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CBTU aponta que desde 2004, R$ 801,58 milhões deixaram de ser liberados para Metrô BH

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

As transferências de recursos que a administração central da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Rio de Janeiro determinou que a superintendência de Belo Horizonte fizesse para a do Recife e que somaram R$ 54 milhões nos últimos cinco anos, como denunciou o Estado de Minas na edição de ontem, não foram as únicas vezes que o sistema mineiro foi prejudicado por decisões federais. A reportagem do EM teve acesso a um relatório da companhia que mostra claramente de onde vieram as decisões de indeferir os investimentos na ampliação das linhas e melhoria das instalações para oferecer maior conforto aos usuários. Desde 2004, deixaram de ser repassados ao metrô da capital mineira R$ 801,58 milhões. O documento também mostra que desde 2012 o governo federal se limitou a liberar apenas R$ 100 mil em recursos para investimentos em melhorias no sistema de BH.

De acordo com a CBTU, a transferência dos recursos de BH para o Recife foram feitas devido a um grande número de ações judiciais que congelaram as verbas financeiras da superintendência de Pernambuco e prejudicariam a operação entre 2009 e 2013. Mas fontes ligadas à diretoria da superintendência mineira e ao Sindicato dos Metroviários afirmam que a decisão tem cunho político para beneficiar Recife. 


Os R$ 744 milhões necessários para a implantação dos 10,5 quilômetros previstos no projeto da Linha 2 (Barreiro-Calafate) foram incluídos consecutivamente, de 2004 a 2011, pela superintendência mineira da CBTU em suas propostas orçamentárias, mas os recursos aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA) daqueles sete anos foram barrados por Brasília. “Os valores aprovados (em alguns casos por meio de emendas parlamentares) efetivamente não contaram com a liberação pelo governo federal do respectivo limite para empenho”, informa o relatório.

No ano passado, na divulgaçãodo Plano Plurianual (PPA) de 2012 a 2015, pela CBTU, a proposta foi mais uma vez apresentada, destinando R$ 744,81 milhões para serem aplicados na Linha 2 até 2014, considerando o término das obras civis, implantação dos sistemas e aquisição de trens. “Contudo, em 24 de agosto de 2011, foi comunicado pela Secretaria de Orçamento Federal que essa ação não deveria mais constar do PPA 2012/2015”, diz o relatório.

Neste ano, a CBTU incluiu mais uma vez a proposta de implantação da Linha 2 no Orçamento de 2013, com previsão de R$ 50,95 milhões, e novamente não foi acatada. Nem os projetos das Linhas 2 e 3, que figuraram no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2009, puderam ser finalizados, sempre por decisão de Brasília. Os projetos foram paralisados em 2010 e tiveram o contrato para continuidade da elaboração firmado entre a CBTU e o Consórcio Enerconsult Infra-Hamburg-Consult, rescindido em dezembro do ano passado.

Em 2012, o relatório da CBTU aponta mais cortes de recursos para investimentos. Em julho, a Proposta Orçamentária para 2013 foi enviada para o Ministério das Cidades e tinha previsão de R$ 5,82 milhões. Contudo essa ação “não foi priorizada pelo governo federal, sendo contemplada apenas com R$ 100 mil”. Em junho deste ano, a companhia apresentou sua Proposta Orçamentária para 2014, considerando o mesmo valor proposto para 2013. “Novamente, a ação não foi priorizada pelo governo federal, tendo a ela sido atribuídos apenas R$ 100 mil para compor o PLOA/2014.”

As ações de implantação dos trechos Eldorado-Betim e Savassi-Lagoinha foram inseridas no PPA 2012/2015 por meio de emenda parlamentar “e até hoje não foram contempladas com nenhum recurso”.

Informações: Estado de Minas
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Em Belo Horizonte, Metroviários acatam decisão da Justiça e usuários terão metrô no horário de pico

terça-feira, 15 de maio de 2012

Diante dos transtornos impostos à população com a greve do metrô, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) exigiu nesta segunda-feira (14) que os trabalhadores mantenham 100% das viagens durante os horários de pico, entre 5h20 e 8h30 e das 17h às 19h30, de segunda a sexta-feiras. Aos sábados, o funcionamento deve ocorrer das 5h30 às 9h. Aos domingos, o sistema pode parar. Após a decisão, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) acatou a determinação da Justiça. O anúncio de que o Sindimetro-MG irá cumprir escala mínima de funcionamento do metrô da capital foi feito na noite desta segunda. Se eles tivessem descumprido a decis/ão, Caso a decisão liminar seja descumprida, p Sindimetro-MG seria multado em R$ 30 mil, por dia. O movimento dos metroviários deve durar pelo menos até a próxima segunda-feira (21), data em que foi marcada uma reunião de conciliação no TRT, entre a categoria e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Nesta segunda, os 215 mil passageiros que utilizam o sistema diariamente tiveram que migrar para outros meios de transporte. Pela manhã, os ônibus ficaram lotados, assim como os pontos de embarque. Quem saiu de casa de carro enfrentou congestionamento nas principais avenidas da cidade. A situação caótica se repetiu no início da noite, agravada pela chuva incessante na capital e região metropolitana. De manhã, houve quem seguiu para as estações de metrô e foi pego de surpresa, embora alertas sobre a greve foram feitos pelo alto-falante da estação e por meio de faixas, desde sexta-feira. “Vou para o meu trabalho de metrô, eu não sabia da greve. Agora, tenho que correr para pegar um ônibus e não chegar muito atrasada”, disse a doméstica Fabiana Fernandes de Oliveira.

A decisão da Justiça veio depois que a CBTU entrou com uma ação cautelar no TRT, na última sexta-feira, pedindo a operação mínima do sistema de metrô de Belo Horizonte durante a greve dos trabalhadores. O sindicato informou que, fora dos horários de pico, o metrô continuará sem circular, já que não houve especificação da liminar nesse sentido. Para a presidente do sindicato, Alda Lúcia Fernandes dos Santos, mesmo com a paralisação total do serviço ontem, ela julga que a medida não foi ilegal e que não houve desrespeito a Lei de Greve (7.783/89), que estipula a manutenção de 30% na escala mínima em serviços considerados essenciais. “Desrespeito é o que a CBTU está fazendo com os seus trabalhadores. Dizer para a categoria que o reajuste do salário será zero é muita falta de respeito. Por isso, resolvemos parar totalmente”, afirmou Alda.

A categoria reivindica reajuste de 5,1%, participação nos lucros, adicional noturno de 50% e plano de saúde integral. Atualmente, o salário inicial de um metroviário é de R$ 980. Com o reajuste, passaria para R$ 1.030.
A CBTU, que ainda não apresentou uma contraproposta para os trabalhadores, informou que está aberta à negociação. A greve acontece em quatro outras capitais.

Atendimento Emergencial. Em função da paralisação, a BHTrans e a Secretaria de Estado de Obras e Transportes Públicos criaram um plano de atendimento emergencial aos usuários do Metrô de Belo Horizonte pelas linhas urbanas e metropolitanas do Sistema Metropolitano de Passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH. O pedido foi feito pela CBTU. Com isso, desde as 5h desta segunda-feira (14), o esquema abaixo está em vigor prevendo o atendimento das seguintes linhas:

Estação Vilarinho - Linha 61: Está parando para oferecer atendimento aos usuários do transporte coletivo no Ponto de Embarque e Desembarque (PED) da Av. Vilarinho com Rua Macieiras (Aquário). Já a Linha 60 está operando com viagens extras, de acordo com a demanda de usuários, e ainda, de forma operacional, o agente que estiver no Ponto de Controle (PC) mandará veículos vazios para o Ponto de Embarque e Desembarque (PED) da Av. Vilarinho com Rua das Macieiras para reforçar atendimento aos usuários do transporte.

Estação São Gabriel: Está em funcionamento um serviço especial para a frota da linha 80, no Setor Oeste da estação, com o reforço de 12 (doze) veículos. A operação será realizada por tempo indeterminado.

Linhas Metropolitanas: A Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas também disponibilizou duas novas linhas que já estão em operação no trecho, são elas: E019 (Estação Eldorado/Centro de BH) e E001 (Estação Vilarinho/Centro de BH).

Fonte: O Tempo

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Metrô de BH vai receber mais R$ 1,75 bilhão do Governo Federal

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Mesmo com o recém-anunciado corte de verbas da União, o Governo Federal anunciou investimentos de R$ 1,75 bilhão para o metrô de Belo Horizonte. Os recursos, segundo o secretário de Transportes e Mobilidade (Semob) do Ministério das Cidades, Dario Lopes, serão provenientes do Fundo de Garantida do Trabalhador (FGTS). A divulgação foi feita na manhã desta quinta (28), durante o 62º Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito.

Segundo Dario, até junho será definido o modelo de financiamento do metrô e a divisão de quanto de verba cada iniciativa deverá repassar. Ele adiantou ainda que os projetos básico e executivos das linhas 1 (Eldorado/Vilarinho), 2 (Barreiro/Calafate) e (3 Savassi/Lagoinha) já estão prontos. “Isso não é uma promessa. É uma determinação da presidente e missão dada é missão cumprida”, afirmou Dario.

A primeira linha que deve sair do papel é a 1, já que trata-se apenas da ampliação da capacidade em 50% com o acréscimo de dez vagões ao sistema. A linha também será modernizada.

Elaboração de projetos

No Fórum, o Secretário Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop), Murilo Valadares, adiantou que o Governo do Estado avalia a criação de um setor específico para auxiliar cidades de até 50 mil habitantes na formulação de projetos de mobilidade urbana, infraestrutura e gerenciamento de resíduos sólidos.

Segundo o secretário, serão necessários em média R$ 160 a R$ 200 milhões para garantir a elaboração de projetos aos municípios. Desde abril deste ano, legislações federais condicionam a liberação das verbas à existência dos projetos para cidades acima de 20 mil habitantes. “Para que a prefeitura possa ou fazer a obra ou conseguir recursos”, disse Valadares.

Para o coordenador regional Minas da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ricardo Mendanha, a falta de planejamento é o que tem barrado a liberação de verbas, tanto da União como do Estado, para as cidades mineiras. “Fazer projetos porque ninguém tem projeto, tem ideia. O que falta hoje é projeto”.

Ele ainda destacou que, como o país está em crise, os municípios devem aproveitar o momento para planejar. “É hora principalmente no momento de crise de fazer o planejamento, pensar como você quer que a cidade cresça, fazer os projetos que tem que fazer, para que, na hora que tiver dinheiro, tirar o projeto da gaveta”.

Por Letícia Alves 
Informações: Hoje em Dia

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BH: Sem desistir do metrô, capital mineira aposta nos corredores de ônibus para melhorar transporte

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pode-se dizer que todo belorizontino sonha com a expansão do metrô. Mas a capital mineira tem um plano mais modesto e mais em conta para melhorar a qualidade do transporte público na cidade, visando à Copa de 2014. Trata-se do BRT (Bus rapid transit), ou transporte rápido por ônibus.

As obras do viaduto que ligará as avenidas Antônio Carlos (principal corredor urbano de BH) e Abrahão Caram (via de acesso ao Mineirão), já iniciadas, têm vistas ao futuro sistema. As intervenções para ligação direta entre os corredores vão consumir parte do terreno do campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais. Em contrapartida, a universidade receberá área equivalente atrás do estádio e que deve ser usada para solucionar seu problema de estacionamento.

Inspirado no modelo adotado por Bogotá (Colômbia), o BRT de BH será um sistema articulado em pistas exclusivas, aumentando a capacidade e a velocidade do transporte coletivo. Algumas ações de implantação já começaram.

“A duplicação da Antônio Carlos já é uma ação. Algumas coisas estão em fase de projeto, mas ate o início de 2011 outras obras devem começar”, afirma Rogério Carvalho, gerente da Coordenação de Mobilidade Urbana da BHTrans.

O BRT será implantado inicialmente em três corredores (Cristiano Machado; Antônio Carlos-Pedro I; e Pedro II-Carlos Luz). Cada intervenção terá prazo diferente de conclusão, mas devem estar prontas em maio de 2013, antes da Copa das Confederações. “É um sistema para atender à cidade, não à Copa. O Mundial é consequência e oportunidade para melhorar o sistema de mobilidade”, diz Carvalho.

Segundo projeções da BHTrans, órgão que gerencia o trânsito na capital, com o BRT a velocidade operacional passará de 14 km/h para 25 km/h em média, diminuindo o tempo gasto nas viagens.

Metrô
Segundo Carvalho, a opção pelo BRT não exclui a construção do metrô. Foi uma opção para a atender com rapidez às demandas do Mundial. Além disso, o custo da construção por quilômetro do BRT é 10% menor que o do metrô. “Metrô atende 80 mil pessoas por hora, mas não temos essa demanda hoje. Nos trechos em que caberia o metrô, temos a demanda de 40 mil a 45 mil passageiro/hora”, diz Carvalho.

Existem, de fato, diretrizes para completar a rede de metrô de BH. Uma ligaria a região do Barreiro à área hospitalar central, e outra cortaria a cidade no sentido norte-sul, ligando a Savassi à Pampulha. São propostas que aguardam um resultado do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Mesmo assim, nenhuma delas têm condições de sair antes da Copa, afirma Carvalho.

Fonte: Portal 2014

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Com renovação, 100% dos ônibus convencionais de BH terão elevador de acessibilidade

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Em meio à discussões sobre os dois últimos reajustes de tarifa, os quatro consórcios que operam o transporte coletivo por ônibus de Belo Horizonte renovarão 11,53% da frota de 2.947 coletivos ao longo de 2016. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que serão incorporados pelas 40 empresas operadoras 340 ônibus convencionais novos, que substituirão a frota já circulante. A atualização não inclui os veículos do tipo padron e articulados do sistema Move, o que possibilitaria a implantação de linhas pendentes do sistema BRT, inaugurado no início de 2014.

Com a substituição, 100% dos coletivos da capital mineira passarão a ter elevador destinado ao atendimento de portadores de necessidades especiais – índice já atingido em cidades do interior de Minas, como em Divinópolis, na região centro-oeste do estado. Já há novos veículos em circulação em linhas como a 101 (Aglomerado Santa Lúcia) e a 4103 (Aparecida/Mangabeiras).

A renovação dos ônibus convencionais, segundo o Setra-BH, ocorrerá nas garagens de todas as 40 empresas que operam o transporte coletivo municipal e “em praticamente todas as 341 linhas”. São realizadas em média 730 mil viagens/mês, percorrendo 14 milhões de quilômetros e transportando 36 milhões de passageiros.

No fim de janeiro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou pedido da Defensoria Pública de Minas Gerais para suspender o primeiro aumento de tarifa do ano passado, quando o valor médio, da maioria das linhas (perimetrais, diametrais, semi-expressas e também do Move), foi de R$ 3,10 para R$ 3,40. O último reajuste de tarifa ocorreu em 3 de janeiro, quando a passagem passou a custar R$ 3,70. Conforme mostrou o Estado de Minas, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) prometeu entrar com nova ação civil pública contra o mais recente aumento. Em BH, 80% das linhas se enquadram nas de tarifa de R$ 3,70, 18% nas de tarifa de R$ 2,65 e 2% nas de tarifa de R$ 0,85.

Investimento Cada novo ônibus convencional adquirido terá custo final – após a instalação dos equipamentos e tecnologias –, de cerca de R$ 300 mil. Os valores dos ônibus das linhas do BRT/Move giram em torno de R$ 400 mil, no caso dos ônibus do tipo padron, e de R$ 750 mil nos articulados. O Setra-BH salienta, contudo, que não há haverá inclusão de novos veículos padron e articulados no sistema, em razão da aquisição recente daqueles que se encontram em operação – o que não justifica o adiamento na implantação de linhas pendentes do Move.

Por  Bruno Freitas 
Informações: Estado de Minas


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Em BH, Uber anuncia desconto de 20% nas viagens para estações do Move e do metrô

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Mais uma polêmica à vista em Belo Horizonte envolvendo o Uber, o maior aplicativo de transporte de passageiros do planeta. De hoje a 30 de novembro, a empresa vai conceder um desconto de 20% para os usuários de sua versão popular, o Uber-X, que iniciem ou terminem as viagens em seis estações do Move e do metrô, numa espécie de integração do aplicativo ao transporte público da capital mineira.

A "integração" ocorrerá nas estações Vilarinho, Venda Nova, Pampulha, São Gabriel, José Cândido e Cidade Industrial – esta última em Contagem. Na prática, o Uber está de olho num universo de 720 mil homens e mulheres que dependem diariamente do Move (500 mil pessoas) e do metrô (220 mil usuários).

O desconto será concedido ao máximo de 10 viagens na versão popular. A empresa decidiu apostar no serviço depois de concluir que entre 10% e 15% das viagens no mundo começam ou terminam em terminais de transporte público.

O serviço já é oferecido em outros países. Começou em Dallas, nos Estados Unidos, numa parceria entre a empresa e a Dallas Area Rapid Transit (Dart), que opera o transporte público de lá. “Com esse desconto para acesso ao transporte público, queremos apresentar para ainda mais pessoas à Uber como uma opção, principalmente em regiões que não têm fácil acesso ao transporte público”, disse Gui Telles, gerente geral da Uber no Brasil.

A nova iniciativa ocorre em meio à discussão sobre a regulamentação do Uber no país – além de Belo Horizonte, a empresa opera em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Há registros de dezenas de discussões, ameaças e brigas entre taxistas e motoristas do aplicativo, com depredação de veículos e até agressões a passageiros nas capitais.

Os motoristas profissionais contrários ao Uber reclamam que os condutores do aplicativo não pagam impostos, numa concorrência desleal. Já o Uber justifica que a empresa não é uma firma de transporte público. A disputa entre taxistas e o aplicativo gerou audiências públicas na Câmara Municipal.

Táxis Na capital mineira, a proposta de regulamentação obriga, na prática, que a empresa use mão-de-obra de taxistas se quiser seguir funcionando. Uma comissão elaborou a minuta de um projeto de lei, com participação de integrantes da BHTrans, com finalidade de ampliar a frota de táxis especiais e proibir qualquer aplicativo de operar na capital sem seguir as regras impostas pela prefeitura. O texto ainda não foi votado em plenário.

Um dos pontos propostos no texto é que os motoristas do Uber se tornem auxiliares da frota de táxi. A proposta foi criticada pro motoristas do aplicativo, pois muitos compraram carros para prestar serviço ao Uber e avaliam que terão prejuízo se o texto for aprovado e sancionado pelo prefeito Marcio Lacerda.

O Uber-X estreou em BH em 13 de agosto. Há três diferenças em relação ao Uber Black. A primeira é o preço: o Uber-X é cerca de 25% mais barato. As outras duas são o ano de fabricação e a cor do veículo. Na versão popular, os carros devem ser fabricados a partir de 2008 e podem ter qualquer cor. Na Black, acima de 2013 e na cor preta.

Por Paulo Henrique Lobato
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Depois de SP, trem e metrô devem subir em BH, Recife e Teresina

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Pedido de aumento para BH e Recife foi feito pela CBTU ao governo.Em Teresina, previsão é de reajustar a passagem de trem em agosto.

Após São Paulo ter reajustado o valor das passagens de trem e metrô no último dia 9, pelo menos outras três regiões metropolitanas – as do Recife, de Belo Horizonte e Teresina – têm previsão de aumentar em breve o valor da tarifa. De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública ligada ao governo federal que administra os sistemas de Recife e BH, pedido de autorização para aumento já foi encaminhado para o Ministério das Cidades, que decide juntamente com o Ministério da Fazenda.

O Ministério das Cidades informou que a previsão é de o reajuste ser discutido em reunião na próxima sexta-feira (26). Segundo o diretor de planejamento da CBTU, Raul Debonis, a passagem do Recife, hoje em R$ 1,40, pode passar para R$ 1,65. Em Belo Horizonte, o valor ainda está em discussão - atualmente é R$ 1,80.
Em Teresina, informou a Companhia Metropolitana de Transportes Públicos, ligada ao governo do Piauí, no próximo dia 5 será inaugurado mais um quilômetro de trem elevado, até o centro comercial da capital piauiense. Com isso, em agosto a tarifa vai subir. O novo valor ainda está em estudo, segundo a companhia.

Em Belo Horizonte, conforme o diretor da CBTU, o aumento pleiteado tem a finalidade de acompanhar o reajuste do sistema metropolitano - os ônibus tiveram aumento de 4,5% no fim de dezembro de 2009.
No Recife, a CBTU deve esperar primeiro o reajuste nos ônibus. "Estamos esperando retorno dos ministérios e aguardamos que haja reajuste rodoviário para não partir descasado." O consórcio Grande Recife, que administra os ônibus da região metropolitana, informou que o último aumento foi no começo do ano passado e que ainda não há informações sobre novo reajuste.

Debonis afirma que os aumentos são necessários para que "o sistema metroferroviário não saia sacrificado". "Fizemos a proposição para o Ministério das Cidades, que também discute com a Fazenda. Pedimos [reajuste] proporcional à elevação dos ônibus para o sistema conseguir certa cobertura dos custos, para não fragilizar a operação."

Além do Recife e de BH, a CBTU também administra os sistemas de Maceió, Natal e João Pessoa. Nessas cidades, a passagem, com a chamada tarifa social, custa R$ 0,50 e não deve ser reajustada.
"Nesses três sistemas, a situação é mais delicada. São sistemas de pequeno porte. No caso de Maceió, onde vai ter modernização e a capacidade diária vai passar de 10 mil para 40 mil passageiros, devemos ter aumento mais adiante", informou o diretor da CBTU. Segundo ele, melhorias nos sistemas de Natal e João Pessoa foram apresentadas pela CBTU como proposta a ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.

Atualmente 12 regiões metropolitanas têm sistema metroferroviário, dos quais cinco administrados pela CBTU. Na região metropolitana de Porto Alegre, o governo federal também administra, por meio da Trensurb, mas, segundo a empresa, não há previsão de aumento.

A Trensurb tem como acionistas a União (99,21%), o Estado (0,61%) e o município de Porto Alegre (0,18%). Em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Fortaleza, os governos estaduais administram os sistemas.

A região metropolitana de São Paulo aumentou a tarifa recentemente, mas as outras informaram que não há previsão de reajuste. Em Salvador, o sistema fica a cargo da prefeitura, e a tarifa também não deve aumentar.

Os sistemas de metrô do Recife e de Belo Horizonte são semelhantes ao sistema de trem de São Paulo e do Rio, informou a CBTU. O que os torna metrô são as características técnicas.
Trens são sistemas de distância maior entre as estações, cerca de dois quilômetros, e circulam principalmente como linhas de subúrbio. Metrôs têm distância menor entre as estações, cerca de um quilômetro e passam pela região central. O metrô geralmente é subterrâneo ou elevado, e o intervalo entre os trens é menor.

Confira abaixo as tarifas, os últimos reajustes e o tamanho de cada sistema de trem ou metrô. Atualmente, a tarifa mais cara é a do Distrito Federal. As mais baratas são as de Salvador, Natal, Maceió e João Pessoa, que têm sistemas menores e as chamadas tarifas sociais.
Fonte: G1
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Greve de ônibus em Belo Horizonte termina e estações voltam a funcionar gradativamente

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A greve dos rodoviários de Belo Horizonte está suspensa. A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira pela assessoria de imprensa do sindicato da categoria, que informou ainda, que os motoristas e cobradores estão sendo comunicados sobre a suspensão da greve e estarão liberados para trabalhar. A paralisação foi suspensa por causa de uma reunião marcada para esta quinta-feira, às 16h, que vai dar início às negociações sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores da categoria.

O encontro será entre representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH). O compromisso assumido pelos sindicatos é de que até o resultado da reunião, o transporte coletivo da capital funcionará normalmente.

Na manhã desta quarta-feira, os usuários do transporte coletivo enfrentaram o dia mais crítico desde o início da greve, que começou na segunda-feira. Todas as seis estações BHBus da capital foram fechadas nas primeiras horas do dia. Manifestantes impediram a circulação das linhas troncais, enquanto as linhas alimentadoras operaram parcialmente.

Desde 0h de segunda-feira, os rodoviários que atendem a capital cruzam os braços. Nos dois primeiros dias de greve, a paralisação foi parcial, com impacto maior na Estação Barreiro, onde apenas os ônibus do DER circularam. Nesta quarta, mais trabalhadores aderiram à greve. Cerca de 1 mil ônibus ficaram nas garagens das empresas. Às 17h30, a BHTrans informou que as estações São Gabriel, Pampulha, Venda Nova já tinham linhas troncais e alimentadoras operando. Já as estações Vilarinho, Diamante e Barreiro continuavam fechadas. 

Os rodoviários protestam contra o não pagamento da PLR que deveria ter ocorrido em junho. Segundo Batista, na última convenção coletiva assinada em março, ficou acordado repasse de R$ 173 para quem ganha até R$ 1.188 e de R$ 347 para quem recebe acima desse valor.

METRÔ DE BH

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), informou na tarde desta quarta-feira que poderá reduzir o intervalo das viagens do Metrô de Belo Horizonte durante o horário de pico da noite, mas isso só vai acontecer se houver um aumento da demanda de passageiros.

Normalmente, o metrô da capital opera com intervalos entre 4 e 7 minutos nos horários de pico. Fora desse período, o intervalo entre as composições é até de 10 minutos. Nesta manhã, a CBTU estendeu especialmente o horário de pico para atender ao grande volume de passageiros, assim os trens chegaram às estações mais rapidamente.

Por Clarisse Souza
Informações: Estado de Minas

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Usuários se espremem nos vagões do metrô de BH

domingo, 6 de novembro de 2011

Não fosse a ajuda diária da irmã para segurar a sua bolsa, a vendedora Daniela Aparecida dos Santos Vieira, de 27 anos, não teria como apoiar as duas mãos nos anteparos do metrô de Belo Horizonte. Sua baixa estatura a faz sumir numa multidão que viaja compacta sobre os trilhos, dando passinhos para frente e para trás na tentativa de se equilibrar no embalo do trem. “Ônibus demora demais. Resta aguentar o aperto para ir e voltar do trabalho (no Bairro Santa Efigênia, Região Leste) para casa (no Eldorado, em Contagem)”, diz. O caso dela, segundo especialistas, é o mesmo de todos os que usam a única linha de metrô da capital: para evitar uma caminhada de 30 minutos e duas viagens que somariam mais uma hora em dois ônibus, Daniela encara uma hora dentro do metrô.

São 20 dias perdidos enlatada dentro dos trens, se forem somadas todas as horas de idas e voltas em dias úteis de um ano. Isso, espremida numa multidão que chegou, em abril deste ano, a 1.317 passageiros no horário de pico dentro das composições com quatro carros. O índice supera em 287 pessoas a lotação máxima, de 1.030. É como se quatro ônibus lotados (com 70 pessoas cada) despejassem seus passageiros no trem, já completamente tomado. “A gente sofre todos os dias. O resultado é que todos ficam irritados. Já vi gente xingando e gritando umas com as outras, quase brigando”, conta.
O clima tenso e claustrofóbico de quem se aperta entre a multidão do corredor lotado do metrô é vivido principalmente nos horários de pico, das 6h30 às 8h e das 17h30 às 20h. São as mesmas histórias de agonia e desgaste dos usuários de ônibus, dependurados no interior dos veículos que mais transportam passageiros na capital (87%). Faltam condições de acesso e de conforto nas estações e pontos, o que tornam uma sina o transporte público antes mesmo que se consiga embarcar. Situações diárias enfrentadas por trabalhadores e estudantes e que o Estado de Minas mostra, a partir de hoje, numa série de reportagens.
A história da vendedora de Contagem, Daniela Aparecida, se repete com o técnico industrial Antônio Mauro Silva de Souza, de 54, morador de Betim, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Só que, além de perder 80 minutos diários indo e voltando do trabalho para casa de metrô, ele ainda leva um hora fazendo conexões com ônibus. “A gente não sabe qual é pior (ônibus ou metrô)”, diz enquanto tenta firmar as pernas e não esbarrar em quem está ao lado. “Entra tanta gente que acabamos ficando todos juntos. Se a pessoa não se aproximar da porta na hora de descer, pode perder a estação e ter de desembarcar longe”, conclui.

MAIS PASSAGEIROS

Com a Linha Verde e a expansão do Vetor Norte, as pessoas se aproximaram do metrô e estão preferindo um aperto maior nele, por ser mais rápido do que o sofrimento prolongado nos ônibus”, observa o chefe do Departamento de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da UFMG, Nilson Tadeu Nunes.

Para o especialista, uma das soluções de curto prazo seria ampliar o número de carros das composições de metrô. “Hoje são quatro carros em cada composição. Mas as plataformas foram projetadas para receber até o dobro. Certamente a aquisição de mais carros aliviaria, pelo menos por ora, a situação dos passageiros”, afirma.

1.317

circularam em horário de pico, em abril deste ano. É como se 1.055 pessoas estivesse em pé (alta de 37%), descontando-se os 262 assentos


1.030

passageiros é a capacidade das composições. São quatro carros)


768

 pessoas podem viajar em pé e 262 sentadas, segundo os índices internacionais de conforto



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BRT/Move melhora a vida dos usuários mas não reduz engarrafamentos

terça-feira, 19 de maio de 2015

Prometida como um dos benefícios da implantação do BRT/Move, a melhora do trânsito de Belo Horizonte foi tímida depois de um ano de funcionamento do sistema na comparação com os 12 meses anteriores. De acordo com dados do sistema de mapeamento on-line do site Maplink feito a pedido do Estado de Minas, a média de engarrafamentos nos horários de pico, entre 7h e 9h e entre 17h e 19h, caiu apenas 3,4% no período de funcionamento do BRT/Move, baixando de uma média de 89 quilômetros para 86. Um resultado modesto frente ao volume investido, da ordem de R$ 1 bilhão. Mais ainda, se for considerado que antes do Move muitas vias de BH estavam em obras para implantação do sistema e os poucos corredores exclusivos de ônibus tinham sido ocupados pelos canteiros, direcionando os ônibus para as vias de circulação comum.

Várias vezes a empresa de transporte e trânsito de BH indicou que a simples implantação do Move melhoraria o tráfego. No site da BHTrans sobre o BRT/Move, está destacada a informação de que a “retirada dos ônibus metropolitanos e municipais das pistas mistas” fará com que “a circulação de veículos melhore bastante e possibilite mais fluidez ao tráfego”. A empresa chegou a declarar que “na área central houve uma concentração dos ônibus na região da Paraná e Santos Dumont, aliviando, por exemplo, outras áreas do Centro que recebiam um grande volume de linhas”.

A redução de fato ocorreu, mas sem o desafogo previsto. De acordo com a BHTrans, no trecho entre a Avenida Portugal e o Anel Rodoviário, por exemplo, o número de ônibus que circulam durante o horário de pico pela manhã antes do Move caiu de 290 para 14. Entre o Anel Rodoviário e a Lagoinha, de 354 para 78. Já nas pistas mistas da Avenida Cristiano Machado o volume de ônibus municipais era de 293 e agora é de 135.

Na Avenida Antônio Carlos, por exemplo, a redução de ônibus por hora nos momentos de pico chegou a mais de 90%, e, na Cristiano Machado, a mais de 50%. A organização em corredores exclusivos e a alimentação das estações teria feito cair o tempo das viagens na Avenida Antônio Carlos de 75 minutos para 40 (– 46,7%) e, na Avenida Cristiano Machado, de 35 minutos para 20 (– 42,9%). O Move transporta cerca de 500 mil usuários por dia e conta hoje com uma frota de 450 veículos, entre ônibus articulados e os do tipo padron.

Para o doutor em Engenharia de Transportes e diretor da consultoria Imtraff, Frederico Rodrigues, o pequeno impacto na redução do tráfego era esperado. “O Move não necessariamente melhoraria o trânsito, pois sua implantação não pressupõe que os usuários de carros vão migrar para os ônibus. Isso leva tempo e amadurecimento de uma cultura. Além disso, o sistema não é tão capilar. Não leva a toda cidade”, afirma. 

Segundo Rodrigues, acabar com engarrafamentos é uma tarefa dificílima. Para fazer um comparativo, ele cita Belo Horizonte, onde 55% das pessoas utilizam o transporte coletivo, e Nova York, onde o índice é de 91%. “Nas duas cidades o que vemos nas vias durante o horário de pico? Engarrafamentos. A diferença, então, é que em Nova York você tem opções públicas de chegar mais rápido aos seus destinos, seja pelo metrô ou outros sistemas”, exemplifica. Esse fenômeno se explica pelo equilíbrio dinâmico da oferta e demanda, de acordo com o especialista. “Se você migra em grande quantidade para o sistema público, as ruas ficam mais vazias e se torna mais interessante usar o carro do que um metrô lotado. Com isso, em pouco tempo as vias urbanas voltam a ficar congestionadas. A tendência é sempre ter um equilíbrio”.

A BHTrans informou, por meio de nota, que não comentaria o estudo da Maplink por não ter conhecimento dos detalhes do levantamento, mas também não apresentou informações sobre o impacto do Move na fluidez do tráfego desde a sua implantação. A nota diz ainda que a principal missão do Move é “incentivar o uso do transporte coletivo. O objetivo é garantir um serviço de maior qualidade e aumentar a atratividade do sistema para o usuário do veículo privado e assim melhorar a mobilidade urbana na capital, priorizando o transporte coletivo e garantindo uma cidade melhor e mais sustentável”.

Por Mateus Parreiras
Informações: Estado de Minas

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Em BH, BRT Move com veículos de 18 metros aumenta responsabilidade sobre motoristas

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O acidente envolvendo o ônibus articulado da linha 82 acende o alerta para a alta carga de estresse à qual os motoristas do transporte rápido por ônibus (BRT) de Belo Horizonte estão sujeitos. A maior responsabilidade ao volante começa pela direção de um ônibus articulado com mais de 18 metros de comprimento – média de cinco metros a mais que um coletivo convencional – e passa pela habilidade em guiá-lo entre carros e motos em vias de trânsito misto, como as da região hospitalar, local do acidente na manhã de ontem.

Desde que as primeiras linhas do Move entraram em operação, em 8 de março, ao menos cinco colisões envolvendo coletivos do novo sistema foram registradas fora das pistas exclusivas dos corredores Cristiano Machado e Antônio Carlos, na região do hipercentro. A jornada de trabalho da categoria é de seis horas e 20 minutos por dia, com uma hora de intervalo para alimentação ou repouso, o que na prática representa uma escala de trabalho de seis viagens diárias. 

Como forma de compensação, os quatro consórcios operadores do transporte coletivo da capital oferecem ao motoristas dos ônibus padrons e articulados Move um adicional de 15%, de cerca de R$ 1.700. Todos devem ter habilitação na categoria E, enquanto os demais condutores usam a carteira D. BHTrans e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) afirmam realizar treinamentos e exames de saúde anuais, a fim de checar a aptidão dos operadores.

Porém, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana (STTR-BH) denuncia que muitos motoristas não apresentam atestados médicos às empresas quando doentes, por receio de repreensão. Um dos diretores do sindicato, Carlos Henrique Marques, afirma que muitas vezes o trabalhador prefere trabalhar passando mal a procurar um médico. “Muitos acreditam que não é nada grave, mas uma dor de cabeça pode ocasionar um problema maior”, denuncia. Marques acredita ainda que a frequência do exame de saúde – realizado uma vez ao ano – é insuficiente. A principal queixa dos representantes da categoria tem relação com a rotina diária atrás do volante. De acordo com a entidade, 10% da categoria está afastada do trabalho por problemas de saúde – a maioria com sintomas de depressão e problemas na coluna (30%). 

SEM PADRÃO
Quem encara o desafio diário de dirigir um articulado no cada vez mais complicado trânsito de BH, alerta ainda para ausência de um treinamento padronizado entre as 39 empresas de ônibus do sistema e de um programa periódico específico para o aperfeiçoamento de práticas na condução da frota, o que inclui os 428 novos ônibus do Move. 

A validade dos treinamentos, segundo um instrutor de uma operadora de ônibus da capital, varia de empresa para empresa. “Cada uma faz de um jeito. Tem empresas que dão treinamento bons. Na minha empresa foi muito intenso. Principalmente pela questão de compromisso, com o motorista retirado da escala de trabalho no dia do treinamento e advertência em caso de ausência”, contou o profissional, que optou por não se identificar.

O instrutor explica que na empresa em que trabalha foi dado desconto de 20% na habilitação em uma auto-escola, como forma de incentivar os motoristas a se reciclarem e conseguirem a habilitação na categoria E. “Nem todas as empresas, porém, deram esse incentivo”, ressalta.
Sem garantia de indenização

Proprietários dos 13 veículos atingidos pelo ônibus desgovernado, assim como feridos no acidente, terão de aguardar a avaliação do seguro do coletivo para saber quem vai arcar com o custo dos estragos causados pelo acidente, informou ontem o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH). “Todas as empresas de ônibus de Belo Horizonte são obrigadas a ter seguro contra terceiros, além do DPVAT. Qualquer parcela adicional, além daquela estabelecida pelas cláusulas da apólice, será ressarcida após negociação entre as partes ou determinação judicial”, informou a entidade patronal.

BHTrans e Setra-BH disseram realizar uma constante reciclagem dos motoristas do transporte coletivo, como forma de prevenção de acidentes. A empresa que administra o trânsito de Belo Horizonte, entretanto, reconheceu que interfere no plano anual de treinamento para motoristas e cobradores proposto pelo sindicato, quando necessário, para melhor atender ao planejamento. “O acidente ocorrido (ontem) foi um fato isolado, uma vez que o motorista foi acometido por um mal-estar. Este ano, o treinamento concentrou-se na operação do Move, tanto a parte teórica quanto a prática. Muitas vezes, a empresa gerenciadora do transporte e trânsito de BH pede alterações no plano, mas sempre tendo em foco a segurança dos operadores, dos usuários e dos pedestres. Inclusive, a própria BHTrans já foi a promotora, nas garagens, de treinamento para motoristas e agentes de bordo”, disse, em nota. 

O sindicato das empresas de ônibus qualificou o acidente da linha 82 como “não mais do que uma fatalidade” e disse que todas as concessionárias de transporte possuem departamentos médicos e realizam anualmente uma semana de prevenção de acidentes de trabalho. 

SEGUNDO ACIDENTE Procurada pela reportagem, a Bettania Ônibus informou que somente o Setra-BH se pronunciaria sobre o assunto. O desastre com o ônibus articulado da linha 82 foi o segundo acidente grave envolvendo um ônibus da empresa em menos de três meses. Em 8 de julho, um coletivo da linha 3055 (Estação Barreiro/Savassi) deixou pelo menos sete feridos depois de colidir na traseira de uma carreta. Cerca de 15 pessoas estavam a bordo, todas assentadas. O lado mais atingido foi o do cobrador, que ficou gravemente ferido. (BF, com Luana Cruz e Pedro Ferreira)

Risco na pista

2/4 Primeiro acidente envolvendo o BRT. Uma moto e um coletivo articulado da linha 82 bateram na faixa exclusiva do Viaduto Leste. Não houve vítimas.

7/5 Batida entre ônibus da linha 83D e carro que invadiu a faixa exclusiva do Viaduto Leste, no Complexo da Lagoinha. Ninguém ficou ferido.

12/6 Primeiro acidente do BRT com morte: um morador de rua foi atropelado por ônibus articulado da linha 83D, na Avenida Santos Dumont, Centro de Belo Horizonte, por volta das 6h50. O motorista disse ter sido surpreendido pelo homem, que teria atravessado com o sinal verde para os veículos.

20/6 Acidente entre um ônibus articulado e um caminhão, no cruzamento das avenidas Barão Homem de Melo e Silva Lobo, no Bairro Alto Barroca, Região Oeste de Belo Horizonte. Não houve feridos.

30/6 Um incêndio consumiu em minutos um ônibus articulado da linha 61 que passava pela Avenida Pedro I. Testemunhas afirmaram que o fogo começou na articulação do veículo, onde há uma rótula que conecta os vagões e componentes elétricos. Os sete passageiros a bordo saíram ilesos. BHTrans e Setra declararam que, caso seja constatado problema de fabricação, exigirão recall.

2/7 Duas pessoas morreram depois que a moto em que estavam bateu em um ônibus articulado da linha 52 que fazia uma conversão na Avenida Carlos Luz, no Bairro Engenho Nogueira. O coletivo havia deixado a garagem da empresa Rodopass e seguia para a Estação Pampulha. Tudo indica que a moto avançou o sinal vermelho.

15/7 Um ônibus articulado apresentou problemas no freio e colidiu em um outro coletivo estacionado na Rua Ouricuri, no Bairro Floramar, Região Norte de Belo Horizonte. Os veículos só pararam quando bateram nos muros de um condomínio e de uma casa. Ninguém ficou ferido.

No mesmo dia, um homem de 66 anos foi atropelado por um ônibus articulado da linha 83D (Estação São Gabriel/Centro – Direta) na Avenida Paraná. A vítima quebrou o braço e foi levada consciente para o Hospital João XVIII. Testemunhas relataram que o idoso teria entrado na frente do coletivo.

30/07 Outro acidente no Complexo da Lagoinha. A batida entre um ônibus e um carro interditou o trânsito no Viaduto A. Ninguém se feriu.

Por Bruno Freitas
Informações: Estado de Minas

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