapimirim não é necessário comprar bilhete em nenhum momento do dia.
Atrasos, lentidão e bancos molhados são rotina

Quando cavou por três vezes a terra com uma pá de prata para inaugurar as obras da primeira estrada de ferro do Brasil há 160 anos, Dom Pedro II, ao pensar no futuro daquela linha de trem, não deve ter imaginado a situação da estudante Natalia Lima, de 18 anos, chacoalhando em uma manhã nublada de terça-feira em direção ao seu curso de auxiliar de enfermagem em Bonsucesso, para o qual já estava atrasada.

A estudante acordou alguns minutos mais tarde e perdeu o trem das 6h34m que passa em Piabetá, onde mora. Por conta disso, teve que esperar até as 8h04m pelo próximo. Chegou à última estação do ramal, Saracuruna, às 8h32 e teve de encarar o anúncio que temia: "trens com atraso". A composição que deveria ter saído da estação com destino à Central do Brasil, às 8h51m, só abriu as portas para os passageiros às 9h34m. A aula de Natalia começara às 8h30m.
- Quando eu me atraso, meu professor sempre fala "chegou cedo para a aula da tarde, hein? Foi o quê? A Maria Fumaça?" - conta ela, com um sorriso de lado de quem não tem muito a fazer a não ser se conformar.

Há um mês, a mãe de Natalia perdeu o emprego de empregada doméstica depois de demorar quase cinco horas para chegar ao local de trabalho. Com o trem quebrado, Eliane, que saiu de casa às 4h50m, foi se aventurar em um ônibus, e o engarrafamento acabou lhe custando o ganha pão. Hoje está desempregada.
Mesmo depois da chegada de todos os 34 novos trens, a SuperVia não planeja modernizações nos ramais de Vila Inhomirim e Guapimirim. A sonhada mudança requer a troca dos trilhos - de bitola de um metro para de 1,6m -, além levar eletricidade à linha. Em agosto deste ano, a concessionária planeja reformar mais duas locomotivas para contemplar as duas linhas. A SuperVia informa ter investido R$ 7 milhões em melhorias nesses ramais no ano passado.

Um plano de modernização até chegou a existir na década de 1980. Quem olha para o tamanho da estação de Vila Inhomirim fica imaginando o porquê de uma plataforma tão grande para um trem tão pequeno. Ela foi construída quando se acreditava que ali passariam trens elétricos, mas os planos nunca foram concluídos.

Enquanto isso, viajar em pé nas locomotivas da SuperVia permanecerá uma aventura. Os vagões puxados por locomotivas devem continuar a balançar muito mais que os trens elétricos. O desvio de linha, para o trem mudar de trilhos, também permanecerá manual, o que deixa a viagem ainda mais lenta. E, por muito tempo, a água chuva ainda deve entrar nos vagões pelas janelas emperradas. Bancos molhados, passageiros em pé.

Segundo um maquinista que opera as locomotivas e não quis se identificar para proteger o emprego, o fato de o trilho não ser protegido por muros impede que a locomotiva atinja velocidade superior a 30 km/h. Para preservar a segurança de passageiros e pessoas ao redor - é comum ver carros, bicicletas e até crianças atravessando os trilhos - não se deve ir muito rápido. A SuperVia alega que os trens trafegam com velocidade média de 35 km/h.

No mês retrasado, um ônibus bateu em uma locomotiva ao cruzar, irregularmente, a linha férrea do ramal de Guapimirim. Segundo os passageiros, o acidente tirou o trem de operação por cerca de duas semanas, o que tornou os já espaçados horários de Vila Inhomirim ainda mais distantes entre si. Já que há apenas três locomotivas, quando uma quebra, mesmo que seja no outro ramal, todos são prejudicados.

Esperar horas por um trem nas estações desses ramais é só para passageiros treinados e precavidos, já que não há banheiros nas estações. Na plataforma de Saracuruna, a reportagem flagrou cinco poças de urina no chão. A SuperVia informa que não tem obrigação de oferecer sanitários, mas que tem intenção de construí-los em Saracuruna.

Na época em que locomotivas eram novas, havia trens por todo o estado do Rio
Maquinista da época da Leopoldina Railway Company, Albertino Miguel, de 91 anos, lembra-se de quando as locomotivas a diesel haviam acabado de chegar para substituir as Marias Fumaças, alimentadas a carvão.
- Aquilo ali era uma aposentadoria. Qualquer defeito que dava, o aparelho já acusava. Até uma dona de casa fazendo arroz e feijão trabalhava mais - compara o maquinista aposentado, que ainda usa o seu antigo e bem preservado cap.

Especialista e apaixonado por ferrovias, o engenheiro Helio Suêvo, funcionário da RFFSA por mais de 30 anos, acredita que as locomotivas não andem mais rápido hoje para preservar a segurança dos passageiros.
- Aquelas locomotivas tracionavam trens de carga. Quando entraram para dar apoio aos trens de passageiros, já eram locomotivas com limitações técnicas e de manutenção. A maioria dessas locomotivas foram "baixadas", porque o estado de manutenção delas era tão precário que não justificava mais uma recuperação. Com o custo de recuperação delas, era mais fácil comprar uma nova - explica Suêvo.

Os antigos equipamentos são da época em que o ramal da Leopoldina ia muito além de Vila Inhomirim e Guapimirim. Havia trem em Mangaratiba, Itaboraí, Miguel Pereira e muitos outros municípios do Estado do Rio. No fim da década de 1950, o Brasil viu nascer o Plano Nacional de Erradicação de Ramais Ferroviários. O país chegou a ter quase 38 mil quilômetros de trilhos, mas, hoje, possui menos de 30 mil - a mesma extensão na década de 1920.

Quando as locomotivas que hoje chacoalham os passageiros de Magé chegaram, a Estrada de Ferro Mauá, ainda existia, com o nome de Estrada de Ferro Grão Pará, como foi rebatizada depois de sua linha ser estendida até Petrópolis. O ramal foi fechado em 1962. O motorista de ônibus Higino Esmael, de 74 anos, morador de Guia de Pacobaíba, onde estão a primeira estação de trem do Brasil e o Porto Mauá, lembra-se, saudoso, desses tempos.
- Ah, eu gostava do trem. Às vezes eu ia vendo as paisagens. Pela mata, a gente podia ver os passarinhos. Naquela época não tinha cinema, televisão, nada. Eu ia só, ou, às vezes, com um colega. Tinha 14 ou 15 anos de idade.
Havia uma bonita cobertura de zinco sobre o cais, e os trens iam até a beira da água. A Estação de Guia de Pacobaíba e os trilhos da já não mais imponente Estrada de Ferro Mauá hoje sofrem com o abandono. Pelas ruas de Piabetá, é possível ver os restos de ferro retorcido que um dia foram seus trilhos. Para completar, a ex-prefeita de Magé Núbia Cozzolino asfaltou os trilhos da primeira ferrovia do Brasil.

Preservação da primeira ferrovia do Brasil é minada por irregularidades
No terreno da ferrovia, que hoje é administrado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), surgiu uma comunidade com 70 famílias. Do outro lado, um depósito de dutos da empresa GDK, prestadora de serviços para a Petrobras, instalou-se com autorização do Iphan em 2007 e lá permanece. A empresa paga R$ 4,3 mil por mês em bens e serviços para o instituto, mas não se vê, ao redor da estação, sinais de investimento. O Iphan informa que cedeu o terreno à GDK para evitar invasões.
- (A estrada de ferro) ficou em um grande limbo durante muito tempo até que houve um decreto que disse que todos os bens da RFFSA seriam entregues ao Iphan ou outros entes públicos - diz a atual superintendente do instituto no Rio, Cristina Lodi. - Recebemos isso do governo federal sem os recursos para gerir.
Em março, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre as prefeituras de Magé, Petrópolis e a Secretaria estadual de Transportes para revitalização das ferrovias da região, explorando seu potencial turístico. Os moradores da comunidade, organizados na Associação Ocupantes Guia de Pacobaíba, foram cadastrados no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e aguardam o reassentamento. A superintendente do Iphan acredita que, depois da transferência dos moradores, a revitalização poderá, finalmente, começar. A posse do terreno que abriga os bens tombados passará da Secretaria de Patrimônio da União para o município de Magé, que será auxiliado pelo Iphan.
- Para transformar esse trecho numa atração turística, tem que ver como o turista chega a Magé. O projeto original era sair uma barca da Praça XV ao porto. Mas alguém precisa se interessar. Se não trouxermos um entre privado para trabalhar conosco, não vai ser possível - acredita Cristina.

Um projeto feito por Helio Suêvo prevê que a revitalização da Estrada de Ferro Mauá custaria cerca de R$ 85 milhões. O histórico de tentativas de preservação é revelador. Em 1974, foi instalado na Estação de Guia de Pacobaíba um Museu Ferroviário, fechado três anos depois por causa da falta de segurança. Em 2004, para comemorar os 150 anos da estrada de ferro, foram construídos cem metros de linha férrea, mas boa parte dos trilhos e dos acessórios de fixação foi furtada. A Procuradoria Geral da República no Rio investiga as irregularidades no abandono da Estrada de Ferro Mauá desde 2007. Todas as evidências deixam claro que as ferrovias do Rio - estado que abrigará a final da Copa do Mundo de 2014 e sediará as Olimpíadas de 2016 - não são mais prelúdio do Brasil de primeiro mundo.

Por Manuela Andreoni / Agência Globo

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