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Após isenção de impostos, prefeituras reduzem tarifas de ônibus

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Em meio aos protestos violentos contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, as prefeituras de diversas cidades brasileiras anunciaram para os próximos dias a redução no preço da passagem, após a vigência, a partir do dia 1º de junho, da isenção dos impostos PIS e Cofins para as empresas do setor.

Em Campinas (SP), o prefeito Jonas Donizette anunciou na quarta-feira a redução de 3% na tarifa, que passará de R$ 3,30 para R$ 3,20 a partir de 30 de junho. Durante o evento de homenagem a funcionários da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Donizette afirmou que era necessário repassar a desoneração dada pelo governo federal ao valor da tarifa. "Os empresários alegaram que teriam um prejuízo de R$ 870 mil por mês com a redução na tarifa, mas preferi pensar em primeiro lugar nos usuários do transporte, que vão economizar na passagem e poder contabilizar um dinheiro no final do mês", disse. Donizette lembrou também que não haverá aumento no subsídio atual da prefeitura ao sistema de transporte, que está atualmente em R$ 36 milhões por ano.

Também nesta semana, cinco cidades da região do Grande ABC de São Paulo - São Bernardo, Santo André, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires - terão a tarifa de transporte coletivo reduzida de R$ 3,30 para R$ 3,20. O novo preço passará a valer a partir do próximo sábado.

O anúncio foi feito na semana passada pelo prefeito de São Bernardo do Campo e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Luiz Marinho (PT), durante reunião da entidade. Em Diadema, onde o preço da tarifa já era de R$ 3,20, o valor será mantido. Nessa cidade, o reajuste passará a ser feito de dois em dois anos, como ocorre nos demais municípios do ABC. Em Rio Grande da Serra, onde a tarifa é de R$ 3, o valor será mantido.

Pelo Brasil

A partir de domingo, os ônibus da rede não integrada da região metropolitana de Curitiba terão a tarifa de ônibus reduzida em dez centavos, passando de R$ 2,85 para R$ 2,75. "O Paraná hoje dá um exemplo para o Brasil de trabalho em favor da sua população. Investimos em mobilidade e garantimos assim mais dinheiro no bolso do trabalhador", anunciou o governador Beto Richa (PSDB), ao lembrar que a isenção de ICMS era um compromisso do plano de governo.
Curitiba terá redução
Em Goiânia (GO), a redução passou a valer já a partir desta quinta-feira, após decisão da Justiça de Goiás que suspendeu o aumento de R$ 2,70 para R$ 3, ocorrido no dia 21 de maio. Após uma série de protestos, o reajuste foi cancelado pela Justiça na última segunda-feira, mas somente ontem a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) foi oficiada.

Desde a última segunda-feira, os usuários do transporte coletivo de Manaus (AM) convivem com tarifas reduzidas. O valor foi reajustado de R$ 3,00 para R$ 2,90 pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, que usou como argumento a redução nos tributos federais.

Em Natal (RN), onde o preço da tarifa é alvo de uma série de protestos desde o mês passado, a prefeitura também determinou a redução da tarifa em dez centavos. Desde o dia 4 de junho, a passagem de ônibus passou a valer R$ 2,30. Apesar da redução, o valor não voltou ao mesmo patamar de antes do último reajuste, ocorrido no dia 18 de maio, quando a tarifa passou de R$ 2,20 para R$ 2,40. O prefeito Carlos Eduardo solicitou à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana novos cálculos no valor da passagem, logo após o governo federal anunciar a decisão de zerar o pagamento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Informações: Portal Terra
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São Paulo: Governo vai investir no plano de mobilidade regional do Grande ABC

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Na manhã desta quinta-feira (29/12) o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, assinou um convênio com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC para a transferência de recursos para o planejamento e a elaboração do Plano de Mobilidade Regional do Grande ABC. O convênio tem valor de R$ 1 milhão, sendo R$ 800 mil gastos pelo Governo do Estado de São Paulo e uma contrapartida de R$ 200 mil do consórcio. Uma das ações é a integração física e tarifária do transporte público na região metropolitana, além de incentivar o uso de ciclovias para transporte de pequenos trajetos.

No plano vai ser feito o diagnóstico e indicação de ações para mobilidade urbana para os municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, além das conexões com as cidades vizinhas. Entre os temas a serem tratados, estão a infra-estrutura urbana, metro-ferrovias, ciclovias, estacionamentos, terminais viários, equipamentos para controle e fiscalização, sinalização de vias, além de aprimorar o gerenciamento do trânsito na região.

“O objetivo é contribuir para uma melhor circulação viária e a otimização dos transportes públicos, bem como a inclusão social e a acessibilidade universal, articulando com os planos diretores e a legislação urbanística dos municípios”, afirma o secretário Paulo Alexandre Barbosa. Ele afirma que o cenário a ser colocado vai levar em conta os próximos 15 anos. A região do Grande ABC é responsável por 15% do total de viagens diárias realizadas em toda a metrópole, o que representa um fluxo de 5,6 milhões de viagens por dia.


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Custo benefício do monotrilho divide opiniões no ABC Paulista

sábado, 12 de novembro de 2011

A necessidade mais que urgente de medidas que possam minimizar o impacto do caótico congestionamento da região metropolitana emerge discussões que, despidas de bandeiras partidárias dos governos de plantão, mostra que não existe um modelo “tecnicamente perfeito”. As opções apresentadas têm prós e contras.

Assim como ocorre em alguns Estados que irão sediar a Copa do Mundo, no ABC, o debate sobre qual modelo será adotado para fazer o transporte esquenta a discussão. O projeto adotado pelo Estado é o monotrilho.

Porém, o monotrilho não era a única opção do Estado. O professor da FEI, Creso Peixoto, explica que, no contexto local, o BRT (do inglês Bus Rapit Transit, ou transporte rápido por ônibus) também seria uma alternativa. “Ele é mais econômico o que permitiria um traçado maior”, afirma o especialista.

O monotrilho, orçado em mais de R$ 4,2 bilhões, contemplará um percurso de 28 km. O mesmo aporte financeiro, segundo o professor, permitiria um traçado três vezes maior se o equipamento fosse o BRT.

A capilaridade do veículo sobre pneus, segundo Creso, auxilia no gargalo da morosidade da expansão, por exemplo, do Metrô. Enquanto no México são pavimentados 6 km por ano, no Brasil o índice é reduzido a 2 km. “Uma reengenharia técnica e financeira permitiria imprimirmos uma velocidade maior”, explica o mestre em Transportes.

Bônus e ônus

Os dois modais encontram eco no que diz respeito ao bônus e ao ônus. Se o BRT é mais econômico e, por possuir, no molde terrestre, linhas exclusivas para a circulação dos ônibus, fato que facilita também a flexibilidade da linha, o monotrilho é mais econômico no consumo de energia, além de ser um projeto mais impactante no que diz respeito ao visual.

O monotrilho é propulsionado por energia elétrica e tem normalmente pneus em vez das usuais rodas de ferro. Estes pneus rolam por cima e pelos lados do trilho, de forma a fazer movimentar e estabilizar. Trata-se de um sistema automático, sem condutor, elétrico e não poluente. No Brasil, o único sistema de monotrilho existente é o de Poços de Caldas (MG).

Já o BRT é um modelo de transporte coletivo de média capacidade. Constitui-se de veículos articulados ou biarticulados que trafegam em canaletas específicas ou em vias elevadas. Várias capitais como Curitiba (PR) e Goiânia (GO) adotaram o BRT como meio mais econômico de construir do que um sistema de metropolitano (Metrô), com capacidade de transporte de passageiros similar à de um sistema de VLT. O primeiro BRT foi implantado em 1979, na capital paranaense.

Na região

O traçado de 28 km de extensão no ABC deverá ter início no primeiro semestre de 2012 e partirá da estação Tamanduateí, em São Paulo. Ao todo, serão construídas 12 estações até o Paço de São Bernardo: Carioca, Goiás, Espaço Cerâmica, Estrada das Lágrimas, Rudge Ramos, Instituto Mauá, Afonsina, Fundação Santo André, Winston Churchill, Senador Vergueiro, Baeta Neves e Paço.

Por ser administrado pelo Metrô, o traçado foi batizado de linha 18-bronze. A distância média entre as paradas será de 600 a 1.000 metros e caso seja de média capacidade receberá 30 mil passageiros/hora. A segunda fase do projeto, que ligará o centro de São Bernardo até a região do Alvarenga abrangerá mais seis estações: Djalma Dutra, Lauro Gomes, Ferrazópolis, Café Filho, Capitão Casa e Estrada dos Alvarenga.

Orlando defende escolha

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB), integrante da comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo, defende a implantação adotada pelo governo do Estado.

O parlamentar, que acompanhou o projeto desde a concepção, lista os benefícios do monotrilho. “Pela questão urbanística, qualidade, velocidade do Metrô (90 km/h) que não tem no BRT, além de ser amplamente menos poluente. O mundo moderno transporta sobre trilho”, defende.

A elevação que dará suporte ao equipamento terá a altura média de um poste (7 a 8 metros). Indagado sobre as modificações dos planos - Urbano e Diretor – dos municípios, como sugere o engenheiro e presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, Orlando Morando diz que a realidade não condiz com a teoria. “Isso é uma utopia. Não vamos fazer uma cidade no entorno do traçado. As pessoas não podem esquecer que têm o direito adquirido. Nós estamos trocando o pneu com o carro em movimento”, observa.

Durante visita ao ABC, no dia 14 de junho, o governador Geraldo Alckmin falou da empreitada. "Tivemos uma grande conquista com a linha 18 do Metrô, que é a Integração Tamanduateí. Lá, já temos estação de metrô - a Linha 2; e, de trem, a Linha 10 da CPTM. Dessa estação partirá o Metrô Leve, o monotrilho, para São Bernardo . Será uma obra regional, porque sai de Tamanduateí, atende São Caetano e Santo André. Irá até o Paço Municipal e numa segunda etapa, até Grande Alvarenga, atendendo as regiões ainda mais populares", afirmou.

Brasiliense questiona plano diretor

A implantação do BRT ou do monotrilho sem um rearranjo geral na matriz de transportes da cidade e um esforço no sentido de ampliação da mobilidade urbana pode representar não um avanço, mas um grande retrocesso. É preciso, segundo Ailton Brasiliense, projetar o equipamento no contexto de um Plano de Mobilidade Urbana abrangente e inclusivo.

A mobilidade dos pedestres, dos ciclistas, dos portadores de necessidades especiais, em suas diversas finalidades, deve ser levada em conta, bem como a densidade no entorno de todo traçado, segundo o engenheiro. “Antes de se perguntar o que é mais viável, é preciso fazer outro questionamento. Cadê o plano diretor de cada cidade envolvida (Santo André, São Bernardo e São Caetano)? Como ficarão as moradias e o comércio ao longo do corredor?, provoca Ailton Brasiliense. “Não basta ter alta ou média capacidade, é preciso associar o plano diretor de transporte ao plano diretor das cidades”, sustenta.

Brasiliense explica que o modal deve ser feito com lupa na demanda. “Se for transportar uma média de 10 mil a 12 mil passageiros/dia pode se pensar em algo ‘no chão’, porque o impacto no sistema semafórico (Plano de Circulação) é menor. Se a demanda for maior do que isso – como é projetada no ABC – o mais apropriado é que se construa uma via própria sobre pneu ou trilho”, acredita.

Governo chegou a cogitar VLT

O governo do Estado definiu o monotrilho como o modelo de transporte que será utilizado na linha 18-bronze. Inicialmente, foi cogitada a possibilidade de se adotar o VLT (veículo leve sobre trilhos). Os dois sistemas têm características distintas, como a capacidade de transporte. O VLT pode transportar até 15 mil pessoas por hora. Já o monotrilho consegue levar cerca de 50 mil usuários no mesmo período, levando em consideração as duas direções do trajeto.

Os vagões de ambos os sistemas são alimentados por energia elétrica. No entanto, há diferenças na superfície de contato dos trens. O VLT possui rodas de aço, e como o próprio nome sugere, circula em cima de trilhos, semelhante ao funcionamento de bondinhos. Já o monotrilho funciona sobre pneus.

O diretor de Comunicação da Bombardier, Luis Ramos, acredita que o monotrilho oferece mais vantagens. “É mais barato que o Metrô, sem contar que o tempo para construção da linha também é menor”, diz. Ramos aponta, ainda, outro ponto positivo. “Como o monotrilho funciona com pneus, ele também gera menos barulho do que outros meios de transporte”, explica. A canadense Bombardier é a responsável pela construção dos trens que serão utilizados no monotrilho que vai ligar a vila Prudente até a Cidade Tiradentes, na Capital.

O tamanho dos vagões varia de acordo com o modelo. O trem que será utilizado na expansão da linha 2-verde do Metrô, por exemplo, terá sete vagões, com 13 metros cada. Como o projeto do monotrilho do ABC ainda está em fase inicial, não está definido que tipo de veículo será utilizado – muito menos a empresa que construirá os vagões.

Padrão
O sistema de monotrilho está sendo adotado como padrão das futuras linhas elevadas que o Metrô pretende construir, entre elas a linha 18-bronze. O projeto mais avançado é o prolongamento da linha 2-verde, que já está em construção e está previsto para ser entregue parcialmente em 2012.

Outra obra que segue o mesmo padrão é a linha 17-ouro, que vai ligar a estação Jabaquara do Metrô até a futura estação São Paulo-Morumbi da linha Amarela. O trecho se destaca pelo fato de passar pelo aeroporto de Congonhas.

O Metrô pretende ainda construir outra linha de monotrilho na Capital: a linha 16-prata, que deverá sair da estação Lapa da CPTM e passar por bairros, como vila Dionísio e jardim Primavera, próximo à avenida Inajar de Souza.

Monotrilho enfrentou resistência em SP

Novo minhocão. Desta forma os moradores do Morumbi classificaram o projeto da linha 17-ouro. O temor dos moradores é que o monotrilho desvalorize os imóveis da região, assim como ocorreu com o Elevado Costa e Silva, a famosa via inaugurada nos anos 1970 que virou sinônimo de mau gosto na região central da Capital.

A mobilização dos moradores foi tanta, que representantes do Morumbi chegaram a conseguir na Justiça a paralisação das obras. A representação feita ao Ministério Público pela Associação dos Moradores da vila Inah resultou em ação civil pública e paralisou o andamento do projeto. Posteriormente, o governo do Estado reverteu a decisão.

A previsão de desapropriações de casas de alto padrão foi outro ponto que desagradou os residentes do bairro da Zona Oeste da Capital. Moradores dos bairros do ABC por onde passará a linha 18-bronze não esboçam – pelo menos, por enquanto -, resistência ao monotrilho.

“Aqui não é o Morumbi”, afirma a freira e líder comunitária Adriana Rubino. A religiosa reside no jardim das Orquídeas, um dos bairros que integram a região do Alvarenga, de onde partirá o monotrilho do ABC. “Aqui as casas são mais simples, acredito que não vai ter toda essa resistência que teve em São Paulo. Acho que as pessoas vão receber bem o monotrilho, como forma de transporte mais rápida”, acredita.

Na Zona Leste, parte dos moradores se mobiliza contra o monotrilho que vai passar pela região, como parte da expansão da linha 2-verde. Os residentes recolhem assinaturas em protesto ao modelo de transporte escolhido. “A resistência de moradores de alguns bairros pode ser compreendida pela falta de conhecimento. O monotrilho é uma estrutura de elegância enorme, valoriza os espaços onde é instalado”, acredita o diretor de Comunicação da Bombardier, Luis Ramos.

Preconceito
O próprio secretário de Transportes Metropolitanos reconhece que não era entusiasta do monotrilho, mas mudou de ideia. “Nós precisamos inovar. Não dá pra pensar em resolver um problema dessa complexidade, falando simplesmente em feijão com arroz, como Metrô e corredor de ônibus. Eu mesmo venci barreiras de preconceito”, afirma Jurandir Fernandes.

“Na primeira vez que ouvi falar em monotrilho me pareceu coisa de parque de diversões, porque não estava acompanhando a evolução tecnológica desse sistema. Após estudo verifiquei que é possível utilizar esse sistema”, completa o secretário.


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No Grande ABC, Frota de veículos cresceu cerca de 86% nos últimos 10 anos

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


Trânsito caótico não é problema apenas da capital paulista. Há anos motoristas enfrentam engarrafamentos intermináveis em quase todos os municípios do ABC. Além da falta de investimentos na malha viária e em transporte público, o aumento da frota de veículos tem contribuído para o gargalo. Só nos últimos 10 anos a região ganhou mais de 663 mil veículos, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Enquanto os sete municípios contavam com 772,6 mil veículos em 2001, no último mês de 2011 tinham 1,4 milhão de carros, caminhões e motos nas vias da região.

O município com a maior frota é São Bernardo: são 479,3 mil veículos, seguido por Santo André, com 442,5 mil, e Mauá, com 163,2 mil. Quando o cálculo leva em consideração apenas os veículos, a região contabiliza mais de um milhão de carros, 36,8 mil caminhões e 185,9 mil motos.

Segundo Humberto de Paiva, professor adjunto de Transporte e Mobilidade Urbana do Curso de Engenharia Ambiental do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da UFABC (Universidade Federal do ABC), a população cresceu 8% na região enquanto a frota aumentou 86% na última década. “O aumento da frota que está circulando nas ruas foi de 34%. Na pequena Rio Grande da Serra, a circulação aumentou 163%”, diz. O especialista afirma que os dados do Denatran indicam os veículos licenciados num determinado município e não os que estão necessariamente circulando nele.

“Se a tendência for mantida, a demanda por transporte coletivo deverá crescer em torno de 5% ao ano e a de transporte individual 3%, o que é mais acelerado do que no resto da região metropolitana e deverá exigir uma atenção maior”, alerta.

Caminhões
Para o professor, apesar de considerados os ‘vilões do trânsito’, os caminhões não são tão culpados assim. “Os caminhões são vítimas como todos os demais. Restringir a circulação deles é uma medida paliativa para recuperar parte da capacidade do sistema. Assim que os caminhões saírem os automóveis, em alguns anos, irão ocupar o seu espaço e voltaremos à estaca zero”, comenta.
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC confirmou no começo do mês que a restrição à circulação de caminhões em algumas das principais vias da região começará em abril. A proibição está sendo esboçada desde o final do ano passado e chegou a ser adiada, a pedido das empresas de transporte da região. A proibição será aplicada entre 6h30 e 8h30, e entre 17h e 20h.

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Serviços de ônibus estão à beira do colapso na região do ABC

sábado, 3 de abril de 2010


Quem depende do transporte público em Diadema e São Bernardo convive com o caos. O Diário acompanhou ontem a rotina desses passageiros nas regiões centrais e em bairros das duas cidades. O cenário encontrado: pontos lotados, coletivos cheios, atrasos e muita espera. Segundo especialistas, a solução para estes problemas vai além do aumento da frota, com a priorização dos ônibus nas vias públicas.
A dona de casa Beatriz de Lima, 17 anos, é moradora do Jardim Ipê, em São Bernardo. Na manhã de ontem, acompanhada do filho de 2 anos, estava "espremida" no primeiro assento de um ônibus da linha 15, da SBC Trans. "Procuro sentar na frente para que seja mais fácil sair. É mais seguro quando estou com o meu filho. Como sempre está lotado, conseguir um lugar é motivo de briga", disse.
Cobradora de ônibus em Diadema há 23 anos, Vera Lucia Costa Silva, 53, enfrenta diariamente os problemas do transporte público - como passageira e profissional. "Tem que melhorar muito. Falta segurança, coletivos novos e profissionais. A pior linha de todas é a de numero 31 (da ETCD, que liga a Vila Paulina ao Terminal de Diadema). Os ônibus estão sempre lotados. Eu reclamo muito, mas também ouço muito quando estou do outro lado", disse.
A bancária Camila de Oliveira, 23, é moradora do distrito de Riacho Grande, em São Bernardo. Para trabalhar, precisa ir até o bairro Paulicéia, na mesma cidade. Um trajeto de cerca de 15 quilômetros, que de carro pode ser cumprido em 30 minutos, de ônibus, é percorrido em duas horas.
"Pego um coletivo da linha 30 da SBC Trans, no Riacho Grande, e sigo até a Avenida Lucas Nogueira Garcez, no Centro. De lá, eu embarco em um ônibus da linha 02 ou 03 (da mesma empresa) até o trabalho. As condições são muito ruins. (Os coletivos) estão sempre lotados, são lentos, e o calor dentro deles é insuportável", disse Camila.
LENTIDÃO - Para o presidente do Centro de Transporte Sustentável do Brasil - associação sem fins lucrativos que desenvolve soluções de mobilidade urbana - Luis Antonio Lindau, a má qualidade dos serviços prestados é um reflexo do colapso dos transportes coletivos.
"Os espaços são mais dedicados aos carros. Com isso, os ônibus não têm vez. Isso só pode terminar em superlotação, com os coletivos cada vez mais lentos. Uma solução seria investir nos corredores exclusivos, e na montagem de sistemas de gerenciamento mais ágeis. Não no aumento da qualidade de coletivos", comentou Lindau.
Opinião semelhante à da especialista em trânsito e colunista do Diário, Cristina Baddini. "Poderia haver uma central unificada para o controle do tráfego de veículos no Grande ABC, de modo que, caso necessário, fosse possível liberar vias apenas para os ônibus. Falta prioridade para os coletivos", afirmou.

Fonte: Diário do Grande ABC
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Em São Paulo, Ainda falta criar muitos corredores de ônibus na Região do ABC

terça-feira, 26 de abril de 2011

Apesar do aumento nos problemas do trânsito na região, as prefeituras pouco fazem para priorizar o transporte coletivo, solução apontada por especialistas como a ideal para melhorar a mobilidade urbana. Com exceção do trólebus, que é de responsabilidade da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano), as cidades do Grande ABC têm apenas 4,8 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus.

Santo André tem o maior corredor. Com 4,1 quilômetros, a faixa liga o Terminal Vila Luzita à Avenida Santos Dumont. Já Diadema possui três pequenas faixas exclusivas nas avenidas Alda e São José e Rua Graciosa. Juntas, as pistas somam pouco mais de 800 metros. São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires não têm corredores. Mauá e Rio Grande da Serra não se manifestaram. O número total de faixas exclusivas é baixo se comparado à quantidade diária de
passageiros que utilizam os coletivos - cerca de 600 mil.


Para o professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) e especialista em transportes Creso Peixoto, o poder público deve priorizar o deslocamento em massa. "Mesmo em avenidas com só duas pistas, não é errado colocar faixa exclusiva de ônibus. Precisa tirar o espaço do automóvel e aumentar o do transporte coletivo. Mesmo que isso desagrade os motoristas, no futuro será assim", avaliou.


O diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Marcos Antônio Aleixo, concorda com a necessidade da criação dos espaços exclusivos. "Isso incentivaria o uso do transporte público e tiraria carros das ruas. Sempre reivindicamos isso em nossas campanhas."

PROJETOS

Apenas São Bernardo e São Caetano manifestaram intenção de criar corredores. Em São Bernardo, a Prefeitura disse ter projeto para construção de 11 faixas exclusivas. Já São Caetano informou que está elaborando o Plano Diretor de Mobilidade Urbana e que o assunto faz parte da discussão.

São Paulo aumenta número de pistas para coletivos

Para dar mais fluidez ao trânsito da Zona Sul, a prefeitura de São Paulo abriu ontem faixa exclusiva para ônibus na Rua Domingos de Morais, na Vila Mariana. Os carros de passeio ficarão proibidos de circular na faixa de rolamento de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h e das 17h às 20h. Passam pelo local 13 linhas de ônibus municipais.

O especialista em transportes Creso Peixoto, professor do curso de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), avaliou que a criação do corredor se deve à saturação do Metrô. "O Metrô passa por baixo da Domingos de Morais. O fato de o ônibus correr em paralelo ao traçado do Metrô indica sinais de saturação", analisou. O local é atendido pela linha 1-Azul, que liga as estações Jabaquara, na Zona Sul, e Santana, na Norte.

Outras vias da Capital também possuem corredores exclusivos, como as avenidas Nove de Julho, Santo Amaro e Rebouças. Nesses locais, é permitida a passagem de veículos oficiais, ambulâncias, viaturas policiais e de bombeiros e táxis com passageiros a bordo.





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Obras da fase 1 do BRT-ABC atingem 80% e seguem a São Caetano

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

A Fase 1 do BRT-ABC já está 80% terminada conforme o cronograma, o que inclui a moderna Parada em frente ao Shopping Metrópole, no Centro de São Bernardo. As obras compreendem preparação do pavimento e concretagem de um trecho de 2,5 km da pista do BRT em São Bernardo, dos quais 2 km já estão prontos.

A Fase 1 começou nas Avenidas Aldino Pinotti e Lauro Gomes e termina nos próximos dias na Avenida Winston Churchill, em Rudge Ramos, divisa com São Caetano do Sul.

No Centro de São Bernardo, o design arrojado da Parada em frente ao Shopping Metrópole já chama a atenção das pessoas que circulam na área do Paço Municipal. A Parada terá ar-condicionado, wi-fi, bilhetagem antes do embarque, acesso em nível aos veículos e facilidades para pessoas portadoras de deficiência.

Os engenheiros do BRT-ABC estão concluindo neste momento a sinalização e a instalação do Sistema de Transporte Inteligente (ITS), que traz uma série de soluções tecnológicas de grande relevância para mobilidade urbana, como informações sobre horários dos ônibus, condições de trânsito, lotação, além de garantir a interoperabilidade entre as Paradas e o futuro Centro de Controle Operacional (CCO) no Terminal São Bernardo.

SÃO PAULO

A próxima fase das obras aguarda liberação das respectivas licenças ambientais. Acordo firmado em julho entre a Prefeitura de São Paulo e o governo estadual já abriu caminho para o início das obras no trecho paulistano. Foi mais uma etapa do processo de autorização do sistema viário do BRT-ABC, um dos mais importantes projetos de transporte urbano da Grande São Paulo.

O acordo autoriza a celebração de convênio de cooperação técnica entre a Prefeitura e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), do Governo do Estado. O convênio permitirá o início da Fase 2, ou seja, a construção da pista do BRT-ABC a partir da divisa de São Bernardo do Campo até o terminal Sacomã em São Paulo.

Informações: Diário do Grande ABC

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Falta de mobilidade urbana faz São Paulo andar à 11km/h

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O motorista que trafega pelas principais avenidas da região nos horários de pico dificilmente ultrapassa a velocidade média de 11 km/h. Para chegar a esta média, a equipe do Diário passou por quatro corredores de grande movimento durante quatro dias da semana, sempre por volta das 7h. Durante o período, foram percorridos 46 quilômetros em aproximadamente quatro horas.

O pior caminho encontrado pela equipe de reportagem foi o corredor entre Santo André e Mauá, que compreende as avenidas Edson Danilo Dotto, Coronel Alfredo Fláquer (Perimetral), Santos Dumont, João Ramalho e Capitão João. Na quarta-feira, o corredor, que já é conhecido pela lentidão, ficou ainda mais devagar. Um caminhão teve pane mecânica e parou na pista expressa próximo ao acesso da Perimetral à Avenida Dom Pedro II, sentido Paço. A obstrução de uma faixa parou o tráfego até a divisa com Mauá. Motoristas informaram que demoraram cerca de duas horas para passar de município a outro, trecho de 13 quilômetros.

O analista de sistemas Wellington Melito, 31 anos, demorou 20 minutos para percorrer aproximadamente 800 metros. Além do estresse, os engarrafamentos proporcionam outros danos à saúde. "Para passar o tempo, alimento o meu vício do cigarro", brincou.

Em toda a extensão do congestionamento, não foram vistos agentes de trânsito da Prefeitura para orientar os condutores.

Outra via problemática é o Corredor ABD. O pior trecho é na altura da Avenida Lions, que passa por obras de rebaixamento, em São Bernardo. Para ir de Santo André até a Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, foram necessários 40 minutos. O trecho é de dez quilômetros. Em Diadema, o motorista é obrigado a reduzir a velocidade na Avenida Fábio Eduardo Ramos Esquível devido ao alto número de semáforos.

Outra alternativa usada para chegar a Diadema foi o caminho pelas avenidas Pereira Barreto, Lucas Nogueira Garcês e Piraporinha. O trecho, apesar de mais longo - com 13 quilômetros - foi percorrido no mesmo intervalo de tempo, o que mostra que a lentidão encontrada foi um pouco menor. A principal dificuldade do trajeto é a largura das pistas, já que as vias têm apenas duas faixas de rolamento.

Para ir a São Caetano, foram testadas as avenidas Dom Pedro II e Goiás. A maior lentidão encontrada foi na via sancaetanense. A volta foi feita pela Avenida Industrial, onde a demora maior foi encontrada nas proximidades da estação Prefeito Saladino, em Santo André.

Congestionamentos causam estresse, taquicardia e gastrite

Os prejuízos para a saúde das pessoas que têm de enfrentar todos os dias o tráfego pesado de veículos para se deslocar vão muito além do risco de se machucar em um acidente de trânsito.
“A exposição aos congestionamentos das cidades provoca o estresse, que é um grande agressor do organismo”, afirmou o vice-presidente regional da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina do ABC, José Luís Aziz.

A lista de problemas causados ou potencializados pelo estresse é extensa. “Provoca alteração da pressão arterial, acelera o batimento do coração e aumenta o risco de enfartes e derrames.”
Poderoso, o estresse pode atacar outras partes do corpo, como estômago, piorando quadros de gastrite, exemplificou Aziz. Na fase crônica, faz crescer a sensação de cansaço, causando complicações físicas e psicológicas, como dores musculares e desatenção e irritabilidade.

E nem é preciso ficar muitas horas parado no trânsito para desencadear esses fatores. “Antes de dirigir, muitas pessoas já estão com o estresse acumulado no dia a dia, e o congestionamento contribui para agravar o problema”, ressaltou.
O tráfego de veículos é também um emissor de poluentes, e as toxinas liberadas pelas motocicletas, carros, ônibus e caminhões não causam somente doenças respiratórias, mas também cardiovasculares.
Segundo Aziz, engana-se quem pensa que só os motoristas sofrem com o tráfego lento. “O indivíduo que fica preso no transporte público, em um ônibus ou um trem lotado, sofre da mesma ansiedade.”

O médico lembrou que atitudes básicas podem amenizar os perigos que o trânsito reserva para a saúde. “É aconselhável tomar muito liquido e ter algo saudável para comer, como fruta, ou barra de cereal, pois a ingestão aumenta a sensação de relaxamento e diminui o estresse”, sugeriu.
Mesmo depois dos cuidados com a alimentação, Aziz recomendou ação difícil de ser praticada. “É preciso que as pessoas tenham paciência. Os compromissos podem ser adiados, mas a saúde, não.”

Especialista aponta falta de integração

Estruturar o trânsito da região de forma integrada entre os sete municípios. Para a professora do curso de Engenharia da Universidade Federal do ABC Silvana Zioni, esta é a melhor alternativa para o caos do sistema viário. Silvana, que é especialista em Mobilidade Urbana, criticou o fato de o Consórcio Intermunicipal não ter se debruçado sobre o tema nos últimos anos.


“A estrutura viária é completa e insuficiente para dar conta de todo o fluxo. Há muitos obstáculos e descontinuidades durante os trajetos”, comentou. A professora apontou que a criação de central de monitoramento do trânsito regional seria importante para aliviar os índices de congestionamento.

A especialista afirmou que a região não fez investimentos satisfatórios em sistemas viários nas últimas décadas por conta da situação econômica do País. “Nos anos de 1990, o Grande ABC viveu o problema da desindustrialização. Então não tinha sentido investir em avenidas.” Atualmente, com a economia aquecida, mais veículos são vendidos e, portanto, aumentam os engarrafamentos.

Outro problema apontado por Silvana é a má sinalização de rotas alternativas na região. “Quem não conhece bem as ruas não tem como cortar caminho”. Ela citou como exemplo de sinalização falha as placas que indicam a Avenida dos Estados, e as vias da Zona Leste da Capital, como acesso à Rodovia Ayrton Senna. “É um absurdo. O motorista pode pegar a Jacu-Pêssego em Mauá.”


Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC

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Transporte público deixa a desejar nas cidades de Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Atrasos, superlotação nos horários de pico e, consequentemente, pouco conforto a bordo. Quem depende de transporte público em grandes cidades está sujeito a todo tipo de dificuldades. Para avaliar a qualidade do serviço do qual a população depende, a reportagem do ABC Domingo elaborou um raio X da situação nas três maiores cidades da região: Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Nesses três municípios, são transportados 58,2 milhões de passageiros todos os anos. Os responsáveis pelos setores nas três cidades admitem que há problemas, mas alegam que são pontuais.
A serviços gerais Maria Odete Dias da Silva, 46, sente na pele todas as dificuldades em depender de ônibus para se deslocar diariamente entre sua casa, no bairro São Jorge, em Novo Hamburgo, e o trabalho, no Centro. Para cumprir este trajeto, todos os dias demora uma hora para ir e uma hora para voltar. “Deveria haver mais linhas nos horários de pico, mas no meio da tarde também há lotação. Já fiquei na parada sem conseguir embarcar em um micro-ônibus porque estava entupido de tanta gente”, observa a usuária, que sugere a implantação de veículos com ar-condicionado. Na opinião da comerciária hamburguense Viviane Vogt, 25 anos, o principal problema diz respeito à frequência dos horários. “Aos finais de semana é ainda pior: em algumas linhas, só há ônibus de hora em hora e, muitas vezes, registrando atrasos”, garante.

O secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmur) de Novo Hamburgo, Danilo Oliveira, lembra que, quando são feitas reclamações relacionadas a atrasos ou lotação, as empresas são ouvidas a respeito. “Sempre buscamos uma solução, nunca deixamos o usuário sem resposta”, explica. Quanto à frequência dos horários, para exemplificar ele cita o caso da zona rural Lomba Grande. “Nesta localidade, há uma extensão muito grande de quilômetros e há pouquíssimos passageiros. Fica inviável as empresas colocarem ônibus para transportar dois ou três passageiros”, defende ele. Oliveira considera o serviço de boa qualidade, mas reconhece que sempre é possível melhorar.

Nova licitação aguarda parecer do TCE
Uma frota renovada e a integração das tarifas estão entre os benefícios que poderão ser implantados com o novo sistema de transporte público de Novo Hamburgo, adianta o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Danilo Oliveira. As mudanças, porém, só deverão ocorrer no início do próximo ano.

O processo de licitação foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que está apontando ajustes a serem realizados. “No decorrer do ano, queremos resolver todas as questões técnicas relativas ao edital e, no início do ano que vem, estar com o sistema licitado”, explica.

Hoje, vigora um contrato de autorização de exploração do transporte coletivo de passageiros, com validade até o final do ano. Além disso, quatro micro-ônibus fazem o transporte seletivo, pelo mesmo preço de uma linha normal: R$ 2,50. “Os benefícios do novos sistema seriam a passagem integrada, permitindo que o usuário não pague pelo segundo ônibus, e o sistema troncal, abastecido por linhas que vêm dos bairros. Os ônibus serão novos e terão ar-condicionado.’’

Problemas em Canoas e São Leopoldo
Cidades diferentes, problemas idênticos. Em São Leopoldo, moradores reivindicam melhorias no transporte público. Para a secretária Annemarie Voss Cézar, 57 anos, deveriam ser reavaliadas as necessidades da população para modificar as linhas e itinerários. Já Susana Souza, 26, reclama que, depois das 17 horas, é uma tortura pegar um ônibus para as Vilas Maria e Paim. ‘‘Eles costumam atrasar muito, às vezes até 40 minutos, e vêm superlotados. Poderiam colocar mais ônibus no horário das 17h30 às 19h30’’, relata.

Em Canoas, a vendedora autônoma Iara Ferreira Soares, 69, circula de ônibus todos os dias por diversos bairros da cidade em busca de clientes e critica os poucos horários disponíveis à tarde. “O pessoal se queixa bastante dos ônibus lotados e dos poucos horários”, revela.

Prefeituras admitem lotação e atrasos
O diretor de Mobilidade Urbana de São Leopoldo, Jiovani Veiga Pinto, reconhece que há ônibus lotados, mas apenas em alguns horários. Segundo ele, estudos são realizados constantemente para melhoria do sistema. ‘‘O Plano de Mobilidade avalia a ampliação das linhas e, provavelmente ainda em 2012, contaremos com a integração do sistema, possibilitando o segundo embarque gratuito’’, adianta.

O ponto positivo, segundo ele, é que a frota é nova. ‘‘O ônibus mais velho em São Leopoldo tem quatro anos de uso e temos 80 veículos adaptados com elevador para portadores de necessidades especiais’’. Em agosto passado, após licitação, o consórcio Cooleo – formado pelas quatro empresas que atuavam no município, Sinoscap, Feitoria, Leopoldense e Sete de Setembro – assumiu o serviço.

O secretário de Transportes e Mobilidade de Canoas, Luiz Carlos Bertotto, também reconhece que há pontos a melhorar, entre eles a pontualidade. ‘‘Temos um sistema razoável, com alguns atrasos devido aos engarrafamentos na BR-116, aumentando os tempos de viagem e gerando um efeito em cascata. Além disso, em alguns locais, como Rincão, há atendimento de hora em hora devido à pouca demanda’’, avalia. Conforme o secretário, uma reformulação está sendo feita para ajustar esta questão em março, mês em que a integração do sistema será ampliada também para o trensurb.

Promessas de novas linhas e mais horários
Maior disponibilidade de horários e novos ônibus já para o período do início do ano letivo nas linhas de maior movimento. As mudanças ajudarão a resolver os problemas em algumas linhas em São Leopoldo, avalia um dos diretores do consórcio Cooleo, Éder Scherer Teles. ‘‘Nos horários de pico, é normal que a movimentação seja acima da média, mas excessos devem ser apontados pela população’’, explica.

Em Canoas, revela o engenheiro de tráfego e gerente de Planejamento da Sogal, Flávio Caldasso, será implantado em breve um sistema de mapeamento e rastreamento dos ônibus que contribuirá para reduzir atrasos e tornar mais eficientes os itinerários. ‘‘Temos linhas em bairros populosos que concentram mais passageiros e em alguns horários é normal que haja mais movimento, mas a frota de 109 veículos é suficiente’’, explica. Além disso, há 30 micro-ônibus no sistema seletivo (tarifa de R$ 2,95).

Em Novo Hamburgo, o encarregado de tráfego da Futura, Ademir Silva, diz que é feito um controle para evitar atrasos e lotação de veículos. A reportagem procurou a empresa Hamburguesa, mas não obteve retorno.

Por Adair Santos
Fonte: Jornal NH

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Atrasado: BRT-ABC estar longe de virar realidade

domingo, 2 de julho de 2023

Há quatro anos um dos maiores retrocessos da mobilidade urbana de São Paulo era protagonizado pela gestão do ex-governador João Doria (sem partido). Em 3 de julho de 2019, o agora ex-político anunciou com pompa o projeto do BRT-ABC, um corredor de ônibus que prometia substituir a Linha 18-Bronze do Metrô custando menos e, sobretudo, sendo de implantação mais rápida.

Desde então o que se viu não tem parecido em nada com o quadro que Doria pintou. Notadamente atrasada, a obra do corredor de ônibus, sob responsabilidade da Next Mobilidade (antiga Metra), empresa de ônibus responsável pela operação do corredor ABD e área 5 da EMTU, está começando a dar os primeiros sinais de existência apenas agora.

Segundo o comunicado publicado pelo governo do estado na época, o BRT poderia ser implantado em 18 meses, a partir do início de sua construção, e teria capacidade para transportar até 340 mil passageiros por dia.

“Hoje, vamos anunciar um novo modal de transporte metropolitano no ABC. Uma decisão importantíssima do Governo do Estado, depois de vários anos de retardo. Será uma opção de menor custo, de menor tempo, de mais eficiência e de menos manutenção”, disse João Doria.
Na prática, o corredor de ônibus vai transportar, se muito, metade da capacidade do monotrilho cancelado e num tempo de viagem 50% maior na melhor das hipóteses (serviço expresso).

De quebra, já custa bem mais que os R$ 680 mil informados no anúncio e pode sair ainda mais caro já que há outros processos em paralelo ocorrendo, como a indenização à concessionária VEM ABC, que teve o contrato da Linha 18 extinto após ficar cinco anos à espera de o governo cumprir sua parte no acordo.

Se com a Linha 18 o passageiro do ABC ganharia uma integração gratuita com o restante da malha metroferroviária, com o BRT-ABC isso não é garantido já que a Next/Metra vai recuperar seu investimento com o preço da tarifa, bastante cara no Corredor ABD, que ela gerencia desde 1997.

Nesta semana, às vésperas do aniversário de quatro anos do engodo criado pela gestão anterior, o site foi até São Bernardo do Campo conferir in loco como estão as obras do corredor de ônibus.

Terminal São Bernardo
O terminal de ônibus São Bernardo do Campo é o ponto de partida do BRT-ABC. O local que outrora atendia aos ônibus municipais e intermunicipais agora está interditado, com sinais de abandono e sem quaisquer tipo de melhorias visíveis.

O local está cercado por tapumes que mostram fotografias de funcionários trabalhando, possivelmente algo feito nos primórdios do empreendimento, mas que não reflete a situação atual do local.

Por de trás dos tapumes o que se vê é o entulho decorrente da demolição do piso em concreto, que foi removido. A cobertura também foi retirada, deixando a estrutura metálica exposta às intempéries.

Talvez a única grande atualização tenha sido a placa das obras que recebeu uma nova coloração, que remete a atual gestão do governador Tarcísio de Freitas. O valor das obras foi aumentado para R$ 919 milhões e o período igualmente, para 24 meses.
As obras, pelo o que consta na placa, iniciaram-se em fevereiro de 2022, ou seja, mais de 30 meses após o anúncio.

Não bastasse o atraso, os passageiros dos ônibus são furtados de uma qualidade digna de embarque. A quantidade de linhas de coletivo concentradas em apenas uma calçada ao lado do terminal é assustadoramente grande.

Paço Municipal
Na região do Paço Municipal de São Bernardo, parte inicial do trajeto do BRT-ABC, não há nenhum sinal de obra. Depois de mais de um ano do início das intervenções o trecho mais próximo ao ponto inicial de parada sequer tem tapumes, máquinas, ou indicações de melhorias.

Nesta região o BRT vai circundar todo o paço com uma via no sentido Sacomã e outra no sentido São Bernardo do Campo. Neste trecho o BRT estará sujeito a interferência semafórica, o que descaracteriza a operação do serviço que deveria ser, por essência, totalmente segregado.

Avenida Aldino Pinotti
Nesta região surge a primeira edificação, de fato, nova do BRT-ABC. A estrutura metálica do primeiro ponto de ônibus do sistema de coletivos rápidos e as intervenções para a implantação do pavimento de concreto são os pontos de maior visibilidade.

A parada de ônibus pode ser considerada generosa dada a sua ampla cobertura, mas não deverá passar disso. Em que pese a estrutura metálica extravagante a área de embarque é relativamente estreita. A impressão que se tem é de se estar em uma parada de VLT de baixo custo.

A plataforma é levemente alterada, possibilitando uma facilidade no acesso caso sejam empregados ônibus com piso baixo. Foi possível notar dutos onde deverão ser alocados cabos para diversos sistemas.

A premissa do BRT é de haver cobrança prévia ao embarque, portanto, existirão bloqueios nas extremidades do ponto de ônibus.

O pavimento de concreto, ao que se pode notar, está sendo bem executado. Talvez, esta seja de fato uma das poucas melhorias que o BRT pode proporcionar: um pavimento de melhor qualidade na região, o que pode gerar viagens minimamente confortáveis.

Destaca-se o nível de organização e isolamento da obra. Envolta apenas por uma rede, fazendo um verdadeiro papel de “cerca mole”, o acesso às obras do BRT nesta região são absolutamente irrestritas com praticamente nenhuma sinalização de segurança.

Pedaços de madeira estão jogados de qualquer forma na obra. Não existe vigilância no local. Os equipamentos como escavadeiras e plataformas elevatórias ficam expostos, absolutamente largados como se estivessem em um pátio, seguras e protegidas.

O único espaço que está de fato coberto por tapumes é o canteiro de administração da obra. Ali se pode ver alguns containers e um relógio de luz.

Visão geral
Após quase 18 meses de obras é possível arriscar dizer que o BRT-ABC não estará pronto em fevereiro de 2024, como promete o governo. São apenas sete meses para literalmente implantar quase tudo, algo fora da realidade até para um projeto sem complexidade como um corredor de ônibus.

Irresponsabilidade como essas, em que o dinheiro do contribuinte foi jogado no lixo, não podem ser esquecidas com o intuito de evitar outros absurdos no transporte público do estado.

Informações: Metro CPTM
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São Bernardo quer verba do PAC no VLT

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Prefeitura de São Bernardo quer incluir o projeto do metrô-leve nas verbas repassadas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades. A administração quer ligar o bairro do Alvarenga à Estação Tamanduateí do Metrô, na Capital, por meio de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O traçado passará também por São Caetano.
Anunciado na semana passada pelo Ministério do Planejamento, o PAC destinará até R$ 18 bilhões para investimentos em transporte coletivo em 24 cidades do País, todas com mais de 700 mil habitantes. Na região, a única contemplada será São Bernardo, que poderá receber até R$ 280 milhões.
As cidades envolvidas devem apresentar os projetos até o dia 14 de abril. Apesar do favoritismo do VLT, o secretário municipal de Transportes, Oscar Silveira Campos, ressalta que outras intervenções serão avaliadas antes da escolha final. "Só podemos enviar quatro projetos, portanto, temos que estudar bem para não perdermos investimento", comenta. Campos informa que outros projetos também concorrem à inclusão no PAC, como a construção de três terminais e dez corredores de ônibus. As estações seriam construídas nos bairros Alvarenga, Baeta Neves e Rudge Ramos.
"Fomos orientados pelo ministério a priorizar interligações entre modais, como VLT e ônibus ou metrô", conta o titular da Pasta. A estação Alvarenga faria a conexão entre as linhas municipais e o metrô-leve.
BID
Além da verba do PAC, a Prefeitura deve assinar nas próximas semanas um financiamento no valor de US$ 250 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Será o segundo contrato firmado entre a administração e o banco na área de transportes. Em 2007 foi
assinado contrato, também de US$ 250 milhões, para o programa São Bernardo Moderna.
"Temos cerca de 20 projetos para o BID 2. Se, eventualmente, transferirmos alguns destes para o PAC, criaremos novos planos, já que temos prazo de até seis anos para encerrar o financiamento. No PAC o prazo é menor", pondera o secretário.

Preferência é para corredores exclusivos
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades atenderá apenas demandas relacionadas ao transporte coletivo. Segundo o secretário nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiz Carlos Bueno, a preferência na aprovação de projetos será para os corredores exclusivos para o transporte público, como faixas exclusivas de ônibus e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
"O grande diferencial deste PAC é o investimento em infraestrutura urbana de grande porte, e as vias exclusivas têm papel importante nisso", ressalta. O Ministério do Planejamento estima que o programa atingirá 39% da população brasileira.
Segundo Bueno, a expectativa do governo federal é de que os municípios comecem a receber a verba ainda neste ano. "Se conseguirmos andar rápido". Uma equipe técnica será responsável por responder às dúvidas das cidades.
ERROS FREQUENTES
Bueno conta que entre as principais causas para a rejeição dos projetos apresentados pelas prefeituras está a má compreensão do programa e a inviabilidade técnica ou financeira.
"No ano passado, quando fizemos o PAC da Pavimentação, muitas prefeituras apresentavam projetos que não tinham nada a ver com obras de asfaltamento."
O secretário afirma que, em alguns casos, o projeto é tecnicamente viável, mas a administração municipal não consegue obter recursos para bancá-lo. No PAC Mobilidade Grandes Cidades, dois terços do recurso serão fruto de financiamentos, enquanto a outra parte será repassada pela União.

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