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Rio de Janeiro: VLT da Zona Portuária começa a circular em 2014

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um velho túnel ferroviário, construído ainda no Império e há décadas abandonado, começa a tomar nova forma sob o Morro da Providência. Escavado no século XIX, para dar passagem ao transporte de cargas entre o Porto do Rio e a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Central do Brasil), o túnel de 315 metros está sendo ampliado para receber bondes modernos, que deverão fazer parte da paisagem da Zona Portuária até 2016. O sistema de veículos leves sobre trilhos (VLTs) é uma das obras previstas na esteira do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região. Do pacote também fazem parte novos túneis e avenidas, a demolição do Elevado da Perimetral, a reestruturação de redes subterrâneas de serviços públicos, a construção de museus e a recuperação de bens históricos. Parte dessa revitalização já está pronta e leva colorido à Avenida Barão de Teffé e seu entorno, onde escavações revelaram parte da história do tráfico negreiro no Rio.

Com seis linhas e 42 estações, o VLT deverá entrar em pleno funcionamento no primeiro semestre de 2016. Pelo cronograma da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), contudo, duas linhas começam a operar já na Copa de 2014. Uma delas deverá passar pelo túnel ferroviário. O projeto será apresentado em audiência pública amanhã, às 10h, na prefeitura. Já a concorrência para escolha do consórcio que vai implantar e operar o sistema por 25 anos deverá ocorrer em 30 dias. A previsão é que o vencedor saia em outubro e as obras comecem em janeiro de 2013.
Túnel deve ficar pronto até julho de 2013

Orçado em R$ 1,1 bilhão, o VLT será financiado em parte pela União, que aplicará R$ 532 milhões na obra. Segundo o presidente da Cdurp, Jorge Arraes, o edital deverá prever que o consórcio adiante o restante dos recursos e só comece a receber a contraprestação da prefeitura depois que as duas primeiras linhas começarem a operar.
— O investimento inicial em material rodante e carros será pago pelo operador. Os custos operacionais do VLT e os lucros virão da bilhetagem — explica.

A engenharia financeira que dará viabilidade econômica ao projeto ainda está sendo finalizada. Mas já está decidido que os passageiros do VLT poderão usar o bilhete único no sistema. A validação dos bilhetes acontecerá nos vagões e nas estações de embarque, que não terão bilheteiros. Fiscais percorrerão as linhas para cobrar o pagamento da passagem. O sistema deverá ter ainda a tecnologia como aliada para evitar eventuais calotes. Sensores poderão fazer a validação automática da passagem mesmo que o bilhete esteja dentro de bolsas ou de peças de vestuário dos passageiros.
Uma das duas linhas a ficarem prontas em 2014 cortará a Zona Portuária, ligando a Rodoviária Novo Rio à Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, passando pelas avenidas Rodrigues Alves e Rio Branco. Já o segundo circuito fará a ligação da Central do Brasil à Praça Mauá, passando pelo túnel ferroviário e contornando a Cidade do Samba.
De acordo com a concessionária Porto Novo, que assumiu em 2011 as obras de revitalização, o túnel ferroviário deverá ficar pronto até julho de 2013. O consórcio terá que deixar preparada ainda a calha de passagem do VLT nas vias públicas que estarão ou já estão em obras.

Redes de água e esgoto serão redimensionadas
A implantação do VLT é uma das faces da revitalização que, entre obras e serviços públicos, deverá ter investimentos de R$ 8 bilhões nos próximos 15 anos. O projeto prevê o desmonte gradual do Elevado da Perimetral a partir de abril de 2013; a reestruturação das redes de água, esgoto, drenagem, gás, telefonia, energia elétrica e iluminação pública de uma região de cinco milhões de metros quadrados; a construção do Museu do Amanhã, cujos primeiros pilares começam a aparecer no Píer Mauá; um reservatório de água no Morro do Pinto; três unidades de tratamento para os rios Comprido, Papa Couve e Maracanã; e o aumento de três para 11 do número de galerias de escoamento de águas pluviais.

O pacote inclui ainda a Avenida Binário, que está sendo construída em paralelo à Avenida Rodrigues Alves, terá dois túneis (sob os morros da Saúde e de São Bento) e duas alças de ligação com o Elevado do Gasômetro. Outra intervenção programada é a transformação da Rodrigues Alves numa via expressa, que terá parte de seu trajeto num túnel. Segundo o diretor-presidente da Porto Novo, José Renato Ponte, dois poços de perfuração desse túnel estão sendo montados na Praça Barão de Ladário, no 1 Distrito Naval e num terreno da Rua Sacadura Cabral.
— Nesses poços, o primeiro trabalho será o de arqueologia. As escavações no Porto têm revelado muitos vestígios históricos — diz José Renato.

Alguns desses vestígios foram expostos pelas obras da primeira fase do Porto Maravilha, iniciada em 2009 com recursos municipais. Num investimento de R$ 139 milhões, foram reurbanizadas 24 vias dos bairros de Saúde, Gamboa e do Morro da Conceição, entre elas as avenidas Barão de Teffé e Venezuela e as ruas Camerino e Sacadura Cabral. Na Barão de Teffé, as escavações para a implantação de tubulações de serviços públicos trouxeram à luz o antigo Cais do Valongo, por onde desembarcavam os escravos durante o Império. A localização do cais determinou mudanças no projeto, para que o sítio arqueológico virasse um memorial aberto à visitação.
Perto dali, as obras restauraram ainda os Jardins do Valongo. Construído em 1906 pelo então prefeito Pereira Passos, o conjunto arquitetônico inclui um antigo mictório público e a Casa da Guarda, que será transformada em centro cultural. O jardim recebeu de volta ainda as estátuas dos deuses Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte, retiradas pela prefeitura da região em 2002, por causa de vandalismo.

O jardim só será aberto à visitação no dia 24 deste mês. Mas muita gente já vem descobrindo que o cais, a praça com canteiros de flores, as ruas do entorno e seu casario carregado de história valem o passeio. O trabalho ainda não acabou. Há canteiros aqui e ali, como no Largo da Prainha. Mas o baticum das máquinas não calou o samba das segundas-feiras na Pedra do Sal.


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Metrô do Rio funcionará 24 horas durante o carnaval

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

O serviço de metrô do Rio terá um esquema especial e funcionará durante 24 horas durante os cinco dias de carnaval. Na prática, as composições vão circular, sem interrupção, a partir das 5h de sexta-feira (9) até meia-noite de terça-feira (13).

Na terça-feira, no entanto, haverá extensão de horário de embarque nas estações Central do Brasil/Centro e Praça Onze até 1h. As demais estações do sistema metroviário funcionarão apenas para desembarque após meia-noite. O objetivo é atender aos clientes que vão participar ou assistir aos desfiles das Escolas de Samba Mirins.

No sábado (17), quando acontece o Desfile das Campeãs, o metrô volta a funcionar na madrugada até as 23h de domingo (18).

A linha 2 vai operar entre Pavuna e General Osório/Ipanema, e as linhas 1 e 4 seguirão o trajeto Uruguai-Jardim Oceânico/Barra da Tijuca.

A transferência entre as linhas 1 e 2 poderá ser feita no trecho entre as estações Central do Brasil/Centro e General Osório/Ipanema.

Mais de 3 milhões de passageiros

Mais de 3,1 milhões de passageiros devem circular pelo sistema nos dias de folia. Por isso, haverá reforço nos trens e também nas equipes de segurança e atendimentos nas estações. Além disso, duas estruturas externas as estações foram montadas nas áreas de maior movimentação e agenda de blocos: Carioca/Centro e General Osório/Ipanema.

Os espaços contam com bilheteria e organizadores de fila que facilitam o embarque dos clientes. Os foliões que forem aproveitar os blocos devem ficar atentos aos layouts das estações com informações sobre o funcionamento especial e horários de embarque e desembarque de cada uma delas.

Para quem vai à Marquês de Sapucaí ou ao Terreirão do Samba, as estações são Central e Praça Onze abertas 24 horas.

Funcionamento do Metrô na Superfície (MNS)

As linhas de ônibus do Metrô na Superfície (Antero de Quental - Gávea e Botafogo - Gávea) vão operar das 5h às 23h30, na sexta, sábado e segunda-feira (09, 10 e 12/02). Já no domingo e na terça-feira (11 e 13/02), o funcionamento será das 7h às 22h30.

Devido aos blocos que podem ocorrer ao longo do trajeto do MNS, poderá haver interdições realizadas pela CET-Rio, alterando as vias que os ônibus percorrerão e farão seus embarque e desembarques.

Informações: G1

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Obras do BRT vão interditar trecho da Avenida Brasil por quatro meses

domingo, 4 de janeiro de 2015

Um trecho de 350 metros da Avenida Brasil, na altura de Manguinhos e próximo ao Canal do Cunha, será interditado parcialmente a partir do dia 10 de janeiro, para as obras do BRT Transbrasil, que vai ligar Deodoro, na zona oeste, ao centro da cidade. O anúncio foi feito hoje (2) pela prefeitura do Rio de Janeiro. O quarto corredor expresso de ônibus articulado, depois da Transoeste, da Transcarioca e da Transolímpica, deve ficar pronto no primeiro semestre de 2017.

Três frentes da obra foram iniciadas em novembro, mas sem interdição de vias: a construção de um viaduto em Ramos, perto do arco estaiado da Transcarioca; e duas obras de drenagem, na Penha e na Ilha do Governador. Ao todo, serão retirados 11 pontos de alagamento e construídos cinco viadutos. A Transbrasil vai custar R$ 1,4 bilhão e terá 23 quilômetros, com16 estações e quatro terminais.

O secretário de Obras, Alexandre Pinto, destaca que a Avenida Brasil será toda revitalizada. “Essa obra não passa somente pela execução de um corredor de BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit, que em tradução livre significa Transporte Rápido por Ônibus). Além disso, estamos retirando 11 pontos críticos e históricos de drenagem e faremos a urbanização completa, com calçadas, novos canteiros, nova iluminação pública. Será uma repaginada completa na Avenida Brasil", ressaltou. A conclusão das obras está prevista para o primeiro semestre de 2017.

Essa primeira interdição vai durar quatro meses e é considerada a mais crítica, pois será necessário construir pilastras no subsolo para corrigir a consolidação do solo, que é mole no local. Serão fechadas duas faixas de rolamento da pista central, no sentido zona oeste, e uma faixa no sentido centro, que será compensada com o alargamento no canteiro lateral.

O secretário de Transporte, Rafael Picciani, reconhece que haverá transtornos e pede que a população opte pelo transporte público. “Segue a permissão para os táxis trafegarem pela faixa exclusiva e o nosso esforço durante as obras da Transbrasil é que o transporte público desfrute das mesmas condições. O impacto será maior para os usuários de automóvel particular, por isso voltamos a contar com a colaboração da população, que dê preferência ao transporte público, tendo em vista que é preferencial neste momento para a execução da obra, para solucionar um transtorno de décadas dos usuários da Avenida Brasil com a avenida funcionando.”

Para minimizar os impactos, estão sendo abertas agulhas de acesso da pista central para a pista lateral, e a faixa no sentido centro será alargada para o canteiro que divide a pista central e a lateral. A faixa seletiva dos ônibus está mantida, e a recomendação para o motorista de carro de passeio é que busque rotas alternativas como a Linha Vermelha e as avenidas Leopoldo Bulhões e Dom Hélder Câmara.

O afunilamento em Manguinhos deve gerar retenções no trânsito em Irajá, nas rodovias Presidente Dutra e Washington Luís, na Ponte Rio-Niterói, Rodoviária Novo Rio, no Binário do Porto, nas avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas, bem como nos túneis Rebouças e Santa Bárbara. De acordo com a prefeitura, cerca de 250 mil carros passam pela Avenida Brasil diariamente.

Por Akemi Nitahara 
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No Rio, Avenida Rio Branco aberta apenas para ônibus‏

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O primeiro dia útil do fechamento da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, para táxi e veículos de passeio começou com movimento bem tranquilo, nesta segunda-feira (1°). Desde sábado (29), a avenida está com apenas duas faixas no sentido Zona Sul liberadas exclusivamente para o tráfego de ônibus.
A interdição das outras três faixas da via é para a realização das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Operadores de tráfego da CET-Rio orientavam motoristas sobre as novas regras de circulação na região, mas alguns motoristas ainda desrespeitavam as mudanças.

Em função da restrição, por volta das 10h desta segunda o trânsito na Avenida Rio Branco fluía normalmente. No entanto, os motoristas encontravam retenções em alguns trechos das Avenidas Presidente Vargas e Antônio Carlos e da Rua Primeiro de Março. Segundo o Centro de Operações Rio, o fluxo de veículos apresentava lentidão no sentido Candelária na altura da Cidade Nova, na Central do Brasil e na Avenida Passos.

Segundo o secretário municipal de Transportes Alexandre Sansão, foram criados pontos de táxis em ruas transversais. “Os taxistas e outros carros podem circular por ruas transversais, onde foram criados novos pontos de táxis. Há pontos nas ruas da Assembleia, Buenos Aires, Araújo Porto Alegre e eles também podem circular pelas avenidas Graça Aranha, Presidente Antônio Carlos, Passos e República do Paraguai, por exemplo. Guardas municipais e pardais vão fiscalizar e multar quem não cumprir novas regras. Mas acredito que todos os motoristas vão respeitar", disse Sansão.

Para as obras do VLT, a Avenida Rio Branco tem tráfego restrito a ônibus de segunda a sexta, das 5h às 21h. A partir das 21h até às 5h e aos domingos e feriados, qualquer veículo pode circular pela avenida.

O bloqueio altera o itinerário de 53 linhas de ônibus com sentido Candelária, que deverão seguir pela Avenida Presidente Antônio Carlos e Rua 1º de Março. Apenas duas faixas da avenida ficarão liberadas no sentido Cinelândia, que serão exclusivas para ônibus de linhas municipais.

Os terminais de ônibus da Avenida Presidente Antônio Carlos terão local alterado (veja o mapa abaixo). As linhas que já circulavam por estas vias, não terão itinerário alterado.
Pontos de ônibus de vias do Centro foram alterados (Foto: Divulgação/ Prefeitura do Rio)Pontos de ônibus de vias do Centro foram alterados (Foto: Divulgação/ Prefeitura do Rio)

Carros de passeio poderão circular na via somente entre 21h e 5h de segundas às sextas-feiras e entre 15h e 5h aos sábados. Os cruzamentos da Avenida Rio Branco ficarão liberados.

Táxis
A circulação de táxis passa a ficar proibida na avenida. A primeira semana de mudanças será educativa e nenhum taxista será multado, segundo a prefeitura.

Os profissionais terão vagas disponíveis nas seguintes vias do Centro: Praça Mahatma Gandhi, entre a Rua Senador Dantas e Praça Floriano Peixoto; Rua Santa Luzia; Rua Araújo Porto Alegre e na Avenida Almirante Barroso, entre Avenida Rio Branco e Rua México; Rua da Assembleia, entre Rua Rodrigo e Silva e Avenida Rio Branco; e dois pontos na Rua Buenos Aires, entre Rua da Quitanda e Avenida Rio Branco e entre Avenida Rio Branco e Rua Miguel Couto.

Obras do VLT
Os fechamentos programados foram feitos para obras do Porto Maravilha e também para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que terá 28 km de extensão e ligará a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, no Centro. O novo meio de transporte terá integração entre metrô, trem, barcas e aeroporto.

De acordo com o cronograma, o primeiro veículo chegará ao Rio em junho de 2015. A conclusão das obras, no entanto, está prevista para ocorrer no segundo semestre e as operações devem ser iniciadas nos primeiros seis meses de 2016.

O VLT deve conectar outros modais por meio de seis linhas e 42 estações. A secretaria informou que por meio do novo transporte, os passageiros poderão fazer conexão com outras modalidades de transporte nas interligações com a Rodoviária Novo Rio, Central do Brasil, (trens e metrô), barcas, o Aeroporto Santos Dumont, além de BRT's, linhas de ônibus convencionais e o Teleférico do Morro da Providência.

A prefeitura informou que cada veículo do VLT transportará 420 passageiros e que, com todas as linhas em operação, o sistema transportará até 285 mil passageiros por dia.

Informações: G1 Rio

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Criado no Brasil, Sistema BRT invadiu o mundo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nos anos 70 o Brasil tinha 100 milhões de habitantes e certamente menos problemas do que agora, com uma população de 200 milhões, a maioria concentrada em aglomerações urbanas. Entre os problemas urbanos graves que se multiplicam, como falta de moradias, excesso de população, alarmantes índices de violência, inclui-se a paralisia do trânsito, causada pelo excessivo contingente de automóveis e um retumbante descaso com o transporte coletivo.

Se o transporte público está nessa inglória situação não foi por omissão de um arquiteto e urbanista que sempre colocou a mobilidade coletiva acima do transporte individual. Este urbanista chamado Jaime Lerner, que desde os anos 70 prega no deserto das cidades, foi reconhecido no exterior e tem seguidores, entre eles o engenheiro Wagner Colombini Martins, da Logit Consultoria e autor de vários projetos internacionais de Bus Rapid Transit (BRT), o sistema que privilegia o ônibus.

Ao lado de Lerner, Colombini será um dos palestrantes do Seminário NTU que vai discutir problemas e soluções da mobilidade para a Copa do Mundo de Futebol marcada para 2014 no Brasil.

Colombini tem viajado por boa parte do mundo para implantar o sistema BRT. Suas incursões envolvem África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010, e México, país que promoverá os Jogos Panamericanos de 2011.

Foi num dos hotéis do México que Colombini respondeu por email as questões formuladas por Technibus. Eis o conteúdo da entrevista:
TechnibusPor que o Brasil, dono de uma das maiores indústria de ônibus do mundo não consegue criar corredores de ônibus eficientes que promovam o transporte coletivo? Ainda mais quando se leva em conta que o País é pioneiro no mundo em corredores exclusivos e exportador de projetos. Em casa de ferreiro espeto tem de ser de pau?
Wagner Colombini – O Brasil pecou pela implantação de maus projetos que vieram depois do sistema pioneiro de Curitiba. Tais projetos deterioraram o ambiente no entorno e causaram má reputação à idéia de se implantar corredores de ônibus. Também contribuiu para a não proliferação de corredores de ônibus o fato de que os formadores de opinião no setor transporte são originários do Metrô de São Paulo e de outros sistemas sobre trilhos. Acrescento ainda que o governo federal mantém uma estatal, a CBTU, uma empresa de trens urbanos, em vez de ser companhia de transportes urbanos. A CBTU entende que a fórmula sobre trilhos é a única solução.

Technibus Como a experiência vivida por técnicos brasileiros no México, Colômbia, África do Sul poderá ser útil para que o Brasil tenha sucesso no BRT para a Copa de 2014?
Colombini – Os sistemas BRT foram inventados em Curitiba e pegaram força desde a implantação do Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia. Eles são baratos e podem ser implantados por todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo no Brasil.
Technibus O Brasil terá tempo para isso?
Colombini – Os sistemas BRT podem ser implantados em pouco tempo. Dou como exemplos o Transmilenio, que levou dois anos para ser construído, e o projeto Macrobus, de Guadalajara, no México, que levou pouco mais de um ano. A grande dificuldade enfrentada por esses sistemas foi a negociação com os operadores locais uma vez que em geral não existiam empresas operadoras de transporte, prevalecendo o sistema “hombre-camión” (indivíduos proprietários de veículos). O Brasil não deverá enfrentar esse tipo de problema, pois tem uma comunidade operadora madura e organizada em forma de empresas.

Technibus Foram escolhidas as 12 cidades sedes para a Copa de 2014. Na sua avaliação quantas poderiam ter BRT. Onde seriam? E quais os custos?
Colombini – Todas as cidades poderão implantar sistemas BRT para resolver as suas necessidades por transporte, visando apoiar a realização dos jogos durante a Copa do Mundo. Os custos deverão estar na ordem de R$ 20 milhões por quilômetro, incluindo desapropriações. Os sistemas BRT podem apresentar capacidade similares aos sistemas sobre trilhos e utilizam tecnologia 100% nacional, privilegiando a criação de empregos locais na sua implantação.


Technibus Enumere as cidades onde você implantou o BRT? Quantifique os corredores, quilometragem, características, passageiros transportados e outras informações.
Colombini – Participei do Transmilenio, de Bogotá, sistema que deverá ser ampliado em 2011. O Transmilenio conta hoje com 100 quilômetros de extensão, tem estações centrais, fechadas, dotadas de bilheterias e catracas similares a estações de metrô. O sistema transporta cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia. O Transmilenio opera em canaleta exclusiva, no centro de uma via e, como disse, tem estação central fechada. A plataforma das estações está em nível. As estações contam com faixa de ultrapassagem. Importante frisar que o Transmilenio foi inspirado em Curitiba, só que adotando a estação central e o conceito de ônibus expresso, com faixa de ultrapassagem, o que permitiu atingir níveis de capacidade nunca antes imaginado por um sistema operado por ônibus articulados.

Outro projeto em que estou envolvido é o Macrobus, em Guadalajara, no México, com 15 quilômetros de extensão, similar ao Transmilenio, mas com menor capacidade. O Macrobus transporta hoje, dois meses após sua inauguração, mais de 100 mil passageiros por dia. Participei ainda do Expresso Tiradentes, na cidade de São Paulo. O conceito é semelhante ao sistema de Curitiba, com cerca de 8 quilômetros de extensão, com estações laterais, veículos de alta capacidade, pré-pagamento nas estações e mais de 100 mil passageiros por dia.

Tenho ainda atuado em diversos projetos de sistemas planejados para serem implantados no futuro próximo: Corredor Expresso Celso Garcia (São Paulo), Corredor T5 (Rio de Janeiro), Sistema Rea Vaya (Joanesburgo, África do Sul), Sistema iKapaRapid (Cidade do Cabo, África do Sul), Sistema DART (Dar es Salaam, Tanzânia), Corredor Juan Justo (Buenos Aires), Transmilenio Fase 3 (Bogotá) e Macrobus Fases 2 e 3, em Guadalajara.

TechnibusFale sobre a experiência com BRT na África do Sul. Até 2010 quantos corredores vão operar no país sede da Copa? Dê detalhes das obras, das características, dos corredores, da frota.
Colombini – São nove as cidades-sede da Copa 2010 na África do Sul. Pelo menos 6 delas estão desenvolvendo projetos para implantação de sistemas BRT. Os sistemas têm em geral grande extensão. Joanesburgo terá um sistema com 300 quilômetros de extensão – já para a Copa cerca de 50 quilômetros de corredores deverão estar implantados.
O sistema de tarifa deverá ser com base na distância percorrida, fora do padrão brasileiro de tarifa única. Há também uma tendência de implantar serviços tronco-alimentados e de utilização de veículos articulados, com diesel padrão Euro-4 devido à busca por baixa emissão de poluentes. Friso, no entanto, que há uma grande dificuldade na negociação com os serviços de lotações, que predominam no transporte público urbano nas cidades da África do Sul.

TechnibusComo fazer para que um BRT dê certo? Por que sistemas são bem sucedidos e outros não emplacam?
Colombini – Todo projeto tem que ter um líder, um campeão, que vai enfrentar todas as dificuldades políticas e negociais para sua implantação. Este líder precisa ter convicção ao negociar com os diversos interessados (população no entorno, empresas de ônibus, provedores de tecnologia, setor de engenharia de tráfego etc).
É preciso ainda que o líder tenha poder para reestruturar as rotas (em geral, tronco-alimentadas) e força para retirar as linhas que competem no corredor, além de evitar a presença de piratas. Fora tais condições essenciais, o projeto tem que ser adequado e permitir real prioridade ao transporte coletivo. Entre os requisitos técnicos estão as estações que precisam ser dimensionadas com folga no nível de ocupação. Devem ser instaladas em módulos, contemplando de início locais de maior demanda.
É essencial ainda que o corredor tenha características de projetos que promovam melhora do meio urbano e isso pressupõe estações fechadas, com pré-pagamento, que garantam rápido embarque e desembarque de passageiros. Tais providências asseguram velocidade de operação e evitam filas nas estações. Importante também: o corredor deve ter garagens de ônibus junto aos extremos, nos bairros.

TechnibusQuais os custos de implantação (incluindo desapropriação) do BRT versus metrô?
Colombini – O sistema BRT tem custo de implantação na faixa de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões por quilômetro. Já um sistema de metrô custa acima de US$ 100 milhões por quilômetro. De custo intermediário, o sistema VLT demanda recursos acima de US$ 25 milhões por quilômetro.

Technibus Fale de outros BRTs em projeto no Brasil?
Colombini – A cidade do Rio de Janeiro tem vários projetos (T5, Linha C, Via Light, Av. Brasil). Na cidade de São Paulo o corredor Celso Garcia tem todas as características para receber um BRT. Há ainda o corredor Itapevi-Pinheiros, em desenvolvimento, e que envolve negociação entre vários municípios por abranger cidades daárea metropolitana da Grande São Paulo.
Na capital gaúcha pretende-se implantar um conjunto de BRT, denominado projeto Portais da Cidade, enquanto Belo Horizonte pretende adotar um corredor BRT típico na Avenida Antônio Carlos, além de projetos de uma rede do sistema. Recife, Salvador, Rio Branco, entre outras cidades, também têm projetos prevendo a adoção de BRT.

Receitas de um sistema que acelera a mobilidade
Países pobres, emergentes e ricos, não importa, todos eles enfrentam problemas de mobilidade com o fenômeno da urbanização que faz crescer exponencialmente o trânsito sem que a infraestrutura viária possa acompanhar a demanda do transporte individual.

A resposta dos gestores públicos para enfrentar o nó nas cidades tem sido cada vez mais oferecer opções de transporte coletivo de alta capacidade, boa qualidade e custos moderados.

O Bus Rapid Transit (BRT) tem sido uma saída buscada por países como o México, que tem um programa de transporte massivo por ônibus, promovido pelo governo federal. Mesmo quadro se repete na Colômbia e no Peru, que vem implantando um programa de BRT na capital, Lima, e em algumas outras cidades.

Na África do Sul, o governo local também encampou o BRT de olho na Copa do Mundo de 2010. A implantação de sistemas de transporte massivo por ônibus está em curso em cidades de maior porte do país africano.

Da mesma forma o governo chinês, no canteiro de obras de infraestrutura em que transformou o país de 1,3 bilhão de habitantes, tem programa de implantação de BRTs e de otimização das malhas de transporte coletivo.

Nem Nova York resistiu ao BRT. A cidade, este ano, ganhou o prêmio de mobilidade ao ter um programa de forte apoio ao transporte sustentável baseado na implantação de BRTs, ciclovias, na restrição ao uso do automóvel e na implantação de áreas de uso público de muita qualidade.

Mas o que é BRT? Quem explica de forma didática é Wagner Colombini, consultor da Logit, empresa especializada em projetos de BRT com sistemas implantados ao redor do mundo.
BRT é basicamente sistema de transporte por ônibus e, idealmente, apresenta as seguintes características:
1 – Os veículos de um BRT em geral são de grande capacidade (padron, articulado ou biarticulado).
2 – Os ônibus trafegam em canaleta exclusiva, no centro de uma via.
3 – As estações são centrais e o passageiro paga ao entrar na estação, de forma similar ao que ocorre com os sistemas sobre trilhos.
4 – As estações são fechadas, com abrigo e proteção ao passageiro.
5 – Entradas ou saídas dos passageiros, nos ônibus, são feitas em plataformas, instaladas no mesmo nível do piso interno do veículo. Permite-se, com isso, movimento seguro e rápido aos usuários, além de acessibilidade universal a todos cidadãos portadores de deficiências de locomoção.
6 – O BRT em geral é dotado de faixas para que se possa ultrapassar ônibus estacionados nas estações.
7 – As faixas de ultrapassagem são utilizadas por ônibus de serviços expressos ou semiexpressos, que ligam os principais pontos de origem/destino no corredor.
8 – Sistemas BRT são dotados de centro de controle operacional que recebem informações fornecidas por GPS instalados nos veículos, por sua vez conectados com uma central. O objetivo é manter a regularidade operacional do sistema.
9 – O sistema BRT tem comunicação visual destacada para que o passageiro o diferencie de um sistema de ônibus comum.
10 – A velocidade média comercial dos serviços de um BRT é elevada, na faixa de 22 km/h para serviço parador e de 35 km/h para serviços expresso ou semiexpresso.
11 – Os sistemas BRT apresentam grande capacidade de atendimento de demanda. Podem chegar a níveis semelhantes aos praticados pelas mais carregadas linhas de metrô. O BRT Transmilenio apresenta demanda acima de 40 mil passageiros por hora, no trecho mais carregado, no pico da manhã.


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VLT carioca resgata memória de bondes com sustentabilidade

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Antigo bonde elétrico na Avenida Rodrigues Alves, Zona Portuária do Rio (Foto: Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)Antigo bonde elétrico na Avenida Rodrigues Alves, Zona Portuária do Rio (Foto: Augusto Malta / Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)


Em abril, quando o VLT começar a circular em seu primeiro trecho – da Rodoviária Novo Rio até o Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio –, estará sendo escrito um novo capítulo na história dos transportes públicos da cidade.
Movido à eletricidade e totalmente não poluente, o novo meio de transporte, que vai atender a cariocas e visitantes, também resgata lembranças da época dos bondes elétricos. Até mesmo o som do antigo será lembrado. Por ser extremamente silencioso, na cabine do condutor haverá um botão para a tradicional buzina e um outro que reproduz a campainha dos antigos bondes. 
Os bondes circularam na cidade entre 1892, quando pertencia à Companhia Ferrocarril São Cristovão, e depois de 1905 até o final da década de 60, quando estavam sob o controle da Light, concessionária de energia. Para antigos usuários, especialistas em história e autoridades, o VLT é o que pode se chamar de um "bonde turbinado com alta tecnologia".
A professora Márcia Mendes, moradora da Gamboa, na Região Portuária do Rio, contou que tem memória da infância quando usava o bonde para ir para a escola na companhia da irmã. "Achava o máximo, me sentia gigante com a sensação de liberdade quando ficava na janela", lrelembrou. 
O VLT trouxe a memória do bonde. Quem andou e teve o privilégio não esqueceu. Para quem não conhece, o assunto voltou"
Roberta Saragoça, museóloga
Para ela, o VLT, que tem uma parada na porta da casa dela, é uma visão futurista dos bondes. "Eu estou otimista. Vai ser bom sim se ele realmente for usado como planejado", opinou.


O VLT carioca é um dos primeiros do mundo projetado sem a  tecnologia catenária, que usa cabos para captar energia elétrica em fios suspensos. Os trens não têm fios em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia.
Em entrevista ao G1, o secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, explicou que o modelo do VLT do Rio é inédito até mesmo em outros lugares do mundo.


"Abastecimento pela superfície a gente tem conhecimento que existe em Dubai, mas lá é um pouco diferente já que eles circulam em áreas mais livres e não passam por regiões com construções como aqui no Rio".
Trilhos do VLT são abastecidos pelo sistema APS  (Foto: Káthia Mello/G1)Trilhos do VLT são abastecidos pelo sistema APS (Foto: Káthia Mello/G1)
A energia vem de um terceiro trilho, sistema APS (alimentação pelo solo), instalado entre os trilhos de rolamento do veículo, cuja alimentação ocorre apenas no trecho sob o trem. As composições também têm um supercapacitor, uma espécie de bateria, que recebe energia da rede e pode ser recarregado pela energia absorvida no processo de frenagem do trem. Além disso, ele é silencioso
Segundo Arraes, a sustentabilidade não é o principal foco do projeto, mas ele foi levado em consideração. "No mínimo, esses três aspectos, da poluição direta por conta do combustível, da sonora e da visual, ele atende os requisitos da sustentabilidade", explicou. 
Ele explicou que quando a operação for plena, serão feitos testes ambientais para saber, por exemplo, qual a quantidade de carbono está sendo capturada pelo fato do trem não estar queimando combustível.
Outra semelhança com os antigos bondes é o trajeto. Durante as obras, foram encontrados trilhos dos antigos bondes. Em alguns pontos, o VLT vai fazer o mesmo de 160 anos atrás. Entre os achados arqueológicos descobertos embaixo das movimentadas ruas está o calçamento da Rua da Constituição.


Parte do piso será preservada e exposta como previsto na proposta enviada e aprovada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área tem 15 metros quadrados é o trecho mais antigo, que ainda mantém o desenho original e de maior representatividade histórica, conforme avaliação dos arqueólogos.
E é também por isso a preocupação com os prédios históricos ao longo do traçado do VLT. Para minimizar o impacto e evitar vibrações haverá um mecanismo de controle de ruído atendendo um pedido do Instituto do Patrimônico Histórico (Iphan) e do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
"Como o trem vibra quando passa nesses locais, por exemplo na Rua da Constituição, e na Rio Branco onde estão prédios históricos, nós colocamos nesses trechos equipamentos para reduzir o impacto. É um isolante, um material sintético que é colocado no topo do trilho para proteger, dar uma proteção física", explica Arraes.
O secretário afirmou que depois da transformação urbana da Região Portuária eles estão fazendo projetos para a expansão do VLT até a Zona Sul.


"Será com outro viés que não só o da integração. Tem a ver com o resgate da mobilidade, da recuperação urbanística de um bairro como Botafogo. O VLT sairia da Cinelândia para seguir até Flamengo, Botafogo, Jardim Botânico e Gávea, para integrar com o Metrô".
Bonde na Avenida Rio Branco com Avenida Treze de Maio (Foto: Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)Bonde na Avenida Rio Branco com Avenida Treze de Maio (Foto: Augusto Malta / Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)
Retomada da história
A museóloga do Instituto Light, Roberta Saragoça, ressalta que o VLT trouxe da volta a memória dos bondes. Segundo ela, aumentou o interesse na história deles aumentou a partir do momento em que começou a se veicular notícias sobre a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos.

"Somos frequentemente procurados por pesquisadores e outros profissionais sobre o assunto. O VLT trouxe a memória do bonde. Quem andou e teve o privilégio não esqueceu. Para quem não conhece, o assunto voltou", explicou.    
O instituto abriga parte da história dos bondes. São fotografias de Augusto Malta, documentos, mobiliário e equipamentos à disposição da pesquisa. Um bonde reformado está em exposição e são feitas visitas teatralizadas  com personagens vestidos como na década de 20 para ajudar a manter essa memória.
Trilhos do VLT sobre a Avenida Rio Branco (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)Trilhos do VLT sobre a Avenida Rio Branco (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
Menos carro e material reciclado
A implantação do novo meio de transporte tem custo avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e R$ 625 milhões viabilizados por meio de uma parceria público-privada (PPP) da Prefeitura do Rio.

De acordo com informações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto Maravilha (Cdurp), os carros que circulam diariamente pelos centros urbanos transportam em média 1,3 passageiros. A capacidade de cada  VLT é de 420 passageiros. Considerada uma taxa de ocupação média, cerca de 255 carros deixarão de circular pela cidade.
Traçado do VLT no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)Traçado do VLT no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)
As obras do VLT utilizaram equipamento de fresa ao longo da intervenção na Avenida Rio Branco para a remoção do pavimento, de forma a garantir o melhor uso dos recursos. Ao todo, 3.240 metros cúbicos de asfalto foram retirados da avenida e seguem sendo aproveitados nas obras.  
O novo modelo de transporte alterou o visual da Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade. Está em construção um boulevard, com extensão de  600 metros. Nesse ponto, a pista será compartilhada com o VLT e ciclofaixa, nas proximidades da Cinelândia, onde fica o Theatro Municipal, o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional.
VLT vai passar na Avenida Rio Branco (Foto: Reprodução/Prefeitura do Rio)VLT vai passar na Avenida Rio Branco (Foto: Reprodução/Prefeitura do Rio)
Como vai funcionar a operação  
O VLT vai operar 24 horas por dia nos sete dias da semana, confirma Arraes. Em agosto, quando estiver totalmente entregue o VLT terá 28 quilômetros de comprimento com  32 paradas. Serão 32 trens em operação. Até o início de fevereiro sete trens já haviam sido entregues: cinco deles produzidos na França  e dois produzidos na fábrica da Alstom, em Taubabé, São Paulo. A capacidade total do  sistema chegará a 300 mil passageiros por dia.

Atualmente 28 condutores estão em fase final de treinamento e habilitação para começar a trabalhar em abril. O objetivo é formar mais 40 profissionais
Para as duas turmas iniciais, o primeiro mês aconteceu na França, no centro de treinamento da RATP, empresa responsável pela operação do metrô e VLT em Paris. Eles também usam um simulador de condução que apresenta o trajeto entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont reproduzindo situações a serem encaradas durante a operação.
Treinamento de condutores do VLT no Centro do Rio (Foto: Káthia Mello/G1)
Treinamento de condutores do VLT no
Centro do Rio (Foto: Káthia Mello/G1)
A segunda etapa de implantação do VLT - Central do Brasil até Praça 15 -  está marcada para agosto.


Segundo Arraes, um  dos principais desafios será o início da circulação onde será possível saber se o novo transporte terá o mesmo dinamismo pensado na implantação.
Ele confirma que o VLT terá prioridade nos sinais de trânsito e os outros motoristas vão ter que se adaptar a isso. 


" Se ele vem em uma linha e o sinal está fechado, existe abaixo um sinalizador em que o sinal abre para ele automaticamente e fecha para os outros carros, mas isso é uma situação comum". Ele lembrou ainda os problemas enfrentados pela prefeitura quando o BRT foi implantado e muitas pessoas andavam de skate e cruzavam as vias exclusivas dos ônibus.
De acordo com Arraes, as ruas estreitas, no Centro, a região da Central do Brasil com grande circulação de pessoas serão os pontos mais complicados. O VLT terá velocidade de 18 quilômetros nos trechos mais difíceis e de até 50 quilômetros, nos trechos mais desertos e durante a madrugada. A previsão é que eles circulem na horas de pico com frequência de três minutos.          
Secretário Jorge Arraes em entrevista no VLT    (Foto: Káthia Mello/G1)
Secretário Jorge Arraes em entrevista no
VLT (Foto: Káthia Mello/G1)
Preço das passagens x validação
De acordo com o secretário, a prefeitura do Rio irá fazer o  anúncio do preço da passagem do VLT em meados de março.

O pagamento será feito por cartões validados em oito máquinas próprias, no interior dos módulos do trem.


Esse é um sistema inédito no país, mas também haverá fiscalização e a prefeitura pretende mandar um projeto de lei para a Câmara para estabelecer uma multa no caso de alguém não validar a passagem. O modelo é semelhante ao que ocorre com o Lixo Zero. Segundo o secretário, o valor da multa também deverá ser o mesmo.
" Mantivemos essa que é a opção mundial. Esse tipo de transporte no mundo inteiro é assim. Em alguns países funciona melhor e em outros pior. Haverá campanha educativa e também fiscalização", acrescentou.  
No entanto, Arraes acredita que as pessoas já estão acostumadas porque já fazem uso do Bilhete Único nos ônibus, barcas e no metrô.  A diferença é que no VLT não existe catraca. 
Por Katia Melo
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