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Licitação para BRT em Salvador sai em julho e recursos estão garantidos

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O dinheiro para o pontapé inicial das obras do BRT (transporte rápido em vias exclusivas) de Salvador já está disponível. Falta apenas se definir o processo de licitação, previsto para o próximo mês, que vai permitir o início das obras, prevista na sua primeira fase, para ser concluída em 24 meses após a assinatura dos contratos. R$ 400 milhões é o custo previsto para a primeira etapa do projeto.

Mas se depender do aporte de recurso e da disposição da Prefeitura, elas começam imediatamente, uma vez que além dos R$ 300 milhões já assegurados  anteriormente pelo município, mediante empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF), outros R$ 105 milhões foram assegurados pelo Governo federal, mediante contrapartida, para que o projeto do BRT finalmente saia do papel.

A primeira etapa do BRT deverá começar com intervenções na infraestrutura urbana, que incluem viadutos, elevados, vias exclusivas por onde trafegarão os ônibus especiais, e  remodelagem do sistema de drenagem e saneamento da região que compreende  a região da Estação da  Lapa, passando pela avenida Vasco da Gama e Lucaia (Rio Vermelho) até a região do Iguatemi.

Os recursos  foram confirmados desde o final de semana passada, quando o prefeito ACM Neto recebeu o aval da Caixa para a liberação de R$ 108 milhões para o projeto na sua primeira etapa.Anteriormente outros R$ 300 milhões já  tinham sido assegurados pela CEF. A Prefeitura, conforme confirmou o secretário municipal de Mobilidade urbana (Semob), Fábio Mota, já tem toda a documentação pronta que garante a realização da licitação. “Inicialmente vamos realizar as obras estruturais no percurso de 8,7 quilômetros até a região do Iguatemi, com viadutos, elevados e sistema de drenagem”, disse Mota.

Em duas etapas
O secretário Fábio Mota disse que a licitação deverá ser feita em Regime Diferenciado de Contratações – RDC,  modalidade instituída pelo Governo Federal na época da Copa do Mundo, como forma de ampliar a eficiência nas contratações públicas e aumentar a competitividade entre as empresas interessadas. O RDC foi instituído pela Lei nº 12.462, de 2011, regulamentado pelo  Decreto nº 7.581 de 2011.

Numa primeira etapa o RDC consiste no cadastramento eletrônico de propostas feitas pelas empresas que participam da licitação, quando são classificadas para a etapa subseqüente, as três melhores propostas, que incluem menor preço e prazo.  Numa segunda etapa da licitação, com processo aberto, são feitos as ofertas de preços, prazos e condições de execução da obra.

O secretário de Mobilidade Urbana de Salvador explica que por essas razões não se pode antecipar quaisquer informações, a não ser a garantia dos recursos e o início do processo de licitação. Ele disse ainda que as intervenções estruturais constam de elevados na região do Lucaia (cruzamento entre as avenidas Vasco da Gama, Garibaldi e Juracy Magalhães) e um complexo de viadutos na área próxima ao parque da Cidade e elevados na região do Iguatemi.

Pelo projeto da Prefeitura, o BRT terá extensão de 8,7 quilômetros, entre a Estação da Lapa até a ligação Iguatemi Paralela (LIP), com o uso de vias exclusivas de trânsito, feitos em ônibus articulados e climatizados, com tempo estimado em 16 minutos. Para que os usuários possam utilizar outros sistemas de transportes, serão construídas oito estações de transbordos: Dique, Ogunjá, HGE, Rio Vermelho, Lucaia, ACM, Hiperposto e Iguatemi.

Os ônibus irão trafegar em corredor com faixa exclusiva, que eliminam retornos e semáforos, facilitando o fluxo de veículos.

Intervenção em Feira de Santana
Em Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado, a 104 quilômetros de Salvador, as obras já estão em andamento. Mas em Salvador, a população apenas ouviu falar do BRT, mas a única lembrança que tem é a dos antigos ônibus articulados que rodaram na via exclusiva do antigo projeto Transporte de Massa de Salvador (TMS), em 1987, com vias exclusivas nas avenidas Bonocô e Vasco da  Gama, e que serviriam de base para VLT, na gestão do ex-prefeito Mário Kertezs.

O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema de transporte coletivo de passageiros, criado em 1974, e que utiliza uma infraestrutura urbana própria, com via exclusiva de tráfego e um tipo de veículo de alta capacidade, como  , que geralmente possuem diversas portas para acelerar a entrada e saída dos passageiros. A principal característica é que esses veículos trafegam em corredores próprios, no centro das avenidas com,o forma de evitar os congestionamentos no trânsito.

No Brasil a primeira cidade a implantar o BRT foi Curitiba, no Paraná, seguidas de Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte , Brasília, Recife, Fortaleza, Uberaba, Uberlândia , Goiânia, e agora no Rio de Janeiro, e com projeto em andamento em Belém. Na Bahia a primeira cidade a implantar o serviço é Feira de Santana, cuja obra  tem uma extensão de 4,5 quilômetros  e requer investimentos de R$ 87 milhões, devendo entrar em operação em 2017. Em Salvador, as obras deverão ser iniciadas em 2017.

O sistema de transporte coletivo de Curitiba, que tem pouco mais de 1,7 milhão de habitantes,  é integrado ao sistema viário e ao uso do solo. Ele é formado por linhas expressas, alimentadoras, inter bairros e diretas. Atualmente mais de dois milhões de passageiros utilizam diariamente o Sistema Integrado de Transporte Coletivo, que é composto por 1.980 ônibus atendendo 395 linhas. 

por Adilson Fonseca
Informações: Tribuna da Bahia
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Em Campinas, População elogia conforto, segurança e acessibilidade nos BRT's

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Usuários do sistema de transporte coletivo urbano de Campinas aprovaram o conforto, a segurança e a acessibilidade dos novos ônibus fabricados com tecnologia BRT (Bus Rapid Transit - Transporte Rápido com Ônibus) e que começaram a circular na região do Campo Grande desde 1º de agosto.

Ao todo, 15 veículos adquiridos pela Itajaí Transportes Coletivos Ltda, iniciaram a operação nos horários de pico na linha 2.12 (Terminal Itajaí), percorrendo o itinerário entre o Campo Grande e o Centro.

Os investimentos da empresa foram da ordem de R$ 10 milhões e a expectativa é de continuar incrementando as linhas com este modelo a cada renovação da frota da Itajaí nos próximos meses.

Os novos veículos são articulados e circulam na Avenida John Boyd Dunlop, agregando novas tecnologias. Alguns veículos contam, por exemplo, acesso à internet por sistema wireless. “É uma opção importante para a população que aproveita o tempo de viagem para adiantar compromissos, obter informações e até se distrair”, disse Claudia Vilella, estudante universitária de Psicologia que aprovou a novidade.

Outra característica elogiada pela população foi a maior segurança nos embarques e desembarques. O motorista conta com uma tela ao lado do volante, por onde pode ver o embarque e desembarque de passageiros, afinal existem câmeras que captam o movimento dos passageiros nas portas de acesso ao ônibus. “Isto é importante para evitar acidentes, pois o motorista poderá ter um controle melhor da situação”, disse o mecânico Antonio Mendes Ribeiro.

Conjuntos óticos dianteiro e traseiro com LED’s também são um diferencial nos novos ônibus. “Isto permite maior segurança na condução dos ônibus no trânsito, pois as lanternas ficam mais visíveis”, comentou o motorista José dos Santos.

A acessibilidade é também outro item bastante comemorado entre os usuários. Um sistema de elevação para auxiliar o acesso dos cadeirantes permite uma mobilidade mais eficiente e segura na entrada e saída das pessoas com deficiência.

Além disso, um sistema de rebaixamento da suspensão permite um ajuste adequado dos degraus na altura da calçada ou do piso em que estão os passageiros com mobilidade reduzida. “É um luxo. Nunca tinha visto algo deste tipo. Resumiu a aposentada Jacira Lemos.

O conforto dentro do ônibus foi outra vantagem apontada pela população. Os ônibus possuem 21 metros e podem transportar até 145 passageiros. Possuem carroceria Marcopolo, montada sobre chassis Volvo. Os veículos são mais largos e altos; e, com uma configuração diferenciada das poltronas, têm maior área livre e facilitam a circulação dos passageiros. “Mesmo com o veículo cheio, é mais gostoso seguir viagem”, afirmou a doméstica Maria José dos Reis.

Estes ônibus articulados - de desenho futurista, inspirado nos modernos trens de alta velocidade - são semelhantes aos veículos que vão percorrer os corredores Ouro Verde e Campo Grande e atender a população nas estações que serão implantados a partir do ano que vem, com investimento de R$ 339 milhões – sendo R$ 295 milhões do Governo Federal e R$ 44 milhões do Município.


Créditos: Fotos: Zeca Filho

O secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC) lembrou que a mudança e as plenas vantagens do sistema BRT só serão sentidas quando puderem circular em via segregada, de forma que haverá redução dos tempos de embarque e desembarque de passageiros, por ser composto de veículos com grande número de portas e de plataformas niveladas ao piso do ônibus.

Outra vantagem será o pagamento fora do veículo, as estações fechadas e seguras e os mapas de informação em tempo real.

O projeto

O BRT é um sistema rápido, flexível e de alto desempenho – parecido com o sistema de Metrô – e foi escolhido como padrão do transporte coletivo nas próximas décadas em Campinas e em pelo menos mais 13 cidades no País: Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Campo Grande (MS); Cascavel (PR); Curitiba (PR); Goiânia (GO); Maringá (PR); Salvador (BA); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Rio de Janeiro (RJ); Uberlândia (MG) e Vitória (ES).

A Prefeitura, através da Secretaria de Transportes e da EMDEC, vai aplicar na cidade nos próximos três anos o Plano de Mobilidade Urbana, que prevê a implantação de dois corredores de ônibus exclusivos à esquerda para a operação do sistema BRT nos eixos Ouro Verde e Campo Grande.

O objetivo é de garantir um ganho significativo na qualidade do transporte coletivo urbano, que resultará na redução do número de veículos nas ruas, pois muitos deverão migrar para o BRT.

O sistema vai, por exemplo, reduzir pela metade o tempo de viagem das pessoas e deverá operar com ônibus articulados e biarticulados. Haverá interligações fechadas entre os corredores. Além disto, estão previstas as reformas do Terminal Ouro Verde e do Viaduto Miguel Vicente Cury.

Para o Ouro Verde, estão previstos 17,3 km de corredor exclusivo à esquerda, com cobrança desembarcada e sistema de guiagem ótica ou magnética, que funcionará como um “trilho virtual”, ampliando o controle e confiabilidade da operação do transporte. O Corredor ligará o Centro ao Ouro Verde, até o Aeroporto de Viracopos.

Já o Corredor Campo Grande, de acordo com o Plano, contará com 17,8 km, também com corredor exclusivo à esquerda.

A estimativa é que os dois corredores juntos transportem, em 2014, cerca de 30 mil passageiros por hora nos períodos de pico; podendo chegar a 40 mil, nos próximos 30 anos.

Além dos dois corredores exclusivos, os recursos serão voltados para duas grandes intervenções: ampla reforma do Terminal Ouro Verde, para adaptação ao sistema BRT; e a reforma e o alargamento do Viaduto Cury, para atendimento à nova realidade de corredores e integração com o Corredor Central.

Também está definido no Plano, um corredor exclusivo à esquerda, uma interligação perimetral para reduzir o percurso negativo e diminuir a demanda nos corredores principais. A interligação será a construção de uma nova via no leito desativado do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no trecho entre o Campos Elíseos e a Vila Aurocan.
Fonte: EMDEC
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Semana começa com dúvidas de usuários e falhas no BRT em Uberaba

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A primeira segunda-feira após a inauguração do sistema de transporte coletivo Vetor/BRT foi de dúvidas e análises em Uberaba. Por volta das 7h, os terminais estavam cheios e alguns usuários do serviço buscavam informações sobre horários e itinerários. Durante as viagens, a porta da estação tubo do Parque Mirante apresentou problemas para abrir. De acordo com o superintendente do Transporte Coletivo, Claudinei Nunes, o período ainda é experimental e o modelo passará por reajustes.

As mudanças nas linhas de ônibus causou incômodo para uma usuária do transporte público que não quis se identificar. Para ela, faltaram informações sobre o funcionamento, e a dúvida resultou em atraso para chegar ao trabalho. “Eu pegava o Circular 3 perto da minha casa e agora não sei qual tenho que pegar. Deu para entender mais ou menos as explicações e não estamos gostando disso. Estou no terminal e já era para estar no serviço há muito tempo”, disse.

Outra usuária questionou a agilidade prometida com o BRT. O problema maior, segundo ela, é a espera por linhas de bairros distantes em terminais que não possuem lugar para sentar. “Saí às 7h05 do terminal leste. Se passaram 35 minutos e tenho que ficar de pé esperando no terminal oeste, já chego cansada no serviço. A gente anda em pé no ônibus e tem que esperar de pé no terminal”, reclamou.

O superintendente do Transporte Coletivo afirmou que o acompanhamento do sistema tem sido feito e garante melhorias para breve. “Percebemos as questões desde às 5h30 da manhã. Muitos ajustes serão feitos, inclusive nos horários e mais carros em determinadas linhas. Há uma questão de migração de usuários para outras linhas também. Estamos ajustando isso”, afirmou.

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Uberaba já confirmou algumas mudanças. Além do aumento de ônibus em linhas alimentadoras do sistema, visto a demanda apresentada por usuários e conferida in loco, linhas como a 54 (Jardim Primavera) e 27 (Jardim Copacabana) já entrarão em operação nesta terça-feira (3) com mais dois ônibus cada. Outras linhas também estão sendo monitoradas para averiguar esta necessidade, bem como ajuste nos horários dos ônibus, caso ocorrido nas Linhas 13 (IFTM) e também Ponte Alta (saindo do Terminal Leste). A partir de quarta-feira  (4), a linha 50 (Abadia) também terá ônibus saindo do Terminal Oeste. Atualmente, a saída é apenas no Praça Rui Barbosa.

Trânsito 
Equipe da empresa Transzum, consultoria encarregada de levantar informações e dados sobre o trânsito de Uberaba e que norteou a contratação da semaforização inteligente, estará em Uberaba nesta terça-feira (3). Conforme anunciado, a prefeitura irá reestudar o sistema nas rotatórias visando dinamizar o trânsito. 

A Superintendência também informou que onde for necessário o ar-condicionado das estações será reforçado e/ou substituído. Onde houve problema nas portas (estações tubo) a equipe atuou e já foi solucionado. O vidro da estação tubo, próximo ao calçadão da Rua Artur Machado. que foi alvo de vandalismo será substituído o mais rápido possível. 

Informações: G1 Triângulo Mineiro

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Em BH, Passageiros apontam vantagens e problemas do BRT/Move

segunda-feira, 10 de março de 2014

Entre otimismo e desconfiança, passageiros do sistema de transporte coletivo de Belo Horizonte testaram ontem, pela primeira vez, o BRT/Move do corredor Cristiano Machado e avaliam se, amanhã, dia de trânsito pesado, embarcarão de vez nessa viagem. Na balança dos contras, pesaram problemas na Estação São Gabriel. Sem sinalização adequada, usuários ficaram perdidos entre os corredores. A chuva também complicou a situação, pois a cobertura do terminal e das passarelas ainda não foi concluída. O desconforto se estendeu à falta de bancos nas plataformas de embarque.
Foto: Portal Embarq Brasil
Muitos dos usuários aproveitaram o sábado livre para se inteirar sobre o funcionamento e passear nos ônibus sem compromisso. “Achei ótima a novidade e o percurso muito confortável. Mas faltam muitas informações. Não tem placa explicando com clareza. Foi por isso que resolvi fazer um teste hoje (ontem), já que segunda-feira não posso correr o risco de errar”, disse a técnica em saúde bucal Ana Cristina Valadares Moreira, 36 anos, que gasta 1h40 todos os dias do Bairro Floramar, Norte de BH, até Nova Lima, na Grande BH. Ela acredita que vai conseguir ganhar 20 minutos se usar o BRT diariamente.
A falta de sinalização das estações  deram dose extra de tensão à estreia do BRT/Move, sobretudo na Estação São Gabriel. A principal reclamação é de que todos ônibus, inclusive os convencionais, deixaram o antigo terminal, mais próximo do metrô, sendo transferidos para nova ala, mais distante. “Antes eu descia do ônibus e já pulava para o metrô. Agora, ficou muito longe. Tenho que andar de 7 a 10 minutos”, diz a vendedora Verônica Cristina, 27. Outro problema que dificultou o deslocamento para o metrô foi a chuva. A água empoçou na passarela e na área de manobra dos ônibus, incomodando usuários e motoristas. 

O técnico em transporte e trânsito Bruno Santos, 35, mora perto da estação e resolveu mudar o trajeto para avaliar o novo sistema. Normalmente, aos sábados ele vai ao centro estudar e pega um ônibus que passa perto de sua casa. “Acho que temos que esperar segunda-feira para ver como vai funcionar com o trânsito”, disse. Ele diz ter dúvidas sobre o impacto do BRT por conta de locais sem faixas exclusivas.

AR-CONDICIONADO Por sua vez, a cabeleireira e manicure Kelly Juliana Oliveira, 29, acredita que o BRT pode até substituir o metrô, já que ela pega um ônibus para a São Gabriel, de lá embarca pelos trilhos e ainda pega outra condução do Centro até o Bairro Luxemburgo, Centro-Sul da capital. “De cara o BRT/Move já ganhou do metrô por conta do ar-condicionado. Normalmente, gasto de 18 a 20 minutos só nos vagões entre as estações São Gabriel e Praça da Estação. Imagino que vou conseguir gastar o mesmo tempo no BRT, o que pode significar uma migração”, afirma.

Moradora do Bairro Novo Aarão Reis, na Região Norte, a empregada doméstica Railda da Silva, de 55, trabalha no Bairro União, na Região Nordeste, e também está disposta a trocar o metrô pelo novo sistema. “Vou descer numa estação mais perto e o BRT é muito mais confortável”, diz. O açougueiro Roberval Tido de Lima, de 42, era só sorrisos com o filho Victor Hugo, de 10. Eles moram em Venda Nova e o menino faz fisioterapia no Centro da cidade. A família será atendida pelo BRT/Move da Avenida Pedro I, que só será inaugurado em maio, mas aproveitaram o sábado para já conhecer a novidade. “Viemos passear. Estou vendo que é bem estruturado”, diz. 

Alguns passageiros reclamaram da demora no atendimento de uma das bilheterias da Estação São Gabriel, onde apenas uma funcionária trabalhou em pelo menos parte da tarde. “Há apenas uma funcionária na bilheteria (da Estação São Gabriel). Demorei uns quatro minutos para ser atendida”, contou a técnica em enfermagem Jaqueline Lorenço. Na Avenida Paraná, usuários estranharam a localização da bilheteria da estação, que fica a cerca de 50 metros do local, na Rua Carijós. Na linha que faz a ligação entre área hospitalar e a Estação São Gabriel, o sistema de anúncio das paradas, sonoro e em tela, do veículo número 20.477 não funcionou. 

Tudo novo para motoristas  

O relógio marcava 13h07 quando Ademar Ferreira Lopes, um baiano de Teixeira de Freitas e radicado em Belo Horizonte há três décadas, ligou o ônibus da linha 83P, que faz o percurso estação São Gabriel/Avenida Paraná. Há 21 anos como motorista de coletivo, ele conhece o trânsito da capital como poucas pessoas: “É preciso ter paciência”. Foi na companhia dele que o Estado de Minas embarcou numa das viagens do primeiro dia de operação do BRT. O condutor elogiou o sistema, mas apontou locais que precisam de maior atenção das autoridades de trânsito.
Ademar Lopes aprovou ônibus, mas precisou redobrar atenção a dirigir / Foto: Estado de Minas
Ainda na São Gabriel, Ademar faz questão de contar o quanto está feliz. Pudera: deixou de ser um dos motoristas de uma linha convencional para guiar um veículo do novo sistema de transporte público. Ele próprio resume algumas diferenças: “Este tem ar-condicionado e é hidramático, ou seja, não carece de marchas. É mais confortável”. Outro benefício foi fugir do trânsito caótico da Avenida Cristiano Machado: a via tem uma pista exclusiva para o BRT.

Ademar faz questão de chamar atenção para o silêncio do motor do veículo. E explica como ele procede nas paradas: “Há uma faixa preta em cada estação. Tenho que ficar ao lado dela para que as portas do ônibus fiquem lado a lado com as das estações”. Durante a viagem, ele estaciona em 12 estações, incluindo as de partida e chegada. Foi logo depois da São Judas Tadeu, próximo à Avenida José Cândido da Silveira, que o motorista precisou estrear a buzina.

O motivo foi uma moça que atravessou a pista exclusiva do BRT sem olhar para as laterais. “Temos de ter cuidado, pois o pedestre ainda não se acostumou com o novo sistema, pois esse trecho estava em obra (até poucas semanas).” Na verdade, operários ainda trabalham no local. Ontem, por exemplo, alguns colocaram gradis às margens da avenida para forçar pedestres a usarem as passarelas.

Nem todas, porém, foram erguidas, como mostram algumas estruturas de aço debaixo do Viaduto Murilo Rubião, no Bairro Cidade Nova. Menos de dois quilômetros adiante, a pista exclusiva é cortada pela Rua Jacuí, uma das mais extensas da capital e onde o motorista precisou parar o veículo, embora a luz do semáforo estivesse na cor verde. “Muitos condutores fecham o cruzamento. É preciso ter um agente de trânsito aqui”, sugeriu.

A viagem começara 20 minutos antes. A passagem por debaixo da montanha representa o fim da pista exclusiva para o BRT. Depois do túnel, o 83P “disputa” com carros, motos e outros veículos espaço no complexo de viadutos da Lagoinha. Às 13h27, no elevado que termina na Avenida do Contorno com Rua Rio de Janeiro, uma retenção obrigou Ademar a pisar no freio novamente. Havia grande quantidade de veículos: “Acho que a prefeitura, na segunda-feira, irá colocar uns cones aqui para privilegiar o fluxo do BRT”. Já no Centro, ônibus voltou a parar em razão de um cruzamento fechado, na esquina da Santos Dumont com a São Paulo. Às 13h34 (27 minutos depois da partida), Ademar estacionou o coletivo na última estação. Despediu-se de alguns passageiros e cumprimentou os que embarcavam.

Dificuldades Como Ademar, outros motoristas elogiaram os ônibus mais modernos, mas relataram que uma das principais dificuldades no primeiro dia do BRT/Move foi entender a dinâmica da Estação São Gabriel. A falta de informações sobre entrada e saída na estação motivou, inclusive, um desarranjo na partida dos dois primeiros veículos, que deveriam ter saído da parte velha da estação, mas acabaram partindo pela área nova. 

Alheio à dinâmica pensada pela BHTrans para a primeira viagem da história do Move em BH, que deveria partir da parte velha da São Gabriel, Valdivino Rodrigues, 29, deixou a garagem da Viação Getúlio Vargas às 3h50 para fazer o itinerário das 4h20 da São Gabriel à Savassi. “Ninguém explicou como seria essa entrada na estação. Saí pela parte nova”, diz ele. No trajeto, só elogios. “Basta um pouco mais de prática que todos estarão muito bem”, avalia.

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BRT Move oferece conforto e rapidez, mas ainda há filas e superlotação

segunda-feira, 2 de março de 2015

Viagens bem mais rápidas e seguras em veículos confortáveis e com ar-condicionado para muitos passageiros. No sentido oposto, longas filas, baldeações, grandes intervalos entre as viagens e estações superlotadas para outros tantos usuários. Maior aposta da prefeitura para melhorar o transporte público em Belo Horizonte, o sistema BRT/Move (bus rapid transit em inglês transporte rápido por ônibus), com investimento de cerca de R$ 1 bilhão, completará um ano de operação no domingo. Para avaliar o desempenho do sistema, o Estado de Minas inicia hoje uma série de reportagens sobre a satisfação dos passageiros, a rotina das viagens e a estrutura oferecida.

Depois de três anos de obras e sete datas para inauguração, o Move começou a funcionar em 8 de março de 2014, com ônibus articulados e inicialmente com 23 quilômetros de malha viária em três corredores exclusivos nas avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos/Pedro I, Santos Dumont e Paraná. Chegar ao primeiro embarque, no entanto, não foi fácil. Quando o corredor Cristiano Machado estava praticamente pronto, em 2013, várias estações de transferência precisaram ser mudadas de lugar,  por causa de erros de projeto. Em plena Copa do Mundo, a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes matou duas pessoas e atrasou o cronograma da Avenida Pedro I. De lá pra cá, o Move avançou. São 450 veículos e 3,6 mil viagens feitas por dia por 500 mil passageiros em 19 linhas troncais – que partem das estações de integração em direção ao Centro – e em 73 que alimentam esses terminais, vindas dos bairros.

Uma viagem feita em corredor exclusivo e em ônibus com ar-condicionado que nem de longe lembra a penúria de ficar horas parado em irritantes congestionamentos. Andar de Move em Belo Horizonte apresentou o lado bom do transporte coletivo aos passageiros, que sempre conviveram com veículos convencionais, de motor dianteiro e desconfortáveis. Na lista de vantagens há ainda redução no tempo das viagens. A BHTrans, que gerencia o transporte e o trânsito na capital, afirma ter havido diminuição de 47% no corredor Antônio Carlos e de 43% na Avenida Cristiano Machado, resultado do aumento da velocidade média nas duas pistas.

Enquanto nas pistas mistas coletivos circulam a 17km/h, na cidade, as linhas diretas chegam a 44km/h e as paradoras, 30km/h. O velocímetro mostra que trafegar com a mínima interferência das longas filas de carros, motos, caminhões e outros coletivos do sistema de transporte público ganhou a simpatia dos passageiros dos novos e modernos ônibus. Mas o sonho dourado do transporte público não dura toda a viagem. Andar no Move em BH é conviver ainda com estações lotadas, longas filas de espera para embarque, baldeações que atrasam deslocamentos e insegurança, já que não há presença policial, da Guarda Municipal ou de agentes particulares nos terminais.
Passageiros estão divididos entre os benefícios e as dificuldades. Há quem diga que o conforto dos novos coletivos supera qualquer problema, que na avaliação do empresário Pascoal Pimenta da Silva, de 60 anos, eram muitos antes da nova frota. “Só de ter ar-condicionado nesse calor estarrecedor de BH já está ótimo. As viagens no meu caso, que vou de Venda Nova ao Centro, também ficaram mais rápidas por causa dos corredores exclusivos.”

O recepcionista Cléber Inácio de Oliveira, de 51, fala em redução de até 50% no tempo de viagem na Cristiano Machado. Ele mora no Bairro Tupi, Região Norte, e elogia a rapidez do sistema. “Da minha casa até o Centro, gastava cerca de uma hora. Agora, mesmo tendo que fazer uma baldeação na Estação São Gabriel, gasto metade do tempo”, garante.

Vizinha da Avenida Cristiano Machado, a dona de casa Geovana Silva, de 33, que mora no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste, também diz que não tem nada a reclamar. “Sempre que ia ao Centro, ficava presa em congestionamentos, a qualquer hora do dia. Hoje, mesmo no horário de pico, quando as outras pistas estão paradas, faço o percurso em tempo mínimo. É muito bom”, afirma.

Para o militar Ronaldo Fernandes dos Santos, de 46, as vantagens do Move ainda não superam a lotação do sistema. “Todos os dias as estações do Centro estão supercheias. A gente vive se espremendo nas filas de embarque e quem chega nos outros ônibus não tem espaço para sair. É uma situação terrível. Todo mundo apertado, mulher, criança, idoso, doente, deficiente, grávida. É um caos toda hora. O tempo de deslocamento também piorou demais. Tenho de pegar quatro ônibus para ir do Mantiqueira ao Centro, em uma hora e 30 minutos. Antes, pegava o 61 e eram 40 minutos”, lamenta. 

O confeiteiro Fabiano Campos de Souza, de 25, também está insatisfeito: “Tenho de esperar sentado na base dos pilares da Estação Pampulha até o meu ônibus, da linha 64, para a Estação Vilarinho, chegar. São mais de 30 minutos e não tem bancos nem cadeiras. Minha vida piorou demais” Ele completa dizendo que antes resolvia tudo com um ônibus e agora precisa pegar três, dependendo do lugar para aonde vai. “E o pior é que se estou em Venda Nova e quero ir para outro lugar da região, preciso pegar um ônibus do bairro para a estação e voltar para Venda Nova.  A gente anda para trás.”

Por Mateus Parreiras e Valquiria Lopes
Informações: Estado de Minas

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Cronograma do BRT/Move da Avenida Cristiano Machado está apertado

quinta-feira, 6 de março de 2014

Em tempos de contagem regressiva para a prometida inauguração do BRT/Move da Avenida Cristiano Machado, a realidade desafia o calendário: embora a Prefeitura de Belo Horizonte reafirme que o primeiro corredor do novo sistema de transporte coletivo da capital entrará em operação com três linhas no sábado, quem passa pela Cristiano Machado ainda vê obras longe do fim. Faltam rampas, passarelas para travessia de pedestres, monitores dentro de estações, sinalização e, principalmente, informação. Sobram dúvidas entre os passageiros que, diante do primeiro adiamento na inauguração do sistema, prevista inicialmente para 15 de fevereiro, têm dúvidas se o BRT/Move parte mesmo depois de amanhã.

Muito lixo ainda está acumulado em estações de transferência – módulos montados ao longo de oito pontos da avenida que substituem os antigos pontos de ônibus. Há algumas mais adiantadas, quase prontas, mas a maior parte ainda não está equipada com os monitores que permitirão acompanhar os horários dos coletivos e não tem sinalização nos vidros ou dentro da estação. Fios aparentes mostram ainda que é preciso incrementar a iluminação.

Do lado de fora, duas passarelas, na altura dos bairros União e Sagrada Família, nas regiões Nordeste e Leste, respectivamente, sequer começaram a ser montadas. De acordo com um funcionário da obra, trata-se de trabalho para pelo menos duas semanas. Em outros pontos, as estruturas estão sem guarda-corpo. Faixas de pedestres ainda não foram pintadas, tampouco foram instaladas as placas de indicação do novo sistema, sem falar nos tapetes de grama por plantar, empilhadas em canteiros centrais.

Na Estação de Integração São Gabriel, que ainda está sem cobertura, há um verdadeiro canteiro de obras armado, que será mantido até abril. Até lá, apenas a parte do mezanino da estação funcionará. Nas estações das avenidas Santos Dumont e Paraná, no Centro, televisores e sinalização estão em processo de implantação e guindastes indicam que há serviço a ser feito. Mesmo assim, a Prefeitura de BH reafirma a meta e confirma o início da operação do sistema no sábado. De acordo com a BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital, três linhas começarão a rodar e, neste primeiro momento, não haverá extinção de nenhum itinerário.

Trajetos
A linha 83P (Estação São Gabriel/Centro) terá embarque e desembarque nas oito estações de transferência ao longo da Avenida Cristiano Machado, parando apenas no Centro, nas estações São Paulo, na Avenida Santos Dumont, e Tamoios, na Avenida Paraná. O mesmo percurso será feito pela linha 83D, que, por ser direta, não fará paradas ao longo da Cristiano Machado. A expectativa é de que o tempo gasto no trajeto diminua de 35 minutos para 20, no caso da linha paradora, e para 15, no caso da linha direta. A terceira linha do BRT/Move fará o mesmo percurso, mas terá como destino a Avenida dos Andradas, até a área hospitalar da capital.

Às vésperas da inauguração, as dúvidas superam a expectativa de benefícios, na avaliação de passageiros. “Sou de Santa Luzia e não sei quantos ônibus vou ter que pegar a partir de agora, nem de quanto em quanto tempo vão passar”, afirma a eletrotécnica Isabela Amorim Silva, de 21 anos. O encarregado de obras Evaldo de Oliveira, de 42, mora no Bairro Jaqueline, na Região Norte, e trabalha no Buritis, na Região Oeste. Atualmente, pega dois ônibus no trajeto e agora está perdido na matemática da mobilidade. “Vou pegar três ônibus, mas não sei se vai ser realmente mais rápido”, diz.

O professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leandro Cardoso afirma que, neste momento, maior divulgação sobre o novo sistema seria imprescindível. “Há uma grande falta de informações, tanto dos usuários quanto dos operadores do sistema. É preciso maior divulgação sobre as linhas que desaparecerão, sobre todas as mudanças, com uma campanha massiva”, ressalta. O professor aponta ainda a necessidade de o BRT/Move começar a operar com segurança. “Todas as passarelas e a sinalização, inclusive das pistas de tráfego misto, deveriam estar prontas”, destacou.

Área central
Cones e obstáculos móveis continuam espalhados pelas áreas central e hospitalar da capital, que passaram por diversas mudanças de circulação para receber o BRT/Move. Motoristas ainda se mostram confusos diante delas. “Não entendi ainda as alterações”, disse um condutor na Avenida Afonso Pena, enquanto tentava decifrar placas e direções. De acordo com a BHTrans, todas as adaptações necessárias ficam prontas até amanhã.

Por Flávia Ayer
READ MORE - Cronograma do BRT/Move da Avenida Cristiano Machado está apertado

Em BH, BRT Move com veículos de 18 metros aumenta responsabilidade sobre motoristas

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O acidente envolvendo o ônibus articulado da linha 82 acende o alerta para a alta carga de estresse à qual os motoristas do transporte rápido por ônibus (BRT) de Belo Horizonte estão sujeitos. A maior responsabilidade ao volante começa pela direção de um ônibus articulado com mais de 18 metros de comprimento – média de cinco metros a mais que um coletivo convencional – e passa pela habilidade em guiá-lo entre carros e motos em vias de trânsito misto, como as da região hospitalar, local do acidente na manhã de ontem.

Desde que as primeiras linhas do Move entraram em operação, em 8 de março, ao menos cinco colisões envolvendo coletivos do novo sistema foram registradas fora das pistas exclusivas dos corredores Cristiano Machado e Antônio Carlos, na região do hipercentro. A jornada de trabalho da categoria é de seis horas e 20 minutos por dia, com uma hora de intervalo para alimentação ou repouso, o que na prática representa uma escala de trabalho de seis viagens diárias. 

Como forma de compensação, os quatro consórcios operadores do transporte coletivo da capital oferecem ao motoristas dos ônibus padrons e articulados Move um adicional de 15%, de cerca de R$ 1.700. Todos devem ter habilitação na categoria E, enquanto os demais condutores usam a carteira D. BHTrans e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) afirmam realizar treinamentos e exames de saúde anuais, a fim de checar a aptidão dos operadores.

Porém, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana (STTR-BH) denuncia que muitos motoristas não apresentam atestados médicos às empresas quando doentes, por receio de repreensão. Um dos diretores do sindicato, Carlos Henrique Marques, afirma que muitas vezes o trabalhador prefere trabalhar passando mal a procurar um médico. “Muitos acreditam que não é nada grave, mas uma dor de cabeça pode ocasionar um problema maior”, denuncia. Marques acredita ainda que a frequência do exame de saúde – realizado uma vez ao ano – é insuficiente. A principal queixa dos representantes da categoria tem relação com a rotina diária atrás do volante. De acordo com a entidade, 10% da categoria está afastada do trabalho por problemas de saúde – a maioria com sintomas de depressão e problemas na coluna (30%). 

SEM PADRÃO
Quem encara o desafio diário de dirigir um articulado no cada vez mais complicado trânsito de BH, alerta ainda para ausência de um treinamento padronizado entre as 39 empresas de ônibus do sistema e de um programa periódico específico para o aperfeiçoamento de práticas na condução da frota, o que inclui os 428 novos ônibus do Move. 

A validade dos treinamentos, segundo um instrutor de uma operadora de ônibus da capital, varia de empresa para empresa. “Cada uma faz de um jeito. Tem empresas que dão treinamento bons. Na minha empresa foi muito intenso. Principalmente pela questão de compromisso, com o motorista retirado da escala de trabalho no dia do treinamento e advertência em caso de ausência”, contou o profissional, que optou por não se identificar.

O instrutor explica que na empresa em que trabalha foi dado desconto de 20% na habilitação em uma auto-escola, como forma de incentivar os motoristas a se reciclarem e conseguirem a habilitação na categoria E. “Nem todas as empresas, porém, deram esse incentivo”, ressalta.
Sem garantia de indenização

Proprietários dos 13 veículos atingidos pelo ônibus desgovernado, assim como feridos no acidente, terão de aguardar a avaliação do seguro do coletivo para saber quem vai arcar com o custo dos estragos causados pelo acidente, informou ontem o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH). “Todas as empresas de ônibus de Belo Horizonte são obrigadas a ter seguro contra terceiros, além do DPVAT. Qualquer parcela adicional, além daquela estabelecida pelas cláusulas da apólice, será ressarcida após negociação entre as partes ou determinação judicial”, informou a entidade patronal.

BHTrans e Setra-BH disseram realizar uma constante reciclagem dos motoristas do transporte coletivo, como forma de prevenção de acidentes. A empresa que administra o trânsito de Belo Horizonte, entretanto, reconheceu que interfere no plano anual de treinamento para motoristas e cobradores proposto pelo sindicato, quando necessário, para melhor atender ao planejamento. “O acidente ocorrido (ontem) foi um fato isolado, uma vez que o motorista foi acometido por um mal-estar. Este ano, o treinamento concentrou-se na operação do Move, tanto a parte teórica quanto a prática. Muitas vezes, a empresa gerenciadora do transporte e trânsito de BH pede alterações no plano, mas sempre tendo em foco a segurança dos operadores, dos usuários e dos pedestres. Inclusive, a própria BHTrans já foi a promotora, nas garagens, de treinamento para motoristas e agentes de bordo”, disse, em nota. 

O sindicato das empresas de ônibus qualificou o acidente da linha 82 como “não mais do que uma fatalidade” e disse que todas as concessionárias de transporte possuem departamentos médicos e realizam anualmente uma semana de prevenção de acidentes de trabalho. 

SEGUNDO ACIDENTE Procurada pela reportagem, a Bettania Ônibus informou que somente o Setra-BH se pronunciaria sobre o assunto. O desastre com o ônibus articulado da linha 82 foi o segundo acidente grave envolvendo um ônibus da empresa em menos de três meses. Em 8 de julho, um coletivo da linha 3055 (Estação Barreiro/Savassi) deixou pelo menos sete feridos depois de colidir na traseira de uma carreta. Cerca de 15 pessoas estavam a bordo, todas assentadas. O lado mais atingido foi o do cobrador, que ficou gravemente ferido. (BF, com Luana Cruz e Pedro Ferreira)

Risco na pista

2/4 Primeiro acidente envolvendo o BRT. Uma moto e um coletivo articulado da linha 82 bateram na faixa exclusiva do Viaduto Leste. Não houve vítimas.

7/5 Batida entre ônibus da linha 83D e carro que invadiu a faixa exclusiva do Viaduto Leste, no Complexo da Lagoinha. Ninguém ficou ferido.

12/6 Primeiro acidente do BRT com morte: um morador de rua foi atropelado por ônibus articulado da linha 83D, na Avenida Santos Dumont, Centro de Belo Horizonte, por volta das 6h50. O motorista disse ter sido surpreendido pelo homem, que teria atravessado com o sinal verde para os veículos.

20/6 Acidente entre um ônibus articulado e um caminhão, no cruzamento das avenidas Barão Homem de Melo e Silva Lobo, no Bairro Alto Barroca, Região Oeste de Belo Horizonte. Não houve feridos.

30/6 Um incêndio consumiu em minutos um ônibus articulado da linha 61 que passava pela Avenida Pedro I. Testemunhas afirmaram que o fogo começou na articulação do veículo, onde há uma rótula que conecta os vagões e componentes elétricos. Os sete passageiros a bordo saíram ilesos. BHTrans e Setra declararam que, caso seja constatado problema de fabricação, exigirão recall.

2/7 Duas pessoas morreram depois que a moto em que estavam bateu em um ônibus articulado da linha 52 que fazia uma conversão na Avenida Carlos Luz, no Bairro Engenho Nogueira. O coletivo havia deixado a garagem da empresa Rodopass e seguia para a Estação Pampulha. Tudo indica que a moto avançou o sinal vermelho.

15/7 Um ônibus articulado apresentou problemas no freio e colidiu em um outro coletivo estacionado na Rua Ouricuri, no Bairro Floramar, Região Norte de Belo Horizonte. Os veículos só pararam quando bateram nos muros de um condomínio e de uma casa. Ninguém ficou ferido.

No mesmo dia, um homem de 66 anos foi atropelado por um ônibus articulado da linha 83D (Estação São Gabriel/Centro – Direta) na Avenida Paraná. A vítima quebrou o braço e foi levada consciente para o Hospital João XVIII. Testemunhas relataram que o idoso teria entrado na frente do coletivo.

30/07 Outro acidente no Complexo da Lagoinha. A batida entre um ônibus e um carro interditou o trânsito no Viaduto A. Ninguém se feriu.

Por Bruno Freitas
Informações: Estado de Minas

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