O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Nelson Menezes, presente à audiência, argumentou que cerca de 26 mil pessoas utilizam o transporte público para chegar ou sair dos bairros cortados pelo binário. “Um corredor agregaria muito mais mobilidade àquela região. Hoje, alguns ônibus estão demorando 30 minutos num percurso que antes faziam em 20″, reclamou.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Transportes e Trânsito da Câmara Municipal do Recife, vereador Romildo Gomes, também questionou as mudanças feitas pela CTTU. “Deveria ter havido maior diálogo dessas propostas com a população e com outros órgãos envolvidos”, apontou.
O diretor de projetos especiais da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Manoel Damasceno, reiterou que qualquer medida sugerida por outros órgãos públicos ou enviadas pela população serão levadas em consideração dentro de critérios técnicos de viabilidade ao longo do mês de setembro. Na reunião realizada entre o órgão e moradores da região afetada, ocorrida na última quarta-feira (29), foram coletadas 34 propostas, que já começaram a ser analisadas, conforme Damasceno.
“A sociedade pediu espaço para a bicicleta e fizemos isso. Agora, as pessoas reclamam porque o carro perdeu espaço e querem um corredor de ônibus, mas a via não é tão larga assim. Tem que haver uma decisão de que modal de transporte devemos priorizar”, comentou o representante da CTTU.
MAIS MUDANÇAS - No próximo sábado, a rua Virgínia Loreto passará a ser mão única no sentido da avenida 17 de agosto para a rua João Tude de Melo. Isso vai evitar que os motoristas vindos de Casa Forte em direção aos bairros da Madalena e de Afogados tenham que passar pela praça do Parnamirim, prejudicada pelo grande fluxo de veículos após a criação do binário. Segundo a CTTU, cerca de 35 mil veículos trafegam no local todos os dias. Nos próximos 30 dias, também deve ser criado um binário entre as ruas Antônio Castro e Evaristo Veiga.