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TROLEBUS 61 ANOS: Sistema de ônibus elétrico foi inaugurado no Brasil em 1949

sábado, 19 de junho de 2010

Ele completa no Brasil 61 anos de trabalho. Neste período, evoluiu muito, cresceu, mudou de visual várias vezes. Ficou mais bonito, mais forte e bem “práfrentex”. Mesmo assim, não recebe o valor que merece e foi rejeitado em muitos lugares. E mesmo por onde ainda anda, agora faz uma “caminhada” muito menor. Sinal de desgaste, do cansaço, de idade? Não, apenas uma evidência de que ele não é considerado mais prioritário.Este “senhor sexagenário” , porém bem moderno, é o trolebus no Brasil.

As primeiras operações comerciais deste tipo de ônibus, ainda o único cem por cento não poluente já com operação mais que aprovada, foram em São Paulo, quando no dia 22 de abril, de 1949, a CMTC inaugurava a linha Aclimação / Praça João Mendes, de 7,2 quilômetros de extensão, em substituição à linha 19 dos bondes da antiga Light, empresa que teve os bens assumidos pela CMTC entre 1946 e 1947.

Apesar de os primeiros trolebus terem sido importados em 1947 e começarem a operar dois anos depois, a idéia de implantar um sistema de ônibus elétrico (já consagrado na Europa e Estados Unidos) na cidade de São Paulo é bem anterior a esta época. Em 1939, a Comissão Municipal de Transportes Coletivos entregou a Prefeitura parecer favorável à adoção de ônibus elétricos na cidade. Neste mesmo ano, foi iniciado o estudo para a implantação da primeira linha, justamente servindo o bairro da Aclimação.

Mas as coisas andavam lentas demais no poder público municipal. Os transportes na cidade, nesta época, estavam completamente desorganizados. As empresas de ônibus disputavam regiões de alta demanda e melhor infra-estrutura, enquanto as demais eram abandonadas pelos prestadores de serviços.
A Ligth, que operava os bondes na Capital, depois dos sustos das Guerras Mundiais estava desinteressada no serviço. Tanto é que ela teve de ser obrigada por força de lei a operar o sistema pelo menos até o final do segundo grande conflito, que provocou uma crise sem precedentes no fornecimento de Petróleo. O transporte de tração elétrica, até então com os bondes, tinha de ser mantido para que a mobilidade na cidade não entrasse em colapso total.

A visão de vários administradores públicos em todo o mundo se voltava para os ônibus elétricos. Mas quem assumiria este sistema? Quem investiria na implantação de redes aéreas e novos veículos, importados e mais caros. Os empresários, que tinham passado por muitas dificuldades para manter suas operações devido ao encarecimento do combustível e das peças no período da Segunda Guerra Mundial, não se arriscariam num investimento tão alto.
Assim, pode-se afirmar que o trólebus no Brasil teve sua implantação e manutenção ligadas ao investimento público.

E foi justamente a recém criada empresa pública de São Paulo, a CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos – que assumiu o investimento para colocar o Brasil na rota dos ônibus elétricos.Para operar a primeira linha, foram importados 30 veículos com as seguintes configurações:- 06 unidades de chassi Pulman Standard, carroceria da mesma marca e sistema elétrico Westinghouse norte-americanos,.
- 20 unidades de chassi War La France, carroceria Wayne e sistema elétrico Westinghouse, também dos Estados Unidos e- 04 unidades de chassi English Associated Equipament Company, carroceria da mesma marca e sistema elétrico BUT – British United Traction, da Inglaterra.

O INÍCIO DOS PRINCIPAIS SERVIÇOS NO PAÍS
O sistema de ônibus elétrico, apesar de alguns problemas de implantação, agradava os administradores públicos. Os veículos eram mais modernos, confortáveis, econômicos e, apesar de na época não ser tão forte a consciência ambiental, o fato de não poluírem e de emitirem bem menos ruído também pesava favoravelmente em relação aos trólebus.Dez anos depois, em 1959, a rede de São Paulo que era de pouco mais de sete quilômetros de extensão já chegava a 31,9 quilômetros, servidos por 4 linhas.

Outras cidades brasileiras também aderiam ao “novo” sistema de transportes. Novo para nós, mas para a Europa e Estados Unidos já com décadas de existência.

No ano de 1953, Belo Horizonte adquire 04 veículos elétricos e começa a operar seu primeiro serviço de trolebus. No mesmo ano, 1953, meses depois, a cidade fluminense de Niterói se tornaria a terceira do País a ter os ônibus cem por cento não poluentes.

Uma curiosidade é que os 45 ônibus elétricos franceses tinham sido importados para Petrópolis, também no Rio, mas por questões financeiras e administrativas, a cidade sequer implantou o sistema.
Campos, no Rio de Janeiro, inaugura, em 1957, o sistema com 09 trólebus que já tinham sido usados de Niterói.Em 1958, Araraquara, no Interior Paulista, criava a CTA – Companhia de Troleibus de Ararquara, empresa de economia mista para implantar o sistema na cidade.

Recife investe pesado na implantação dos trólebus. Em 1960, logo de cara, compra 65 veículos Marmom Herrington, com tração Westinghouse, norte-americana.
Cinqüenta trolebus Fiat/Alfa Romeo/Marelli começaram a atender a população de Salvador, no ano de 1959.

No ano de 1962, Rio de Janeiro adere aos trólebus. Mas a entrada da cidade neste tipo de serviço foi marcada por dificuldades e fatos inusitados. A começar por um acidente quando os veículos italianos Fiat/Alfa Romeo/General Eletric eram desembarcados no Porto. Em lotes diferentes, a cidade havia adquirido 200 veículos, mas um deles caiu no mar, não podendo ser resgato. Portanto, o Rio ficaria com 199 carros, apesar de ter comprado 200. Se não bastasse isso, por falta de pagamento de taxas, 164 veículos ficaram retidos no Porto ao relento por mais de um ano. Muitos se deterioraram e tiveram de ser restaurados.

A cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, começou a operar ônibus elétricos em 1963, com nove veículos.

Em agosto de 1963, Santos apresenta aos usuários 5 trólebus italianos, então operados pela SMTC – Secretaria Municipal de Transportes Coletivos. Pouco tempo depois, pelo sucesso inicial do serviço, a cidade do Litoral Sul Paulista já tinha 50 carros e 76 quilômetros de rede aérea.

A cidade de Fortaleza teve seu primeiro serviço de trolebus implantado em 1967, com 9 carros já de fabricação nacional Massari/Villares.Bem mais tarde, em 1980, era criada a Transerp – Empresa De Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A., de economia mista. O início das operações de ônibus elétricos ocorreu em 1982.


Rio Claro, no interior Paulista também, inaugura serviços de trolebus, em 1986, com 10 veículos comprados da CMTC. Dois anos depois, em 1988, entra em operação o sistema considerado mais moderno e eficiente do País, os trólebus entre São Mateus (zona Leste de São Paulo) e Jabaquara (zona Sul), via Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, incialmente sob responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. O diferencial do serviço é que ele opera desde o início em corredor segregado, com pavimento especial de concreto, e recebe constantes investimentos em renovação de veículos e manutenção da rede fornecedora de energia.


A PRIMEIRA DECADÊNCIA DOS TRÓLEBUS
Como foi possível notar, o trólebus no Brasil teve sua consolidação atrelada ao investimento público. E aí a situação era um pouco delicada, principalmente pela chamada visão imediatista de algumas administrações. O trólebus era um veículo mais caro (ainda é, mas na época a diferença para um ônibus convencional era maior ainda). Além disso, a manutenção dos veículos, muitos com peças importadas, e das redes exigiam recursos maiores.

Na segunda metade dos anos de 1960, muitas cidades desativaram ou reduziram significativamente suas redes. O poder público, em muitas ocasiões, achava caro manter e comprar trólebus, mesmo com todas as vantagens que ele oferecia, como emissão zero de poluentes, pouco ruído e mais conforto.

A demanda de passageiros em algumas regiões crescia muito rapidamente e, como solução imediata, as administrações preferiam oferecer dois ou três ônibus pelo menos preço a oferecer um trólebus. Isso sem contar a influência da indústria automobilística que estava em expansão e queria mercado, com uma oferta maior de ônibus convencionais, e dos empresários, que queriam expandir seus negócios com investimentos menores.

Para se ter uma idéia, acompanhe as cidades que desativaram seus sistemas nesta época: Campos e Niterói, no Rio de Janeiro, em 1967, Salvador em 1968, Belo Horizonte e Porto Alegre, em 1969, Rio de Janeiro, em 1971, Fortaleza, em 1972, A situação atingiu em cheio a indústria nacional de trólebus. Com a e mercado, as indústrias decidiram não investir mais na produção.

As operadoras públicas que se prestavam ainda a operar trólebus tiveram de achar soluções. As importações não eram viáveis devido às restrições tributárias impostas pela política de incentivo à indústria automobilística nacional, e as produtoras brasileiras apresentavam veículos caros e com poucas opções. Claro que pela falta de demanda, as fabricantes nacionais não investiam em mais desenvolvimento que poderia deixar os trolebus na época mais baratos e a falta de escala de produção, por si soja contribuiria para o aumento do valor do produto.

Algumas empresas operadoras optaram por reformar suas frotas, o que era possível, devido ao maior tempo de vida útil que um trolebus possui e, em especial a CMTC, de São Paulo, passou a fabricar seus próprios trólebus.

Certamente, a CMTC foi uma das maiores produtoras de ônibus elétricos do País e isso não significou apenas números de fabricação, mas o desenvolvimento de pesquisas, modelos e inovações que tornariam o trólebus viável. Assim, como não é nenhum exagero afirmar que a consolidação do trolebus no Brasil se deveu ao investimento público, não exacerbada a informação de que se não fosse pela CMTC, a situação deste meio de transporte no Brasil estaria mais complicada.

O período da CMTC como fabricante de trolebus compreendeu os anos de 1963 a 1969. A produção atingia 144 unidades, número invejável para qualquer indústria especializada, inclusive internacional. Com kits de carroceria da Metropolitana, do Rio de Janeiro, a CMTC criou seu padrão próprio de modelo. Convertia veículos diesel para elétricos, encarroçava trólebus mais antigos, e fazia veículos novos. As produções nas oficinas da CMTC, com mão de obra própria, não só representou a manutenção do sistema em São Paulo e no País, como uma boa oportunidade de negócios para fabricantes nacionais de chassis e sistemas de tração. Assim, não só para os passageiros, mas a atuação da CMTC, foi boa também para as indústrias. A empresa fez parcerias e usou equipamentos, tanto de chassi como de tração, da Westram, Villares, Siemens, GM, FNM e Scania.

Mesmo após seu período de produção, a CMTC continuava com as conversões de ônibus. Em 1971, por exemplo, transformou em trolebus, um veículo de chassi Magirus Deutz, carroceria Striulli, usando sistema de tração da Villares.Veículos usados de outros sistemas desativados também eram adquiridos pela CMTC, o que mostra que, além contribuir para um melhor transporte para o passageiro, para a manutenção do sistema no País, para o mercado das industrias nacionais, a Companhia Municipal de São Paulo auxiliou muitas administrações que deixaram de operar trólebus a não saírem no prejuízo total. Em 1972, foram adquiridos nove modelos Massari Villares do sistema de Fortaleza, que havia sido paralisado.
DO PUBLICO AO PRIVADO

Se a consolidação do trólebus no Brasil se deu graças ao investimento público, com a criação de grandes companhia municipais operadoras e, em especial a CMTC de São Paulo, que foi muito mais que prestadora de serviços, mas produtora nos anos de 1960 e responsável por estudos que mudariam definitivamente os trólebus no Brasil, nos anos de 1990, com a redução da participação do Estado intervindo no mercado, o que restara dos serviços de trolebus foi passado à iniciativa privada.

A esta altura, apenas poucas cidades operavam trólebus, em especial, Santos, no Litoral Paulista, São Paulo, Capital, e o serviço metropolitano, entre a Capital e a região do ABC.

Mesmo assim, com exceção do ABC Paulista, as cidades que ainda resistiam com os trólebus tinham reduzido e muito suas frotas e redes aéreas. Os serviços de ônibus elétricos eram entregues à iniciativa privada em todas estas cidades.

Entre 1993 e 1994, com a privatização da CMTC, os trolebus da copanhia foram dividos em lotes/garagens, assumidos por prestadores particulares. Aliás, a última e mais difícil fase de privatização da CMTC foi justamente a venda dos trólebus. O serviço já não recebia investimentos públicos há um bom tempo e parte da frota estava sucateada. Para conseguir um valor melhor nas negociações, antes de vender os trólebus, a CMTC foi obrigada a reformar uma grande quantidade de veículos.

Em abril de 1994, os serviços de trolebus que antes era da CMTC foi assumido por três empresas: a Transbraçal, especializada em terceirzação de serviços, que passou a operar a garagem do Brás, a Eletrobus que comprou as operações da garagem do Tatuapé, e a TCI – Transportes Coletivos Imperial, assumindo a garagem de Santo Amaro. Era o fim da era das operações de ônibus e trólebus pelo poder municipal, em São Paulo.

Mais tarde, surgiram outras empresas para assumir os serviços que eram deixados de lado por estas empresas que compraram o sistema e a frota da CMTC. Na zona Sul de São Paulo, chegou a operar a empresa Soares Andrade. O patrimônio e as linhas desta empresa e da Imperial, que encerrou as atividades em 1997, foi adquirido pela Viação Santo Amaro.

A empresa foi buscar no mercado nacional soluções para a renovação da frota, como os Trolebus Caroceria Neobus Mega Evolution, Mercedes Benz, com equipamento elétrico da Gevisa.Em 2002, a Eletrobus encerra suas operações, sendo seu patrimônio transferido após venda para a Eletrosul. A empresa fica pouco tempo no mercado, o que mostra que o sistema de trólebus não recebia mais os mesmos incentivos das administrações públicos, pelo menos em relação à infraestutura de rede e viária, e se tornava interessante para um número cada vez menor de operadores. Em 2003, no lugar da Eletrosul entra a Viação São Paulo São Pedro. Os veículos foram transferidos para a garagem de Itaquera.

A Transbraçal, que havia adquirido os serviços da garagem do Brás e a maior parte da forta “velha” da CMTC, com trólebus dos anos de 1960, deixa de operar em 2001. Os veículos mais novos da empresa foram adquiridos pela Expandir – Empreendimentos e Participações, empresa ligada ao Grupo Ruas, um dos mais influentes no setor de transportes da cidade e hoje detentor da encarroçadora Caio, a maior fabricante de carrocerias urbanas do País. Mais tarde, a empresa conseguiu do poder público a possibilidade de operar somente com veículos diesel. Eram mais linhas de trolebus extintas.Processo de extinção de linhas que se intensificou a partir de 2001, quando assumira a Prefeitura, Marta Suplicy.

O corredor de trólebus da Avenida Santo Amaro, um dos maiores de São Paulo, foi desativado. O sistema entrava numa queda vertiginosa, apesar de conhecidos os ganhos ambientais e econômicos da operação com veículos com maior durabilidade, rendimento energético e emissão nula de gases poluentes. Consórcios de trolebus começavam a operar com ônibus diesel.

Para justificar as constantes desativações, o poder público utilizou argumentos como o maior valor dos trólebus em comparação aos ônibus convencionais, a maior flexibilidade dos ônibus diesel e os problemas de quedas de pantógrafo, que ocasionavam congestionamentos Dificuldades estas que poderiam ser contornadas com investimento em modernização de rede e criação de vias prioritárias, como a do ABC Paulista. Em 2003, as redes das regiões da Praça da Bandeira e da Rua Augusta também eram aposentadas. No dia 6 de maio de 2004, foi a vez da rede do corredor Nove de Julho ser retirada.

Com o fim das atividades da Eletrobus em 2002, assume em caráter provisório o Consórcio Aricanduva, na zona Leste de São Paulo. Logo em seguida, a garagem passaria para a responsabilidade da Himalaia Transportes . A empresa, além de assumir a garagem do Tatuapé, operou os serviços de outros consórcios que também saíram do sistema de trolebus municipal de São Paulo, como o SPBus.

A Himalaia, empresa originária da Himalaia Transportes e Turismo, de 1968, assinou em 2004, quando o mandato de Marta Suplicy chegava a sua reta final, um contrato emergencial de prestação de serviços.Atualmente pertence ao Consórcio 4 Leste, da zona Leste de São Paulo, e é a única empresa a operar a reduzida frota de ônibus elétricos na cidade.

O processo de privatização dos serviços de trólebus também marcou a história deste tipo de veículos em outras cidades.Em Santos, o sistema agonizava desde os anos de 1990. Em 1995, por exemplo, de 57 quilômetros de rede aérea, apenas 13,7 eram operados em uma única linha. A cidade litorânea que contou com mais de 50 trólebus, só tinha nesta época em operação sete veículos.

Em 1998, as operações da CSTC – Companhia Santista de Transportes Coletivos foram privatizadas. A empresa passaria a ser apenas gerenciadora. O processo de venda do braço operacional da CSTC contemplou também o remanescente serviço de trólebus. Que foi assumido pela Viação Piracicabana.
O único processo de privatização que não foi concomitante com a redução da oferta de trólebus ocorreu com o Corredor Metropolitano do ABD (São Mateus/Jabaquara, na Capital, via Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, com extensão para a Berrini, na zona Sul de São Paulo e Mauá, também no ABC Paulista).

Ao contrário, o cronograma para o sistema incluía a colocação de mais trólebus e a eletificação do restante do corredor operado somente por veículos a Diesel, entre a cidade de Diadema, no ABC, e o bairro do Jabaquara, na zona Sul de São Paulo.Apesar de já ter a participação de empresários, com a propriedade de veículos, como as Viações ABC, Santa Rita e Diadema, as operações do corredor começaram com a atuação da Companhia do Metropolitano e logo em seguida da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, ambas autarquias do Governo do Estado de São Paulo.

Em 1997, as operações e responsabilidade sobre a manutenção da rede aérea, do corredor, e dos terminais, passam para a iniciativa privada, no primeiro regime de concessão e não de mera permissão, para o setor de transporte público no Brasil. Em 24 de maio de 1997, entra em operação a empresa Metra, consórcio liderado pelo Grupo da Auto Viação ABC com participação de outros empresários da região, como Baltazar José de Souza.

A Metra possui atualmente mais de 70 trólebus e tem o projeto de corredor verde para o futuro, com 100 por cento da frota ambientalmente correta. A Eletra, produtora de veículos para transporte coletivo com tecnologia limpa nacional, também pertence ao grupo da Viação ABC, o mesmo dono da Eletra. Sendo assim, o corredor é palco de diversas inovações, como os veículos de corrente alternada por exemplo, desenvolvidos pela Eletra, que chegou a transformar um trolebus mais antigo de corrente contínua para a de alternada.

No corredor também operou o primeiro ônibus elétrico híbrido a funcionar comercialmente no mundo, em 1999, e vai entrar em funcionamento, sem uma data prevista, o ônibus a hidrogênio desenvolvido com chassi e carroceria nacionais.Mas o sistema do ABC, operado pela Metra, vai na contramão das realidade atual do trólebus no Brasil. No país, há apenas três sistemas em funcionamento.

As cidades que abandonaram os veículos elétricos não acenam a possibilidade de retornar com as operações tão já, apesar de o trânsito se intensificar na maior parte dos municípios grandes e médios, assim como a poluição.
São Paulo, apesar de ainda manter o sistema, também não apresenta um projeto consistente de investimento em ônibus elétricos que não emitem gases tóxicos que contribuem para a piora na qualidade do ar e no aquecimento da cidade. Um sistema de trolebus não exige tantos investimentos, chega a ser 100 vezes mais barato que o metrô e também mais em conta que VLTs __ Veículos Leves Sobre Trilho e que o Monotrilho.

Mas ele requer um mínimo de investimento, em vias segregadas ou mesmo convencionais, mas com melhor pavimento, e uma rede aérea modernizada que não apresente tantas falhas, evitando transtornos para usuários do transporte público e motoristas de carros particulares.

Apesar das já comprovadas vantagens do trólebus, tanto econômicas como ambientais, os números da cidade de São Paulo provam que ele está longe de ser encarado ainda como prioridade.

De acordo com levantamento de Jorge Françoso, estudioso da história e das inovações dos ônibus elétricos e presidente da ONG Respira São Paulo, a cidade de São Paulo chegou a ter até o ano 2000, 474 veículos. Ocupava nesta época, a posição de número 22 entre todos os sistemas de trólebus do mundo.

Com as desativações feitas a partir deste período, como dos corredores de Santo Amaro, Pinheiros, Butantã e na zona Norte, quando na administração de Marta Suplicy, o poder público alegou que o sistema era caro e apresentava problemas de operação, a cidade foi perdendo destaque neste setor de tecnologia limpa. As linhas se restringem à zona Leste de São Paulo, operada pela Himalaia Transportes, com pouco mais de 200 veículos.

Não bastasse isso, há denúncias constantes de sucateamento da frota em bom estado, como a “baixa” de alguns trólebus sem a substituição de veículo similares. De acordo com a ONG, muitos destes veículos estão em plenas condições de uso, dada à durabilidade maior dos trolebus em relação aos veículos diesel.De acordo com o levantamento de Françoso, com esta diminuição da rede existente, São Paulo passou do 22º lugar para a 58ª posição entre os sistemas mundiais de trólebus

Fonte: ônibusbrasil
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Procon recebeu quase 200 queixas sobre transporte público do Rio de Janeiro

sábado, 29 de junho de 2013

Antes de o valor da passagem de ônibus ter o reajuste para R$ 2,95, já suspenso, o transporte público na região metropolitana do Rio de Janeiro já era alvo de reclamações dos usuários por problemas enfrentados diariamente, como falta de manutenção, lotação, longas filas e pouca acessibilidade para portadores de necessidades especiais. De maio a junho, a Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do governo estadual (Procon-RJ) recebeu 197 queixas contra o transporte público, maior parte relacionada a serviço de ônibus.

Os problemas relatados motivaram a Operação Roleta Russa, que interditou 446 carros até que fossem realizados os reparos necessários, o que já ocorreu com 389.

"A impressão é que os empresários de ônibus, em sua grande parte, não respeitam o consumidor, oferecendo um serviço de baixa qualidade e risco. Encontramos ônibus com bancos soltos, que podem agravar um acidente ou dar um tombo em uma criança ou um idoso, com ferros soltos, pneus carecas e sujeira. Em alguns casos, o consumidor vai trabalhar, entra no ônibus e chega no trabalho com a roupa suja", avaliou o diretor de Fiscalização do Procon-RJ, Fábio Domingos, que está à frente da operação. Segundo ele, a Roleta Russa vai se tornar permanente.


O diretor de Fiscalização disse que a situação é mais problemática na zona oeste e na Baixada Fluminense, onde as três empresas campeãs de reclamações sobre transportes no Procon têm linhas: Real, Pégasos e Transmil. "Quanto mais humilde é o consumidor, menos assistido ele é por essas empresas. As linhas na zona sul e no centro parecem ter uma frota privilegiada. Ás vezes, a mesma empresa que circula na zona sul reserva os ônibus em qualidade pior para uma região mais humilde. As empresas que servem a essas regiões são piores, apesar de o preço ser o mesmo", diz o diretor do Procon.

A doméstica aposentada Isabel Ribeiro, de 75 anos, percebe essa diferença. Ainda trabalhando, ela sai de Nova Iguaçu às 6h30 para chegar em Copacabana antes das 10h, três ônibus depois. Segundo ela, o segundo coletivo, que a transporta de Mesquita para o centro do Rio, é mais problemático que aquele que completa o caminho até a zona sul: "O de Mesquita demora muito e sempre enguiça. Tem que ter mais condução, porque o ônibus demora muito a sair. Só não pego o trem porque é muito cheio".

A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, que representa dez sindicatos regionais e 220 empresas de ônibus, informou que orienta todas as empresas afiliadas a se pautarem pela legalidade e respeito ao consumidor. Segundo a Fetranspor, a frota do Rio de Janeiro é a mais nova do país, com média de 3,3 anos no município do Rio e de 4,2 anos no Estado.

Sobre a zona oeste, a entidade disse que é a região que recebe mais investimentos com os BRTs, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus, que usa corredores exclusivos. De acordo com informação da assessoria, esses veículos já estão em circulação entre a Barra da Tijuca e Santa Cruz e terão o circuito ampliado até 2016. A Fetranspor destacou que o governo do Estado já manifestou a intenção de levar o projeto à Baixada Fluminense - na Via Dutra e na Rio-Petrópolis - e a São Gonçalo.

Os trens também motivaram reclamações de usuários ao Procon e uma operação de fiscalização neste ano, a Via-Crúcis, também em maio. "A Supervia foi multada em todos os ramais, por problemas diversos, como falta de banheiros nas estações, falta de acessibilidade para cadeirantes, distância dos vagões e a plataforma sem nenhum padrão de estação", enumera o diretor do Procon-RJ. Ele disse que encontrou mais problemas nos ramais que atendem à Baixada Fluminense, especialmente no Saracuruna, onde mora o portador de diplegia Fábio Lourenço Chagas, que evita o trem pela falta de acessibilidade e respeito dos passageiros.

"Prefiro ir de ônibus porque no trem e no metrô é difícil de entrar, tem muito empurra-empurra e uma vez acabei caindo na hora de embarcar. Mas, mesmo assim, ainda acabo viajando em pé às vezes, porque as pessoas não dão lugar", diz Fábio, que trabalha em Botafogo, zona sul da cidade, como auxiliar administrativo.

Por meio de nota, a Supervia informou que 20 dos 60 novos trens encomendados começarão a circular em 2014, dois anos antes do previsto, o que permitirá retirar de circulação as composições mais antigas e facilitar a padronização das estações. Sobre acessibilidade, a concessionária disse que vai instalar 35 elevadores em 20 estações até 2016, além de coberturas, rampas de acesso, piso tátil e outras adequações ao padrão internacional de acessibilidade.

No metrô, a qualidade do serviço foi considerada melhor em vistoria realizada também neste ano, sem problemas de limpeza ou de falta de manutenção. Apesar disso, os fiscais identificaram a falta de banheiros nas estações, problemas no funcionamento dos elevadores para cadeirantes e poucos guichês de atendimento nas bilheterias, segundo Domingos.

Nas barcas, que ligam o centro do Rio a dois pontos de Niterói, a Ilha do Governador e a Ilha de Paquetá, problemas de acessibilidade também foram apontados. "As barcas têm filas imensas, com grande tempo de espera e disponibilidade insuficiente de guichês de atendimento".

Morador de São Gonçalo, o atendente comercial João Couto, de 44 anos, usa as barcas diariamente para escapar aos engarrafamentos na descida da Ponte Rio-Niterói, mas perde tempo nas filas da estação na Praça Arariboia, em Niterói. "Na barca, não tem trânsito, mas pode levar até 40 minutos para embarcar. Trabalho no centro do Rio há 18 anos, e antes eu levava esse tempo para ir de ônibus direto de São Gonçalo para lá. Hoje, demoro mais de duas horas se for pela ponte".

As vistorias do Procon geraram multas para as concessionárias com valores de R$ 480 mil a R$ 7,2 milhões. Se depois de julgadas as empresas não corrigirem os problemas, fiscais da autarquia podem multá-las em dobro em uma nova fiscalização. Até a publicação dessa matéria, a Agência Brasil não recebeu respostas das concessionárias CCR Barcas e Metrô Rio.

Informações: Portal Terra
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Niterói lança projeto para facilitar acesso dos cegos aos ônibus

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os deficientes visuais de Niterói poderão, em breve, identificar as linhas de ônibus através de um equipamento especial que será montado nos pontos da cidade. O projeto piloto, que vai começar pela linha circular 49, da Viação Ingá, será lançado nesta segunda-feria no Restaurante Olimpo.
Segundo estatística divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários (Setrerj), cerca de dois mil deficientes audiovisuais usam o sistema de transporte coletivo em Niterói.
O projeto vai começar com quatro equipamentos que serão instados, para testes, nos pontos de ônibus da Linha 49, que circula por bairros das Zonas Sul e Norte de Niterói. Os aparelhos serão usados por pessoas que possuem cegueira total ou parcial.
Em dezembro de 2010, 16,2 mil cientes com visão parcial usaram os ônibus de Niterói. Muitos são de outros municípios. o Projeto será conduzido pela Secretaria Municipal de Acessibilidade e Cidadania (SMAC) de Niterói e os recursos para a execução foram liberados pelo Setrerj e pela Fetranspor.


Fonte: O Globo
 
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Trensurb segue trabalhos de limpeza para retomada de operações em Porto Alegre e Canoas

domingo, 9 de junho de 2024

Dando continuidade nos trabalhos para retomada gradual da operação do metrô, a Trensurb realizou, nesta sexta-feira (7), a limpeza da Estação Farrapos, em Porto Alegre, cujo saguão havia alagado durante as enchentes que atingiram a cidade. Conforme a empresa, esse trabalho é feito projetando uma possível circulação dos trens, ainda neste mês de junho, no trecho que compreende as estação Farrapos, Aeroporto, Anchieta, Niterói, Fátima e Canoas.

Para que isso seja possível, além da finalização da limpeza das estações, é necessário concluir a recuperação total da subestação de energia São Luís, localizada em Canoas, que teve uma pane em um de seus equipamentos e um princípio de incêndio no dia 23 de maio.

“Temos que recuperar a subestação São Luís por completo e esperamos concluir isso até o final da semana que vem. Isso vai permitir que possamos talvez, até o final do mês, voltar a operar até Farrapos”, afirma o diretor-presidente Ernani Fagundes.

As subestações da Trensurb recebem a energia elétrica das concessionárias, em alta tensão e corrente alternada, e convertem para corrente contínua, reduzindo também a voltagem para que possa alimentar a tração dos trens. Com a catástrofe climática, duas das cinco subestações da empresa ficaram alagadas e a subestação São Luís funciona parcialmente desde a pane, impossibilitando a operação do metrô em um trecho maior da linha.
A Trensurb informa que ainda não há prazo definido para retomada da circulação dos trens no trecho que inclui as estações Mercado, Rodoviária e São Pedro devido à extensão dos danos na via férrea e em duas subestações de energia, bem como à dificuldade de obtenção de material de reposição no mercado.

No entanto, por questões sanitárias, a empresa está dando continuidade à limpeza dessas três estações. O trabalho de drenagem já havia iniciado, nesta semana, na Estação Mercado, mas em virtude da complexidade da situação, houve necessidade de uma nova contratação emergencial para dar seguimento à limpeza desta e das outras duas estações da área mais central de Porto Alegre, que acumularam muito entulho e muita lama.

Para este trabalho, máquinas comuns não suportam realizar o serviço. A expectativa da empresa é que os trabalhos sejam retomados até terça-feira, com equipamentos apropriados para que este serviço seja concluído no menor prazo possível.

Informações: O Sul

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Em São Paulo, Custo total do transporte coletivo pode ser 7,4% menor, diz consultoria

sábado, 13 de dezembro de 2014

A verificação das contas do transporte público de São Paulo, divulgada hoje (11) pela empresa de consultoria Ernst&Young, indica que a prefeitura poderia reduzir em 7,4% o valor pago para as empresas e concessionárias do sistema, se utilizar parâmetros de mercado para contabilizar os gastos com combustível, equipamentos e mão de obra, além de garantir que todas as viagens programadas sejam realizadas.

Outra mudança está na Taxa de Remuneração de Investimento (TIR) – o lucro – de 18% estipulada em 2003, que embora tenha sido considerada correta, deve ser adequada ao cenário atual, que é de aproximadamente 7,2%. O estudo foi encomendado pela própria administração municipal para servir de base a futuros ajustes na política de mobilidade.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), considerou o resultado satisfatório e afirmou que possibilitará maior controle e transparência aos novos contratos. “Essa será a base para o novo edital de licitação. Os contratos têm brechas a ser resolvidas. A partir de semana que vem vamos começar a discutir as novas licitações”, afirmou. O relatório completo será publicado na próxima semana no Blog da Verificação da SPTrans.

A consultoria percebeu que os valores pagos para manter os ônibus em circulação são diferentes dos verificados nas notas fiscais repassadas pelas empresas. Do total de 7,2%, cerca de 2% correspondem a viagens não realizadas. Segundo a Ernst&Young, uma em cada dez viagens programadas não é realizada, o que faz com que os coletivos rodem mais cheios e o cidadão fique mais tempo no ponto esperando.

Outros 3,5% correspondem à demando por mão de obra de motoristas e cobradores, cujo custo é computado contando períodos de ociosidade e de hora extra, antes mesmo de serem aferidas tais condições. Se o trabalhador cumpriu um horário de almoço mais curto ou não realizou horas extras compatíveis com o valor pago, a prefeitura remunera a empresa ou cooperativa da mesma forma.

Por fim a consultoria indicou que é preciso ajustar o valor pago pelo combustível ao preço de mercado, o que representaria uma redução de 1,3% no custo desse item. Além disso, o contrato de 2003 previa que as empresas iriam adquirir garagens para os coletivos, consideradas um investimento. Mas acabou-se percebendo que era mais vantajoso, financeiramente, alugar os espaços, o que levou a um custo extra ao sistema.

Na prática o resultado da verificação das contas do sistema de transporte é que a prefeitura pode reduzir os custos gerais do sistema na próxima licitação, que deve ser realizada esse ano. Considerada sobre a remuneração total do sistema paga em 2012, de aproximadamente R$ 5,6 bilhões, o valor corresponde a cerca de R$ 392 milhões.

O montante de subsídios utilizados pela prefeitura sistema ao longo de dez anos (2003-2013) foi de R$ 5,7 bilhões. Isso porque a tarifa somente não é suficiente para custear o sistema. O valor equivale a 15% de todos recursos financeiros do Sistema de Transporte Urbano por Ônibus do Município. Porém, o valor gasto também poderia ter sido menor, se observadas as recomendações feitas agora pela consultoria

Tantos descompassos podem ter levado a outros erros, até mesmo dentro da São Paulo Transportes (SPTrans). Foram percebidas divergências entre registros da Conta Sistema no Livro Razão da SPTrans e nos Relatórios Financeiros elaborados por suas equipes técnicas. A diferença observada entre as movimentações do Livro Razão e do Relatório Financeiro foi de aproximadamente 9%.

Quanto ao lucro obtido pelos empresários, a consultoria considerou que os valores da Taxa de Remuneração de Investimento em 18% estão compatíveis com a situação do mercado na época em que os contratos foram elaborados. Na média, o retorno em dez anos foi de 18,61%. O relatório não aponta o índice exato de lucro, pois não foi realizada auditoria nas contas das empresas e cooperativas. O número corresponde ao melhor cenário possível estimado pela Ernst&Young.

taxa de retorno

A consultoria recomendou que a prefeitura insira cláusulas de revisão desses valores ao longo do tempo de validade das concessões, para garantir uma remuneração adequada ao mercado. Hoje, a taxa de retorno que deve balizar os novos contratos é de 7,2%, cerca de 11% menor. O índice foi referenciado no utilizado na concessão de pedágios da ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro.

“É claro que estamos falando do sistema de transporte da maior cidade do país, que é um dos maiores do mundo. Não podemos comparar com um pedágio. Vamos discutir com os empresários, com a sociedade e tentar chegar em um valor justo”, ponderou o secretário Municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. Ele já adiantou que a secretaria vai realizar, pelo menos, 36 audiências públicas a partir de janeiro de 2015, para discutir o novo modelo de contrato.

Tatto disse que o relatório “aponta para mudanças nos contratos”, mas não quis adiantar se isso pode representar alguma alteração no valor das tarifas. “Isso não está sendo discutido no momento”, afirmou. Sobre a taxa de lucro, Tatto apenas garantiu que “não será de 18%”.

Para a Ernst&Yooung, alguns pontos também devem ser cuidados para evitar que os novos contratos repitam os problemas do edital de 2003. Entre eles, que as empresas tenham fluxo de caixa do projeto – prestação de serviço de transporte – e não do acionista, pois ele pode ter diversas outras atividades, o que dificulta a apuração.

Junto a isso, as empresas devem fundar Sociedades de Propósito Específico (SPE), um modelo de organização empresarial em que se constitui uma nova empresa com um objetivo determinado, para facilitar a gestão de contratos, as compras de materiais e combustíveis e a captação de recursos. Isso pode beneficiar, por exemplo, as cooperativas, que hoje não podem acessar recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Também é preciso haver mecanismos de avaliação de prestação do serviço das empresas, com impacto positivo e negativo sobre a remuneração das empresas. Por exemplo, controlar de forma eficiente as viagens determinadas e as realmente realizadas com uso de GPS.

A consultoria recomendou ainda a definição de um valor máximo pago pelo transporte de passageiros e o estabelecimento de revisões periódicas das cláusulas contratuais de remuneração.

Informações: por Rodrigo Gomes
Da RBA

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Metrôs do Rio e de São Paulo concentram liberações do BNDES em mobilidade urbana

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Os metrôs do Rio de Janeiro e de São Paulo ficaram com a maior parte dos R$ 6 bilhões desembolsados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o segmento metroviário no ano passado – R$ 2,3 bilhões foram para o Rio e R$ 2,7 bilhões para São Paulo. O restante dos recursos foi diluído e boa parte destinada ao metrô de Salvador.

Ao todo, o BNDES liberou para mobilidade urbana R$ 8,5 bilhões no ano passado, com aumento de 30% em relação ao ano anterior (R$ 6,5 bilhões). “Foi um grande crescimento, apesar da crise”, disse o chefe do Departamento de Mobilidade Urbana do banco, Rodolfo Torres. Em 2012, os desembolsos do BNDES com essa finalidade somaram R$ 1 bilhão.

Do montante de R$ 8,5 bilhões, R$ 2 bilhões foram repassados para obras dos sistemas de transporte coletivo de passageiros BRT (Bus Rapid Transit), ou transporte rápido por ônibus, e VLT (veículo leve sobre trilhos), e o restante para trens.

Segundo Torres, os recursos para mobilidade urbana vêm crescendo há algum tempo. “O que realizamos em 2015 foi plantado lá atrás. É a colheita de uma plantação feita em anos anteriores.”

Neste ano, pode haver queda de até 25% na liberação de recursos para o setor, “porque não está havendo renovação de projetos”. Torres destacou que mobilidade urbana não é um segmento que tenha investimentos pontuais que se efetivem em poucos meses. São investimentos decorrentes de um planejamento longo que depende, inclusive, do Poder Público e de licitações. “É um ciclo longo”, afirmou Torres. Ele disse que, apesar da crise, a sociedade precisa investir em modelos de projetos de mobilidade para quando o país estiver em um ciclo de economia positivo.

O Departamento de Mobilidade Urbana do BNDES espera concluir, até o terceiro trimestre deste ano, análise do projeto da Linha 6 do metrô de São Paulo. O valor total de financiamento do banco  para o projeto é R$ 6 bilhões, e os desembolsos ocorrerão ao longo dos próximos cinco anos. No Rio, o principal projeto para 2016, avaliado em R$ 540 milhões, é referente à mobilidade da Ponte Rio-Niterói e inclui melhoria dos acessos à cidade de Niterói e à Linha Vermelha.

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No Rio, Lei prevê multa para quem escutar música sem fone de ouvido dentro dos ônibus

sábado, 21 de abril de 2012

O publicitário Wellington Amaral pegou o ônibus 696 ao sair da faculdade, como sempre fazia. Depois de um dia cansativo, mal sabia ele que teria uma viagem estressante. Ao seu lado, um rapaz ligou o celular e começou a ouvir música sem fone de ouvido. Como se já não bastasse um "DJ" durante a viagem, na outra fileira de bancos uma moça fez a mesma coisa. O rapaz, então, ligou um segundo celular para "competir" com a jovem. Por causa de situações A Assembleia Lgislativa vota até o fim deste mês um projeto de lei que prevê multa de R$ 1 mil reais para passageiros que insistirem em ouvir som sem fone de ouvido e também para a empresa de transporte.
- Não só eu me senti incomodado, os outros passageiros do ônibus também. Mas eu fiquei quieto, assim como os outros, não falei nada porque faço tudo para evitar confusão - conta Wellington.

A economista Glaucia dos Santos, de 28 anos, passou por problema semelhante, mas decidiu não ficar calada. Enquanto dormia no ônibus da linha 2236, que faz o trajeto Campo Grande-Castelo, um homem ligou seu notebook e pôs um clipe musical para tocar - mais uma vez, sem usar fone de ouvido.
- Eu acordei assustada porque o som estava alto. Eu disse que o computador dele parecia muito moderno, mas que não tinham apresentado a ele um equipamento igualmente moderno, que é o fone de ouvido. Ele respondeu que estava sem fone e abaixou o volume. Eu reclamei, mas meu pai falou para eu não fazer mais isso porque posso apanhar na rua.

O medo de reclamar é justificável, principalmente diante de tantos casos de morte por motivo banal. Em março de 2010, um homem foi morto dentro de um ônibus em Botafogo depois de se recusar a fechar a janela. Isso sem falar nos casos fora do transporte público, como os que aconteceram porque alguém colocou lixo na calçada do vizinho ou reclamou de barulho durante a madrugada.

Segundo o deputado Bruno Correia, autor do projeto de lei, multa de R$ 1 mil reais para passageiros mal educados e empresas de transporte que não tomam providências contra eles seria aplicada apenas em último caso:
- Primeiro há a recomendação de o próprio motorista ou funcionário da empresa orientar o passageiro a desligar o aparelho ou usar o fone. Não sendo cumprida, há a multa, que seria aplicada pela força policial mais próxima.

Sobre o valor da multa, que para alguns pode parecer um exagero, o deputado justifica:
- Isso é um parâmetro. A maioria das leis prevê multa nessa faixa. E, quando mexe no bolso, a população costuma pensar mais nos seus atos. O mais importante, entretanto, é a mudança cultural. Todos têm que respeitar o direito do próximo. Há momentos apropriados, e no coletivo isso não é adequado.

A proposta do deputado vale apenas para meios de transporte intermunicipais. O projeto de Bruno Correia já passou por algumas comissões da Casa. Se for aprovado, deverá coibir situações como a que estudante Thaís Veríssimo passou. Durante uma viagem de madrugada do Rio para Teresópolis, uma mulher ouvia uma rádio evangélica pelo celular, com o alto-falante ligado.
- Uma outra passageira foi até ela e pediu gentilmente para desligar a música porque estava incomodando os outros passageiros. Ela justificou que "a música era de Deus". A moça respondeu: "tudo bem senhora, mas nem todos querem ser evangelizados e estão incomodados. Desligue, por favor". Ela se rendeu e desligou.

Como a lei se aplica a meio de transporte intermunicipal, outros beneficiados seriam os passageiros das barcas. O servidor público Evandro Pereira, de 29 anos, conta que em uma viagem de Niterói para o Rio, um homem ouvia um funk com letras pornográficas. Na ocasião, Evandro estava com o seu filho, que tinha 5 anos.
- Eu pedi pra ele: "amigo, por favor, pode desligar a música? Pela lei, é proibido usar aparelho de som em transporte público". Ele disse que não sabia que lei era essa, mas desligou. Mas logo em seguida ligou de novo. Então chamei um funcionário da Barcas S/A, que pediu para que ele desligasse. Só assim ele acatou.

Sem lei, decretos e portarias preveem apenas avisos proibitivos, mas não as providências
De fato, não há uma lei que proíba ouvir som em transporte público sem fone de ouvido. O decreto municipal n° 12.713/94 prevê apenas que os veículos devem ter um adesivo informando que é proibido usar aparelho de som. De acordo com a Secretaria Municipal de transportes, as autoridades dentro do ônibus são o motorista e/ou o cobrador e cabe a eles solicitar ao portador do equipamento de som que diminua o volume ou tomar as devidas providências para o bom andamento da viagem. Para as linhas intermunicipais, vale a portaria 437/97 do Detro, que proíbe aparelho sonoro no interior do veículo, mas não define sobre o que o usuário incomodado deve fazer.

Segundo a assessoria do Departamento, o passageiro pode reclamar ao motorista, que deve pedir que o aparelho seja desligado. Caso ele insista, o motorista poderá procurar a autoridade policial mais próxima ou um fiscal do Detro, se houver.

A Barcas S/A informou que também sinaliza as estações e as embarcações, orientando o usuário a não utilizar equipamentos que emitam som alto. Porém, os funcionários da empresa não podem obrigar ninguém a desligar o aparelho.

Segundo o MetrôRio, o Decreto Estadual nº 2.522/1979 prevê advertência ao passageiro que não atender à orientação de desligar ao aparelho de som. Os clientes que se sentirem incomodados devem procurar os agentes de segurança nas estações. Esses, apesar de não poderem retirar o cliente do metrô, orientam o passageiro a abaixar o volume ou usar fone de ouvidos.
No caso dos trens, a SuperVia informou que a atitude é considerada inconveniente pelo regulamento do transporte ferroviário, o decreto nº 1932/1996. Para garantir o bem estar dos demais passageiros, a atitude é coibida pelos agentes da concessionária, a quem os demais passageiros podem reclamar. Quem insistir no comportamento inconveniente poderá ser convidado a se retirar do trem.

Em outubro do ano passado, a concessionária iniciou uma campanha incentivando o uso do fone de ouvido. Segundo a SuperVia, a campanha foi elogiada por muitos passageiros, mas o número de reclamações não diminuiu.
Cigarro e aparelhos de som: avisos lado a lado, mas apenas um deles é baseado em lei
Na maioria dos meios transportes públicos existem avisos fixados, geralmente no interior, sobre as proibições - como conversar com o motorista, no caso dos ônibus; fumar e usar aparelhos sonoros.

A proibição ao fumo se baseia na lei estadual nº 5.517/2009, que não apenas proíbe, como prevê a retirada do usuário que insistir em fumar. Essa atitude é de responsabilidade da empresa, que, se não cumprir a lei, pode ser multada entre 1.548,63 e 15.486,27 UFIRs (Unidade Fiscal de Referência).
Para Wellington do Amaral, personagem do início da matéria, entretanto, uma lei para aparelhos sonoros não será suficiente:
- Todo mundo fica indignado quando alguém fuma no ônibus, mesmo que seja na janela. Acho que essa mesma indignação tem que ser usada nesse caso. Se houver uma lei que proíba, também acredito que deve haver uma campanha de conscientização.

Fonte: Extra Globo

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Em Porto Alegre, Liberação da avenida Tronco altera itinerário de linhas de ônibus

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Com a liberação do trânsito em toda a extensão da avenida Tronco nesta terça-feira, 9, oito linhas do transporte coletivo terão alterações de itinerário (confira abaixo). Na rótula da Tronco passam 48 linhas de ônibus. A liberação beneficia cerca de 80 mil passageiros. 

Os ônibus que vierem pela Tronco entrarão na rótula seguindo pela avenida Teresópolis até a Gomes Carneiro onde converterão à esquerda, seguindo o seu trajeto anterior à obra. Já aqueles que vierem do Centro pela avenida Cascatinha ou Carlos Barbosa contornam a rótula atendendo duas paradas de ônibus na rua Bispo Laranjeira e ingressando no corredor após a Gomes Carneiro. Os ônibus que vierem da Zona Sul seguem pela Gomes Carneiro e depois o trajeto habitual. 

Com o funcionamento do corredor exclusivo da Gaston Haslocher Mazeron, os usuários do transporte coletivo terão mais conforto e segurança na espera da sua linha. O espaço contará com paradas  iluminadas, com bancos e cobertura. 

Linhas que terão alteração: 

Sentido bairro-Centro

244 – Santa Tereza: Moab Caldas, Rótula da Tronco, Gastão H. Mazeron, Azenha e segue itinerário original;

244.1  – Santa Tereza/ Mariano de Matos: Moab Caldas, Rótula da Tronco, Mariano de Matos e segue itinerário original;

T3 (Sentido Sul-Norte) + 282 - Cruzeiro do Sul + 282.1 - Pereira Passos: Moab Caldas, Rótula da Tronco, Bispo Laranjeira, ingressa no corredor da Silva Paes, conversão à esquerda na Gomes Carneiro e segue itinerário original;

263 Orfanotrófio + 263.2 Orfanotrófio/Azenha: Sepé Tiaraju, Bispo Laranjeira, Silva Paes, conversão à direita na Gomes Carneiro e segue itinerário original;

263.1 Orfanotrófio /J. Medianeira: Gomes Carneiro, cruza Silva Paes, Gomes Carneiro e segue itinerário original.

Sentido Centro-bairro

244 – Santa Tereza: Azenha, Rótula do Papa, Gastão H. Mazeron, Rótula da Tronco, Sepé Tiaraju, Manuel Lobato e segue itinerário original;

244.1  – Santa Tereza/ Mariano de Matos: Mariano de Matos, Rótula da Tronco, Sepé Tiaraju e segue itinerário original;

T3 (Sentido Norte-Sul): Niterói, Rótula da Tronco, Moab Caldas e segue itinerário original;

282 - Cruzeiro do Sul + 282.1 - Pereira Passos: Carlos Barbosa, Rótula da Tronco, Moab Caldas e segue itinerário original;

263 - Orfanotrófio + 263.2 Orfanotrófio/Azenha: Carlos Barbosa, Rótula da Tronco, Sepé Tiaraju e segue itinerário original; 

263.1 - Orfanotrófio /J. Medianeira: Carlos Barbosa, Clemente Pinto, Cinco de Novembro e segue itinerário original.

Informações: Prefeitura de Porto Alegre

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