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VLT do Rio de Janeiro poderá ter aumento de velocidade

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

O VLT do Rio de Janeiro poderá ter uma velocidade maior do que atualmente. De acordo com a Prefeitura, estudos vão indicar os limites máximos. Atualmente, os Veículos Leves Sobre Trilhos circulam de 30 km/h a 50 km/h. Segundo a administração municipal, esta velocidade é adotada por questões de segurança.

Por exemplo, na Avenida Rio Branco, os veículos devem andar a 30 km/h. Por sua vez, a velocidade sobe um pouco na região do Boulevard Olímpico. Contudo, o VLT do Rio de Janeiro poderia chegar a 80 km/h, de acordo com a concessionária, tudo dependeria do trecho.

Segundo a secretária municipal de Transportes, Maina Celidonio, serão feitos estudos para determinar a velocidade máxima no corredor do VLT. Dessa forma, o VLT do Rio de Janeiro poderá ter maior velocidade do que o BRT (Ônibus de Trânsito Rápido). Em geral, o limite máximo de velocidade permitida para os ônibus é de 60 km/h. 

VLT do Rio de Janeiro

Inaugurado em 2016, o VLT do Rio de Janeiro passa pelo centro da cidade e também percorre trechos próximos a estações do metrô. Também passam pela Rodoviária Novo Rio, Museu do Amanhã e Aeroporto Santos Dumont.

Apesar de o VLT do Rio de Janeiro já estar em operação, a Prefeitura divulgou, em julho, que vai substituir o BRT por VLT. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes chamou a mudança de VLTzação do sistema BRT dentro da estrutura viária da cidade.
Assim, os corredores de BRT Transoeste (Santa Cruz-Alvorada-Jardim Oceânico) e Transcarioca (Barra-Aeroporto Tom Jobim) seriam convertidos em VLT em um prazo de 15 anos.

Para viabilizar o projeto, o prefeito do Rio de Janeiro informou que avalia buscar financiamentos internacionais por falta de linhas de financiamento de bancos nacionais para planos de mobilidade. Duas das opções são o Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial. 

De acordo com o projeto de VLTzação, o Rio de Janeiro terá 251 km de trilhos. Na prática, será o maior sistema das Américas. Hoje, são apenas 28 km no centro e no Porto Maravilha.

Como todo o viário já está pronto, a Prefeitura não vai gastar com os valores já investidos no BRT. Ao todo, foram R$ 4,5 bilhões no Transcarioca e R$ 2,5 bilhões no Transoeste. Entretanto, o investimento para a adaptação de modal será de R$ 14,8 bilhões para os três novos eixos. Será necessário investir em trens, trilhos e novos sistemas.

“O plano que apresentamos tem três premissas. A primeira é a de que não se trata de um projeto para o meu tempo de governo. Temos de aprender que investimentos em infraestrutura em uma rede de mobilidade precisam ultrapassar governos. É um planejamento de longo prazo em que vamos buscar financiamento externo. A segunda premissa é que nada do que foi feito na infraestrutura dos BRTs se perde”, afirmou o prefeito, na ocasião.

“Ao contrário, o que foi feito facilita a nossa vida para que esse plano seja factível e viável. Isso ajuda a reduzir os custos. Sem essa infraestrutura já realizada esse plano não seria possível. E a terceira é que não vamos parar nenhum dos planos já anunciados para o BRT. Não vamos deixar de comprar ônibus, fazer as reformas. Tudo o que está previsto para o BRT será cumprido no meu tempo de governo. Não vamos esperar 15 anos para ajeitar o sistema para que a população pare de sofrer com o abandono que passou o BRT”, disse também Eduardo Paes.

Informações: Estadão
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BRT reduz tempo de viagem na região Oeste do Rio de Janeiro

terça-feira, 19 de junho de 2012

Um grupo de jornalistas estrangeiros e brasileiros conheceu nesta segunda-feira (18) parte do sistema de operação do BRT (Bus Rapid Transit) Transoeste, que começou a funcionar na região oeste da cidade do Rio de Janeiro no início de junho. A Agência CNT de Notícias e a Revista CNT Transporte Atual participaram da visita guiada, a convite da Embarq Brasil – organização que atua na área de transporte sustentável.

A implantação do sistema de trânsito rápido vem sendo mencionada em algumas discussões sobre transporte urbano na Conferência Rio+20 como uma forma de contribuição para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. “Essa questão do BRT do Rio é emblemática para o Brasil. É o início de uma nova geração de BRTs”, disse o diretor-presidente da Embarq Brasil, Luiz Antonio Lindau, doutor em transporte e especialista em mobilidade urbana.

Segundo ele, além de dar maior agilidade às viagens, o BRT traz mais segurança para os pedestres, com a operação de estações fechadas. A viagem guiada da imprensa no Transoeste foi em um trecho curto. Saiu da estação Alvorada, na Barra da Tijuca, e seguiu em direção ao Recreio. Mas, ao entrar nas modernas estações, já fica clara uma primeira diferença em relação aos pontos de ônibus do sistema convencional.

Uma característica básica do BRT, o embarque em nível, oferece mais conforto e segurança aos passageiros, que não precisam subir e descer degraus na hora de entrar no veículo. E é fundamental para proporcionar significativa redução de tempo no embarque e no desembarque.  O pagamento antecipado da passagem também contribui para a rapidez no deslocamento.

Tudo isso aliado a uma faixa exclusiva, sem concorrência com o trânsito convencional, e a operação de equipamentos tecnológicos em sintonia com a central contribuem para a maior qualidade do transporte.  De acordo com o gerente-geral da unidade de negócios do BRT do Rio de Janeiro, Alexandre Castro, o BRT Transoeste e outras medidas importantes, como a abertura de um túnel, reduzirá o tempo de viagem entre a estação Alvorada, na Barra, até a de Santa Cruz, que ainda não está em funcionamento, de duas horas e meia para pouco mais de uma hora. São cerca de 40 quilômetros.

“A previsão é que teremos no BRT Transoeste 91 ônibus articulados. Em 2016, quando estiver integrado com o metrô, chegará a transportar 220 mil pessoas por dia. Vamos transportar 110 mil passageiros/dia [quando o corredor estiver totalmente implementado]. É uma implantação progressiva. Estamos tendo todo o cuidado na regulagem dos equipamentos para que não ocorra interrupção durante o atendimento aos usuários”, explica Castro. Por enquanto, estão em funcionamento 17 estações. O eixo completo, entre a estação Alvorada e Santa Cruz, terá 31.

O Rio de Janeiro deverá implantar quatro sistemas de BRT. No ano que vem, o Transcarioca; em 2014, o Transolímpica,  e até 2016, o Transbrasil. “Hoje, 18% da população anda em transporte de massa. A implantação do BRT vai trazer um salto para 63%. Nosso objetivo é conseguir atrair a população para o sistema”, afirma. Cada ônibus articulado tem capacidade para 140 passageiros. Por enquanto, o BRT Transcarioca utiliza o óleo diesel B5, com 5% de biodiesel. A previsão é que até 2016 os veículos estejam rodando com o B20.
Site especial
Acesse a página que a CNT e o Sest Senat desenvolveram para divulgar as principais notícias de transporte durante a Rio+20. No endereço, estão disponíveis peças publicitárias e publicações exclusivas relacionadas ao setor de transporte e ao meio ambiente, além de vídeos do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte da CNT.

Do Rio de Janeiro (RJ), Cynthia Castro
Agência CNT de Notícias


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Mercedes-Benz desponta no BRT do Rio de Janeiro

segunda-feira, 6 de junho de 2016

De olho na crescente demanda do transporte público, a Mercedes-Benz amplia sua participação com a venda de 50 ônibus superarticulados exclusivos para o sistema de BRT do Rio de Janeiro, cidade sede dos Jogos Olímpicos que serão realizados em agosto próximo. Somados aos 18 novos ônibus também negociados para a capital fluminense no fim do ano passado, o sistema será acrescido de 68 novos veículos da marca. Além disso, até o fim de julho, o sistema terá 158 novos veículos previstos para operar até as Olimpíadas.

O novo volume chega em momento propício para a montadora, que entre janeiro e maio deste ano acumula fatia de 55,3% do mercado total de chassis, considerando urbanos e rodoviários e modelos a partir de 8 toneladas de PBT. Em 2015, a Mercedes-Benz encerrou o ano com 52,5% de market share, sendo a líder do segmento urbano, com 71,6% das vendas no período.

“Acreditamos que apesar da retração do mercado de ônibus, que caiu 42% no acumulado até maio, nos manteremos neste patamar de participação este ano”, afirma Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Segundo o executivo, as baixas do mercado previstas para este ano no segmento urbano estão concentradas na faixa de micro-ônibus e escolares, incluindo os do programa Caminho da Escola, exatamente os segmentos onde a empresa tem pouca participação.

Com o anúncio da encomenda destes novos 50 veículos, a Mercedes-Benz soma 271 ônibus de grande capacidade rodando em vias do BRT carioca, entre modelos padron, articulados e os superarticulados, o que garante participação de mais de 80% da frota exclusiva para o sistema, que conta com 367 ônibus.

Barbosa defende que este é o resultado do trabalho dedicado ao negócio de ônibus: na cidade do Rio de Janeiro, onde a montadora tem 20 concessionárias de veículos pesados, quatro delas são inteiramente voltadas para o segmento. “Oferecemos não só no Rio de Janeiro mas em todo o Brasil e América Latina uma consultoria especializada em transporte de passageiros fazendo o papel de intermediários entre o produto e a infraestrutura local”, comenta Gustavo Nogueira, gerente de marketing para BRT.

Segundo ele, há 14 projetos de BRT aprovados no Brasil com previsão de serem concluídos em até cinco anos: “Dez deles estão em estágio avançado e a Mercedes-Benz participa de todos eles”, acrescenta.

Para Nogueira, o superarticulado é uma alternativa inteligente para o operador do transporte público urbano: “Prova disso é que em três anos, desde o seu lançamento, já vendemos mais de mil unidades em todo o País”, relembra.

Com seus 23 metros de comprimento, o modelo O 500 MDA de piso alto tem capacidade para transportar entre 200 e 220 passageiros, dependendo da configuração da carroceria. “Um ônibus biarticulado que tem um pouco mais de capacidade, além de não encontrar essa demanda ao longo do dia e ter de ficar parado no fim de semana, tem um custo operacional mais alto, fora o valor da aquisição. Acredito que o sucesso do superarticulado se dá por essas diferenças, pela demanda de transporte e pelo custo operacional mais baixo”, defende. Segundo ele, o preço final do veículo depende da configuração da carroceria: “Em média, o biarticulado custa de 35% a 40% mais caro que o superarticulado”, revela.

Os novos veículos rodarão no terceiro corredor do sistema BRT no Rio de Janeiro, a linha Transolímpica, com previsão de ser inaugurada a tempo das Olimpíadas, informa Alexandre Castro, gerente de infraestrutura do consórcio que opera o sistema. O BRT do Rio já opera com as linhas Transoeste, desde 2012, e com a Transcarioca, desde 2014. Para 2017, está prevista a inauguração do quarto corredor, o Transbrasil.

Informações: Automotive Business
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No Rio, Mudanças nas linhas de ônibus trazem dor de cabeça para moradores

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Quase três semanas após os protestos contra a redução das linhas de ônibus que interromperam a circulação do BRT na Avenida das Américas, os moradores do Recreio tiveram uma surpresa nem tão animadora: uma das linhas de ônibus que atende o bairro será extinta. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, a linha 753, que leva os moradores do Recreio até Cascadura, passando pela Freguesia, foi substituída por uma linha alimentadora, que faz parte do sistema do BRT

Extinta desde o dia 13, a decisão da retirada da linha veio junto com uma série de reclamações por parte dos moradores. Segundo eles, a linha alimentadora não atende a necessidade dos usuários do antigo 753. Elizabeth Santos, professora e moradora da região, fazia uso da linha todos os dias para chegar à escola, onde trabalha. Segundo ela, o tempo que ela fazia no trajeto aumentou cerca de uma hora e que a opção dada não atende as necessidades de quem sai do bairro. “O 753 mudou pra 882A Tanque - Alvorada. Acontece que neste trajeto, ele não passa mais no Recreio. E ficamos mesmo sem nenhuma linha para a Freguesia”.

Segundo a professora, nos primeiros dias da retirada de circulação da linha 753 ela não recebeu qualquer orientação sobre as alternativas. “Houve uma "divulgação" no site da Prefeitura sobre as linhas que eles decidiram extinguir sem consulta à população que a utilizava, mas essa informação não chegou a todo mundo. Nos ônibus, que as pessoas usam como alternativa ao trajeto antigo, as pessoas não param de reclamar. Essa linha alimentadora (882A) não atende ao Recreio. Ela sai do Tanque até a estação Alvorada”.

A sensação descrita pela professora é de que não é deixada nenhuma alternativa à população. A superlotação do BRT é a principal reclamação de quem faz uso do serviço. “Já fiz uso do BRT no horário do rush e a porta não fechava de tanta gente. O BRT não anda de portas abertas, mas essa situação é normal nesse horário”, lamenta Elizabeth.

A professora relatou também que, antes da extinção da linha 753, ela tentou entrar em contato com a Secretaria de Transportes através do serviço de atendimento ao cidadão, o 1746. No entanto, em um mês ela não recebeu qualquer resposta.

Assim como Elizabeth, a professora, Barbara Giacomelli, também moradora do Recreio, descreve a situação como “muito difícil”. “A viagem demora mais. Eu moro próximo à estação Nova Barra, era mais rápido pegar o 753 direto para freguesia do que pegar o BRT parador até alvorada, para sair da estação e pegar outro ônibus”, explica.

Especialistas criticam a falta de comunicação

Especialistas em trânsito e mobilidade de duas das mais importantes universidades públicas do Rio de Janeiro, Eva Vider, professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Alexandre Rojas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), explicam que o sistema de linhas alimentadoras, saindo de uma linha principal, como é o BRT é pensado para a retirada do excesso de veículos nas vias da cidade. Porém a prefeitura peca na implantação do sistema pela falta de diálogo com os moradores do Rio de Janeiro.

Para Alexandre, a reclamação sobre a retirada das linhas pela população é válida porque um projeto como esse precisa de um período de adaptação e, também, é preciso que a prefeitura faça um estudo sobre essa linha de ônibus junto à população para saber o quanto ela é válida para essas pessoas. “O que dá para perceber é que tem uma falta de diálogo e isso está bem flagrante. Há pouco tempo atrás teve a manifestação que parou o BRT e isso não é de graça, o desejo da população em relação ao ônibus é genuíno e precisa ser ouvido. O ônibus é um serviço publico e ele tem que atender o povo e não a necessidade de uma empresa” aponta Alexandre.

Eva Vider destaca que o sistema “tronco-alimentador” do BRT é usado em outros países e tem dado bons resultados. No entanto, algumas características do sistema não parecem estar sendo respeitadas. Segundo Eva, o BRT depende de uma linha principal com um centro onde deve ser feita a baldeação para outras linhas chamadas de “linhas alimentadoras”, que seria as alternativas para as linhas que estão sendo extintas. “Essa baldeação deve ser feita de forma rápida. A ideia é que tenha a baldeação, mas o tempo de viagem tem que ser menor, se o passageiro leva mais tempo, então alguma coisa não está fechando nesse sistema”, afirma a pesquisadora.

Além disso, a professora argumenta que as linhas alimentadoras têm que ser mais freqüentes e com abrangência geográfica equivalente a das linhas que foram extintas. “A linha alimentadora tem que ter uma alta frequência e tem que ter espaço para a pessoa fazer a viagem. Não adianta jogar as pessoas em uma linha troncal lotada. A oferta tem que ser melhor do que era antes”.

Eva aponta ainda a pouca informação que é passada para a população, que é crucial nessa fase de reformulação da mobilidade da cidade. “A falta de informação é uma das causas dos atrasos do passageiro, porque sem informação adequada não tem planejamento por parte da população. O sistema de informação dos transportes no Rio de Janeiro é muito precário, seja pra quem mora aqui, seja para quem vem de fora. Tem que melhorar muito, ainda mais se a prefeitura quiser causar uma boa impressão nas olimpíadas”, conclui.

Resposta

Questionados sobre a extinção da linha 753, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e o Consórcio do BRT, responderam que a linha foi extinta, conforme o programa de implantação do BRT Transcarioca. Segundo SMTR, as linhas que concorrem com o traçado do BRT serão extintas aos poucos. No caso do 753, foi criada a linha alimentadora 882A Tanque x Alvorada(via Freguesia. "A mudança foi feita seguindo o processo de racionalização do sistema das linhas de ônibus das regiões abrangidas pelo BRT Transcarioca e segue o planejamento definido pelo município", segundo o comunicado da Secretaria.

A assessoria do Consórcio do BRT afirmou que foram feitas divulgações em seu site oficial e em suas redes sociais que "que atingem hoje cerca de 135 mil internautas". Apesar das reclamações dos usuários da linha o consórcio afirmou também que "A informação também foi fartamente divulgada por nossa assessoria de imprensa. O mesmo esforço de divulgação também foi feito pela Secretaria Municipal de Transportes”.

por Fernanda Távora
Informações: Jornal do Brasil

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Sistema BRT irá alterar a estrutura do transporte coletivo em Porto Alegre

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

As obras para a implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) em Porto Alegre começam a evoluir, e as melhorias esperadas pelas alterações na estrutura do transporte coletivo porto-alegrense devem ser sentidas gradualmente. No total, onze projetos estão em andamento para qualificar a mobilidade urbana e o sistema viário da cidade, sendo que três deles contemplam as necessidades para a operação dos BRTs. “Cada etapa terminada irá proporcionar algum benefício, tanto para o usuário do transporte coletivo quanto para o trânsito em si”, indica Luiz Cláudio Ribeiro, engenheiro da EPTC e coordenador do projeto.

Mesmo que o cronograma para conclusão das obras aponte para maio de 2014 o prazo para as adequações – a tempo de melhorar os serviços antes do início da Copa do Mundo –, a prefeitura espera terminar a troca do piso dos corredores de ônibus, o que é essencial ao sistema, até o final de 2013. O asfalto antigo está sendo substituído por placas de concreto, mesmo material utilizado na Terceira Perimetral e na freeway, que liga Porto Alegre ao Litoral Norte do Estado. Em um primeiro momento, enquanto os cinco terminais integrados do sistema BRT não estiverem finalizados, os ônibus regulares trafegarão pelos novos corredores. 

Atualmente, são 400 linhas em operação na Capital. Esse número cairá drasticamente, uma vez que diversas delas deverão desaparecer ou ter seu trajeto diminuído.  Os serviços transversais devem permanecer, integrando-se ao novo sistema. Mas as linhas que saem do bairro e vão ao Centro, chamadas radiais, passarão a funcionar como alimentadoras dos novos terminais de ônibus BRT, onde os passageiros devem escolher a linha do seu interesse. “Hoje temos cerca de 30 mil viagens que vão ao Centro da cidade. Vamos diminuir muito o volume de ônibus nesse trajeto”, sinaliza Vanderlei Cappellari, secretário da Mobilidade Urbana de Porto Alegre.

As facilidades do novo sistema devem garantir uma viagem mais rápida, confortável e segura para os passageiros das onze linhas BRT que serão criadas. Dependendo do horário, a viagem pode levar metade do tempo na comparação com um ônibus comum, pela estimativa da EPTC. Tudo por causa da priorização que os ônibus especiais terão em cruzamentos e pela rapidez no embarque de passageiros nos terminais. O BRT chega à estação ao mesmo nível do solo, não há escadas, o que facilita o acesso de cadeirantes e idosos, principalmente. O serviço segue os moldes do sistema de metrô, quando a passagem é paga nos terminais, e, quando a condução chega, o passageiro deve apenas entrar, sem precisar formar fila para pagamentos.

“Hoje, quando um ônibus vai coletar passageiros, ele pode levar até quatro minutos parado para que todas as pessoas entrem. Com o BRT, vai demorar 15 ou 20 segundos, no máximo, o que reflete em uma agilidade muito maior. Esse é principal benefício, além de conforto, segurança, acessibilidade, qualidade e tecnologia”, exalta Luiz Cláudio Ribeiro.

Cinco estações de integração fazem parte do projeto

As obras para construção dos terminais ainda não começaram, está sendo realizada apenas a troca da pista dos corredores. Mas os locais onde a integração entre o sistema atual e as novas linhas BRT serão possíveis já são conhecidos: Av. Protásio Alves com a Av. Manoel Eilas (terminal Manoel Elias), Av. Bento Gonçalves com a Av. Antônio de Carvalho, Av. Icaraí, beirando a futura Av. Tronco, Av. Voluntários da Pátria (Estação São Pedro) e no corredor da Av. João Pessoa (Terminal Azenha). 

Atualmente, Porto Alegre conta com 55 km de corredores de ônibus, sendo apenas 11 km, na Terceira Perimetral, com piso de concreto. Após as obras para a Copa do Mundo, a cidade passará a ter 78 km de vias segregadas para o transporte coletivo, e os novos 23 km também serão feitos com concreto, material mais adequado para o conforto do passageiro por se desgastar menos com o uso. A partir da implementação dos terminais e da finalização dos corredores, será possível iniciar a operação do sistema BRT.

“No terminal, o usuário não vai esperar mais do que um minuto na parada, a todo o momento vai ter um ônibus BRT passando. Assim, temos um sistema de dimensionamento de frota conforme demanda, tudo é calculado matematicamente”, explica Cappellari. “O usuário terá várias alternativas para se deslocar para diversos pontos da cidade, sem custo adicional se já tiver utilizado algum ônibus para se chegar ao terminal”, completa. A tabela horária que determinará a frequência das linhas BRTs será elaborada a partir de um estudo realizado pela EPTC que vai projetar o aumento do número de passageiros até 2035.

As estações de integração serão fechadas e climatizadas, com informações sore o itinerário das linhas em painéis eletrônicos. Os novos veículos são maiores, com capacidade para transportar até 140 passageiros, se forem articulados, terão 18 metros de comprimento, se forem biarticulados, 23 metros. No princípio da operação, devem ser utilizados entre 150 e 200 ônibus nesses moldes.

Conceito adaptado às características da Capital

Para ser considerada uma operação de Bus Rapid Transit (BRT) completa, são exigidas algumas características do sistema, como corredores exclusivos ou preferenciais, embarques e desembarques rápidos, sistema de pré-pagamento e veículos modernos e de alta capacidade. Estas recomendações estão previstas no projeto preparado para Porto Alegre. Porém, algumas peculiaridades da cidade devem dificultar o serviço em determinados pontos. Na Av. Protásio Alves,  por exemplo, não haverá pontos de ultrapassagem nos corredores. Como as linhas regulares também terão acesso à mesma pista, o BRT terá que esperar para poder seguir sua rota. “Para colocarmos uma faixa a mais na Protásio Alves quantos prédios teriam que ser derrubados, quantas desapropriações teríamos que fazer”, reflete o secretário da Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Vanderlei Cappellari.

Nesses pontos, a velocidade do serviço será prejudicada. “Desapropriar áreas quase iguala o valor despendido para a montagem da infraestrutura do BRT. Em Belo Horizonte, o valor de um corredor foi orçado em R$ 600 milhões, e as desapropriações necessárias ficaram em volta de R$ 500 milhões”, exemplifica Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Associação Nacional de Empresas de Transporte Público (NTU).

Como os financiamentos da Caixa Econômica Federal para os projetos da Copa de 2014 não preveem recursos para cobrir desapropriações de áreas, as prefeituras estariam responsabilizadas por esse gasto. Em Belo Horizonte, a prefeitura assumiu a conta. “O BRT é um serviço muito eficiente que precisa ser operado como tal, senão vira um corredor comum e não traz o resultado que se espera dele”, adverte Cunha Filho. 

Daniela Facchini, diretora de projetos da Embarq, organização internacional não governamental voltada para o auxílio aos governos no planejamento de mobilidade urabana, o saldo final com as adequações deverá ser positivo. “Se tu consegues transportar pessoas de forma mais rápida e eficiente, já será um sistema melhor. É preciso formatar o projeto de acordo com a realidade de cada cidade e de cada corredor”, salienta.

Outras 14 cidades brasileiras investem no sistema BRT

Depois de aproximadamente 20 anos sem realizar grandes investimentos para a melhoria da infraestrutura urbana para os transportes coletivos por ônibus, o governo federal reaparece em cena, motivado pelos eventos esportivos que serão realizados no Brasil, a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Porto Alegre deverá receber aproximadamente R$ 560 milhões para os projetos de mobilidade urbana, sendo R$ 484 milhões com financiamento federal garantido pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No total, serão 30 projetos de BRT em 15 cidades.

Segundo a Embarq, organização voltada à mobilidade urbana, atualmente 160 sistemas de BRT estão em operação ou construção no mundo. “Os projetos estão explodindo por todos os lados. O Rio de Janeiro está preparando mais de 150 km de prioridade para o transporte coletivo. O corredor da Avenida Brasil vai carregar um milhão de pessoas por dia”, ressalta Daniela Facchini, diretora de projetos da Embarq, que presta consultoria para os projetos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

Inaugurado há menos de quatro meses, o Transoeste, no Rio de Janeiro, já conta com a aprovação de 90% dos usuários. “Estamos falando em dobrar a velocidade comercial, reduzir pela metade o tempo de percurso”, empolga-se Cunha Filho. A previsão é de que os benefícios proporcionados pelo sistema BRT acabem por induzir que aproximadamente 10% da população que utiliza veículos próprios migre para o sistema público. “As pessoas vão notar que estão paradas no trânsito enquanto poderiam se deslocar muito mais rápido ao seu destino”, indica Daniela.  

Desde que começou a operar, o Transoeste já teve seis acidentes. Isso aconteceu, segundo Daniela Facchini, porque os usuários no Rio de Janeiro não estavam acostumados com vias segregadas para o transporte público, e a adaptação pode levar algum tempo. “Estamos adicionando aspectos de qualidade e segurança ao corredor. Fizemos uma inspeção para evitar acidentes e estamos cuidando dos detalhes para que o serviço seja o mais seguro para o passageiro”, defende.

Licitação apontará empresa encarregada de operar o sistema

Até o começo de 2014, será conhecida a empresa vencedora da licitação para operar as linhas BRT em Porto Alegre. “Um grupo dentro da prefeitura já está preparando um edital de licitação para o transporte coletivo da cidade. No início do ano que vem já estaremos sabendo quem vai operar”, conta o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt. O processo para a escolha da empresa deve ser semelhante ao utilizado na eleição da operadora em outras cidades, como o Rio de Janeiro.

“Normalmente as licitações são abertas. Evidentemente que como são corredores de alta capacidade, que exigem investimentos de certa envergadura, exige-se alguma experiência anterior. Isso normalmente é suficiente para que haja uma seleção natural”, explica Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Associação Nacional de Empresas de Transporte Público (NTU). Em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro as licitações foram feitas antes mesmo que os corredores existissem. O modelo foi realizado por áreas e a empresa vencedora passaria a ter a responsabilidade de operar também os possíveis projetos de expansão da linha, na área em que foi vencedora. “Como tinham muitas empresas atuando no serviço de transporte coletivo, bastante fragmentado, eles se uniram e constituíram um consórcio”, relata Cunha Filho. 

Se as empresas que operam o sistema de transporte coletivo atualmente em Porto Alegre conseguirem renovar o direito, as linhas alimentadoras do sistema BRT deverão receber um reforço de frota, tendo em vista que diversas linhas deverão ser canceladas ou ter o trajeto diminuído para que os ônibus adaptados comecem a ser utilizados.  “Temos cerca de 1.600 ônibus atualmente. Essa frota deve permanecer, mas será aproveitada no itinerário entre os bairros e os terminais, o que vai garantir um aumento da frequência do serviço”, aponta Vanderlei Cappellari. 

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Brasil vai inaugurar mais de 250 quilômetros de BRT em 2014

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre pretendem iniciar novas operações em sistemas BRT nos próximos meses. Até 2016, mais mil quilômetros devem ser implantados

Do projeto abstrato às pis­tas concretas. Após qua­tro anos do lançamento do Programa de Acelera­ção do Crescimento “PAC Copa do Mundo”, é assim que, em breve, sete cidades brasileiras, que irão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, poderão resumir os longos meses de investimentos na moderna, efi­ciente e sustentável mobilidade ur­bana tão sonhada pelos brasileiros.

Desde 2009, o Governo Federal já disponibilizou R$ 51 bilhões para a infraestrutura do transporte público e da mobilidade urbana de forma geral. Os recursos foram disponibi­lizados por meio dos PACs Copa do Mundo, Mobilidade Grandes Cida­des e Mobilidade Médias Cidades. Hoje, parte dessa verba está sendo utilizada na implantação de corre­dores exclusivos de ônibus e siste­mas rápidos de ônibus, os conheci­dos BRT (Bus Rapid Transit).

Até 2014, a previsão é de inaugurar cerca de 250 quilômetros de novas linhas de BRT nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curiti­ba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Até 2016, 25 cidades brasilei­ras estarão com o foco na implanta­ção desses sistemas que prometem revolucionar a mobilidade urbana nessas cidades e inspirar outras ci­dades a investirem nessa solução.

No total, serão 113 projetos, sendo 53 de BRT com 697 km de extensão e 60 de corredores exclusivos, que somarão 575 km. Juntos, esses pro­jetos totalizam 1.272 km de vias para os ônibus circularem livres e com eficiência. Serão nove mil veículos BRT, operando em 442 estações e 60 terminais. Tudo isso em benefício de mais de 57 milhões de brasileiros.

BRASÍLIA

Mesmo não estando no cronogra­ma das obras de mobilidade urba­na para a Copa de 2014, a capital federal tem previsão de finalizar as obras do Expresso DF, sistema que ligará as regiões administrativas de Santa Maria, Gama, Park Way ao Plano Piloto - centro de Brasília- até dezembro de 2013. Com 43 km de extensão, o sistema terá capacida­de diária de transportar cerca de 200 mil passageiros. Ao todo, serão 15 estações com embarque em nível e 15 passarelas para a segurança de travessia dos pedestres.

Quando em operação, o BRT do Distrito Federal prevê uma redução no tempo de viagem de 90 para 40 minutos. O monitoramento da frota, feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO), ajudará no con­trole do tempo do percurso e tam­bém em casos de emergências. O novo sistema terá ramais no Gama (8,7km de extensão) e em Santa Maria (5,3km). O trecho se tornará único a partir de um ponto de en­contro na BR-040, a 27,8km de dois pontos de desembarque no Plano Piloto (terminal Asa Sul e rodoviá­ria do Plano Piloto).

BELO HORIZONTE

Outros projetos que estão em dia e devem ser inaugurados no primei­ro semestre de 2014 são os de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A cida­de toca quatro obras de BRT previs­tas na matriz de responsabilidades para a Copa do Mundo.

As quatro obras são: corredor Antô­nio Carlos/Pedro I, corredor Carlos Luz/Pedro II, corredor Área Central e corredor Cristiano Machado. Serão 41,6 quilômetros com mais de 60 es­tações e cerca de 420 ônibus. A de­manda diária estimada é de 750 mil passageiros em todos os corredores.

CAPITAL MINEIRA VAI INAUGURAR MAIS DE 40 KM DE CORREDORES EXCLUSIVOS PARA ÔNIBUS

O caso de Belo Horizonte é tão po­sitivo que foi usado recentemente como exemplo pelo juiz federal Mar­llon Sousa em uma decisão contra as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá (MT), que visava a construção e implantação do modal. Na decisão, o magistrado destacou que, se Belo Horizonte, que tem 2,4 milhões de habitantes, adotou o BRT, não há justificativa para Cuiabá es­colher o VLT, que é um modelo mais oneroso para o poder público.

Segundo o diretor-presidente da BH­Trans, Ramon Victor César, em cada corredor o sistema contará com li­nhas expressas e paradoras. Haverá ainda linhas interligando os corredo­res de BRT com os demais da cidade. “O BRT será expandido progressiva­mente para outros corredores que justifique a implantação de média/alta capacidade, conforme previsto no Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte. Estamos concluin­do o projeto na avenida Pedro II e o próximo a ser desenvolvido será o da avenida Amazonas. O plano prevê que toda a rede seja implantada até 2020”, afirma César.

CURITIBA

Cidade pioneira na concepção dos sistemas BRT, Curitiba, vai expan­dir a Linha Verde, o BRT brasileiro mais conhecido do mundo. O cor­redor, que hoje possui 22 km em sua extensão, já está em fase de construção de mais 3 km. O pro­jeto também contempla o fecha­mento lateral das estações tubos com vidros de película interna, ca­paz de reduzir a incidência de luz solar e aumentar o conforto térmi­co. As estações possuem sistemas de captação de águas de chuva, que serão utilizadas para a limpe­za das instalações.

Com recursos do PAC da Copa e contrapartidas, a extensão da Li­nha Verde Sul tem custo estimado de R$ 15,5 milhões e previsão de ser entregue à população até maio de 2014, conforme ofício entregue em dezembro de 2012 pela prefeitura da capital paranaense ao Ministério das Cidades. Por falta de repasse de recursos, as obras haviam sido paradas, mas foram retomadas em janeiro de 2013.

Atualmente, Curitiba opera com uma rede de transporte totalmente inte­grada formando um sistema comple­to de BRT com 81 km de extensão de corredores e ainda com a previsão de inauguração – em maio de 2014 – do Corredor Aeroporto Rodoviá­ria (15 km) e a reforma do Corredor Avenida Cândido de Abreu (1,1 km).

FORTALEZA

A prefeitura de Fortaleza, no Ceará, criou recentemente uma secretaria especial para a Copa do Mundo. A cidade deve receber dois jogos da seleção brasileira no Mundial. O órgão vai acompanhar as obras e tentar resolver os problemas de lo­gística que envolvem a criação dos corredores exclusivos para a im­plantação dos sistemas BRT.

Em um mês, a secretaria iniciou o acompanhamento semanal dos ór­gãos, instituições e empresas en­volvidas. “Entre eles, estão o des­locamento de linhas telefônicas, postes de iluminação pública e gás que não estavam previstos nem no projeto inicial nem no orçamento”, explica o secretário recém-nomea­do Domingos Neto. As obras agora se concentrarão nas etapas de alar­gamento, terraplanagem, pavimen­tação, urbanização, paisagismo e sinalização de vias.

Na capital cearense, são quatro projetos de BRT nas avenidas Dedé Brasil, Paulino Rocha, Alberto Cra­veiro e Raul Barbosa, que totali­zam 20 quilômetros de extensão. Serão 52 novas estações com de­manda diária estimada em 245 mil pessoas no total. Nos horários de pico, cada corredor atenderá a uma demanda concentrada que varia de 6 a 11 mil pessoas.

Segundo Domingos Neto, o projeto foi pensado não só para atender a rede hoteleira e turística, mas para facilitar o deslocamento em toda a cidade, deixando um legado para as próximas gerações. “As vias que dão acesso à região onde se loca­liza o setor hoteleiro, o aeroporto e o estádio Castelão estão nesse fluxo. Também estão regiões muito afetadas por congestionamentos. Tratam-se de vias que ligam os lo­cais de maior fluxo, onde as pes­soas trabalham, aos bairros dormi­tórios. O legado fica para a cidade, sem dúvida”, explica.

RECIFE DEVE INAUGURAR O BRT NORTE/SUL PARA BENEFICIAR 180 MIL PESSOAS

RECIFE

Os projetos dos três sistemas BRT previstos para a cidade de Recife fa­zem parte das obras de infraestrutu­ra de mobilidade urbana destinadas à Copa do Mundo de 2014. Juntos, somam cerca de 50 quilômetros de vias exclusivas para ônibus. Ao longo de todo o sistema, serão im­plantadas ciclovias com o objetivo de estimular a integração com o transporte público. Os corredores previstos para serem entregues até o Mundial são o Norte/Sul, o Leste/Oeste e o Corredor Ramal da Copa.

O corredor Norte/Sul conta com dois trechos, sendo o primeiro já em obra com 33,2 km (de Igarassu até o Centro da Cidade), previsto para se­tembro de 2013, e com investimento de R$ 151 milhões. Esse trecho terá 33 estações e vai beneficiar cerca de 180 mil passageiros por dia quando estiver concluído. O segundo trecho, do Tacaruna até o Terminal de Joana Bezerra, cerca de 4,8 km de exten­são, terá sua obra iniciada ainda nes­te trimestre e contará com 9 esta­ções de embarque e desembarque. O investimento para esse trecho é de R$ 110 milhões. A obra será en­tregue em dezembro de 2014.

O corredor Leste/Oeste, previsto para fevereiro de 2014 terá 12,3 km de extensão e um investimento de R$ 145 milhões, beneficiando a re­gião metropolitana de Recife, por meio da interligação da Avenida Caxangá à Cidade da Copa. Isso será feito por meio da UR-7, em São Lourenço da Mata, onde o BRT atenderá o terminal e a estação de metrô a serem inaugurados.
Outro corredor que ficará pronto até 2014 será o Ramal da Copa. Com investimento de R$ 131 mi­lhões, o Ramal tem 6,3 km de ex­tensão e também vai operar com o sistema BRT ou o Transporte Rápido por Ônibus (TRO), como é chamado em Recife. Sua principal função é levar à população usuá­ria de ônibus até a Arena da Copa. Sua primeira fase (ramal interno) será entregue em abril de 2013. Em junho, para a Copa das Confedera­ções, outro trecho estará concluído e em dezembro deste ano, todo o Ramal será entregue. Serão benefi­ciados 20 mil passageiros/dia.

RIO DE JANEIRO

Outra cidade que está com os pro­jetos adiantados visando melhorias de mobilidade tanto para os even­tos esportivos quando para a popu­lação é o Rio de Janeiro. Em 2012, foi inaugurado o BRT Transoeste com 31 estações. O corredor tem 56 km de extensão total e liga a Bar­ra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande com capacidade para trans­portar 220 mil passageiros por dia.

BRT TRANSCARIOCA TERÁ UMA PONTE EXCLUSIVA PARA OS ÔNIBUS.

A previsão é que até agosto deste ano o corredor esteja funcionando completamente com as 53 esta­ções previstas. Até agora, o projeto já atingiu o objetivo de reduzir pela metade o tempo de viagem do ca­rioca nessa região. Além do Tran­soeste, o Transcarioca também está previsto para ser concluído em 2013. A linha terá 41 km de extensão, 46 estações e capacidade máxima para transportar 400 mil pessoas por dia.

O BRT Transcarioca vai ligar o Ae­roporto Internacional Antônio Car­los Jobim até a Barra da Tijuca, passando pela Penha e a Ilha do Governador. Nesse trecho, está sen­do construída a Ponte Estaiada da Ilha do Governador, que será usada exclusivamente pelos ônibus. Serão 400 metros de ponte construídos ao lado do atual acesso sobre a Baía de Guanabara.

A expectativa é de grande redução no tempo de viagem. De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, o trajeto entre a Ilha do Governa­dor e Santa Cruz, que é de até três horas em horário de pico, poderá ser feito em 50 minutos com os no­vos corredores.

O diretor de Comunicação e Marke­ting da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Esta­do do Rio de Janeiro (Fetranspor), Paulo Fraga, lembra que essa rapi­dez do deslocamento é o que faz do BRT um exemplo mundial para solução em transporte. “Na verda­de, o BRT é uma tendência mundial. Hoje, se você for parar para analisar, os grandes projetos de mobilidade urbana no mundo estão focados no BRT. E, se você for comparar, o cus­to para implantação da malha ferro­viária e metroviária é muito alto. Por isso, o BRT é tão viável”, justifica.

PORTO ALEGRE

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é mais uma cidade que está melho­rando sua mobilidade urbana por meio do BRT. A capital já possui três corredores - Protásio Alves, Bento Gonçalves e João Pessoa -, que serão modernizados e um novo corredor, o Padre Cacique, será im­plantado. Juntos, esses corredores farão parte de um sistema tron­co-alimentador formando uma rede estrutural destinada a racionalizar e integrar o sistema de transporte público coletivo da cidade.

A cidade reinaugura até agosto des­te ano os corredores adaptados para BRT João Pessoa, Protásio Alves e Bento Gonçalves. O projeto com os três corredores prevê 17,2 quilôme­tros somando custos no valor de 199,5 milhões com desapropriações.

PORTO ALEGRE ESTÁ MODERNIZANDO OS CORREDORES EXCLUSIVOS PARA INAUGURAR BRT NESTE ANO

Na Avenida Bento Gonçalves a ade­quação será entre os terminais Aze­nha e o Terminal Antônio de Carva­lho, numa extensão aproximada de 6,5 km, e com previsão de 12 esta­ções de embarque e desembarque.

O corredor da Avenida Protásio Alves está localizado entre a Rua Sarmen­to Leite e a Rua Saturnino de Brito numa extensão de aproximadamente 7,5 km, com previsão de 14 estações de embarque e desembarque.

Já o corredor da Avenida João Pessoa terá a adequação no tre­cho compreendido entre a Avenida Azenha e Avenida Salgado Filho com extensão aproximada de 3,2 km, com previsão de 8 estações e 1 estação de integração multimodal.

DE OLHO NAS OBRAS

A NTU lançou em 2012 o projeto BRT Brasil no intuito de acompanhar a im­plantação desses projetos no Brasil. O monitoramento é realizado por uma rede técnica, composta por profis­sionais das empresas de transportes associadas e dos órgãos públicos envolvidos nas implantações do BRT. Essa rede alimenta o banco de dados da NTU, que pode ser consultada em www.brtbrasil.org.br.

O presidente da NTU, Otávio Cunha, lembra que em todo o Brasil serão 1.272 quilômetros de corredores. Isso representa investimentos pri­vados em veículos e sistemas in­teligentes com monitoramento da operação em tempo real, por GPS, e gerenciamento por meio do Cen­tro de Controle Operacional (CCO). “Estamos falando em R$ 8 bilhões de investimentos privados, 521 esta­ções e 60 terminais”, ressalta.

Cunha destaca que a priorização do transporte público coletivo em detrimento do individual é a solu­ção para melhorar a mobilidade nas cidades. Ele lembra que é possível, num sistema BRT, com ônibus arti­culados e biarticulados, atingir de­mandas de 40 a 45 mil passageiros por hora e por sentido. “Poucos metrôs no mundo operam com essa capacidade. Você consegue melho­rar muito a qualidade do transporte e as viagens vão ser muito mais rá­pidas”, aponta.

A qualidade, eficiência e seguran­ça, aliados à maior velocidade co­mercial, vai estimular o usuário do transporte público individual moto­rizado a migrar para esse sistema. A expectativa é que haja uma trans­ferência em torno de 20% para o transporte coletivo. “O BRT é uma invenção brasileira que ganhou o mundo, presente em mais de 145 cidades. O maior conforto e a rapi­dez proporcionados pelo BRT cer­tamente convencerão o usuário do automóvel a usar o transporte pú­blico como uma boa opção de des­locamento”, opina.

GANHOS DE MOBILIDADE

Os projetos de mobilidade contribuirão para a melhoria dos principais indicadores de qualidade do transporte público. Entre eles:

Aumento de 2% ao ano dos passageiros transportados;
Transferência superior a 20% das viagens do transporte individual para o coletivo;
Redução de 40% no tempo de viagem;
Aumento de 78% na velocidade média nos corredores;
Aumento significativo de confiabilidade dos serviços.

Fonte: NTU / Portal da Transparência do Governo Federal / Consórcio BRT-Sul *Estimativa.

Fonte: Revista NTU Urbano - Jan/Fev 2013
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No Rio, Reestruturação do BRT contará com 700 novos ônibus

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

O presidente Lula, ao lado do prefeito Eduardo Paes, de ministros e do governador Claudio Castro, anunciou um pacote de investimentos para a cidade do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (10/8), no estádio Ítalo Del Cima, em Campo Grande, na Zona Oeste. Para fomentar a recuperação do Sistema BRT estão sendo investidos quase R$ 2 bilhões, que possibilitarão a compra de cerca de 700 ônibus, a requalificação do corredor Transoeste e a construção de terminais e garagens públicas. Os investimentos foram adquiridos por meio de operações de crédito com o Banco do Brasil, no valor de R$ 1,2 bilhão, e com a Caixa Econômica Federal, de mais R$ 645,9 milhões. Por meio do BNDES, a União aportará R$ 702,7 milhões no projeto de mobilidade que vai transformar Campo Grande, o bairro mais populoso do país, com mais de 400 mil habitantes e 10 mil hectares. Com a contrapartida da Prefeitura do Rio, o valor chegará a R$ 843 milhões.

Reestruturação do BRT conta com cerca de 700 novos ônibus

Os recursos federais permitirão a compra de cerca de 700 ônibus para o BRT. No anúncio, o prefeito Eduardo Paes assinou os acordos com o vice-presidente do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, para os investimentos no sistema BRT, e com a presidente da Caixa, Rita Serrano, para a aquisição de mais ônibus. E o ministro das Cidades, Jader Filho, assinou portaria para o repasse de recursos no modal de transporte.

– Estou de volta para ajudar o estado e a cidade do Rio de Janeiro. Vou voltar muitas vezes para anunciar novas obras – disse Lula, que conheceu o novo modelo de ônibus do BRT.

A previsão é que o Sistema BRT opere plenamente com seus quatro corredores, incluindo a reforma da Transbrasil – em fase de conclusão – com 100% dos ônibus novos no início do próximo ano.

Além dos novos ônibus que já estão em operação nos corredores Transolímpica, Transcarioca e Transoeste (no trecho entre os terminais Jardim Oceânico e Alvorada, e na Avenida Cesário de Melo), a partir de novembro deste ano, até março de 2024, a cidade receberá os outros 270 articulados – comprados com o valor proveniente da Caixa Econômica Federal – para atendimento aos corredores Transoeste (trecho entre Santa Cruz e Alvorada) e Transbrasil. Os demais são oriundos do aporte do Banco do Brasil.  Estes 270 novos veículos já serão compatíveis com a norma ambiental Proconve P-8, equivalente ao Euro 6, que prevê redução de poluentes locais. Com esta aquisição, o Rio se torna a primeira cidade do Brasil a utilizar articulados Euro 6. E a Prefeitura já acertou a compra de mais 67 articulados com a tecnologia Euro 6, que serão entregues no próximo ano.

– Em 2016, o sistema BRT tinha 400 ônibus. Em janeiro de 2021, estava com 120. O que está sendo feito aqui hoje é permitir que a Prefeitura, com o financiamento do Governo Federal, resolva esse problema. Para que possamos comprar novos ônibus, recuperar o sistema e devolver a dignidade para a população de toda a cidade, mas especialmente da Zona Oeste – afirmou Eduardo Paes.
Além da compra da nova frota de ônibus, os investimentos estão permitindo que toda a infraestrutura do sistema seja requalificada. Na Transoeste, é realizada a obra de substituição do pavimento e recuperação da base do corredor.  Além disso, quatro estações serão transformadas em terminais: Mato Alto, Pingo D´Água, Curral Falso e Santa Cruz; e uma será ampliada: Magarça. O objetivo é proporcionar mais conforto e segurança aos passageiros que viajam diariamente de BRT pela Zona Oeste.

Outra obra que recebe investimentos do Governo Federal é a do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que vai integrar o BRT Transbrasil, 22 linhas de ônibus municipais e as linhas 1 e 2 do VLT, que será estendido por cerca de 700 metros até a área do antigo Gasômetro.

– Hoje é um dia importante para essa região. A partir de um programa importante do ministério das Cidades, que é o Programa Avançar Cidades, estamos assinando com a Prefeitura do Rio um financiamento para a compra de ônibus articulados. Um dos principais problemas que o Brasil tem hoje é a questão do transporte público. A união do trabalho entre os estados, os municípios e o Governo Federal vai fazer com que as pessoas possam viver melhor, que possam ter um transporte público de qualidade. Tivemos a oportunidade de visitar um desses ônibus. São excelentes. Sem dúvida, também vai economizar tempo na vida das pessoas, além de dar um transporte digno – declarou o ministro das Cidades, Jader Filho.

A Prefeitura também vai disponibilizar ainda cinco garagens públicas para atendimento ao BRT. As garagens, localizadas em Ramos, Curicica, Cascadura, Deodoro e Paciência, serão conectadas à malha viária do BRT já adaptadas para operação. Outro avanço foram as reformas de todas as 120 estações do Sistema BRT. Entre as melhorias realizadas, estão substituição de painéis e portas de vidro por chapas de aço vazadas; fiação embutida e mecanismos das portas blindados; alarmes luminosos e sonoros das portas, indicando a abertura e o fechamento, e trava automática das portas.  Entre os serviços executados, estão ainda pinturas interna e externa, novas instalações elétricas e programação visual e reforço na iluminação.

Campo Grande ganha um novo sistema viário para modernizar a mobilidade

Nesta quinta-feira (10/8), o presidente Lula e o prefeito Eduardo Paes também participaram da primeira detonação para construção do túnel sob o morro Luiz Bom. Logo depois, Paes e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assinaram o termo para o repasse dos investimentos.

– A prioridade é melhorar a vida do povo trabalhador desse país, das pessoas mais necessitadas – afirmou Lula, que conheceu um dos novos ônibus “amarelinhos” do novo sistema BRT.

O Anel Viário de Campo Grande compreende a construção de um mergulhão sob a Avenida Cesário de Melo, um túnel de 600 metros sob o morro Luiz Bom, além da implementação das rótulas na rua Artur Rios e Estrada da Caroba. As novas rotas irão permitir o escoamento de tráfego de veículos na região central, diminuindo o tempo de deslocamento e facilitando a circulação. O projeto inclui dois quilômetros de ciclovia.

– Campo Grande é o maior bairro do Brasil, o coração econômico da Zona Oeste. Esse projeto do Anel Viário, do túnel, do mergulhão, das vias todas que serão feitas, é da década de 90, que nuca foi feito. Com essa parceria com o BNDES conseguimos viabilizar o financiamento para que as obras sigam a todo vapor, mudando a vida de quem mora em Campo Grande e permitindo que a região possa crescer – disse Eduardo Paes.

Outra grande intervenção prevista para integrar o Anel Viário é a implantação da nova Floresta da Posse. Uma área verde no coração de Campo Grande, com 950 mil m² – algo equivalente a mais de 130 campos de futebol. O projeto prevê o plantio de 240 mil árvores e recuperação dos mananciais, além de proteção da fauna e da flora nativas.

– Vamos ter um segundo semestre muito melhor do que o primeiro na economia. Estamos trabalhando fortemente para isso. E o BNDES voltou, olhando para aquilo que é estratégico, prioritário para o povo. Esse projeto é muito importante para o Rio, para o bairro de Campo Grande. Temos grandes intervenções: o anel viário, a interligação para a saída para a cidade do Rio, além do túnel. O dinheiro do BNDES é do povo, é de Campo Grande, é do Rio de Janeiro, é do Brasil – declarou Aloizio Mercadante.

O Plano de Mobilidade de Campo Grande conta com outras intervenções. Serão executadas obras como a ligação expressa da Estrada da Posse com a Avenida Brasil, passando por áreas ainda pouco adensadas. O objetivo é diminuir o fluxo veicular de vias saturadas como as estradas do Mendanha e do Lameirão. Também está planejada a implantação de um túnel sob o Morro João Vicente, além de pontes, viadutos e mais infraestrutura cicloviária.

O Binário Rio/SP (interseções entre a Estrada Rio-São Paulo, Rua Vitor Alves e a Estrada Rio do A); Largo da Maçonaria (otimização e distribuição de interseções viárias na Estrada do Mendanha); Duplicação da Estrada da Cachamorra, concluem o grande plano de mobilidade de Campo Grande.

Informações: Prefeitura do Rio
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No Rio, Especialistas alertam para a necessidade de revisão na segurança dos BRT's

domingo, 18 de janeiro de 2015

Na última terça-feira (13), duas colisões com ônibus do BRT na Zona Oeste do Rio, que deixaram 150 pessoas feridas, aumentaram ainda mais a estatística de acidentes envolvendo este tipo de transporte. Desde a inauguração, em 2012, os BRTs colecionam atropelamentos e choques com veículos que invadem a faixa exclusiva, mostrando que o sistema precisa de aperfeiçoamento. Relatos de usuários do consórcio nas redes sociais mostram que esse tipo de acontecimento é frequente e coloca em risco a vida de quem utiliza o transporte. Especialistas alertam para a necessidade de sinalizações mais eficientes, trabalhos educativos e revisões no quesito segurança. 

Eva Vider, engenheira de transportes e professora da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que o sistema do BRT no Rio é novo e diferente daquilo que os moradores da cidade estão acostumados. “É como um metrô sobre rodas cortando a cidade na superfície. É uma intervenção diferente e pode ser perigosa, apesar da sinalização ser de certa forma bem feita, qualquer descuido pode se tornar um acidente”, explica.

Segundo a professora da UFRJ, os três anos de implantação, com novas linhas sendo inauguradas desde então, não foram o suficiente para o carioca se acostumar com o novo meio de se locomover pela cidade. “Teve pouca informação para a população. Antes da implantação do projeto, não houve uma discussão e nem um movimento para educar melhor as pessoas no trânsito nesse sentido”.

Ainda, de acordo com Eva, no inicio da implantação do sistema do BRT, a velocidade máxima dos ônibus chegou a ser reduzida, numa tentativa de diminuir acidentes, como os atropelamentos. “Talvez essa quantidade de acidentes esteja mostrando que o projeto precisa ser revisto no quesito da segurança. A ideia seria reforçar os mecanismos de segurança colocando cercas segregando de uma forma física o sistema. E por ele ser um transporte diferente é preciso que se tenha um investimento maior na educação do trânsito, chamar a população para entender melhor o transporte”, afirma.

Já Alexandre Rojas, engenheiro de Transportes Urbanos e Mobilidade e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), afirma que as invasões à pista exclusiva do BRT são a razão principal dos acidentes. “O BRT funciona como uma linha segregada. É um transporte feito para trafegar sozinho em uma parte separada da pista. Além disso, o tempo de frenagem de um carro articulado, por exemplo, é maior do que um carro de passeio, ou seja, ele não é um transporte apto para parar de forma abrupta”, explica Rojas.

Ainda segundo o professor da Uerj, os motoristas do BRT costumam ser mais qualificados do que aqueles que dirigem ônibus comuns. “Eles costumam ganhar mais do que a maioria dos motoristas de ônibus, por isso passam por um treinamento mais qualificado. Rojas chama os acidentes que acontecem no BRT como “inexplicáveis”. “Se o BRT tem uma pista separada, então, em teoria, a possibilidade de acidentes deveria ser muito menor”.

No entanto, o professor da Uerj destaca a necessidade de uma sinalização melhor. “Ter uma sinalização mais contundente é uma boa forma de prevenção, e uma cerca para evitar a travessia fora da faixa”, opina.

Acidentes

Os acidentes da última terça-feira aconteceram em dois pontos distintos. O primeiro foi na estação do Pontal, na pista sentido Alvorada, e deixou 30 pessoas feridas. Cerca de 30 minutos depois, na mesma pista, outro acidente acontecia, na altura da estação Cetex do BRT, também no sentido Alvorada. A colisão, um pouco mais grave, deixou 120 pessoas feridas.

Os passageiros envolvidos no acidente chegaram a relatar que um dos motoristas estava ao celular no momento do acidente. Outros motivos, como falha dos freios e o relato do motorista, que disse que teve a visão prejudicada pelo reflexo do sol, estão sendo avaliados.

A Secretaria de Municipal de transportes abriu uma sindicância para apurar se houve falha técnica ou humana. O consórcio que gere o BRT deve apresentar explicações em cinco dias, contados a partir da data do acidente.

Segundo a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), o consórcio do BRT apresentou , na quinta-feira (15), as imagens das câmeras de segurança do veículo envolvido no acidente próximo a estação do Cetex, no sentido alvorada e, diferentemente do que alegaram os passageiros, o motorista aparece com as duas mãos ao volante. A gravação é referente a sete minutos antes do acidente que deixou 120 pessoas feridas.

Já na gravação das câmeras do veículo do BRT envolvido no acidente da estação do Pontal, no sentido alvorada, e que deixou 30 pessoas feridas, não é possível ver o motorista. De acordo com informações da SMTR, a partir de agora é preciso aguardar a investigação da perícia técnica da Polícia Civil para se manifestar sobre o caso.

Após o acidente, a Polícia Civil abriu dois inquéritos para apurar as causas dos acidentes envolvendo os dois ônibus do BRT. Após a lauda pericial, o consórcio avisou que vai se manifestar sobre o caso.

Informações: Jornal do Brasil

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