Governo de SP assina concessão do Trem Intercidades que vai ligar Campinas à capital *** Ônibus da MobiBrasil 100% movido a gás natural entra em operação no Grande Recife *** Cuiabá reduz em 87% reclamações com monitoramento de frota inteligente *** Trensurb retoma operação do metrô de forma emergencial *** Terminal do Tatuquara completa três anos integrando a região Sul de Curitiba *** Campinas atinge mais de 107 km de rotas para bicicletas *** Metrô de BH receberá 24 novos trens em 2026
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Rodoviária de Belo Horizonte. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Rodoviária de Belo Horizonte. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

Integração do transporte público avança no Brasil

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Iniciada como teste-piloto na última semana no Distrito Federal, a integração do transporte público foi aprovada pelos passageiros, o que reforça a opinião de especialistas de que a medida é a solução mais racional para usuários e operadores do serviço. Mas o modelo, adotado nas principais capitais do mundo, está longe de ser aceito por todos e imune a falhas no Brasil.

Embora Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador tenham adotado o sistema, a articulação é condicionada a um limite de tempo ou viagens e nem sempre o desconto para o passageiro é integral (veja quadro). Atualmente a rede integrada de Curitiba, que não tem esse tipo de restrição, é considerada a mais completa e barata do país.  

O sistema integrado de Curitiba começou a ser implantado de forma pioneira nos anos 1980. Na capital paranaense, por uma tarifa de R$ 2,60 nos dias de semana e R$ 1 aos domingos, o cidadão toma quantos ônibus precisar na cidade e em 13 municípios da região metropolitana. A cidade é famosa ainda pelos ônibus biarticulados que transportam um número maior de passageiros e pelos terminais de integração física espalhados pelas ruas.

Na avaliação de Roberto Gregório da Silva Júnior, presidente da Urbanização de Curitiba S.A (Urbs), empresa responsável pela administração do serviço, o planejamento foi importante para o sucesso do modelo. Ele destaca que a rede foi planejada como um sistema radial: nos anos 1970 foram construídas canaletas exclusivas para ônibus, obedecendo a essa proposta. “A criação dos eixos foi inserida no plano viário da cidade. Foi se consolidando um transporte mais rápido a um custo extremamente competitivo. Um sistema muito perto do ideal”, diz.

O modelo é mais amplo que o de São Paulo, onde o usuário pode fazer quatro viagens em um período de até três horas ao preço máximo de R$ 4,65. E supera também o do Rio de Janeiro, onde o bilhete único vale por  duas horas e meia para apenas um transbordo, custando até R$ 3,95 dentro do município e até R$ 4,95 em trajetos intermunicipais.

No Distrito Federal, a integração por enquanto conecta somente duas cidades – Taguatinga e Ceilândia – às avenidas W3 Sul e Norte, Rodoviária do Plano Piloto, Guará, Núcleo Bandeirante, Setor de Oficinas Sul e Octogonal. O passageiro tem duas horas para mudar de ônibus sem pagar um novo bilhete e terá o custo máximo de R$ 3. As linhas estão disponíveis das 8h às 17h de segunda a sexta, das 8h à meia-noite aos sábados e das 6h à meia-noite aos domingos e feriados.

Segundo Lúcio Lima, diretor técnico do Transporte Urbano do DF (DFTrans), a ideia é que haja um período de adaptação antes de expandir o benefício, que inicialmente abrangerá cerca de 40 mil pessoas. Ele diz ainda que para tornar o modelo global é necessário licitar mais três lotes de ônibus novos, o que deve acontecer até agosto. “Até lá, o transporte estará totalmente integrado em todos os modais. Hoje metrô e micro-ônibus ainda não fazem parte”, afirma.

De acordo com Joaquim José Guilherme de Aragão, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em política de transporte, a integração é positiva porque, além de beneficiar o usuário, “enxuga” a frota. “No Distrito Federal, por exemplo, onde hoje há 900 linhas, dá para ter 200. Brasília tem uma rede viária coesa”, explica.

Ele acrescenta que a capital federal está atrasada na adoção do sistema, principalmente porque viveu anos de insegurança jurídica na concessão das rotas de transporte público. “Os contratos já estavam vencidos. Finalmente estão acontecendo as licitações”.

Artur Morais, pesquisador da UnB e especialista em políticas públicas de transportes, destaca que integrar gera custos para o operador e por isso é preciso realizar pesquisas antes de implantar o sistema. “É preciso compensar. Em vez de fazer viagens muito longas, a empresa pode fazer viagens menores com maior quantidade de passageiros. Com isso, é possível reduzir as viagens deficitárias”, disse.

Confira como funciona a integração em algumas capitais brasileiras:


O bilhete único permite ao usuário fazer quatro viagens de ônibus e metrô em até duas horas ao custo máximo de R$ 4,65.


O bilhete único no sistema de ônibus permite um transbordo em até duas horas por R$ 2,75. Para metrô e ônibus, o custo sobe a R$ 3,95. Para trajetos intermunicipais, o preço é R$ 4,95 e engloba ônibus, barcas, trens, metrô e vans.


Todo usuário que utiliza duas linhas ou uma linha de ônibus e o metrô dentro de um intervalo de uma hora e meia tem desconto de 50% na tarifa da segunda linha, de segunda a sexta-feira. Nos domingos e feriados, a segunda opção é gratuita e os usuários têm desconto na terceira viagem.


Por uma tarifa de R$ 2,60 nos dias de semana e R$ 1 aos domingos, o cidadão toma quantos ônibus precisar na cidade e em 13 municípios de sua região metropolitana.


Uma única vez ao dia e dentro de um período de duas horas, o passageiro pode fazer uma integração pagando 50% da tarifa no próximo ônibus. Para que a integração ocorra, é condição obrigatória que o segundo ônibus seja de uma região diferente do primeiro. Para isso, a cidade de Salvador foi dividida em quatro grandes regiões.

READ MORE - Integração do transporte público avança no Brasil

São Gabriel será utilizada como segundo terminal de BH

terça-feira, 20 de outubro de 2009


Nos grandes feriados, como os de fim de ano, ônibus com destino ao Nordeste sairão de estação de integração Para que a situação do último Carnaval não se repita e os usuários não tenham que esperar mais de seis horas pelos ônibus de viagem, no próximo grande feriado das festas de fim de ano, cerca de 40 ônibus com destino ao Nordeste do país e ao Norte de Minas podem sair da Estação São Gabriel, que integra ônibus urbano e metrô, desafogando a rodoviária da capital.
"Se percebermos que a capacidade da rodoviária será excedida, o que, pela experiência anterior, deve acontecer, vamos usar a Estação São Gabriel", afirmou o diretor de Ação Regional e Operações da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), Edson Amorim.Amorim explica que o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro tem um limite de 90 ônibus por hora.
"O excedente deve ser enviado ao São Gabriel. Daremos preferência aos ônibus que vão para o Nordeste porque a estação fica na saída da BR-381."Porém, a Estação São Gabriel deve ser oficialmente anunciada como segundo terminal rodoviário para os grandes feriados somente em novembro, quando a BHTRANS terá em mãos todos os estudos de viabilidade e uma estimativa da real demanda do fim de ano, já que as empresas de transporte começam a vender passagens 30 dias antes da viagem.
A decisão sobre onde será construído o novo terminal rodoviário de Belo Horizonte ainda não foi tomada. Segundo Edson Amorim, até o fim de outubro, a consultoria paulista contratada pela BHTRANS deve entregar o estudo da viabilidade da construção no bairro Calafate, na região Oeste da capital. "Mantemos a ideia do Calafate. Mas, se o estudo apontar que é inviável ter a rodoviária lá, vamos analisar outros locais potenciais para o novo terminal", afirmou Amorim.
READ MORE - São Gabriel será utilizada como segundo terminal de BH

No Rio, Ônibus frescões, à disposição de turistas no aeroporto estão cheios, lentos e ineficazes

sábado, 24 de setembro de 2011

Quando chegar ao Rio para assistir aos jogos da Copa do Mundo, em 2014, o turista poderá desfrutar do novíssimo Transcarioca, o BRT com 39km de extensão que ligará o Aeroporto Internacional Tom Jobim à Barra. Orçado em R$ 1,6 bilhão, o sistema com ônibus articulados integrará 45 estações, três terminais para embarque e desembarque de passageiros, nove pontes, três mergulhões e dez viadutos, beneficiando 400 mil pessoas por dia. Mas, enquanto a Copa não chega, os 32 mil passageiros que diariamente aportam no Galeão vivem uma verdadeira odisseia para se locomover através do serviço público disponível.

Funcionando oficialmente como aeroporto internacional desde 1945, o Galeão conta apenas com uma companhia de ônibus executivo (frescão) da viação Real Premium, que tem apenas duas linhas: uma para o Aeroporto Santos Dumont via Linha Vermelha ou Avenida Brasil e outra até o Terminal Alvorada via Linha Amarela ou orla - sendo esta o destino de mais de 60% dos turistas que chegam ao Rio.
 
Além de poucos - saem a cada meia hora do Terminal 1 e circulam das 5h30m até as 23h30m -, esses ônibus não são exclusivos para o aeroporto: vão recolhendo passageiros ao longo do caminho.
 
Outra opção de transporte público, ainda menos confortável, são quatro linhas de ônibus regular que fazem os itinerários Aeroporto-Niterói, Aeroporto-Bonsucesso e Aeroporto-Ilha (via Bancários ou Bananal). A situação é ainda mais grave no Terminal 2, que atende a dez empresas aéreas. Ali, os ônibus muitas vezes chegam já quase lotados de passageiros que embarcaram no Terminal 1.
 
Bagageiros externos atrasam a viagem

Há dois anos morando em Copacabana, o engenheiro da Petrobras Jeferson Gomes reclama da falta - crônica, segundo ele - de transporte público para o acesso ao aeroporto:
 
- As filas muitas vezes são extensas, demoram mais de uma hora, porque, quando saem cheios do Terminal 1, os ônibus nem passam por aqui. A viagem também é lenta porque ele vai parando em todos os lugares e o próprio motorista tem que descer para pegar as malas dos passageiros no bagageiro, que é do lado de fora.
 
Pior ainda é a situação na Rodoviária Novo Rio, onde muitos passageiros fazem baldeação. A estudante Barbara Fernandes há um ano vem de Minas encontrar o namorado no campus da Uerj, no Maracanã. Após desembarcar no Tom Jobim, para reduzir os custos, ela recorre ao frescão destino Rodoviária Novo Rio.
 
- Até a Rodoviária, eu pago R$ 6,50 e, de lá, R$ 12 de táxi. Também não pego táxi na porta da Rodoviária, porque lá é mais caro, cobram "no tiro". Prefiro pagar pelo taxímetro - contou.
 
Mas pode ficar pior - para os portadores de deficiência física. O aposentado Jefferson Gonçalves Lima demorou 45 minutos para chegar, de avião, de Belo Horizonte ao Rio, mas esperou mais de uma hora para conseguir um lugar para ele e sua bagagem no ônibus da linha 915 (Aeroporto-Bonsucesso).
 
- A oferta é mínima e, apesar de haver por lei vagas reservadas para portadores de deficiência, ninguém respeita a regra - reclamou.
 
A falta de opções abriu espaço para uma espécie de transporte de ocasião: as temíveis lotadas. Na última quinta-feira, era possível ver, depois das 18h, passageiros na fila de ônibus do Terminal 2 sendo assediados por motoristas particulares. Segundo funcionários, eles aguardam a saída dos ônibus cheios para oferecer uma opção entre R$ 15 e R$ 20 por passageiro, dependendo do itinerário da corrida.
 
- Eles estacionam no final do terminal e vêm a pé até aqui. Quando a Guarda Municipal chega, eles pegam o carro e dão a volta. Quando a Guarda se afasta, eles voltam e estacionam outra vez - comentou um funcionário do aeroporto, já habituado ao esquema.
 
Outra opção é o trânsito dos táxis comuns (amarelinhos) que levam passageiros para os setores de embarque dos dois terminais, no segundo piso, e, na volta, tentam pescar algum passageiro desembarcando. Eles não podem ficar estacionados em área de trânsito e tentam driblar os guardas enquanto os passageiros não aparecem.
 
Sobre rodas, o dobro de tempo de avião
 
A viagem entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e a orla do Leblon pode levar 1h30m - quase o dobro do tempo de voo na ponte aérea Rio-São Paulo -, mesmo com trânsito bom, dependendo do número de bagagens. No lugar de ônibus expressos como em cidades europeias e mesmo em Buenos Aires, por exemplo, o serviço de ônibus executivo (frescão) do Galeão pouco difere de um coletivo comum. São 34 passageiros sentados - e alguns em pé, se necessário. Na última quarta-feira, O GLOBO acompanhou a aventura de passageiros que vieram de Salvador, São Paulo e Recife, além de alguns estrangeiros que se arriscaram a embarcar no melhor serviço de transporte público oferecido.
 
O ônibus saiu do Terminal 1 do aeroporto às 19h53m, parando no Terminal 2 já bastante cheio. Deixou o aeoroporto às 20h, levando 34 passageiros sentados nas poltronas existentes e outros três no corredor, em bancos improvisados com malas de viagem. A primeira parada foi às 20h18m na Rodoviária Novo Rio. Pacientemente, o motorista desceu, retirou as bagagens dos passageiros que desembarcaram, deu o troco que faltava a um deles e seguiu viagem, cinco minutos depois.
 
Com o trânsito fluindo, o ônibus chegou às 20h37m no Aeroporto Santos Dumont. Outros passageiros desceram e uma nova remessa subiu. O veículo deixou o aeroporto doméstico às 20h41m, com três passageiros em pé. Dali até o Leblon, foram mais 50 minutos, com mais dez paradas, oito delas para a retirada de bagagens.
 
- Hoje até que está bem rápido - comentou o engenheiro Jeferson Gomes, que saltou em Copacabana.
 
 
Fonte: O Globo
 
Share |
READ MORE - No Rio, Ônibus frescões, à disposição de turistas no aeroporto estão cheios, lentos e ineficazes

BYD lança o primeiro ônibus elétrico rodoviário do Brasil

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Em maio passado, a BYD apresentou o D9F, primeiro ônibus elétrico rodoviário à venda no Brasil. O novo ônibus elétrico, destinado às operações de fretamento e rodoviária de curta e média distâncias, tem autonomia para rodar até 400 quilômetros entre as recargas da bateria.

O BYD D9F tem dois motores elétricos produzidos pela própria marca. Trata-se do BYD – 2912TZ -XY-A. A potência total combinada é de cerca de 402 cv, de acordo com informações da empresa. Esses motores são integrados às rodas do eixo traseiro.

O veículo utiliza carroceria Viaggio, na versão 1050, fabricada pela Marcopolo. O chassi, produzido na fábrica da BYD em Campinas, interior paulista, é tubular. Esse tipo de construção dispensa a necessidade de alongamento para carrocerias de até 13,2 metros.

Segundo o diretor da divisão de ônibus da BYD, Marcello Schneide, uma das vantagens do novo ônibus elétrico é o nível zero de emissões de poluentes, como o CO2.

O executivo chama a atenção para os 400 quilômetros de autonomia entre as recargas das baterias. “As operadoras de curta e média distâncias passam a contar com uma ótima opção em termos de desempenho e economia.” A recarga completa das baterias é feita em cerca de quatro horas em recarregadores rápidos.

Outro destaque, segundo Schneider, é a maior disponibilidade. Isso porque o modelo tem bem menos peças que um similar com motor a combustão.

Custo menor

Ainda segundo o executivo, o custo operacional é cerca de 70% menor na comparação com um ônibus a diesel convencional. Isso faz com que o modelo passe a ser uma alternativa interessante, sobretudo no atual momento, em que a busca pela redução de custos é ainda maior.

Por ser silencioso, o BYD D9F também leva vantagem em operações que envolvam rodoviárias em centros urbanos. Outro destaque é o sistema de suspensão integral a ar. De série, o ônibus elétrico traz equipamentos como sistema de freios a disco com ABS e controle de tração.

44 passageiros

Na versão de entrada, o BYD D9F tem 12,9 metros de comprimento e capacidade para 44 passageiros. Há ainda ar-condicionado e poltrona móvel, que permite acessibilidade total à cabine. Sistemas de som e entretenimento, além de entradas USB em todos os assentos, também fazem parte do pacote.

Veículos podem ser financiados pela Finame

Esses ônibus elétricos agora podem ser financiados por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que passou a oferecer linhas de crédito para a compra de veículos comerciais elétricos.

Com isso, os executivos da marca, que preveem comercializar, em 2020, entre 120 e 150 ônibus, acreditam que a nova modalidade de crédito ajudará a compensar a queda nas vendas causada pelo avanço do novo coronavírus. A empresa também aposta na renovação de frotas municipais.

Informações: Estadão
READ MORE - BYD lança o primeiro ônibus elétrico rodoviário do Brasil

Em BH, Avenida Amazonas terá BRT e ônibus seguirá até Contagem

domingo, 9 de junho de 2013

Ainda correndo contra o tempo para concluir as obras atrasadas do BRT (sigla para transporte rápido por ônibus) até o fim deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, ontem, que estuda a implantação de duas novas linhas do transporte na cidade. A primeira será construída pela extensão da avenida Amazonas até a divisa com Contagem, na região metropolitana. A outra, chamada de BRT Metropolitano, deverá fazer a ligação da rodoviária da capital a Betim, na mesma região.

Os estudos, anunciados ontem durante o 3º Congresso da Associação Latino Americana de Sistemas Integrados e BRT, começaram em abril. Não há data ainda para o início das obras, mas a previsão é de que os estudos de viabilidade sejam finalizados em até 18 meses, segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). 

Linhas.
Na avenida Amazonas, o BRT será construído ao longo dos 9 km de extensão da via, a partir da ligação com o BRT da avenida Paraná, no centro da capital, até o bairro Vila São José, no liminte com Contagem, pouco antes da via se transformar na BR–381.


Com 60 mil veículos circulando por dia na avenida, a BHTrans acredita que o fluxo pode ser reduzido em 40% no local, a mesma estimativa para as outras linhas do BRT na capital. “Na Amazonas, faltam só confirmações técnicas”, frisou o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas. A estimativa de custos é de R$ 300 milhões. Serão 121 ônibus de 33 linhas da capital e 88 metropolitanas. Devem ser 20 estações e 340 mil usuários.

Em Contagem, a previsão da Autarquia de Trânsito e Transporte de Contagem (Transcon) é de que o BRT desafogue em 50% o tráfego em toda a cidade.

O BRT Metropolitano ainda não é consenso entre as prefeituras envolvidas e está em estágio mais inicial. Enquanto a BHTrans planeja uma rota para ligar a rodoviária da capital até Betim, passando pela Via Expressa e pela avenida Tereza Cristina, por onde circulam cem mil veículos diariamente, a Prefeitura de Betim estuda implementar o monotrilho para melhorar a mobilidade.

“Nós também estamos estudando o projeto de 24 km de monotrilho para ligar Contagem ao centro de Betim, e parece viável. Mas vamos esperar as análises do BRT”, disse o presidente da Transcon, Agostinho Silveira.

O engenheiro Juan Carlos Horta Gutiérrez, da UFMG, afirma que o BRT não deve ser suficiente para solucionar o problema do trânsito na capital. “Ele é um transporte que alivia o trânsito. Mas, a longo prazo, as vias movimentadas em que ele é implementado podem sofrer de novo com congestionamentos”.

Por Lucas Simões
Informações: O Tempo
READ MORE - Em BH, Avenida Amazonas terá BRT e ônibus seguirá até Contagem

Porto Alegre apresenta seu plano de transportes para 2014

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Iniciativas na área de transporte e mobilidade para Porto Alegre na Copa do Mundo foram apresentadas na última sexta-feira, 26, em Belo Horizonte, pelo diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Capellari, no último dia do Seminário Técnico de Tráfego e Transportes promovido pelo Comitê Organizador Local (COL). O secretário extraordinário da Copa 2014, João Bosco Vaz, acompanhou o evento, cujo objetivo é alinhar informações entre o COL e as 12 cidades-sede sobre o planejamento operacional do setor e o sistema de transporte para os estádios.

Durante cerca de 30 minutos, Capellari expôs a estrutura que Porto Alegre deverá ter em 2014 para receber jogos do mundial e atender a demanda na área de transporte. Linhas especiais de ônibus e lotação deverão ser implantadas para facilitar o acesso do Aeroporto Internacional Salgado Filho, da Estação Rodoviária e de outras regiões da cidade para o estádio Beira-Rio. “Apresentamos toda a parte de planejamento de transporte por ônibus e lotação. Linhas especiais irão atender as regiões da Rodoviária e do aeroporto com veículos qualificados”, explicou Capellari. Conforme o secretário Bosco, a idéia é implementar também uma linha circular com trajeto pelos hotéis de Porto Alegre.

O sistema de monitoramento por câmeras, implantado há três anos pela prefeitura com a Central de Controle e Monitoramento da Mobilidade (Cecomm) e referência para outras cidades-sede, também será ampliado. Atualmente, a Capital conta com mais de 40 câmeras de alta definição e sistema digital com mil metros de alcance. Até 2013, ano da Copa das Confederações, serão 150 câmeras, número que poderá subir em 2014.

Estacionamentos - Além da qualificação do sistema de transporte, uma das preocupações da EPTC e da Secopa é a ampliação do número de vagas de estacionamento para a Copa. A EPTC está fazendo um estudo para identificar número de vagas existentes na cidade e poderá negociar com entidades como a PUCRS para implantar uma área de estacionamento na universidade destinada ao público dos jogos, além de vagas no Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho, o Harmonia. Outras áreas privadas deverão ser utilizadas. “Vamos identificar os locais e garantir que os preços não sejam abusivos”, explica Capellari. Ônibus dos estacionamentos até o estádio serão colocados em circulação pela prefeitura. Conforme levantamento da Secopa, são cerca de 1,78 mil vagas de estacionamento no entorno do Beira-Rio. A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) também identificou 96 estacionamentos a até cinco quilômetros do estádios.

Para Capellari, a EPTC dependerá ainda de resoluções que serão anunciadas ao longo do tempo, como quais seleções virão para Porto Alegre e os locais dos Campos Oficiais de Treinamento (COTs), para traçar algumas estratégias. “Teremos de montar uma estrutura de mobilidade para o deslocamento de seleções para os COTs, mas ainda precisamos de informações mais detalhadas para preparar um plano focado nas seleções que estarão em Porto Alegre”, define o diretor-presidente.

Agentes de fiscalização deverão trabalhar em parceria com Brigada Militar e Policias Civil e Federal no esquema de escolta de delegações e autoridades. Entre janeiro e fevereiro de 2012, a EPTC deverá iniciar processo seletivo de novos agentes de fiscalização de trânsito. Atualmente, o efetivo da empresa é de 508 agentes. A meta é ampliar para 700 até junho de 2013, ano da Copa das Confederações.

Sinalização - A cidade contará também com sinalização em outros idiomas para orientar os visitantes. A prefeitura também deverá desenvolver um cartão TRI especial com validade limitada para turistas que virão à Capital. A EPTC prevê que 100% dos semáforos de Porto Alegre tenham lâmpadas LED em 2012, o que significa maior qualidade e economia.

Para Capellari, experiências da cidade com a realização de grandes eventos como o Fórum Social Mundial (FSM) mostraram que Porto Alegre tem todas as condições de garantir serviços de transporte de qualidade em 2014. “Estamos muito bem em relação a outras cidades-sede da Copa. Temos um sistema de transporte consolidado no atendimento à população e ao território da Capital. Os ônibus são qualificados em termos de informação e a tripulação preparada para bem atender o turista. Vamos fazer um evento com tranqüilidade”, avaliou Capellari.


Informações da Secopa de Porto Alegre

READ MORE - Porto Alegre apresenta seu plano de transportes para 2014

Em BH, Revitalização do Anel poderá incluir a implantação do BRT

sábado, 25 de agosto de 2012

A reforma do Anel Rodoviário de Belo Horizonte pode contemplar a preparação da via para a implantação do Transporte Rápido por Ônibus (BRT). De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), a proposta foi bem-recebida pelo governo do Estado, responsável pela licitação do projeto executivo de modernização da via. A ideia é que o BRT seja instalado nas marginais do Anel e faça a interligação das avenidas, que vão receber o sistema.

Segundo o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas, a revitalização do Anel será uma oportunidade para articular um sistema de transporte público ligando as principais avenidas da cidade. "Solicitamos ao governo estadual para preparar as marginais para receber o sistema. A prefeitura aproveitaria a obra e implantaria os corredores e as estações do BRT", explicou Freitas. Conforme a proposta, seriam ligadas transversalmente às avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Pedro II, Amazonas, Tereza Cristina e a Via do Minério - região entre os bairros São Gabriel, na região Nordeste, e Olhos d’Água, no Barreiro. Por enquanto, apenas a Cristiano Machado e a Antônio Carlos estão em obras para a implantação do BRT. A expectativa é de que, a cada ano, o sistema seja implementado em uma das avenidas sugeridas. Portanto, as próximas seriam a Amazonas, a Pedro II e a Via do Minério. No Anel Rodoviário, o transporte funcionaria da mesma forma que será feito nas avenidas da cidade, com estações elevadas, pagamento antecipado da passagem e embarque no nível da calçada. "O usuário economiza muito tempo no deslocamento, já que vai ir de uma região a outra da cidade, sem precisar passa pelo centro", disse Freitas.


Temor. Para o subcomandante da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), major Agnaldo Lima de Barros, antes de pensar em BRT, o governo deveria tratar de outras prioridades mais urgentes no Anel Rodoviário. "É preciso estudar muito para saber se é viável. Além disso, temos vários outros problemas no Anel que até hoje não foram resolvidos. Não podemos mais atrasar as obras de revitalização", disse o major.

"A princípio, acredito que existam soluções mais viáveis e mais baratas, como o próprio sistema de linhas de ônibus. O Anel tem uma função mais rodoviária do que de passageiros", avaliou Márcio Aguiar, especialista em transporte e trânsito.
Informações: O Tempo Online
READ MORE - Em BH, Revitalização do Anel poderá incluir a implantação do BRT

Scania Experience Ônibus promove linha com motores dianteiros pelo País

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A partir desta quinta-feira (9) e até outubro, cinco ônibus personalizados circularão por todas as regiões brasileiras, em caravana que deverá percorrer cerca de 17 mil km


Começa nesta quinta-feira (9), em São Paulo, a primeira edição do Scania Experience Ônibus, caravana Scania da Série F, que tem o objetivo de divulgar por 22 cidades a linha de motores dianteiros da marca. Para pôr em prática a ação, a fabricante personalizou cinco modelos F 250 4x2 que promovem os diferenciais da gama. O Scania Experience Ônibus vai passar por todas as cinco regiões do País e estará na estrada de maio a junho e, depois, de agosto a outubro, com organização de eventos pelas concessionárias participantes. 

“Estamos resgatando um pioneirismo da Scania, quando em 2003 colocamos para rodar pelo Brasil o projeto Ponto a Ponto, que durou 80 dias e percorreu 15 mil quilômetros”, afirma Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania do Brasil. “Desta vez, faremos um evento ainda maior, que deverá marcar presença por 17 mil quilômetros. Será um envolvimento importante das Casas Scania, que terão a oportunidade de receber os clientes em suas instalações ou em locais escolhidos estrategicamente.”

O Scania Experience Ônibus vai passar em maio pelas cidades de São Paulo (9), Caxias do Sul (14), Porto Alegre (16), Florianópolis (21) e Curitiba (23); em junho por Belo Horizonte (6), Vitória (11), Rio de Janeiro (20), Salvador (25) e Maceió (27); no mês de agosto por Recife (1), Natal (6), Fortaleza (8), São Luís (13), Belém (15), Palmas (22) e Campo Grande (29); em setembro nas localidades de Cuiabá (5), Porto Velho (12), Goiânia (19) e Londrina (24), e para encerrar o evento, no dia 3 de outubro, a escolhida foi São José do Rio Preto.

As Casas Scania que participam da ação têm a liberdade de criar seu próprio evento para receber a caravana. “O fundamental é a concessionária respeitar as características dos clientes locais e suas tradições”, salienta Pereira. “Vamos mostrar pelo Brasil o quanto a nova linha de motores dianteiros Scania chegou para oferecer uma operação rentável, com disponibilidade mecânica, baixo custo operacional, durabilidade, robustez e segurança.”

Cada um dos cinco veículos personalizados terá uma marca diferente de carroceria para mostrar a grande oferta de opções que a nova linha de motores dianteiros da Scania proporciona aos mercados urbano e rodoviário. As marcas e os modelos representados são Caio Apache VIP, Comil Svelto, Mascarello Gran-Via, Marcopolo Torino e Neobus Mega.

Pioneirismo Scania 

O projeto Ponto a Ponto foi realizado de fevereiro a abril de 2003 e reuniu mais de 7 mil convidados. Na época, a Scania fez uma exposição de suas gamas rodoviária e urbana. “Esse evento marcou a indústria nacional de ônibus. Foi algo inédito, que entrou até para a história da Scania no mundo. Estamos felizes por retomar uma estratégia que rendeu inúmeros negócios, fidelizou e conquistou clientes.”

Chassis mais eficientes do segmento

A linha de ônibus urbana com motor dianteiro Scania oferece o modelo F 250 na tração 4x2. A versão possui motor de 9 litros, 250cv de potência e desenvolve torque de 1.150Nm. “Nosso produto é reconhecido pela robustez e força no pesado serviço urbano”, salienta Pereira. “Além disso, ele garante ao operador excelente economia de combustível, em virtude do alto torque em baixas rotações, uma das maiores vantagens do propulsor Euro 5.”

O Scania F 250 4x2 é equipado com sistema elétrico/CAN, que gerencia todas as funções do veículo e permite sempre o melhor desempenho na operação e maior facilidade de manutenção. Essa característica apresentada pela nova arquitetura dos produtos garante rápido diagnóstico de falhas, o que aumenta ainda mais a disponibilidade do veículo.

O chassi sai de fábrica com distância entre eixos de 6.500mm. Essa configuração permite comportar carrocerias de 12,6  até 13,2 metros de comprimento, o que proporciona grande capacidade de passageiros, sem perda de rendimento. A suspensão dos eixos dianteiro e traseiro é com molas. Para garantir maior conforto ao motorista, o modelo possui coluna de direção ajustável. Um dos itens do pacote de opcionais é o freio ABS.

“Em virtude dos futuros grandes eventos esportivos, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada 2016, no Rio de Janeiro, existe a perspectiva de grande demanda por veículos alimentadores dos corredores exclusivos para ônibus”, opina Pereira.

A linha de chassis com motor dianteiro Scania apresenta uma evolução em comparação à geração anterior na concepção de produto, que resultou na otimização do espaço na entrada para o salão de passageiros. O motor do veículo foi avançado em 160mm para garantir melhor acesso ao corredor do ônibus.

A Scania é um dos principais fabricantes mundiais de caminhões e ônibus para transporte pesado e de motores industriais e marítimos. Os produtos de serviços têm participação crescente nos negócios da empresa, assegurando aos clientes soluções de transporte econômicas e com alta disponibilidade operacional. Com 38.600 colaboradores, a Scania está presente em mais de 100 países. As atividades de pesquisa e desenvolvimento são concentradas na Suécia, e as operações industriais estão localizadas na Europa e na América do Sul, com possibilidade de intercâmbio global de componentes e veículos completos. Em 2012, as receitas totais da Scania alcançaram 79,6 bilhões de coroas suecas e o resultado financeiro após a dedução de impostos foi de 6,6 bilhões de coroas suecas.

Para mais informações acesse: www.scania.com.br
READ MORE - Scania Experience Ônibus promove linha com motores dianteiros pelo País

Usuários de ônibus encontram dificuldades nos pontos na Grande BH

sexta-feira, 23 de abril de 2010


São ônibus lotados, muita gente viajando em pé, sem segurança. Essa é a rotina de quase 200 mil passageiros que usam o transporte coletivo, diariamente, nessa região. O problema mais grave é que estes ônibus passam por rodovias federais perigosas, como a BR-381. Mas, será que esse tipo de viagem é permitido? É o que nós vamos saber na reportagem do Gabriel Senna e Geraldo Capreta.

Rodoviária de Belo Horizonte, 5h30. Motorista e passageiros se preparam pra uma viagem até Conselheiro Lafaiete. Serão 100 quilômetros pela BR-040. Por lei, ninguém pode ir em pé e todas as poltronas tem que ter cinto de segurança.

Ravena, região metropolitana, 7h. Esses passageiros estão embarcando para Belo Horizonte. Eles também vão percorrer uma rodovia federal. Serão mais ou menos 25 quilômetros pela BR-381, uma das mais perigosas do país. Só que a lei que serve para aquele outro ônibus, não vale pra este. Aqui não há cinto de segurança e passageiros podem ir em pé. É o que prevê a legislação do Conselho Nacional de Trânsito, que abre exceção para viagens intermunicipias com percursos menores. Mesmo se no caminho tiver uma movimentada rodovia.

Ainda dentro da cidade, o ônibus vai enchendo quem não quer ir em pé, espera. Tem medo. Quando o veículo entra na 381, já não há mais lugar nos bancos. Quem conseguiu se sentar usa o pé como apoio. Quem descansa na escada, não vê saída. A marca no pescoço foi provocada por um acidente no ano passado.

Dona Leodita diz que um caminhão bateu no ônibus em que ela estava, desta mesma linha. Havia muita gente em pé. Pelo caminho, muitos flagrantes. Ultrapassagem em faixa contínua, pelo acostamento. Em determinados trechos são duas curvas a cada quilômetros. A gente já passou da metade do caminho e o ônibus está lotado. Não cabe ninguém mais aqui dentro. O problema se repete em outras rodovias. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, só na região metropolitana são 199 linhas que passam por BRs, quase 200 mil pessoas por dia.

Na BR-040, em Contagem, pela janela, os passageiros dão o recado. Pela manhã os pontos estão cheios, os ônibus lotados. Pessoas espremidas nas portas. Um, dois, três, dez. Todos assim. Não cabe mais ninguém. Um especialista em transporte público diz que não há saída fácil para o problema. Enquanto não há solução, muita gente viaja com medo.

O DER informou que foram registradas cem reclamações de ônibus lotados, nos três primeiros meses deste ano, na região metropolitana. E que todas elas são verificadas. Os passageiros podem fazer a denúncia pelo telefone: 118.

Fonte: Globominas

READ MORE - Usuários de ônibus encontram dificuldades nos pontos na Grande BH

DF: Almanaque de problema do transporte público

segunda-feira, 15 de março de 2010


Trinta milhões de passageiros insatisfeitos mês a mês. Ônibus lotados, atrasados, quebrados e sujos. Quem pode, compra carro ou moto. Mas uma parcela considerável da população não tem outra opção a não ser submeter-se à rotina exaustiva de um sistema de transporte público ineficiente. Quem se debruça a estudar o caos aponta basicamente duas causas: incompetência do poder público para garantir o bom funcionamento do sistema e a falta de infraestrutura que privilegie o transporte coletivo de passageiros.

Na última semana, o Correio levantou os números do sistema do DF e de outras quatro capitais. Entre elas, Curitiba (PR), considerada modelo na gestão do transporte público no país. Apesar de contar com uma frota de ônibus 67,8% maior do que a de Curitiba e de ter um número de linhas quase três vezes maior, o número de passageiros transportados no DF é 29,6% menor do que na capital paranaense. Os números não são os únicos indicadores para medir a qualidade do sistema. Se a linha é muito extensa, exige mais veículos, por exemplo, e o intervalo entre eles tende a ser maior. Se os ônibus são articulados ou biarticulados, têm maior capacidade e, portanto, podem ser em número menor.

Mas o grande problema do DF não está na quantidade de ônibus ou de linhas. O que falta é gestão do sistema, aponta o professor Joaquim Aragão, doutor em Engenharia de Transportes e coordenador de pesquisa do Centro de Formação de Recursos Humanos em Transportes (Ceftru), da Universidade de Brasília (UnB). “Aqui temos o inchaço de ônibus e de linhas, mas o governo não tem controle sobre a operação. Não sabe o horário que os ônibus passam nem se cumprem o itinerário. O usuário sabe menos ainda. Vai na Rodoviária e veja se tem tabela com o horário, se está atualizada e se é cumprida”, desafiou Aragão.

O especialista tem razão. No início da tarde de quinta-feira, os painéis luminosos (leia Memória) do terminal de embarque da Rodoviária do Plano Piloto deveriam informar o horário e o itinerário, mas estavam fora de operação. Só a parte superior do equipamento, destinada à publicidade, apresentava-se em perfeito estado de conservação. Passando-se por usuário, a reportagem dirigiu-se a um dos quiosques dos funcionários das empresas e pediu a tabela de horário dos ônibus que seguem para Planaltina. O homem apontou na direção oposta, para outro quiosque onde teria a informação. Lá uma mulher orientou que procurássemos o DFTrans, órgão responsável pela gestão e fiscalização dos ônibus. “É só você subir aquela escada”, disse.

Volte amanhã

Não há qualquer placa indicando os caminhos para se chegar ao DFTrans. A porta é recuada pelo menos três metros em relação às lojas e restaurantes, o que dificulta ainda mais a localização. Perguntada sobre a tabela de horários das linhas de Planaltina e Sobradinho, a servidora pega uma pasta preta com plástico. “Acho que não tenho aqui. Essas são as que mais saem”, avisou. Depois de folhear duas vezes a pasta, ela constata que não tem os horários de Planaltina e pede que retorne no dia seguinte.

Foram 10 minutos entre o primeiro pedido de informação até a resposta negativa do DFTrans. Enquanto isso, no mesmo balcão, um usuário irritado entregava uma reclamação por escrito a outro servidor do DFTrans. “Se vocês não tomarem providências, eu vou procurar o Ministério Público e vou denunciá-los por omissão”, avisou o funcionário público Salomão Sousa, 57 anos. “Os motoristas de dois ônibus que fazem o trajeto Núcleo Bandeirante-UnB transformaram o ônibus em uma boate ambulante. Não sou obrigado a ficar ouvindo bailão (música sertaneja), especialmente num volume alto”, destacou.

Salomão contou à reportagem que era a segunda vez, em 15 dias, que ele oficializava a mesma queixa. No mesmo dia, um funcionário do DFTrans ligou para Salomão. “Ele alegou que não daria andamento ao meu pedido se eu não apresentasse os números dos ônibus que vem trafegando com o som ambiente alto. Falou que não tem como deslocar um dos 89 fiscais para fazer a fiscalização no local”, disse Salomão. “Dá a impressão de que a fiscalização do DFTrans é de gabinete ou então aliada às empresas. Que eles só apuram as irregularidades quando não é mais impossível desconhecer o problema”, desabafou.

“Liga no 156”

O Correio também esteve no terminal do Setor O, de Ceilândia, e no de Samambaia, para tentar obter a lista com os horários dos ônibus. No primeiro terminal, conseguiu a tabela dos micro-ônibus, mas não o detalhamento do itinerário. Como faço para saber onde o ônibus passa? “Você vai ter que pegar um deles e ir anotando”, indicou um funcionário. No balcão das empresas de ônibus convencionais, a funcionária disse que apenas o DFTrans tinha a lista. Mas lá também não tinha. “Você liga no 156, opção seis e pergunta. Ou então, acessa o site do DFTrans na internet”, orientou. Em Samambaia, os funcionários do terminal também não tinham a lista para fornecer.

Para Joaquim Aragão, falta vontade política do governo.

Ele defende que, se quisesse, o governo já teria feito a integração do sistema. “Não precisa esperar as grandes obras como corredores exclusivos ou linhas verdes. É só mapear a cidade e integrar as linhas”, afirmou. Mas o governo, sempre que questionado sobre os problemas de trânsito e transportes do DF, aposta que todas as soluções virão com o Brasília Integrada (veja Para saber mais).

Fiasco dos painéis

Os painéis luminosos foram instalados na Rodoviária do Plano Piloto em 1998, quando foi concluída a reforma. O Departamento Metropolitano de Transportes (DMTU), hoje DFTrans, anunciou que eles poriam fim aos atrasos dos ônibus e das longas filas de espera nos pátios da Rodoviária. Logo no primeiro dia, o sistema se mostrou um fiasco e não funcionou. Todo o sistema de automação só foi concluído um mês depois. Os 69 painéis e 12 câmeras instalados na época custaram R$ 3 milhões. Em 2000, os usuários reclamavam que as placas estavam constantemente quebradas. No ano seguinte, eles começaram a exibir palavras e frases desconexas, inclusive em inglês (foto). Dois engenheiros com especialização nos Estados Unidos foram chamados para consertar o equipamento, mas encontraram dificuldade. O governo decidiu desligá-los para evitar ainda mais confusão.

Sem nenhum conforto

As incoerências do sistema de transporte no Distrito Federal também aparecem na quantidade passageiros transportados mensalmente em cada ônibus. Em média, são 10,6 mil por mês ou menos de 15 usuários por dia em cada veículo. Teoricamente era para o passageiro ter o mínimo de conforto, como fazer as viagens sentados. Mas não é isso que ocorre. As cenas de ônibus abarrotados de gente são comuns. E sobram relatos de pessoas obrigadas a esperar pelo próximo veículo por falta de espaço.

Nos horários de entre picos, dezenas de veículos ficam ociosos em diversos pontos da cidade. A maioria deles fica estacionado lado a lado no Mané Garrincha, no fim da Asa Norte e ao lado dos terminais de ônibus. Enquanto isso, a população que precisa se locomover fora dos horários de pico espera por até duas horas no ponto de ônibus.

Para o presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Âmbito Nacional (Autcan) Miguel Fernandes da Silva, o problema é de gestão no Distrito Federal. “Falta o poder público tomar conta. Hoje o sistema está nas mãos das empresas. Elas definem os itinerários e horários, e descumprem depois”, critica Silva. A Autcan representa 83 mil usuários em todo o país.

O Correio fez contato com o DFTrans para entrevistar o responsável sobre o assunto e para levantar os dados relativos ao sistema na última terça-feira. A assessoria de imprensa informou que ele estava muito ocupado resolvendo os problemas do Sistema Fácil (que ficou fora do ar durante a semana passada para recarga do passe livre aos estudantes), mas tentaria agendar um horário, o que não ocorreu até as 18h30 de sexta-feira.

A pedido do Correio, o órgão informou que conta com 84 fiscais. No último ano, foram emitidas 5.566 notificações e 1.306 ônibus piratas acabaram apreendidos. De janeiro a março deste ano, são 680 autuações e 65 retenções de veículos piratas. A principal queixa dos usuários é em relação ao descumprimento da tabela horária e do itinerário. Problemas que o órgão combate fiscalizando e multando as empresas que cometem as irregularidades. Já os horários, são divulgados na internet.

Descaso

A estudante Lígia Carolina Santana Catunda, 22 anos, critica a falta de informação e superlotação dos veículos. “Acho um absurdo colocarem os horários só na internet. E as pessoas que não têm acesso? Os horários deviam ficar nas paradas, mas não colocam porque aí teríamos como cobrar”, comentou.Em Curitiba, a relação passageiros por ônibus/mês é a mais alta entre as cinco capitais: 25.372 por mês ou 35 pessoas por dia por veículo. Ainda assim o transporte da capital paranaense é considerado modelo no país. Gestor de operação de trânsito de Curitiba, Luiz Filla conta que na capital paranaense a qualidade do sistema é definida da seguinte forma: nos horários de pico, um ônibus comum, com 12m, deve transportar 44 passageiros sentados mais seis passageiros por metro quadrado em pé. Isso dá uma média de 80 pessoas por veículo. Os articulados circulam com no máximo 160 pessoas e o biarticulados, com 230.O sistema é reavaliado semestralmente. Se a demanda ultrapassa o limite fixado, as empresas têm de colocar mais ônibus na linha. Se o número de passageiros pagantes aumenta — avaliação diária —, a reavaliação do sistema é antecipada. Para fazer cumprir as metas, horários e itinerários fixados pelo governo, 250 fiscais acompanham a prestação de serviço das empresas. “Quando observam qualquer anormalidade, atuam imediamente para sanar o problema. Nosso usuário é bastante exigente”, ressaltou Filla.Em Curitiba, as principais infrações cometidas por ônibus são adiantamento do horário sem justificativa, dirigir de forma inadequada e ônibus em estado de conservação inadequada. “Aqui não temos problema de descumprimento da linha ou de viagens. Quando ocorre, nós multamos as empresas”, diz. A eficiência do transporte de Curitiba se deve também ao sistema de infraestrutura. Lá existem corredores exclusivos, terminais de integração e cobrança antecipada nos terminais. O sistema funciona como uma rede e parte do princípio que o usuário paga o valor de uma passagem para chegar ao destino, ainda que precise usar mais de um ônibus.

Fiscalização eletrônica
~
Em Belo Horizonte, o segredo para manter as empresas na linha é a fiscalização eletrônica. Por meio de dois softwares, o governo controla o cumprimento dos horários e se tem superlotação. O governo ainda fiscaliza qualquer sinal de anormalidade por meio da leitura do disco de tacógrafo. O número de fiscais é pequeno, 22 para todo o sistema.

“A nossa fiscalização pesada é eletrônica. Temos o controle de 100% dos veículos e ainda vamos implementar um sistema de GPS”, explica Jussara Bellavinha, diretora de desenvolvimento e implementação de projetos.Mas não é só a fiscalização eficiente que garante a qualidade do transporte público.

O diretor-superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NUT), Marcos Bicalho dos Santos, explica que a falta de infraestrutura que dê preferência ao transporte coletivo em detrimento do individual tem relação direta com a qualidade do serviço prestado. “Se o ônibus tem que disputar espaço na via com os carros, a qualidade do serviço vai cair. O trânsito está cada dia mais congestionado”, lembra.

O sindicato das empresas de ônibus do DF foi procurado, com as perguntas encaminhadas por e-mail, conforme orientação da assessoria de imprensa da entidade. Mas, até o fechamento da edição, não houve retorno. (AB)

Video exibido em 2009.


Fonte: Correio Brasiliense
READ MORE - DF: Almanaque de problema do transporte público

Em BH, Terminais metropolitanos serão integrados ao sistema BRT na capital

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Imagine gastar, de ônibus, 30 minutos de Contagem ou Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, até o Centro da capital, e também tirar 160 ônibus de circulação do Hipercentro em horário de pico. Isso é o que promete o governo do estado, que anunciou ontem a construção e reforma de 13 terminais de ônibus na Grande BH. Além dos três municípios, haverá estações em Vespasiano, Ribeirão das Neves, Ibirité e Sarzedo. A previsão é de que o novo sistema de transporte metropolitano, que vai custar R$ 187 milhões, comece a operar no início do ano que vem e esteja concluído até o fim de 2014. O projeto, na capital, prevê a reforma dos terminais de integração Vilarinho, São Gabriel e da atual rodoviária e a construção do terminal Bernardo Monteiro, na região hospitalar.

Em vez de ir de ônibus direto dos bairros para o Centro de BH, os passageiros vão, com linhas convencionais, até os terminais metropolitanos de integração. Lá, eles vão embarcar em linhas especiais que podem ou ir direto até o Centro da capital, em linhas expressas, ou parar ao longo do caminho, em linhas semiexpressas. Sete dessas estações vão ser integradas ao sistema do BRT (transporte rápido por ônibus) da capital mineira, em implantação nos corredores das avenidas Antônio Carlos e Pedro I e Cristiano Machado, exclusivos para os coletivos.

Mas, mesmo aqueles terminais que não forem vinculados ao BRT já adotarão características desse sistema, como o pagamento da passagem antes de usar o transporte, além do embarque em nível – sem que seja necessário subir degraus para entrar no veículo. As estações vão contar  com painéis informatizados, atualizados com os horários de chegada e partida de cada linha. Os terminais integrados ao BRT contarão ainda com ônibus articulados, com maior capacidade de passageiros. “A conurbação metropolitana que se espalha sem controle apresenta uma nova realidade. Com a licitação e as obras de 13 terminais de ônibus, vamos permitir uma mobilidade urbana melhor”, afirmou o governador Antonio Anastasia.

Fluidez

Atualmente, a rede metropolitana de transporte conta com 740 linhas e 3 mil ônibus. A estimativa é de nos horários de pico 1 mil ônibus metropolitanos circulem no Centro de BH. Com as mudanças, esse número deve cair 16%, passando para 840 veículos, de acordo com a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop). Outra vantagem do sistema, que vai atender uma média diária de 700 mil usuários, é que haverá linhas que ligarão um terminal a outro. Quem sai de Contagem, por esemplo, poderá chegar ao terminal São Gabriel sem a necessidade de trocar de ônibus no Centro de BH

O sistema vai permitir encurtar os percursos dos municípios do entorno até a capital, ganhando agilidade. Sem as linhas antigas que vinham para BH, a previsão  é de aumentar em cinco vezes a oferta de ônibus dentro das cidades da RMBH. O prefeito de Santa Luzia, Carlos Alberto Calixto, recebeu com animação a notícia da construção dos terminais. “Mais de 70 linhas saem hoje de Santa Luzia e causam grande transtorno na Linha Verde. São pelo menos dois quilômetros de coletivos apenas de Santa Luzia. Durante o dia, essas linhas funcionam ociosas”, disse.

O projeto dos terminais metropolitanos de integração prevê também o investimento de R$ 200 milhões pelas empresas concessionárias de ônibus para a compra de ônibus adequados às novas estações. Serão adquiridos 150 veículos, todos com ar-condicionado, GPS, painéis informativos e avisos sonoros para orientar passageiros sobre as paradas. De acordo com o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, por enquanto as estações metropolitanas serão separadas das linhas municipais. “Enquanto não houver a integração tarifária não podemos unificar as passagens”, explicou.

As novas estações

BH
» São Gabriel*
» Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip)*
» Bernardo Monteiro*

Contagem
» Darcy Ribeiro
» Cidade Industrial
» São Joaquim

Vespasiano
» Morro Alto*

Santa Luzia
» São Benedito*

Ribeirão das Neves
» Jardim Colonial*
» Justinópolis*

Ibirité
» Ibirité

Sarzedo
» Sarzedo

* Terminais vinculados ao BRT

Enquanto isso, consulta prorrogada

Foi prorrogada até 5 de março a consulta pública aberta em dezembro para ouvir a comunidade e os interessados na parceria público-privada (PPP) para a construção do metrô. O processo estava previsto para ser encerrado em janeiro. Ontem, o governador Antonio Anastasia disse acreditar que a PPP terá muitos interessados e que, pelo cronograma, parte da operação do metrô já se daria talvez no início do ano que vem. Com a prorrogação da consulta, no entanto, os atrasos se propagam na abertura da licitação e no início das obras das três linhas, orçadas em R$ 3,1 bilhões. Sobre o trecho da Linha 3 (Savassi/Lagoinha), o governador foi mais realista com o cronograma. “A linha subterrânea, que vai passar sob  Centro da cidade, essa, até pela dimensão, vai demorar um pouco mais”, afirmou o governador. Comentários e sugestões para a consulta pública podem ser enviados para  metrormbh@transportes.mg.gov.br.

Informações: Estado de Minas

READ MORE - Em BH, Terminais metropolitanos serão integrados ao sistema BRT na capital

Seja Mais Um a Curtir o Blog Meu Transporte

BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

Seguidores

 
 
 

Ônibus articulados elétricos em Goiânia


Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

NOVO BRT RIO


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


Seja nosso parceiro... Nosso e mail: meutransporte@hotmail.com

Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

VLT no terminal Gentileza


Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960