Governo de SP assina concessão do Trem Intercidades que vai ligar Campinas à capital *** Ônibus da MobiBrasil 100% movido a gás natural entra em operação no Grande Recife *** Cuiabá reduz em 87% reclamações com monitoramento de frota inteligente *** Trensurb retoma operação do metrô de forma emergencial *** Terminal do Tatuquara completa três anos integrando a região Sul de Curitiba *** Campinas atinge mais de 107 km de rotas para bicicletas *** Metrô de BH receberá 24 novos trens em 2026
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Dilma anuncia verba de 1 bilhão para metrô de Curitiba

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A presidente Dilma Rousseff vem a Curitiba para anunciar oficialmente a liberação de recursos da União para o metrô de Curitiba. Orçado em R$ 2,25 bilhões, o projeto deve receber R$ 1 bilhão em financiamento federal a fundo perdido (sem necessidade de devolução) e até R$ 950 milhões em linhas de crédito especiais, com juros mais baixos, direcionadas a parceria público-privada (PPP), além do investimento da administração municipal – em torno de R$ 150 milhões. O projeto conta ainda com R$ 300 milhões de investimentos do governo estadual, via empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Nas últimas semanas, Dilma viajou pelo Brasil para confirmar a liberação de verbas de projetos do PAC Mobilidade Grandes Cidades – que prevê R$ 18 bilhões em investimentos, R$ 6 bilhões a fundo perdido e R$ 12 bilhões por meio de financiamentos. Há duas semanas, a presidente esteve em Belo Horizonte para anunciar a liberação de recursos para o metrô mineiro – a capital também vai receber R$ 1 bilhão do governo federal. Ainda hoje, a presidente segue a Porto Alegre para oficializar os recursos destinados ao metrô gaúcho. Em março, as três capitais se uniram para solicitar isenção de impostos federais e negociação conjunta para garantir o repasse de recursos.

Em uma reunião realizada no último dia 7, prefeitura de Curitiba e União acertaram os últimos detalhes do projeto. A tarifa do metrô será a mesma cobrada nos ônibus e o modal será acoplado à Rede Integrada de Transporte (RIT), gerenciada pela Urbs. A empresa responsável pela PPP deve administrar o sistema por até 30 anos, recuperando o investimento por meio da contraprestação dos serviços.

O projeto
O metrô terá 14,2 quilômetros de extensão e 13 estações construídas no trecho que ligará a Cidade Industrial de Curitiba ao Centro da capital. De acordo com a prefeitura, os danos ambientais serão minimizados em razão de o trajeto seguir a rota do expresso e há a intenção de construir um parque linear onde hoje se localiza a canaleta.





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Estações Tubo de Curitiba precisam ser modernizadas

sexta-feira, 22 de março de 2013

Falta pouco mais de um ano para a realização dos jogos da Copa do Mundo de 2014 e algumas cidades-sede ainda estão na corrida para cumprir os prazos de entrega das obras de infraestrutura para o evento. Este ano será crucial para o Brasil concluir as obras e demonstrar sua capacidade para receber os jogos. Afinal, todos os holofotes estarão direcionados para o país. Além disso, vamos ter de provar que conseguiremos receber todos os turistas que virão assistir ao evento, principalmente quando o quesito for a mobilidade urbana.

Enquanto algumas cidades já estão em processo para entregar novos sistemas de transporte coletivo, que vão auxiliar no trânsito de turistas para a Copa, em Curitiba isso ainda está longe da realidade. A esperança para melhorias no transporte público da cidade, que estava a cargo do metrô, fica aquém do que deveria. O projeto para o novo sistema ainda sofre com o impasse de viabilidade e com os questionamentos da nova gestão municipal, que cogitou suspender a proposta. Muitos especialistas também criticam as especificações do projeto e o trajeto que seria percorrido pelo metrô.

No entanto, a verba destinada pelo governo federal é específica para o projeto que foi apresentado pela antiga gestão do município, e o cancelamento acarretaria na perda do montante já liberado pelo governo. Em meio a toda essa discussão, a população ainda se questiona se o projeto realmente sairá do papel e quando, de fato, as obras começarão a ser realizadas.

De acordo com a proposta, o metrô ligará a região sul da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) até o Centro da capital paranaense, e terá pouco mais de 14 quilômetros de extensão, com 13 estações ao longo do percurso. A previsão é de que a licitação seja feita até o fim do ano e a construção comece em 2014, em plena agitação por causa do evento esportivo.

Porém, Curitiba está tão preocupada com a proposta do metrô que se esqueceu de que também será preciso investir no transporte coletivo, já que o metrô não estará em funcionamento durante a realização do Mundial. Algumas cidades, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, iniciaram a implantação do Transporte Rápido de Ônibus (BRT), sistema que fará a integração de diversas regiões dessas cidades para facilitar o trânsito da população e dos turistas durante os jogos.

O BRT foi bastante comparado com o sistema de biarticulados de Curitiba, pois destina vias específicas para a passagem de ônibus (como nos casos das canaletas) e também utiliza ônibus articulados. Mas existem muitas diferenças entre os dois sistemas. Primeiro que, nos BRTs cariocas e mineiros, não existem as conhecidas estações-tubo, mas estações de passageiros que variam de 70 a 140 metros de comprimento para comportar com comodidade um número maior de pessoas. As bilheterias são dotadas de ar condicionado e banheiros para maior conforto dos cobradores.

Além disso, a infraestrutura para os usuários do transporte fornece segurança e comodidade, com televisores que mostram o tempo de chegada e o destino dos ônibus. Uma base central de comando monitora, além do interior dos ônibus e das estações, todo o trajeto dos veículos, permitindo a inclusão ou retirada imediata de ônibus das linhas, conforme o fluxo de passageiros.

O sistema de transporte coletivo de Curitiba há muito tempo deixou de ser o modelo ideal, pois a população da cidade cresceu bastante nas últimas décadas e o sistema não foi atualizado e remodelado para comportar a demanda atual. Então, não devemos apenas pensar nos eventos esportivos que serão sediados no Brasil nos próximos anos para melhorar a imagem do transporte e oferecer esses benefícios aos turistas. É preciso pensar na população que enfrenta todos os dias o nosso transporte público.

Pedro Paulo Skrobol é engenheiro civil
Informações: Gazeta do Povo
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Metrô de Curitiba pode não ficar pronto até 2014

domingo, 20 de dezembro de 2009


As obras do metrô de Curitiba farão parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, a próxima fase do atual programa de investimentos em infraestrutura do governo federal.
O entendimento aconteceu ontem entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Inicialmente, o projeto do Metrô Curitibano entraria no financiamento do PAC da Copa, visando o Mundial de futebol em 2014. No entanto, a Prefeitura de Curitiba achou que comprometeria demais as finanças da administração ao aderir a este programa. “O PAC da Copa é apenas financiamento. Achamos que seria a fundo perdido.
O financiamento é importante, mas se tratando de metrô isto iria comprometer demais os recursos do município”, considerou Richa. O investimento por parte do governo federal, dentro do PAC 2, seria de R$ 700 milhões, quase metade do custo total da obra.Está marcada para segunda-feira uma reunião entre técnicos da Prefeitura de Curitiba e do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) e representantes do Ministério do Planejamento.
“O ministro sugeriu esta inclusão no PAC 2, para ser discutido no ano que vem”, afirmou o prefeito. De acordo com ele, não é possível garantir a finalização da obra do Metrô Curitibano até a Copa do Mundo de 2014, como pretendido inicialmente. “Ainda não sabemos se vai dar tempo. Vamos nos esforçar para isto. Mas nosso sistema de transporte pode ser aproveitado”, comentou Richa.
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Curitiba ganhará 557 ônibus zero quilômetro até dezembro

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), entregou nesta quinta-feira (14) mais 196 ônibus novos para a frota do transporte coletivo. A entrega, no Parque Barigui, faz parte do projeto da prefeitura que prevê a renovação, neste ano, de 25% da frota total do transporte coletivo de Curitiba o que significará a entrada em operação de 557 ônibus zero quilômetro até dezembro.
"São ônibus modernos, seguros e confortáveis", disse o prefeito, anunciando investimentos que vêm pela frente, como a implantação do Expresso Ligeirão Norte e Leste/Oeste e a entrada em operação no ano que vem dos ônibus híbridos (movidos a bateria e biocombustível).

Ao fazer a entrega dos novos veículos, Luciano Ducci agradeceu a todas as equipes envolvidas no processo de melhoria do transporte em Curitiba e prestou homenagem aos motoristas responsáveis, diariamente, pelo transporte e segurança de mais de dois milhões de pessoas.
Ducci disse ainda que, pelas informações que vem recebendo do governo federal, existe a possibilidade de ainda neste semestre anunciar aos curitibanos que a cidade terá os recursos necessários para implantação do metrô.

O presidente da Urbs, Marcos Isfer, disse que Curitiba vive um novo momento de revolução no transporte coletivo que, desde 1974, é conhecido no mundo todo. "Somos precursores de projetos novos e eficientes e agora estamos dando enormes passos adiante, fazendo uma verdadeira revolução no transporte", afirmou.



Expresso
O projeto de melhoria do transporte inclui a renovação total da frota de 26 biarticulados da linha Centenário/Campo Comprido – 14 foram entregues nesta quinta e o restante entrará em operação nas próximas semanas. São ônibus dentro do novo padrão curitibano de biarticulados, os chamados Mega BRT (Bus Rapid Transit), que os curitibanos conhecem como Expresso.
Os novos Expresso, na cor vermelha, têm 28 metros de comprimento e capacidade para 250 passageiros, o que significa a ampliação de 10% na oferta de lugares na linha Centenário/Campo Comprido que atende 100 mil passageiros/dia.

Semelhantes aos Ligeirões, os novos biarticulados Centenário/Campo Comprido têm assentos e encostos estofados, janelas panorâmicas, vidros com película garantindo mais conforto interno, dispositivo que permite avisar o motorista do desembarque de pessoa com deficiência, plaquetas com o número do ônibus em braille e avisos sonoro e luminoso de abertura e fechamento de portas.

Ligeirinhos
Além dos novos biarticulados, o eixo Leste/Oeste ganhou também, nesta quinta-feira, a renovação total da frota de 28 ligeirinhos da linha Pinhais/Campo Comprido, que transporta 45 mil passageiros/dia. No total, o prefeito entregou nesta quinta, 89 ligeirinhos novos de diferentes linhas. Como os biarticulados, os novos ligeirinhos têm chassi Volvo e carroceria Neobus.

Usuários das linhas Interbairros, alimentadoras e convencionais também foram beneficiados com a chegada dos novos ônibus. Com chassi Volvo, Mercedes-Benz e Volkswagen, os novos veículos representam mais conforto e segurança para o usuário, além de redução na emissão de poluentes uma vez que os novos motores fazem queima mais completa do combustível.

A renovação da frota é um dos itens do programa de melhoria do transporte coletivo de Curitiba. Só neste ano, a cidade ganhou 24 novos Ligeirões inaugurando a cor azul no sistema Expresso e oferecendo mais conforto ao usuário com a ampliação em 47% na oferta de lugares nas linhas do Expresso Ligeirão Boqueirão e Linha Verde. Em março, junto com os Ligeirões, o prefeito Luciano Ducci entregou outros 74 ônibus novos, de diferentes linhas.

No mês que vem, serão iniciadas as obras para implantação do Expresso Ligeirão Norte, que vai ligar o terminal Santa Cândida à praça do Japão. O Terminal Santa Cândida será totalmente reformado e ampliado. Também já está pronto – e inscrito para receber recursos do PAC da Copa -, o projeto do Ligeirão Leste/Oeste, ligando, no novo sistema, os bairros Centenário e Campo Comprido.

Outro projeto inscrito no PAC da Copa é o que prevê a duplicação da capacidade do ligeirinho Inter 2, que transporta por dia 77 mil passageiros. O Inter 2 tem uma rota circular percorrendo a cada viagem 38 km em 12 bairros. A ampliação da capacidade do Inter 2 inclui adequação viária e reconstrução dos terminais Cabral, Campina do Siqueira, Portão, Capão Raso e Capão da Imbuia. Na nova configuração dos terminais de integração a parada dos ônibus expresso será no subsolo com as demais linhas operando na superfície.


Metrô
O projeto do metrô curitibano também foi enviado ao governo federal, que em diversas ocasiões já sinalizou que Curitiba tem grandes chances de receber os recursos necessários à implantação do novo modal. É que em Curitiba o metrô já nasce integrado, sendo um novo modal numa rede integrada de transporte.

A Rede Integrada de Transporte de Curitiba tem 1.915 ônibus e transporta, por dia, 2,3 milhões de passageiros, num total de 21 mil viagens e 490 mil quilômetros. A estrutura do sistema é formada por seis eixos (Norte, Sul, Leste, Oeste, Boqueirão e Linha Verde Sul) 82 quilômetros de canaletas, 355 linhas, 364 estações tubo, 30 terminais de transporte e 8,5 mil pontos de parada.




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Metrô de Curitiba, na sua primeira etapa, prevê investimentos de R$ 2,2 bilhões

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O prefeito de Curitiba Luciano Ducci voltou de Brasília com “expectativa muito positiva” de execução dos projetos levados ao governo federal. O prefeito recebeu apoio de ministros, deputados e senadores para viabilizar os projetos que prevêem recursos na ordem de R$ 2,5 bilhões para obras de pavimentação, trincheiras, viadutos, drenagem e do metrô.

"Voltamos de Brasília com uma expectativa muito positiva. Com certeza vamos viabilizar diversos projetos para nossa cidade. Temos o apoio de ministros, dos deputados federais e dos senadores paranaenses", disse Luciano Ducci.

Em Brasília, o prefeito se encontrou com a presidente Dilma Rousseff, com os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Mário Negromonte (Cidades) e Alexandre Padilha (Saúde); com os deputados Nelson Meurer (PP), Alex Canziani (PTB), Sandro Alex (PPS), Rubens Bueno (PPS), Roberto Freire (PPS-PE), João Arruda (PMDB), André Zacharow (PMDB), Ana Arraes (PSB-PE). E ainda com senadores Gleisi Hoffmann (PT), Roberto Requião (PMDB) e Alvaro Dias (PSDB).

“O apoio dos deputados e senadores é fundamental para concretização dos projetos que foram elogiados e aprovados pelos ministros e que agora dependem da formalização nos órgãos do governo federal”, disse o prefeito.

O apoio dos senadores é importante, segundo Luciano Ducci, porque o Senado Federal precisa autorizar o financiamento de 73 milhões de euros junto a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

O financiamento precisa do aval do Senado para ser aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Esses recursos serão usados nas obras da Linha Verde Norte e na Bacia do Rio Barigui. "Os três senadores do Paraná manifestaram apoio total para a aprovação dos recursos", disse Ducci.

Na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o prefeito assinou convênio para a construção de uma trincheira em frente à Ceasa, na antiga BR 116, no Pinheirinho, com investimento de R$ 29,5 milhões.

"É uma obra importante para o acesso à Ceasa e também para os bairros da região", disse Luciano Ducci. O investimento da prefeitura será de R$ 13,5 milhões. Outros R$ 15,8 milhões serão investidos pela OHL – concessionária da rodovia. A obra prevê quatro alças de acesso no local, com entradas e saídas facilitadas à Ceasa e para todas as direções.

Já ministra Miriam Belchior determinou aos técnicos do Ministério do Planejamento, com técnicos da prefeitura, que encontrem a forma legal para formalizar a ampliação da cessão do terreno da rodoferroviária – proposta pelo prefeito – para mais do que dois anos, conforme previa o governo federal.

Luciano Ducci adiantou que a prefeitura vai investir R$ 35 milhões – recursos do PAC da Copa – na revitalização completa da rodoferroviária e do seu entorno. O projeto prevê a reforma e ampliação do prédio, novas salas de embarque e desembarque, novas áreas para compra de passagens, estacionamento, acesso de veículos e pedestres e um viaduto ligando avenida Affonso Camargo à avenida Comendador Franco.

Ainda com a ministra e a presidente Dilma, o prefeito participou do lançamento do PAC da Mobilidade Urbana para as grandes cidades e apresentou o projeto do metrô de Curitiba. A capital do Paraná, entre 24 cidades, está selecionada para receber parte dos R$ 18 bilhões previstos no programa.

"A ministra gostou muito do nosso projeto. Disse que é um dos melhores em andamento no país. O projeto mostra toda a viabilidade financeira, foi muito bem realizado. É muito provável que Curitiba seja um dos municípios que possam ser contemplados com o metrô", afirmou Luciano Ducci.

O projeto do Metrô de Curitiba, na sua primeira etapa, prevê investimentos de R$ 2,2 bilhões e a implantação de uma linha de 14 quilômetros, ligando a rua XV de Novembro ao terminal do CIC Sul. No PAC, Curitiba está no grupo “MOB 1” e segundo critérios do programa, as cidades deste grupo estão aptas a receber até R$ 2,4 bilhões para este tipo de projeto.

Ao ministro das Cidades, Mário Negromonte, o prefeito apresentou três projetos de infraestrutura urbana - Linha Verde Norte, viaduto da avenida das Torres e trincheira no Jardim Botânico - que demandam recursos na ordem de R$ 165 milhões.

Os projetos, segundo o prefeito, podem integrar o Pro Transporte, programa do governo federal que financia obras de infraestrutura urbana, entre elas, vias e faixas exclusivas e pontos de conexão de linhas de transporte coletivo.

O deputado federal Nelson Meurer (PP), que acompanhou o encontro, considerou os projetos aprovados pelo ministro. “Agora vamos trabalhar junto a Secretaria de Tesouro Nacional para liberar os recursos, para que a Caixa Econômica Federal (agente financeira do programa) adiante os contratos, licitações e o que for preciso para execução das obras”, disse o deputado.

Fonte: Jornale

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Em Curitiba, Ônibus Biarticulados podem sair de cena para o Metrô

domingo, 7 de agosto de 2011

Com a chegada do metrô, as linhas de biarticulado que hoje transitam nas canaletas vão deixar de existir. Sendo assim, o projeto prevê que a área, antes utilizada para o tráfego dos ônibus, seja inteiramente revitalizada. O novo espaço abrigará ciclovia, calçadão para pedestres, arborização e equipamentos de lazer, se transformando num verdadeiro parque em meio à cidade. "Com certeza, essas novas áreas vão mudar a cara da cidade", confirma o presidente do IPPUC.

Nas estações, além das bilheterias e demais estruturas necessárias para o funcionamento do metrô, serão implantadas áreas de convivência e quiosques comerciais para os usuários. Também está no projeto a construção de estacionamentos em algumas estações para que as pessoas possam deixar os seus carros e ir ao trabalho utilizando o metrô. "Nosso objetivo é realizar um projeto moderno e usual, sem ideias grandiosas. Queremos oferecer o necessário para o usuário sem extrapolar o bom senso para tornar o metrô curitibano um meio de transporte ágil e prático", conclui Almeida.
Profundidades variadas
Devido à topografia de Curitiba, a profundidade das estações do metrô vai variar conforme sua localidade. Segundo dados do IPPUC, as escavações serão feitas entre 12 e 23 metros na primeira fase. Já na segunda etapa, as profundidades aumentam, já que a parte norte da capital é mais alta e com o terreno mais acidentado.

A maioria das estações será subterrânea, sendo o acesso realizado por meio de escadas fixas e rolantes e, quando necessário, por meio de elevadores. Poderão ser com plataforma central (em ilha) ou com plataforma lateral, o que será definido pelo projeto operacional. As bilheterias e demais estruturas necessárias ao funcionamento das estações serão construídas no nível do Parque Linear, junto aos quiosques comerciais.
Primeira fase terá 13 estações
De acordo com o IPPUC, a primeira fase do metrô curitibano contará com 13 estações ao longo dos 14,2 km entre a CIC-Sul, próximo ao Ceasa, e a Rua das Flores, no centro da capital. Os primeiros 2,2 quilômetros da Linha Azul, partindo do Terminal CIC-Sul, serão percorridos em superfície - será o único trecho que passará por cima do solo.

Um viaduto será construído para que o metrô passe por cima da Linha Verde. O trajeto continua seguindo pela Rua Winston Churchill, onde passa pela Estação Terminal Pinherinho, Estação Santa Regina, Estação Terminal Capão Raso e Estação Hospital do Trabalhador. Já na Avenida República Argentina, o metrô terá mais quatro estações.Terminal Portão, Morretes, Santa Catarina e Água Verde. Em seguida, o trajeto segue na Avenida Sete de Setembro e percorrem as estações Bento Viana, Oswaldo Cruz, Eufrásio Correia e por fim a Estação Rua das Flores, onde termina a primeira fase do metrô.

O coração do metrô curitibano, onde será feito todo o controle e manutenção do sistema metroviário, ficará situado no Terminal CIC-Sul. La haverá um complexo administrativo e operacional onde os trens vão "dormir" para sofrer os reparos necessários. Há a possibilidade também de existir um dormitório na Estação Rua das Flores, para que as viagens iniciem a partir das duas estações.
Usuário vai ganhar tempo
Para atender todos os usuários da primeira fase do metrô curitibano, o projeto exige que seja adquirida uma frota com um total de 18 trens. Cada trem será composto por cinco carros e poderá transportar até 1.450 passageiros. De acordo com o IPPUC, o metrô vai passar a cada três minutos. Com isso, aumenta a capacidade, já que atualmente passa um biarticulado com capacidade para 230 pessoas cada 55 segundos.

O metrô tem a velocidade máxima de 80 km/h, mas vai trafegar a 35 km/h. Sendo assim, o trecho de 14,2 será cumprido em média em 25 minutos. Um biarticulado, que anda numa velocidade média de 15 km/h e ainda sofre interferências de semáforos e tráfego nos principais cruzamentos, faz o mesmo trecho em cerca de uma hora.

Cada vagão terá em seu interior um adequado conforto térmico e acústico para os passageiros e o condutor. Além disso será equipado com um sistema de ar condicionado para os salões de passageiros e cabines dos condutores, um sistema de iluminação eficiente e um projeto de comunicação visual e sonora que permita a perfeita orientação os passageiros.



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Prefeito de Curitiba tem até o fim de 2013 para não perder a verba do metrô

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Como os projetos de metrô e outras opções de transporte urbano das capitais não ficariam prontas a tempo da Copa do Mundo de 2014, o governo federal as incluiu no PAC da Mobilidade e não na verba destinada especialmente para o Mundial da Fifa. Os estudos dos projetos já receberam aporte financeiro da União, mas o grande bolo das transferências ocorrerá a partir de 2014, quando serão destinados R$ 4 bilhões a obras nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e Natal. Nas demais sedes do Mundial da Fifa, também há investimentos, mas os recursos serão geridos pelos governos estaduais.

Os maiores valores para projetos do metrô caberão a Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, que devem receber R$ 1 bilhão cada cidade. Entretanto, o prefeito eleito, Gustavo Fruet (PDT), já afirmou que pretende adiar a licitação do metrô em até um ano, para estudar melhor a proposta, feita durante a atual gestão de Luciano Ducci (PSB). De acordo com informações do governo federal repassadas ao deputado federal Angelo Vanhoni (PT), a decisão final da prefeitura sobre o projeto do metrô poderá ser tomada até dezembro de 2013.

“Estudar o projeto é um bom sinal. Melhor do que jogar no escuro”, diz o especialista em direitos políticos e sociais Octaciano Nogueira. “Mas isso pode demorar bastante. E, se no final, o prefeito eleito constatar que o projeto é inviável, o que fará depois? Vai precisar arrumar uma maneira de sair dessa.”

Atraso
Apenas R$ 12,1 bi dos R$ 27 bi do Mundial foram executados

As administrações das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 precisam agilizar a execução das obras, assim como os governos estaduais e a Infraero, responsável pelos aeroportos. De acordo com dados da Controladoria Geral da União (CGU), de um total de R$ 27 bilhões de investimentos previstos para o Mundial da Fifa – incluindo os aeroportos, estádios, obras de mobilidade e de desenvolvimento do turismo –, só R$ 13,5 bilhões já foram contratados. Desse montante, apenas R$ 12,1 bilhões foram efetivamente executados. De acordo com o site Copa 2014 – Transparência em 1º Lugar, da CGU, os investimentos para o evento esportivo em Curitiba somam R$ 904,3 milhões, dos quais R$ 79,8 milhões já foram contratados e R$ 17,7 milhões, executados. Os dados foram atualizados em outubro pela Caixa Econômica Federal e pela Infraero, mas a prefeitura de Curitiba não enviou informações recentes. De acordo com reportagem da Gazeta do Povo publicada em 21 de outubro, o valor das obras do Mundial na capital paranaense já passa de R$ 1 bilhão. (RF)

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Valor total do projeto do metrô curitibano passará de R$ 3 bilhões

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O projeto do metrô de Curitiba deverá custar mais de R$ 3 bilhões – pelo menos 28% a mais do que o previsto pela gestão do ex-prefeito Luciano Ducci. A nova estimativa foi apresentada ontem, pelo secretário municipal de Gestão e Planejamento, Fábio Scatolin, durante simpósio organizado pelo CREA-PR. Para bancar o custo adicional, a administração do prefeito Gustavo Fruet não nega que poderá buscar novos recursos federais para a obra.

“O preço será algo próximo da Linha Lilás de São Paulo. Estamos estimando algo em torno de R$ 3 bilhões para a primeira fase. Mas não tenho dados precisos ainda, pois isso é o mercado quem vai dizer”, afirmou Scatolin.

A primeira fase do projeto do metrô de Curitiba, que ligaria o CIC Sul à futura Estação Rua das Flores, estava orçada em 2,34 bilhões. Esse valor será dividido entre os governos federal e estadual (R$ 1 bilhão e R$ 300 milhões), prefeitura (R$ 82 milhões) e iniciativa privada (R$ 949 milhões). O acréscimo estimado pela prefeitura poderá ser buscado junto ao governo federal.

“Após os protestos, houve o anúncio da presidente de mais investimentos em mobilidade urbana. Não posso afirmar onde especificamente esse dinheiro será utilizado, mas o prefeito está atento e esperamos algo para projetos de metrô”, afirmou o secretário.
O novo custo ainda será confirmado pela Comissão de Revisão do Projeto do Metrô de Curitiba, que receberá até o próximo dia 12 de agosto Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMI) – instrumento é previsto pela Lei de Parceria Público Privada (PPP) e pelo qual as empresas manifestarão desejo em participar da concorrência.

Até o momento, nenhum projeto foi apresentado. Scatolin garante que isso não é um problema. “A ideia é receber ao final, não no meio do caminho. Quero, pelo menos, um projeto, que precisará ser bem feito para nos capacitarmos em direção à licitação”, afirmou.

Curitiba tem até o dia 30 de agosto deste ano para garantir o aporte de R$ 1 bilhão do governo federal para o projeto de metrô. Esse é o prazo para que a administração municipal dê o sinal verde de que fará a obra, garantindo que os recursos sejam incluídos na Lei Orçamentária Anual federal. 

Por Raphael Marchiori
Informações: Gazeta do Povo

Infográfico

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Governo Federal avalia inclusão do Metrô Curitibano nas obras da Copa

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A implantação da Linha Azul, a primeira linha de metrô da Rede Integrada de Transporte, no trecho entre o terminal CIC Sul até a Praça Eufrásio Correia, foi defendida nesta terça-feira (10), em Brasília, pelo prefeito Beto Richa durante reunião com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, e do Esporte, Orlando Silva. "O metrô é uma obra importante para Curitiba na área de mobilidade, por isso solicitamos ao governo federal que continue avaliando a possibilidade de nos ajudar neste projeto", disse Richa na reunião sobre investimentos para a Copa do Mundo de 2014.
O ministro Paulo Bernardo disse que, considerando o compromisso assumido pela Prefeitura de Curitiba quanto ao prazo de conclusão, o governo federal avaliará a inclusão do Metrô Curitibano nas obras prioritárias para financiamento visando a Copa 2014.
Cândido de Abreu terá Ligeirão - Ministros e técnicos dos três ministérios e também da Casa Civil declararam que o debate sobre o investimento do Governo Federal no Metrô Curitibano continuará em discussão durante reuniões técnicas.
O primeiro trecho da Linha Azul tem uma extensão de 13km com 12 estações de embarque e desembarque, além do pátio de estacionamento dos trens e áreas de manutenção.Com base nas últimas informações apuradas pelas equipes que trabalham nos estudos e projetos de engenharia do Metrô Curitibano, Richa pediu o apoio do Governo Federal na implantação da linha, para a qual são necessários, de acordo com os levantamentos feitos até agora, R$ 960 milhões do Governo Federal, do total de R$ 1,440 bilhão necessário para o primeiro trecho.
Sistema Integrado de Mobilidade - Serão destinados R$ 68,2 milhões para o Sistema Integrado de Mobilidade: R$ 58,2 milhões para Curitiba e R$ 10 milhões para a Região Metropolitana. Dos R$ 79,8 milhões de investimentos para a ligação Aeroporto-Rodoviária, R$ 29,8 milhões virão para obras do Estado e R$ 50 milhões para as obras da Prefeitura de Curitiba, que incluem três trincheiras, nos cruzamentos com as ruas Henrique Mehl, Chile e Francisco H. dos Santos. Ao Governo do Estado cabe a trincheira da Rui Barbosa, em São José dos Pinhais, obra que já está em execução. As obras na avenida Cândido de Abreu estão orçadas em R$ 4,9 milhões.
O Sistema Integrado de Mobilidade prevê prioridade para os ônibus nos semáforos; uso de câmeras de circuito fechado de televisão para monitoramento do transporte coletivo e do trânsito em tempo real; painéis eletrônicos informando aos motoristas as condições das principais vias; mais rapidez em operações de emergência de trânsito, câmeras nos ônibus, estações-tubo, terminais e canaletas com um novo sistema de segurança no transporte coletivo; novo sistema de informação aos passageiros; aprimoramento das análises de tráfego e de condições ambientais, além de outros componentes.
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Rio: Cidade Maravilhosa se rende ao ônibus expresso

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Palco da final da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro passa por uma revolução tardia no seu sistema de transporte público. A capital fluminense está implantando o BRT (sigla para Bus Rapid Transit ou Ônibus de Trânsito Rápido), que se caracteriza pela utilização de vias exclusivas para ônibus e estações de pré-embarque, como em Curitiba.

Em operação há dois meses, o TransOeste corta a Barra da Tijuca em uma extensão de 40 quilômetros – a previsão é de 56 km até o fim do ano. Há faixas de ultrapassagem nos corredores, as estações são todas climatizadas e há dois tipos de linha operando: as expressas, que seguem sem parar em vários pontos, e as chamadas “paradoras”, que pegam passageiros em todos os terminais – o que permite, na primeira opção, que as viagens entre dois pontos extremos sejam mais rápidas. A aceitação dos passageiros, por enquanto, é boa: 70 mil pessoas utilizam o TransOeste diariamente e 90% delas afirmam estar satisfeitas com o serviço.

A previsão da Secretaria Municipal de Transportes é ampliar o BRT em mais três eixos até 2016, num total de 150 quilômetros de vias exclusivas – em Curitiba são 81 quilômetros. Só a TransBrasil, eixo de 31 quilômetros que ligará o bairro Deodoro ao Aeroporto Santos Du­­­mont, passando pela Avenida Brasil, terá capacidade de transportar 900 mil pessoas por dia.

O secretário de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, falou ontem à Gazeta do Povo durante a 15.ª Etransport, congresso que discute os rumos e tendências do transporte público no país e no mundo. Para Sansão, uma das tendências apontadas no evento este ano, não por acaso, é justamente a consolidação do BRT como um meio de transporte de massa, capaz de fazer frente, inclusive, à demanda atendida hoje em muitas cidades pelo metrô.

Curitiba, que foi sinônimo de inovação ao implantar o BRT na década de 70, agora aposta as suas fichas no metrô, opção que ainda está longe de ser unanimidade. Há um embate hoje, no país, entre esses dois modais?

Não vejo a coisa dessa forma, de optar por um ou outro. Aqui, no Rio, desenhamos nossa rede de BRT para ser integrada à rede metroviária que já existia e que está em expansão [as linhas 1 e 2 do metrô carioca tem 36,2 quilômetros e atendem cerca de 700 mil passageiros/ dia. A previsão é ampliar essa capacidade para 1,2 milhão de passageiros/dia no próximo ano, com a aquisição de 19 novos trens]. Depende muito do que você quer para a cidade, da região que você está implantando o modal, da característica da sua demanda. Não sei se é essa a discussão em Curitiba, mas onde já existe o BRT, eu esperaria mais para tomar a decisão de mudar de modal. Investiria na modernização do sistema, com pistas de ultrapassagem, por exemplo, e linhas expressas que ultrapassem as paradoras [linhas que param em todos os pontos]. Assim, você multiplica sua capacidade e o sistema tem uma vida útil maior. Já estamos fazendo o BRT no Rio com essas condições.

A implantação do BRT no Rio e em outras cidades, como Belo Horizonte, pode mudar essa concepção ainda vigente de que o metrô é a única opção de transporte de massa?

Nos anos 1970 e até nos anos 1980, ninguém falava em um outro meio de transporte urbano que não fosse metrô. Quando o sistema nos anos 80 ganhou inovações técnicas que permitiram que ele passasse a ser um sistema de alta capacidade em outras cidades, como o Transmilênio em Bogotá, se quebrou um paradigma.

Um dos eixos do BRT carioca, o Transbrasil, tem uma demanda estimada de 900 mil passageiros por dia – número até maior do que a demanda do metrô do Rio. Haverá de fato capacidade e estrutura para chegar a esse número?

É possível sim porque na Avenida Brasil não há cruzamentos, o BRT terá duas faixas, uma em cada sentido, e linhas expressas diretas ou paradoras. Combinando tudo isso, se consegue atingir essa capacidade. O Transmilênio, na Colômbia, já está atendendo um número próximo a isso.

Mesmo com a modernização do transporte público, hoje é muito difícil o motorista deixar o carro em casa e partir para o ônibus. Como cativar esse público?

Entre os usuários de carro, há dois tipos. O cativo, que não abre mão da individualidade e do conforto, mesmo se você colocar um helicóptero expresso, e há aquele que pode mudar de pensamento, tendo uma boa opção à mão. Com um modal público expresso de alta capacidade, os condutores vão poder escolher. No Rio, se 20% dos usuários de carros partirem para o transporte coletivo, o trânsito vai melhorar muito. O que já vale a pena.

Informações: Gazeta do Povo

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Curitiba: Especialistas duvidam que o Azulão seja capaz de evitar a sobrecarga do transporte coletivo da capital

terça-feira, 12 de abril de 2011

O discurso do poder público de que o transporte coletivo de Curitiba é o melhor da América Latina não passa mais credibilidade como antes. Com base em pesquisas de campo, especialistas não têm medo de afirmar que o sistema não é tão bom quanto o que é vendido pela prefeitura, que recentemente lançou o Mega BRT, o maior ônibus do mundo. Conhecido como Azulão, ele tem 28 metros de comprimento, 2,5 metros de largura e capacidade para transportar 250 passageiros. Com menos paradas e uma tecnologia que permite abrir os semáforos, o Azulão reduz quase pela metade o tempo de viagem das linhas Pinheirinho e Boqueirão.

Para alguns especialistas, ele é apenas um tapa-buraco de um sistema cada vez mais defasado. Para outros, nem tanto. “O Azulão, mais do que uma salvação, é uma novidade. Desde o início da circulação dos ligeirinhos, com as paradas nas estações-tubo, em 1991, não víamos nada de novo nessas linhas”, diz o engenheiro civil Roberto Ghidini, autor da tese de doutorado “A dinâmica territorial em torno do transporte público e suas interrelações – Estudos sobre o metrô de Madri e a RIT em Curitiba”, a ser apresentada à Escola Superior de Arquitetura da Universidade Politécnica de Madrid, na Espanha.


O ônibus azul é um blefe a mais, na opinião do engenheiro mecânico João Carlos Cascaes, ex-diretor de Planejamento e Engenharia da Urbanização Curitiba S/A (Urbs). “Não é solução. O desempenho poderá ser bom em circuitos especiais, mas e no resto da cidade? Pior ainda, planejaram o metrô no circuito Norte-Sul sob a canaleta. Imaginou o caos a ser criado durante as obras? Erraram demais. Para complicar mais ainda, tivemos um edital assinado recentemente outorgando concessões que serão entraves na otimização do sistema”, afirma.

Verdade de fora

Enquanto o sistema de Curitiba apostou tudo no chamado Bus Rapid Transit (Trânsito Rápido de Ônibus, em livre tradução), veículos articulados ou biarticulados trafegando em canaletas específicas ou em vias elevadas, outras cidades do mundo investiram em modelos diferentes ou aperfeiçoaram o BRT. Na América Latina, os sistemas mais famosos são da Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia, e o da Transantiago, de Santiago, no Chile, ambos BRT. No caso de Santiago, a tarifa é integrada com o sistema de ônibus local e com o metrô, o que dá mais mobilidade ao passageiro. Em Bogotá, a capacidade de transporte e a velocidade média são maiores do que as da capital paranaense.

O professor do mestrado em Transportes do Instituto Militar de Engenharia (IME) e da Fundação Getulio Vargas, Marcus Quintella, afirma que na Europa, por exemplo, existe o consenso de que o transporte público é a forma mais rápida, eficiente e econômica para a locomoção de massa nos centros urbanos. O termo transporte público abrange os metrôs, trens suburbanos, regionais e de alta velocidade, ônibus urbanos, táxis e veículos leves sobre trilhos (VLTs).

“Em termos tecnológicos, os benefícios para os usuários do transporte público são cada vez mais sofisticados e evidentes, desde a estrutura física dos veículos, passando pelo gerenciamento de frotas por satélite, até o controle sistêmico do trânsito nas vias urbanas”, diz Quintella. Nas capitais europeias, 70% das pessoas usam o transporte público para o trajeto casa-trabalho-casa, independentemente da classe social, pois não há outra opção mais racional e econômica.

Ghidini destaca o sistema de Barcelona. “Os deslocamentos diários são da ordem de 7 milhões de viagens, sendo 44% em transporte público, 22% a pé ou em bicicleta e 34% em veículo privado. O metrô é composto por linhas de empresa pública e privadas, assim como os ônibus. A coordenação é feita pela Autoritat del Transport Metropolità de Barcelona, que atua como um consórcio e que promove a integração modal e tarifária. Em 2007, iniciou a operação do Bicing sistema de locação de bicicletas, igualmente integrado ao sistema. Seguem inovando, melhorando em termos de cobertura espacial, de bilhetagem. Acho que este sistema poderia ser aplicado a Curitiba”, afirma.



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Transporte Público no Rio: O desafio diário de ir e vir

quinta-feira, 25 de março de 2010


Se quiser ganhar a corrida para resolver os seus problemas de transporte, o Rio precisa tirar o pé do freio. Numa perspectiva geral do que acontece em outros países da América Latina e do Caribe, saltam aos olhos que as soluções apontam para a integração viária e a criação de modelos alternativos de deslocamento. Ninguém parece discutir a direção. Mas, enquanto os outros se apressam, o Rio segue em ritmo lento ou, em alguns casos, desacelera.

  • Os corredores expressos para ônibus e o metrô são a prova disso. Ao passo que a Cidade Maravilhosa ainda planeja sua primeira via exclusiva para ônibus e contabiliza 34 estações de metrô, Bogotá já opera um sistema de bus rapid transit com 114 estações, que transportou, em janeiro último, 2,7 bilhões de passageiros. Já Santiago do Chile, que também inaugurou seu sistema subterrâneo na década de 70, se orgulha de ter 101 estações de metrô.
A velocidade é um diferencial importante diante do crescimento da demanda de passageiros. Santiago inaugurou 26 novas estações de metrô em cinco anos - quase 5,2 a cada ano. No mesmo período, o Rio ganhou apenas duas, Cantagalo, em Copacabana, e General Osório, em Ipanema. São dois milhões de chilenos transportados por dia contra 550 mil pelo metrô no Rio. Metrô, alvo de queixas
O tempo pesou para o metrô fluminense, que perdeu excelência. De rápido, eficiente e confortável, tornou-se alvo de reclamações constantes, de superlotação a falhas operacionais. Para Ronaldo Balassiano, professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, o Rio sofre com a falta de continuidade e planejamento.
  • - Hoje, o metrô está vivendo um caos. Um planejamento inteligente e interessante começou a ser feito, mas descarrilou no meio do caminho. É preciso aumentar a frequência de trens ou, eventualmente, inaugurar uma estação, como Ipanema. O segundo problema foi o projeto fracassado da Linha 1A (ligação direta Pavuna-Botafogo). Como um novo serviço foi implantado sem informação, sem preparar os funcionários? - pergunta Balassiano.
Na comparação, o metrô do Rio leva menos gente, é menor e mais caro do que os sistemas em funcionamento em Buenos Aires, Caracas e Cidade do México. Bogotá ainda projeta sua rede, mas a cidade está lá na frente numa modalidade de transporte com DNA brasileiro: o bus rapid transit. Há tempos o Rio namora o sistema de corredores expressos de ônibus de Curitiba, obra do arquiteto Jaime Lerner, mas foram os colombianos que o implantaram antes. E mais: em 2008, a Colômbia deu início à construção de mais três troncos de corredores do TransMilenio, com previsão de conclusão ainda este ano.
  • A presidente da ONG Rio Como Vamos, Rosiska Darcy de Oliveira, observa que, além de racionalização, o sistema de transporte carece de informações para a realização de um diagnóstico preciso.- Cidades grandes, como o Rio, precisam de um transporte de massa eficiente e integrado. Os ônibus deveriam alimentar e complementar os ramais metroviário e ferroviário, o que reduziria os engarrafamentos. Infelizmente, estamos longe disso - afirma.

Segundo a ONG, a rede como um todo é desconhecida. O Plano Diretor da cidade previa que, em 2005, havia 5,274 milhões de deslocamentos diários na Região Metropolitana do Rio, 74% deles realizados por meio de transporte público. Os dados atualizados sobre como se dividem os passageiros são fornecidos por setor ou concessionária. São eles: ônibus, 2,511 milhões de pessoas por dia; trens, 500 mil por dia; metrô, 550 mil por dia; barcas, 90 a cem mil por dia, totalizando 3,6 milhões de pessoas.

  • Investimento insuficiente
    Em razão dos parcos investimentos do passado, o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, reconhece que, faltando seis anos para as Olimpíadas de 2016, o Rio corre atrás do prejuízo:
    - A verdade é que a frota do metrô, de 30 anos, é antiga e com grau de intensidade de uso tremendo. O acordo da renovação (da concessão) envolve a melhora de sistemas abandonados há anos. Os investimentos em infraestrutura, de passivos trabalhistas a obras de ventilação dos trens, são de R$ 1,2 bilhão.
Enquanto isso, Buenos Aires, além de sete novas estações de metrô, investe numa rede múltipla: um corredor exclusivo de ônibus entre Palermo e Liniers e 50 quilômetros de ciclovias. O México aposta em linhas de metrobus - ônibus expressos que circulam numa pista exclusiva - para aumentar a capacidade de seu metrô. E San José, na Costa Rica, discute aplicar US$ 345 milhões num trem elétrico para ligar a capital à província de Heredia, distante apenas 12 quilômetros.

Fonte: O Globo

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Campeã de veículos por habitante, Curitiba tenta alternativas para garantir transporte coletivo para a Copa

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Prefeitura de Curitiba começou a testar na segunda-feira (27) um ônibus menos poluente, com motor elétrico, com vistas à Copa do Mundo de 2014. A iniciativa da capital paranaense é mais uma tentativa para enfrentar uma contradição: seu sistema de transporte coletivo é considerado o mais eficiente do país, porém a cidade é dona do maior número de veículos por habitantes entre as capitais brasileiras: 0,63 veículos/habitante, o triplo de Salvador (0,19) e superior à média nacional de 0,27, conforme dados do IBGE.
Em 2010, mesmo ano em que recebeu as premiações consideradas o Oscar das categorias “sustentabilidade” e “transporte público” -- Sustainable Transport Award, nos Estados Unidos, em janeiro, e Globe Award Sustainable City, na Suécia, em abril -- Curitiba registra um aumento acumulado nos últimos quatros anos de 29,33% em sua frota de veículos, que chegou a 1.177.065 unidades em 2009.
Mas, se o transporte público é tão bom, por que tanta gente usa veículo particular em Curitiba? Para alguns especialistas ouvidos pelo UOL Notícias, o aumento de veículos na capital paranaense vem do seu bom desempenho socioeconômico, que confere maior poder de compra aos seus habitantes.
Curitiba apresenta, segundo dados do IBGE, taxa de crescimento populacional anual de 1,8%, enquanto o Brasil conta com 1,4%. Mesmo sendo a sétima capital em tamanho, ela está em quinto no ranking de PIB (Produto Interno Bruto), com R$ 40 bilhões em 2009. No ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Curitiba é a segunda capital do país, atrás apenas de Brasília (DF). Com uma renda per capita de R$ 21,7 mil/ano, Curitiba é ainda a segunda cidade com maior taxa de Classe A do país e é onde a Classe C mais cresceu (56% de aumento contra 43% da média nacional apontado estudo do Instituto Ethos, divulgado em 2009).

Sonho de consumo
Traços culturais também explicam a atração do curitibano por veículos particulares. Desde a abertura do mercado da era Collor, no final da década de 1980, a cidade vem ostentando a maior média de venda de carros de luxo e importados per capita do país -- só perde para São Paulo (SP) em venda de Mercedez Benz. Desde que abriu sua loja em 2008, a Porsche vende, em média, 120 unidades por mês. A marca Mini, por sua vez, comercializou 138 carros de agosto em dezembro do ano passado, quando começou a operar.
“Por melhor que seja o sistema de transporte coletivo, o automóvel vai continuar competindo, porque ele é um sonho de consumo, fácil de comprar e garante liberdade de mobilidade”, justifica Luiz Filla, gerente de operações de transporte coletivo da Urbs (Urbanização de Curitiba SA), empresa pública responsável pelo planejamento, operação e fiscalização de transporte e trânsito na capital do estado.
“Comprar carro e moto é fácil hoje em dia. Com o veículo na garagem, o usuário não quer se submeter ao horário de ônibus, por melhor que seja o sistema de Curitiba”, concorda José Mário de Andrade, diretor de negócios internacionais da Perkons, empresa paranaense especializada em tecnologia para segurança e gestão de trânsito, que inventou a lombada eletrônica. “O sistema curitibano é bom do ponto de vista das pessoas que planejam, mas o usuário sempre terá queixas a fazer porque exige tempo e às vezes, mais de um ônibus para chegar ao destino” emenda, ponderando que a situação de circulação ainda não é extremamente crítica. “São Paulo tem em torno de 6 milhões de veículos ou 300 carros por dia. Curitiba tem 1, 8 milhão de veículos e uma circulação média em torno de 20 a 30 por dia”, afirma.

Transporte público para a Copa
Aplicado com sucesso em Curitiba pela primeira vez em 1973, o sistema BRT (Bus Rapid Transit), composto por ônibus integrados, é a base do transporte público que transformou a cidade em modelo para cidades brasileiras e estrangeiras.
No total, são 465 linhas urbanas e metropolitanas operadas por 28 empresas privadas. “O principal atributo do BRT é que ele incorpora características do metrô por um custo cerca de 20 vezes menor por quilômetro”, explica Luís Antônio Lindau, pós-doutor em engenharia de tráfego e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Nove das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 receberão uma injeção de R$ 22 bilhões para a compra de ônibus articulados para implantação ou ampliação do sistema BRT. Curitiba será uma delas, e o teste do “hibribrus” (ônibus híbrido) da Volvo faz parte das análises preliminares da prefeitura municipal.
A despeito das premiações internacionais, o transporte coletivo curitibano está longe do ideal, admite Ricardo Antônio Almeida Bindo, supervisor de planejamento do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (IPPUC), entidade ligada à prefeitura. “O nosso sistema de transporte não é excelente, mas funciona razoavelmente bem comparativamente com outras cidades brasileiras. Está bem estruturado, tem tarifa única, é integrado, eficiente do sistema de transporte na canaleta (via especial, onde trafegam alguns tipos de ônibus)”, observa.
Mesmo assim, segundo Bindo, o número de usuários do transporte coletivo já é muito alto. Hoje há cerca de 2,3 milhões de passageiros/dia em Curitiba e mais 13 municípios da região metropolitana. No horário de pico, os ônibus da cidade circulam com 35 mil pessoas/hora.
Bindo não revela a base de cálculo adotado para mensurar a distribuição de ônibus pelas linhas. “Não existe número mágico em que dizemos para tantas pessoas, precisamos de tantos ônibus. Mas estamos permanentemente tentando aperfeiçoar o sistema."
A prefeitura, entretanto, vem aumentando suas medidas restritivas de tráfego nas áreas de maior movimento na cidade, diminuindo a possibilidade de estacionar em várias regiões. “A cidade cresceu, e as ruas, não. Ainda assim, os congestionamento são pequenos e pontuais em determinados horários. É diferente de São Paulo ou Porto Alegre, em que a cidade para”, explica Bindo, do IPPUC, que descarta a adoção de rodízio como solução imediata.
Além dos ônibus, a prefeitura de Curitiba, na campanha para ser uma das sedes para a Copa de 2014, prometeu a construção de metrô. Segundo a prefeitura municipal, o projeto está em fase de “estudos de engenharia”.

Fonte: Uol Notícias

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Conheça as vantagens do monotrilho como meio de transporte para BH

segunda-feira, 11 de março de 2013

O para e arranca de Belo Horizonte é um dos tormentos dos motoristas e dos usuários de transporte público da cidade já faz bem uns 10 anos. De microssolução em microssolução, até hoje a capital não teve obra ou interferência que desse, de verdade, um fim a esse movimento repetitivo e chato. Agora, a bola da vez é o BRT, o trânsito rápido de ônibus, que está sendo implantado em grandes corredores do Vetor Norte e da região Centro-Sul. Mas há dúvidas, e muitas, dos especialistas sobre a sua eficiência para BH. A aposta é de que será mais um paliativo. Na linha do que poderia ser feito para melhorar de vez o trânsito, a unanimidade é o metrô, o mais eficiente e de maior capacidade do mundo. Caro, na falta dele, a luz que aparece no fim do túnel vem do monotrilho, que, em vez da terra, usa o céu para transportar os passageiros.

Não é só metaforicamente falando. A grande diferença entre metrô e monotrilho está na estrutura de cada um. Enquanto o metrô – o verdadeiro, e não o trem de superfície que existe em Belo Horizonte – utiliza os subterrâneos para não incomodar quem passa por cima, o monotrilho usa o nível de cima para não atrapalhar quem está embaixo. Explicando: os vagões do monotrilho circulam por estruturas suspensas, como se fossem passarelas, a cerca de 15 metros do solo. Geralmente, são instaladas nos canteiros centrais das avenidas, utilizando um corredor de dois metros de largura para isso.

A discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada um dos grandes modais foi feita pelo engenheiro de produção Uarlem José de Faria Oliveira, em monografia de pós-graduação pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele criou um quadro comparativo em que analisou o BRT, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o monotrilho e o metrô. O BRT é um sistema que utiliza pista exclusiva para ônibus. A plataforma de embarque é elevada, e os veículos só param nas estações. Os passageiros só acessam o coletivo com o tíquete pago.

O VLT tem funcionamento semelhante ao do BRT, já que utiliza pista exclusiva e não concorre com os outros meios de transporte por um espaço no trânsito. A grande diferença é que ele corre sobre trilhos, enquanto o BRT corre sobre pneus. Ou seja, no quadro do engenheiro, foram analisados três transportes sobre trilhos e um sobre rodas. A conclusão a que chegou e que pode ser confirmada pelo quadro é a de que o BRT, dos quatro, é o que tem menos vantagens. A única, aliás, apontada, é o custo de produção. Gasta de 15 milhões a 20 millhões de dólares por quilômetro construído. Por outro lado, o VLT custa de 20 milhões a 50 milhões de dólares o quilômetro, o monotrilho, de 40  milhões a 70 milhões de dólares, e o metrô, de 80 milhões a 120 milhões de dólares.

Dos quatro modelos, o BRT é o que tem menor capacidade máxima de transporte – 10 mil a 30 mil passageiros por hora por sentido – e o metrô é o que tem mais – de 25 mil a 80 mil por hora por sentido. O VLT e o monotrilho quase empatam. O primeiro consegue levar de 10 mil a 40 mil passageiros por hora por sentido e o segundo, de 15 mil a 50 mil. Outros quesitos em que o BRT perde é em ruído (elevado), conforto (menor, por causa de freadas e semáforos), capacidade de atrair usuários de carro de passeio (baixa) e emissão de carbono por passageiro (alta).  Em interferência no trânsito, custo de desapropriação e interferência durante a construção, que são considerados altos no quadro, ele empata com o VLT. O monotrilho tem descrições melhores que os dois em todos os quesitos e perde para o metrô em interferência durante a construção. Por outro lado, ganha em ruído (menor) e custo de desapropriação.

De acordo com Uarlem Oliveira, em geral, o sistema sobre trilhos é o ideal para linhas troncais – aquelas existentes em locais em que há grande demanda –, a partir de 10 mil a 15 mil passageiros por hora. As alimentadoras, que vão abastecer as troncais e que geralmente saem dos bairros para a estação, não precisam ser sobre trilhos, observa. “Para alimentadora, é ônibus mesmo. É o único que tem alta capilaridade. Não existe outro.”

Segundo o pesquisador, a grande vantagem do monotrilho é ser mais barato que o metrô, podendo ter a mesma eficiência dele, com menor tempo de construção e sem a necessidade de cavar túneis. As peças para instalação do monotrilho podem ser pré-moldadas e montadas à noite, não interferindo no trânsito diurno, que costuma ser pesado. Não há desapropriação e não interfere em redes subterrâneas, como de esgoto.

As principais críticas ao monotrilho são relacionadas à questão urbanística, pelo fato de ele ser instalado sobre corredores suspensos, similares a viadutos – mas que tem a vantagem de permitir ao passageiro ver a paisagem, completa –, à evacuação em caso de pane – há fabricantes que têm sistema parecido com o de avião (rampas infláveis) e outros que usam passarela de ligação entre os vagões de um sentido e de outro, para transferir os passageiros – e à capacidade, inferior à do metrô.

Com relação ao BRT, Uarlem Oliveira acredita que as análises feitas são superficiais. “É muito bom para cidades de médio porte e dependendo de como a cidade é construída, se tem avenidas largas que comportam.” Para Belo Horizonte, ele acredita que a solução BRT é paliativa e de curto prazo. “Daqui a 10 anos, vão estar pensando de novo em solução para o trânsito. Se gastassem mais agora, o problema estaria resolvido para os próximos cem anos”, sugere. Na opinião do pesquisador, o monotrilho atenderia bem a cidade, já prevendo o perfil dela no futuro. “Não é à toa que São Paulo está fazendo três linhas de monotrilho.”

É consenso entre técnicos e acadêmicos que o ideal para qualquer cidade de grande porte é que existam vários modais se complementando e que um não é melhor que outro, já que cada um é adequado para um tipo de problema que se quer atacar. A ideia de criar monotrilho em Belo Horizonte ganhou defensores nos últimos dois anos, principalmente depois da iniciativa de São Paulo, de implantar 24,5 quilômetros do sistema, com capacidade para 48 mil passageiros por hora – a maior do mundo – e, também, diante da dificuldade relacionada à concretização do metrô por aqui – por falta de verba e de vontade política. Entre os que são a favor do modal, estão entidades de classe e empresariais, como a Sociedade Mineira de Engenheiros, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) e a Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), além de acadêmicos das principais universidades de BH.

Um dos que se manifestam a favor do monotrilho é o professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar, que coordena essa área na instituição. Segundo ele, toda a cidade deveria ter vários modais. No caso de Belo Horizonte que, no momento, possui apenas os ônibus e o trem de superfície e desenvolve o BRT, o professor acha que há equívocos. Isso porque, diz, a cidade se inspira no modelo de Curitiba, que, a partir da década de 1960, começou a pensar o BRT. Depois disso, a cidade começou a ser planejada tendo o BRT em sua estrutura e, por isso, o sistema deu certo.

No caso de Belo Horizonte, não ocorreria assim, já que a cidade está estruturada de uma forma e terá um sistema BRT adicionado a ela. Aguiar também acredita que o BRT, na capital mineira, terá boa fluência no percurso, mas vai encontrar problemas nas pontas, ou seja, nas estações de embarque e desembarque, já que haverá acúmulo de carros para um espaço limitado. O mesmo problema ele vislumbra para o túnel da Lagoinha, na avenida Cristiano Machado.

Com relação aos modais sobre trilhos, o professor defende que não se pode considerar o existente em Belo Horizonte como metrô, porque um dos princípios do modal é ser segregado dos demais meios e buscar a demanda onde ela estiver, o que não ocorre. Ele ressalta, como outros especialistas, que o metrô é o melhor sistema, mas é caro, demanda mais tempo e é difícil de ser construído. “Até para calcular orçamento é difícil, porque você tem de escavar o subterrâneo e não sabe o que pode encontrar, como aconteceu em São Paulo (quando houve deslizamento de terra na construção da linha 4).”

Os cálculos dos especialistas são de que um quilômetro de metrô leve um ano para ser construído, enquanto, no caso do monotrilho, é possível fazer cinco quilômetros em um ano. Segundo Márcio Aguiar, o monotrilho é o mais adequado, por exigir pouca desapropriação, ter custo de um terço do metrô, ser rápido, segregado, silencioso, ter maior capacidade de rampa que o metrô – mais de acordo com o relevo de Belo Horizonte – e exigir menor área para fazer curvas.

Para o engenheiro civil Luiz Otávio Silva Portela, membro da Comissão de Transportes da SME, existem dois tipos de solução para o transporte   de massa da Região Metropolitana  de Belo Horizonte, que seriam abaixo ou acima do chão. Ele não considera a possibilidade no nível do chão, caso do BRT e do VLT, porque, na opinião dele, não há mais espaço para isso na região e o alargamento das vias é difícil devido ao alto valor que deveria ser empenhado em desapropriação, dos prejuízos sociais e econômicos e do elevado tempo que esse processo demanda. As alternativas no chão têm, ainda, o problema da poluição ambiental, fator “que tem sido esquecido pelas autoridades”, acrescenta.

A solução debaixo do chão, ou seja o metrô, teria os problemas de custo e de tempo e, ainda, o de construção. “No caso de Belo Horizonte, com relevo montanhoso, metrô subterrâneo implicaria estações bastante profundas, o que seria também um fator de acréscimo de custo e de prazo”, diz o engenheiro.

Como o modelo acima do chão, o  monotrilho é elétrico, não há aumento de poluição sonora e atmosférica. O BRT tem motor a combustão e, por isso, não é alternativa que vá poupar o meio ambiente. E, quanto à crítica que pesa contra o modal, de poluição visual, Luiz Otávio considera que ela é menor que a de rampas de viadutos, por serem estreitas. Além disso, o visual moderno do monotrilho é ponto a favor, na opinião de Luiz Otávio.

No quesito tempo de implantação, o engenheiro chama a atenção para o fato de que o BRT ou o VLT, das soluções acima do chão – já que ele também poderia ser pensado em nível acima, se instalado em viadutos –, é o mais demorado, devido ao processo de desapropriação de imóveis comerciais e residenciais. Outro ponto favorável ao monotrilho, conforme o membro da SME, é a forma de operação. Ele dispensa operador, por ser totalmente automático e computadorizado. Por outro lado, o VLT exige operador e o BRT, motorista. Além disso, o monotrilho teria mais capacidade que o BRT – até 550 passageiros por composição, com quatro vagões cada, contra 160 passageiros por composição de BRT. Luis Otávio lamenta que as autoridades de BH não queiram “acreditar na capacidade de transporte do monotrilho. A solução acima do chão com o modal monotrilho é a mais interessante, conveniente e factível de utilizar para o transporte de massa, devidamente integrada aos demais modais já existentes.”

O presidente da organização não governamental SOS Mobilidade, José Aparecido Ribeiro, que é também assessor de mobilidade da ACMinas, conta que, antes de defender a causa monotrilho, membros da associação foram a São Paulo para conhecer melhor o sistema. “Achamos que é o mais viável para Belo Horizonte, pelo custo, rapidez e demanda da cidade”, diz.

Segundo ele, existe a tendência de se achar que o metrô é melhor, mas, devido ao alto custo e ao tempo elevado de construção, acaba não sendo. E há outro fator, conforme José Aparecido, que é o  de ele, às vezes, ser muito para a demanda da cidade. Um metrô é capaz de transportar 200 mil passageiros, por hora, por exemplo, mas poucas cidades têm essa demanda nos horários fora de pico.

Na opinião dele, o monotrilho deveria ser a segunda opção de modal. O VLT só deveria ser pensado para regiões planas, como a da Pampulha, e em que é possível interligar muitos bairros por um ponto centralizador. E tem o problema de ocupar uma faixa de rolamento, apesar de ser para colocação de vagões com mais capacidade de transporte que o BRT, que também ocupa uma faixa, mas transporta menos pessoas. “Consome um espaço que a cidade não tem”, afirma. O metrô tem o problema do custo e do tempo de construção. Além disso, ele acredita que a viabilização do metrô em BH passa pelas empresas de transporte de ônibus, que têm a concessão de uso do sistema e fariam resistência à implantação de um meio diferente.

A BHTrans informou que não  considera o monotrilho como a prioridade no atual plano de mobilidade do governo, por não se tratar de um meio de transporte de alta capacidade (em relação ao BRT e metrô), embora não o descarte como mais um modal. Segundo o órgão, o enfoque é na conclusão do BRT nos corredores da Antônio Carlos, da Cristiano Machado, da Pedro 2º, da Amazonas e da área central, integrando-o ao projeto de expansão do metrô, que será a principal modalidade de transporte da cidade, conforme a BHTrans.


Autor(a) Cláudia Rezende

Informações: Jornal TudoBH


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BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

 
 
 

Ônibus articulados elétricos em Goiânia


Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

NOVO BRT RIO


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


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Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

VLT no terminal Gentileza


Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960