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Ônibus do BRT chega a Belo Horizonte para teste

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Em meio às readequações nas obras das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado e o fechamento de vias na Região Central, o transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) começa a aparecer pela cidade. Meses antes de o sistema entrar em funcionamento, previsto para o primeiro trimestre de 2014, os usuários do transporte coletivo já poderão ter uma breve amostra do que serão os novos ônibus nos próximos dias. A encomenda da nova frota de 192 ônibus articulados e 200 padrons (veja quadro) só deve ocorrer em julho, quando os consórcios operadores pretendem fechar a aquisição dos coletivos. Depois que os empresários do setor adiaram, no início do ano, o primeiro pacotão de BRTs previstos para transportar boa parte dos 750 mil usuários/dia, um fabricante de chassis disponibilizou o primeiro ônibus articulado apto a realizar testes em linhas com passageiros na Grande BH.

O veículo imponente de cor branca, modelo Comil Doppio BRT, já recebeu o validador necessário para o pagamento da tarifa por meio de cartão, foi entregue pela Scania à empresa Turilessa e aguarda somente trâmites burocráticos, como a assinatura de um comodato entre as partes e vistoria no Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), para começar a rodar na linha 5610, interligando o Bairro Morro Alto, no município de Vespasiano, ao Centro da capital mineira. Na quinta-feira, motoristas e instrutores da Turilessa fizeram um percurso da linha 5610 – via Antônio Carlos, Rua dos Guaranis e Carijós – com o veículo vazio para ver como seria o desempenho do BRT.


Seguindo parte das especificações impostas pela BHTrans para os ônibus articulados do sistema, como a existência de ar-condicionado, câmbio automático e portas de embarque em nível no lado esquerdo da carroceria, o coletivo de 18,60 metros de comprimento e capacidade para 160 passageiros promete ser uma das principais atrações do III Congresso As Melhores Práticas SIBRT na América Latina, simpósio organizado pela Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados e BRT (SIBRT) que discutirá, de hoje a sexta-feira, soluções para melhorar a qualidade dos sistemas de transporte público urbanos. Durante o evento, o articulado ficará exposto numa das pistas do futuro corredor da Avenida Cristiano Machado, ainda fechada para obras.

"O principal objetivo do teste é colocar o articulado para rodar numa operação normal, avaliando quesitos como dirigibilidade, consumo de combustível, performance do motor e manobra. Além da Saritur, temos outras empresas interessadas em fazer o teste nas linhas municipais de Belo Horizonte. Foi uma feliz coincidência trazê-lo, uma vez que os consórcios da capital mineira estão partindo para as decisões de compra", exlica Eduardo Monteiro, responsável de vendas de ônibus urbanos da Scania. O executivo afirma que o mesmo BRT já foi testado em linhas de Brasília e Recife. A expectativa agora é de que o coletivo – orçado em R$ 400 mil – circule por um período mínimo de 60 dias em BH.

Resistência

Por outro lado, antes mesmo que a compra dos BRTs seja definida, operadores do sistema têm demonstrado resistência quanto aos articulados. Segundo duas fontes ligadas aos consórcios ouvidas pelo Estado de Minas, a exigência de carteira de habilitação categoria E ainda não foi totalmente aceita pelos motoristas de ônibus. "Há uma expectativa muito grande entre eles se receberão um aumento de salário para operar os BRTs. A responsabilidade será maior e, com o trânsito cada vez mais complicado, muitos motoristas estão fugindo das linhas da região Central, por onde passará o sistema", disse uma das fontes, que preferiu não se identificar.

Procurada pela reportagem, a BHTrans não se pronunciou. A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), responsável pelo DER, disse ainda não ter sido informada pelo fabricante e a empresa sobre o início do teste. Somente um dos sete terminais BRT previstos na Grande BH – justamente o do Bairro Morro Alto, em Vespasiano – teve o início de obra autorizado pela secretaria. Com investimentos de R$ 21,5 milhões, deverá receber em média cerca de 50 mil passageiros/dia. A previsão é de que o terminal seja concluído no segundo semestre de 2014.

TIPOS DE VEÍCULOS DO SISTEMA

Básico

» Equivalente aos ônibus atuais de motor dianteiro, com comprimento máximo de 12,7 metros, peso bruto total igual ou maior que 16 toneladas, e três portas de serviço com degraus à direita. Serão mantidos em linhas bairro a bairro e alimentadoras.

Padron

» Modelo intermediário que será usado dentro e fora dos corredores. Terá ar-condicionado, câmbio automático, suspensão a ar, comprimento que varia de 13,2 a 15 metros e bicicletário. Com piso alto, tem duas configurações: portas com embarque à esquerda (3 portas) e portas de serviço em ambos os lados da carroceria (5 portas), neste caso para operação fora do BRT.

Articulado

» As estrelas do novo sistema mantêm os acessórios de conforto dos ônibus padron, se diferenciando pelo número de portas de embarque (de 6 a 7) e o porte maior: comprimento máximo de 19 metros e peso bruto total igual ou maior que 26 toneladas.

Enquanto isso...

…atraso para chegar a Confins

O gargalo causado pelas obras no BRT na Avenida Cristiano Machado acabou comprometendo o embarque de passageiros do serviço Conexão Aeroporto ontem pela manhã. Devido ao trânsito congestionado, alguns ônibus atrasaram. Tentando solucionar o problema, o Expresso Unir, empresa operadora da linha até Confins, realocou passageiros que haviam adquirido passagens com antecedência em táxis pagos pela própria empresa de ônibus.

Informações: ANTP
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Passageiros de linhas integradas ao BRT/Move se preocupam com horários

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Passageiros de linhas que ligavam bairros ao Centro e agora têm como destino a Estação São Gabriel, na Região Nordeste da capital, não sabem como farão para voltar à noite para casa. Os ônibus do BRT não circulam depois de meia-noite e quem precisa da condução depois desse horário está mergulhado em dúvidas e receios. A publicitária Eduarda Martins, de 28 anos, não sabe nem se vai continuar o curso de pós-graduação, com medo de não ter como chegar em casa, no Bairro Minaslândia, Região Norte da capital.

“Minha aula termina às 22h30, no Bairro Buritis. Estou sem saber como vou fazer, porque tenho que pegar um ônibus até o BRT e, na estação São Gabriel, o 734”, diz. O detalhe é que, pelo quadro de horários informado pela BHTrans, na linha 734 (Estação São Gabriel/Aarão Reis via Minaslândia), que substituiu a linha 5508 (Aarão Reis via Minaslândia), o último horário de partida é 23h30. Ou seja, em uma hora, Eduarda terá o desafio de sair da aula, pegar dois ônibus e chegar ao terminal a tempo de embarcar no 734. “É um tempo muito curto. Não sei se vou poder voltar a estudar”, diz.

No primeiro dia usando o BRT/Move, a publicitária não teve uma boa experiência e chegou 30 minutos atrasada ao trabalho, por causa das baldeações. Em vez de dois coletivos, ela passou a pegar três ônibus. “Ninguém consulta os passageiros para saber se eles querem essa mudança. A 5508 foi a primeira linha a ser extinta e tenho certeza de que, nas próximas, haverá os mesmos problemas. A gente perde muito tempo trocando de ônibus”, diz Eduarda, que, por falta de sinalização na Estação São Gabriel, acabou embarcando no ônibus errado.

As reclamações com relação às baldeações são comuns entre passageiros das duas linhas substituídas por alimentadoras com destino ao terminal São Gabriel. Muitos dizem que a jornada ficou mais cansativa e demorada. Um deles é a padeira Fernanda Cristina, de 37 anos, que trabalha no Bairro Buritis, na Região Leste de BH, e mora no Conjunto Paulo VI, na Região Norte. Na volta para casa, Fernanda costumava tomar um coletivo até o Centro e outro, da linha 5523A, para concluir o trajeto. Ontem, após descer no Centro, precisou embarcar em um articulado do BRT/Move, da linha 83P, e, na Estação São Gabriel, pegar um veículo da alimentadora 815. Demorou cerca de uma hora e 10 minutos para descer no ponto de destino, aproximadamente o tempo que gastava antes. “No terminal, a gente tem que subir e descer escadas. Além disso, o 83P estava lotado, tive que vir em pé. Antes, quando eu pegava a 5523A, sempre tinha cadeira vaga”, queixa-se.

Na tarde de ontem, o Estado de Minas cronometrou o tempo gasto para fazer a baldeação. Às 16h37, a equipe pegou um articulado da linha 83D na estação de transferência da Avenida Santos Dumont, no Centro. Às 16h58 ocorreu o desembarque no terminal São Gabriel. O embarque na linha 815 ocorreu às 17h10, com chegada ao ponto final , no Conjunto Paulo VI, às 17h46. A diarista Adriana Ribeiro, de 34 anos, gastou 45 minutos entre embarcar em um veículo da 83P na Avenida Cristiano Machado e descer no último ponto da 815. “São uns cinco ou 10 minutos a mais do que o tempo que eu gastava com a 5523A. Sem a baldeação era melhor”, disse.

A mudança no sistema de transporte do Bairro Paulo VI aumentou ainda mais a preocupação de mãe da doméstica Magda Dias Alves, de 36 anos. Ontem, no primeiro dia de funcionamento da linha 815 em substituição à 5523A, ela ainda não sabia como o filho, que estuda à noite, voltaria para casa. “Ouvi dizer que a estação não funciona até muito tarde. Ele sai da aula quase 23h. Como ele vai fazer se não conseguir mais pegar o BRT?”, disse, lembrando que a antiga linha tinha atendimento noturno. “Ele demorava a passar de madrugada, mas passava. A BHTrans precisa pensar nesse tipo de situação e atender a todos”, cobra. Para seu trajeto, Magda já tem opinião. “Vai me atrapalhar, porque trabalho na Cristiano Machado, mas vou ter que pegar outro ônibus.” Consultada, a BHTrans não se manifestou sobre o horário de circulação dos ônibus do Move.

Muito lugar para pouco passageiro

Se há quem reclame da demora e da superlotação de coletivos do Move, na nova linha 9850 há ônibus à espera de passageiros. Circulando no quarto itinerário criado desde a inauguração do BRT/Move da Cristiano Machado, há cerca de um mês, os coletivos que fazem o trajeto Estação José Cândido /Estação São Gabriel rodaram vazios no primeiro dia útil em operação, com baixa adesão do público. A equipe do Estado de Minas embarcou em duas viagens no novo itinerário, percorrido em 16 minutos, em média, e encontrou apenas uma passageira.

A empregada doméstica Conceição do Nascimento, de 54 anos, nem acreditava que, em plena segunda-feira, era a única passageira em um ônibus confortável e com ar-condicionado. Moradora do Bairro Paulo VI, na Região Nordeste, ela trocou o metrô pelo BRT. “Experimentei usar o BRT no sábado e gostei. O metrô vem mais rápido, mas vive cheio”, diz. Para a cobradora do 9850, Maria Márcia, a tranquilidade é maior. “É outro nível. Aqui não tem gente que entra no ônibus e quer pular roleta. É mais difícil fazer isso”, conta.

Em duas viagens na linha, entre 8h30 e 9h15, a equipe de reportagem levou 17 minutos e 15 minutos para cumprir o trecho. Em nenhum deles os monitores com informações sobre horários e pontos de parada estavam funcionando. Os ônibus passaram em intervalos de 15 a 20 minutos. Diferentemente da Estação São Gabriel, quem desembarca na Estação José Cândido da Silveira não pode entrar em outro ônibus sem a necessidade de pagar nova tarifa ou pagando apenas o complemento da passagem de integração. Passageiros sem o cartão BHBus são obrigados a pagar o preço integral, R$ 2,65.

Antônio Carlos fica para maio

Previsto inicialmente para começar a operar hoje, o corredor do BRT/Move da Avenida Antônio Carlos não tem data oficial para funcionar. A BHTrans afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o sistema será inaugurado em maio, a um mês da Copa do Mundo, mas não detalhou o dia. Na Avenida Cristiano Machado, conforme o EM adiantou, o cronograma prevê que até o dia 3 serão criadas e substituídas linhas, mudados horários e alterados itinerários dos ônibus. Segundo o planejamento, serão criadas 19 linhas para substituir 17 atuais. 

Por Flávia Ayer, Valquiria Lopes e Tiago de Holanda
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Em BH, Avenida Amazonas terá BRT e ônibus seguirá até Contagem

domingo, 9 de junho de 2013

Ainda correndo contra o tempo para concluir as obras atrasadas do BRT (sigla para transporte rápido por ônibus) até o fim deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, ontem, que estuda a implantação de duas novas linhas do transporte na cidade. A primeira será construída pela extensão da avenida Amazonas até a divisa com Contagem, na região metropolitana. A outra, chamada de BRT Metropolitano, deverá fazer a ligação da rodoviária da capital a Betim, na mesma região.

Os estudos, anunciados ontem durante o 3º Congresso da Associação Latino Americana de Sistemas Integrados e BRT, começaram em abril. Não há data ainda para o início das obras, mas a previsão é de que os estudos de viabilidade sejam finalizados em até 18 meses, segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). 

Linhas.
Na avenida Amazonas, o BRT será construído ao longo dos 9 km de extensão da via, a partir da ligação com o BRT da avenida Paraná, no centro da capital, até o bairro Vila São José, no liminte com Contagem, pouco antes da via se transformar na BR–381.


Com 60 mil veículos circulando por dia na avenida, a BHTrans acredita que o fluxo pode ser reduzido em 40% no local, a mesma estimativa para as outras linhas do BRT na capital. “Na Amazonas, faltam só confirmações técnicas”, frisou o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas. A estimativa de custos é de R$ 300 milhões. Serão 121 ônibus de 33 linhas da capital e 88 metropolitanas. Devem ser 20 estações e 340 mil usuários.

Em Contagem, a previsão da Autarquia de Trânsito e Transporte de Contagem (Transcon) é de que o BRT desafogue em 50% o tráfego em toda a cidade.

O BRT Metropolitano ainda não é consenso entre as prefeituras envolvidas e está em estágio mais inicial. Enquanto a BHTrans planeja uma rota para ligar a rodoviária da capital até Betim, passando pela Via Expressa e pela avenida Tereza Cristina, por onde circulam cem mil veículos diariamente, a Prefeitura de Betim estuda implementar o monotrilho para melhorar a mobilidade.

“Nós também estamos estudando o projeto de 24 km de monotrilho para ligar Contagem ao centro de Betim, e parece viável. Mas vamos esperar as análises do BRT”, disse o presidente da Transcon, Agostinho Silveira.

O engenheiro Juan Carlos Horta Gutiérrez, da UFMG, afirma que o BRT não deve ser suficiente para solucionar o problema do trânsito na capital. “Ele é um transporte que alivia o trânsito. Mas, a longo prazo, as vias movimentadas em que ele é implementado podem sofrer de novo com congestionamentos”.

Por Lucas Simões
Informações: O Tempo
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Em BH, Motoristas testam veículos articulados que serão usados na implantação do BRT

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Monitores das empresas de ônibus de Belo Horizonte treinaram nessa segunda-feira no corredor da Avenida Cristiano Machado as primeiras manobras de veículos articulados nas estações de transferências com piso em nível. Os profissionais terão a missão de repassar os procedimentos de operação aos demais motoristas da frota até 15 de fevereiro, quando está previsto o início da circulação naquele trecho do Transporte Rápido por Ônibus (BRT), denominado Move. Técnicos da BHTrans e de fabricantes de chassis e carrocerias avaliaram o desempenho e auxiliaram no treinamento.

Foram usados dois veículos articulados com 19 metros de comprimento, que passaram o dia fazendo ultrapassagens, embarques e desembarques. Um deles tinha parte do leiaute externo que será aplicado ao Move, como a logomarca do sistema na lateral e a cobertura da lataria por adesivos. Contudo, segundo a BHtrans, os veículos de testes ainda não são os adquiridos pelas empresas de ônibus. São ônibus genéricos para demonstrações e testes. 

De acordo com o representante da empresa de chassis Treviso Betim, Wagner Gomes, o treinamento é importante para adaptação dos motoristas às manobras. “É importante fazer esses testes para conhecer o funcionamento dos veículos e as distâncias necessárias para manobras de embarque, desembarque e ultrapassagens, permitindo que o sistema funcione com rapidez”, afirmou. “Esses profissionais vão adaptar e fazer ajustes nas manobras e ensinar isso nas empresas”, disse. Nem os técnicos das empresas nem os da BHtrans garantiram, contudo, que haverá um número significativos de veículos entregues até 15 de fevereiro para permitir um funcionamento significativo do corredor.

Enquanto isso…Modelo para BH está definido

Uma das cinco fornecedoras das carrocerias do Move, a empresa gaúcha Marcopolo concluiu a produção dos primeiros ônibus articulados. Os veículos, modelo Marcopolo Viale BRT chassis Mercedes-Benz, estão estacionados no pátio da empresa em Caxias do Sul (RS) e deverão ser entregues aos consórcios operadores do transporte coletivo nos próximos dias. Serão cerca de 200 ônibus articulados em operação no BRT, além de outros 200 do tipo padron.

Informações: Estado de Minas

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Cronograma do BRT/Move da Avenida Cristiano Machado está apertado

quinta-feira, 6 de março de 2014

Em tempos de contagem regressiva para a prometida inauguração do BRT/Move da Avenida Cristiano Machado, a realidade desafia o calendário: embora a Prefeitura de Belo Horizonte reafirme que o primeiro corredor do novo sistema de transporte coletivo da capital entrará em operação com três linhas no sábado, quem passa pela Cristiano Machado ainda vê obras longe do fim. Faltam rampas, passarelas para travessia de pedestres, monitores dentro de estações, sinalização e, principalmente, informação. Sobram dúvidas entre os passageiros que, diante do primeiro adiamento na inauguração do sistema, prevista inicialmente para 15 de fevereiro, têm dúvidas se o BRT/Move parte mesmo depois de amanhã.

Muito lixo ainda está acumulado em estações de transferência – módulos montados ao longo de oito pontos da avenida que substituem os antigos pontos de ônibus. Há algumas mais adiantadas, quase prontas, mas a maior parte ainda não está equipada com os monitores que permitirão acompanhar os horários dos coletivos e não tem sinalização nos vidros ou dentro da estação. Fios aparentes mostram ainda que é preciso incrementar a iluminação.

Do lado de fora, duas passarelas, na altura dos bairros União e Sagrada Família, nas regiões Nordeste e Leste, respectivamente, sequer começaram a ser montadas. De acordo com um funcionário da obra, trata-se de trabalho para pelo menos duas semanas. Em outros pontos, as estruturas estão sem guarda-corpo. Faixas de pedestres ainda não foram pintadas, tampouco foram instaladas as placas de indicação do novo sistema, sem falar nos tapetes de grama por plantar, empilhadas em canteiros centrais.

Na Estação de Integração São Gabriel, que ainda está sem cobertura, há um verdadeiro canteiro de obras armado, que será mantido até abril. Até lá, apenas a parte do mezanino da estação funcionará. Nas estações das avenidas Santos Dumont e Paraná, no Centro, televisores e sinalização estão em processo de implantação e guindastes indicam que há serviço a ser feito. Mesmo assim, a Prefeitura de BH reafirma a meta e confirma o início da operação do sistema no sábado. De acordo com a BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital, três linhas começarão a rodar e, neste primeiro momento, não haverá extinção de nenhum itinerário.

Trajetos
A linha 83P (Estação São Gabriel/Centro) terá embarque e desembarque nas oito estações de transferência ao longo da Avenida Cristiano Machado, parando apenas no Centro, nas estações São Paulo, na Avenida Santos Dumont, e Tamoios, na Avenida Paraná. O mesmo percurso será feito pela linha 83D, que, por ser direta, não fará paradas ao longo da Cristiano Machado. A expectativa é de que o tempo gasto no trajeto diminua de 35 minutos para 20, no caso da linha paradora, e para 15, no caso da linha direta. A terceira linha do BRT/Move fará o mesmo percurso, mas terá como destino a Avenida dos Andradas, até a área hospitalar da capital.

Às vésperas da inauguração, as dúvidas superam a expectativa de benefícios, na avaliação de passageiros. “Sou de Santa Luzia e não sei quantos ônibus vou ter que pegar a partir de agora, nem de quanto em quanto tempo vão passar”, afirma a eletrotécnica Isabela Amorim Silva, de 21 anos. O encarregado de obras Evaldo de Oliveira, de 42, mora no Bairro Jaqueline, na Região Norte, e trabalha no Buritis, na Região Oeste. Atualmente, pega dois ônibus no trajeto e agora está perdido na matemática da mobilidade. “Vou pegar três ônibus, mas não sei se vai ser realmente mais rápido”, diz.

O professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leandro Cardoso afirma que, neste momento, maior divulgação sobre o novo sistema seria imprescindível. “Há uma grande falta de informações, tanto dos usuários quanto dos operadores do sistema. É preciso maior divulgação sobre as linhas que desaparecerão, sobre todas as mudanças, com uma campanha massiva”, ressalta. O professor aponta ainda a necessidade de o BRT/Move começar a operar com segurança. “Todas as passarelas e a sinalização, inclusive das pistas de tráfego misto, deveriam estar prontas”, destacou.

Área central
Cones e obstáculos móveis continuam espalhados pelas áreas central e hospitalar da capital, que passaram por diversas mudanças de circulação para receber o BRT/Move. Motoristas ainda se mostram confusos diante delas. “Não entendi ainda as alterações”, disse um condutor na Avenida Afonso Pena, enquanto tentava decifrar placas e direções. De acordo com a BHTrans, todas as adaptações necessárias ficam prontas até amanhã.

Por Flávia Ayer
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A 500 dias da Copa, BH enfrenta desafios para melhorar mobilidade urbana

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O relógio da Praça da Liberdade marca hoje 500 dias para a Copa do Mundo, mas Belo Horizonte, uma das sedes do evento, ainda enfrenta desafios para melhorar a mobilidade urbana até o Mundial de 2014. A conclusão das obras do BRT (transporte rápido por ônibus) em alguns dos principais corredores da capital, que num primeiro momento chegou a ser prometida para junho, agora está prevista para dezembro, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). A entrada em operação do sistema em corredores como as avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos ainda não tem data marcada.

A BHTrans, empresa que gerencia o trânsito na capital, informou que a meta é que os primeiros ônibus adaptados comecem a circular no início de 2014, mas não definiu se isso ocorrerá em janeiro, fevereiro ou março. Para que o sistema funcione plenamente, a empresa precisará de tempo para testes e ajustes. Especialista em transportes, o professor Ronaldo Guimarães Gouvêa, alerta que são necessários de 90 dias a 120 dias depois do início das operações do BRT para que sejam feitas adequações na sinalização, frota e vias alimentadoras, por exemplo, necessárias para que o sistema fique “azeitado”. Para ele, se o BRT for inaugurado depois de janeiro, essa fase final de adequações pode coincidir com o início da Copa.

“Na engenharia de transporte, você prevê 100% dos efeitos de uma intervenção, há mecanismos que permitem avaliar previamente boa parte das consequências. Mas, eventualmente, ocorrem fatores externos à própria lógica do projeto”, avalia Gouvêa, coordenador-geral do núcleo de transportes da Escola de Engenharia da UFMG. “Não seria bom que, ao mesmo tempo em que a Copa esteja acontecendo, nós façamos ajustes na rede de transporte. É preciso um prazo razoável para ajuste da lógica operacional, da integração das linhas alimentadoras com as troncais, e da questão tarifária”, opina. E acrescenta: “Os usuários têm que conhecer o sistema. Você não pode esperar que da noite para o dia as pessoas percebam a lógica do BRT.”

Mesmo sem definir em que mês de 2014 o BRT começará a operar, a BHTrans informou que campanhas serão feitas para orientar a população e que até a Copa do Mundo as pendências serão sanadas. Com o novo meio de transporte, Belo Horizonte terá dois corredores exclusivos para o BRT nas avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos/Pedro I. As duas linhas vão se encontrar na Região Central e o número de linhas de coletivos no Hipercentro, segundo o projeto, vai diminuir de 136 para 18. O BRT terá estações ao longo do percurso.

Andamento Balanço do Comitê Executivo Municipal da Copa informou que a primeira fase do BRT Antônio Carlos/Pedro I, que inclui o viaduto da Avenida Antônio Abrahão Caran, já foi concluída. A segunda fase da obra, que é o alargamento da Avenida Pedro I e construção de viadutos próximos à Barragem da Pampulha, está com 42% dos serviços prontos e deve ser concluída no segundo semestre deste ano. A terceira fase é a interseção das avenidas Pedro I e Vilarinho, em Venda Nova, que está com 33,49% concluídos. A quarta etapa, dividida em duas fases, e que já está com 71% dos trabalhos concluídos, trata-se de adequações viárias para implantação do BRT ao longo de toda a Antônio Carlos e da Pedro I à Vilarinho. O BRT Cristiano Machado está com 59,21% das obras realizadas.

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Candidata à abertura da Copa, BH está parando

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Em janeiro de 2010, Belo Horizonte assumiu vários compromissos para a Copa de 2014 ao assinar a matriz de responsabilidades com o governo federal. A cidade se comprometeu a realizar uma série de obras de mobilidade urbana que, em tese, facilitariam o acesso de torcedores ao estádio, ao setor hoteleiro e ao aeroporto da capital mineira.

De quebra, as novas intervenções ficariam como legado para a cidade, que há tempos sofre com a lentidão provocada pelo 1,29 milhão de carros que circulam por suas vias apertadas e também com a falta de um transporte de massa adequado às mínimas necessidade de sua população.

Segundo o documento assinado em janeiro de 2010 (veja em formato PDF), as obras de transporte para a Copa deveriam ter começado no ano passado. No entanto, várias datas foram alteradas, repetindo um padrão observado nas 12 cidades-sede do Mundial, todas com problemas para desenvolver os seus projetos de mobilidade urbana. 

Vencidas algumas etapas, Belo Horizonte começou finalmente a se transformar num canteiro de obras em 2011. A necessidade de um novo calendário foi explicada por Tiago Lacerda, presidente do Comitê Executivo da Copa: “Quando a matriz foi assinada estávamos no início do processo, e alguma coisa sempre muda nos projetos executivos. Mas todas as alterações foram acordadas com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica. Todas essas intervenções estão dentro dos novos prazos acordados, e as conclusões estão todas previstas para antes da Copa”, completou.

O comitê sempre fez questão de deixar claro que até 2014 não havia tempo e condições para a construção do metrô, um velho sonho do belo-horizontino. Assim, a solução para o transporte de massa na cidade ficará a cargo do sistema Bus Rapid Transit (BRT), um corredor de ônibus de alta capacidade.

As obras na avenida Antônio Carlos para a adequação da avenida ao sistema do BRT já começaram, mas diferente da previsão inicial de entregar tudo em  setembro de 2012, a nova data é de 2013. Segundo a prefeitura da capital mineira, a cidade estará pronta a tempo de receber a Copa das Confederações.

A ampliação da Antônio Carlos chegou a ser alvo do Tribunal de Contas da União (TCU). Em relatório de fevereiro, o órgão alertou para o atraso em diversas obras da Copa, incluindo as de transporte. Segundo a análise, as dimensões da Antônio Carlos não comportam a construção de estações nem de pontos de ultrapassagem para o BRT. “O principal achado (da análise) é o seguinte: apenas está sendo feita uma adequação viária, mas a obra deveria ser para melhoria do transporte público de massa, no caso, BRT”, diz o relatório do TCU. Caberá ao município fazer as adaptações para implantar o sistema.

Fonte: Portal 2014


Além da Antônio Carlos, outros dois corredores de acesso ao Mineirão estão sendo reformulados: a avenida Pedro II, que receberá uma linha de BRT, e a Presidente Carlos Luz, também chamada de Catalão. As obras começam no segundo semestre de 2011 e terminam em dezembro de 2013.
Em junho próximo devem começar as ações do BRT em outra avenida crucial no trânisto de BH: a Cristiano Machado, que fica pronta para o segundo semestre de 2012. No caso desta obra, as datas ainda são as mesmas da Matriz de Responsabilidades.
Outras obras importantes são aquelas da Via 710 (Andradas/Cristiano Machado) e da Via 210 (Tereza Cristina/Via do Minério). A primeira deveria terminar em julho de 2012, mas na nova previsão será entregue no segundo semestre de 2013. O atraso nas obras da chamada Via 210 também foi de um ano: de novembro de 2011 para o segundo semestre de 2012.

E por fim, o Boulevard Arrudas, atualmente em obras, terá concluído o trecho entre a rua Carijós e a avenida Barbacena no máximo até junho. O percurso restante, até a rua Extrema, deve ficar pronto no segundo semestre de 2012.

Quase parandoOutra avenida que receberá o BRT é a Pedro I, que liga o aeroporto de Confins ao Mineirão. O projeto prevê a duplicação de suas vias e das pistas da barragem da lagoa da Pampulha. As obras começarão após o fim das intervenções na trincheira da avenida Santa Rosa, estratégica ao local, e que começou a ser reformada no mês passado. Por causa desses trabalhos os motoristas que cruzam a cidade no sentido norte-sul ganharam um pouco mais de dor de cabeça – problema que deve se agravar no começo de 2012, quando a maior parte das obras previstas terão começado e quase nenhuma estará finalizada.

No final de março, o trânsito de Belo Horizonte parou com a visita da presidenta Dilma Rousseff. O problema exigiu que, dias depois, fosse montado um esquema intensivo por ocasião do velório do ex-presidente José Alencar para que os problemas não se repetissem.  Contudo, uma manifestação de agentes da Polícia Civil, pouco depois, parou novamente o trânsito na cidade, evidenciando uma incapacidade da cidade em gerar alternativas fora de eventos planejados.

Obra                                                                          Prazo inicial   Prazo ajustadoBRT Antonio Carlos/Pedro I                                     Set 2012          Dez 2013
BRT Pedro II/ Carlos Luz (Catalão)                         Set  2012         Dez 2013
BRT Área Central                                                      Jun 2012         Jun 2012
Central de Controle de Trânsito (expansão)            Mar 2012        Mar 2012
Via 210 (Via Minério-TerezaCristina)                      Nov 2011      2º Sem 2012
Via 710 (Andradas-Cristiano Machado)                   Jul 2012           Jul 2013
BRT Cristiano Machado                                           Mar 2011         Fev 2012
Boulevard Arrudas/ Tereza Cristina                         Set 2012           Set 2012



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Presidente de conselho aponta falhas de acessibilidade no BRT de BH

sábado, 8 de março de 2014

O novo sistema de transporte coletivo de Belo Horizonte apresenta falhas que podem prejudicar a acessibilidade, segundo a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conped), Kátia Ferraz Ferreira, que é cadeirante. Ela aponta problemas, como poucas rampas e dificuldade para chegar às estações. O BRT, também chamado de Move, deve ser inaugurado neste sábado (8).

Nas estações da Avenida Santos Dumont, no Centro, só há rampa em um dos lados. ”Você tem que andar uma grande distância, para o outro lado da estação, para acessar a rampa”, diz a presidente da Conped.

Em um dos pontos, o símbolo de acessibilidade indica uma incoerência. No local onde está afixada a imagem, há uma cancela e, em seguida, uma escada.

A presidente da entidade identifica ainda problemas no piso. “A bolinha indicativa para o cego está lisa e está inadequada. Tinha que ser mais áspera, e não tem a presença do piso tátil na rampa”, explica a representante do conselho.

Na Avenida Cristiano Machado, a rampa virou um obstáculo, devido à inclinação acentuada, segundo Kátia. Entrar no ônibus pode ser mais um desafio, já que existe um espaço entre o veículo e a plataforma.

As condições de acesso ao BRT preocupam a presidente do Conped. “Nós do conselho estadual acionamos o Ministério Público Estadual e Federal para que eles ajudassem a exigir o cumprimento das normas de acessibilidade, para que o cidadão tenha acesso ao serviço e que tenha menos desgaste possível”, afirma Kátia Ferraz Ferreira.

A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que as questões de acessibilidade no BRT estão sendo discutidas com um grupo de pessoas com deficiência. A companhia admite que nem todos os problemas serão resolvidos até a inauguração do sistema. Por isso, monitores treinados para atender pessoas com deficiência orientarão os usuários, segundo a BHTrans.

Ainda de acordo com a empresa, a distância média ideal entre os ônibus e as plataformas é de 13 centímetros, e os motoristas estão sendo treinados para isso. A companhia garantiu, ainda, que todos os veículos possuem uma rampa de acesso à estação, para facilitar o embarque e desembarque de cadeirantes. Sobre a ação movida pelo conselho, a BHTrans informou que não foi notificada.

Já a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura alegou que toda a construção está de acordo com os requisitos da norma de acessibilidade urbana, inclusive a largura das rampas de acesso e passarelas. Disse também que as estações do BRT estão preparadas para garantir o conforto e a segurança dos usuários.

Informações: G1 Minas

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BRT começa a ser testado em Montes Claros-MG

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Montes Claros, no Norte de Minas, começou a testar nesta terça-feira (4), o sistema de transporte público adotado em Belo Horizonte, o BRT (Bus Rapid Transit). O modal  de maior capacidade que os ônibus convencionais ficará em avaliação por 15 dias, circulando em várias linhas municipais.

Segundo a Prefeitura de Montes Claros, o período de teste servirá como estudo de viabilidade, levando em consideração o deslocamento pelas ruas e a adesão dos passageiros. Além disso, também será avaliado o planejamento das linhas viáveis, a construção de faixas preferenciais e terminais que comporão o sistema. 

A previsão, caso seja aprovado o sistema, é implementar o BRT na cidade ainda no primeiro trimestre de 2015. O veículo tem uma capacidade quase três vezes maior que as dos ônibus convencionais, podendo levar até 180 pessoas. O sistema já é adotado em diversas capitais, como BH. e em algumas cidades mineiras de porte médio, como Uberlândia e Uberaba, na região do Triângulo.

Segundo o diretor concessionária que pretende investir no veículo em Montes Claros, Henrique Sapori, a cidade possui demanda suficiente para a implantação do sistema. “Acredito que o BRT é um ganho enorme para a população, que será beneficiada com um tempo menor de espera e maior agilidade no deslocamento”, disse.

Para o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, o preço da tarifa deverá ser mantido, caso ocorra a implantação do BRT. “Estamos investindo em mobilidade urbana para melhorar o trânsito da cidade. Este sistema é um dos mais modernos do mundo e estamos investindo para que o trânsito de Montes Claros não chegue ao caos presente nas capitais. Com agilidade no transporte público e o preço da tarifa mantido, um número maior de montes-clarenses deverá optar pelo transporte coletivo”.

Informações: Hoje em Dia

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Ônibus, trem, metrô ou bicicleta: deixe o carro para ir à Copa de 2014

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Renato Boareto é coordenador da área de mobilidade urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), organização que apoia governos e movimentos sociais com estudos para a formulação de políticas públicas no setor. Nesta entrevista, Boareto fala sobre as oportunidades abertas pela Copa de 2014 e Olimpíada de 2016 e defende ações que limitem o uso do veículo particular e estimulem investimentos no transporte público integrado com ciclovias e trajetos a pé.
Qual a proposta do Iema para aumentar a mobilidade nas cidades brasileiras? Defendemos o aumento da participação do transporte público em detrimento do transporte individual. Achamos que a mobilidade urbana deve ser entendida como um instrumento para a melhorar a qualidade de vida nas cidades. Desta forma,mesmo quando o transporte coletivo é ruim, o transporte individual é o pior para a cidade. Em nossa visão, para aumentar a participação do transporte público, a abordagem deve partir de uma política de mobilidade que considere como as pessoas se locomovem em cada localidade, melhorias na eficiência dos veículos e critérios sobre o tipo de motor e combustível a ser utilizado.

O que é o programa BRT Brasil?
Com os investimentos do PAC da Copa e do PAC da Mobilidade, muitas cidades estão apostando nos benefícios de um transporte como o BRT. Estamos acompanhando esses projetos, envolvidos no Programa BRT Brasil, em fase de articulação, do qual também participam a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Fórum Nacional de Secretários e Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos NTU). Queremos contribuir para que os corredores de ônibus a serem construídos nas cidades-sede da Copa de 2014, assim como os do PAC da Mobilidade (24 cidades), sejam implantados com uma boa estrutura e da forma a mais eficiente possível.  

O que diferencia o BRT de um simples corredor de ônibus?O BRT deve ter via exclusiva. Fora isso, o sistema admite vários formatos, que vão desde uma simples faixa preferencial, digamos com horário limitado, até um modelo que incorpora o conjunto de ferramentas ou serviços já concebidos para este tipo de transporte. Por exemplo, em Curitiba funciona em canaleta no canteiro central; já noutros lugares, como no corredor da Rebouças, em São Paulo, o veículo corre à esquerda da faixa central. Existe essa flexibilidade: o BRT pode ir incorporando aprimoramentos, como uma plataforma elevada, a bilhetagem eletrônica etc. Também pode utilizar ônibus articulados e bi-articulados. O veículo pode sair do terminal e parar só no destino final, como ir parando, entre terminais, ou em cada ponto pelo trajeto. São várias as combinações possíveis e essa flexibilidade permite que o sistema seja aplicado a uma metrópole ou a uma pequena cidade. 

Qual a vantagem do BRT em relação a outros tipos de transporte público? Não defendemos uma ou outra tecnologia, em si mesma, mas trabalhamos para buscar o tipo de transporte mais adequado a cada cidade em questão, à demanda de passageiros do lugar. O metrô, por exemplo, com elevada capacidade de passageiros, é adequado a uma cidade como São Paulo, onde aliás cabe de tudo. Para cidades com características metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, ou Salvador, o modelo mais correto é o que incorpora um leque integrado de modais. Já numa cidade média, o metrô seria exagerado. Há gradações de tecnologia veicular, e a decisão sobre qual o melhor deve pesar: o porte da cidade, a demanda de passageiros, a capacidade de investimento e o projeto urbanístico, o planejamento urbano. Há outras soluções sendo consideradas, como o VLT que atende a uma demanda parecida com a do BRT. Para a Copa do Mundo, a questão do prazo, o ano de 2013, deve influir sobre os investimentos a serem feitos nas cidades-sede.

Como um transporte por ônibus, como o BRT, pode ser um sistema "limpo"?
Depende do combustível. E logo mais, em 2012 ou 2013, vence o prazo para que os novos ônibus passem a usar o diesel mais limpo (com menores emissões de enxofre). Os ônibus dos BRTs serão movidos a esse diesel, com menores emissões de poluentes. Não está previsto ainda, mas os novos BRTs poderão ingressar numa nova fase, a dos motores elétricos + diesel, ou etanol. 

Como as cidades-sede da Copa estão pensando a mobilidade urbana? Posso citar Belo Horizonte, por exemplo, como uma cidade que elaborou planos de mobilidade na linha do que defendemos, de aumentar o acesso da população ao transporte público, e integração deste com outros meios de locomoção. Em BH, a área central está priorizando o pedestre e reduzindo espaços para o automóvel particular. Em Brasília, uma ciclovia de 600 km está parcialmente implementada. Já em São Paulo, falta um plano abrangente de mobilidade, que veja por exemplo o sistema cicloviário como estruturador da malha de transporte.

O melhor sistema é o que integra BRT, metrô, ciclovia e ônibus? Qual a importância da bicicleta? Para haver mobilidade é importante que o planejamento incorpore a bicicleta e o deslocamento dos pedestres ao transporte público por ônibus ou trem. Que veja a bicicleta com veículo de alimentação para o sistema de transporte, com estacionamento, apoio ao ciclista, racionalidade nos trajetos. Não só ciclovias, mas deve-se dotar as vias com soluções como o "traffic calming", para moderação no uso do carro. E ainda estimular as pessoas a usarem a bicicleta nos bairros, apresentando trajetos inter e intra bairros. Não basta olhar apenas a fluidez do transporte, mas a segurança na travessia por calçadas, pensar em modos integrados ou viagens curtas, a pé ou de bicicleta. São componentes que melhoram a qualidade de vida nas cidades.  

Algo mudará no transporte público nos próximos anos?O PAC da Mobilidade e o PAC da Copa abrem esta possibilidade única de o país ingressar no maior ciclo de investimentos em transporte público desde a década de 1980. São cerca de 35 bilhões de reais do governo federal, fora os recursos que virão dos estados. Defendemos que sejam investimentos permanentes em sistemas de transporte público. Para sabermos o retorno social e ambiental destes investimentos, estamos estudando o impacto destes recursos, e produzindo argumentos que levem as cidades a pararem de priorizar o transporte individual. Até junho esse estudo deve gerar dois produtos, disponíveis a governos e sociedade civil, com um retrato da realidade das cidades e propostas para que os planos diretores incorporem o planejamento para a mobilidade.

Fonte: Portal 2014

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