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Metrô SP implantará até do fim ano sistema que reduz superlotação

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Metrô diz que até o fim deste ano será implantado um sistema de controle de trens mais moderno que permite melhorar a superlotação na linha 2-verde.

O sistema foi comprado em 2008 e a previsão era que estivesse em operação em 2010.

A melhora ocorre porque o sistema, chamado CBTC, possibilita redução de 20% no intervalo entre os trens. Segundo Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, esse intervalo passará de 120 para cerca de 100 segundos.

Com o intervalo menor é possível aumentar a quantidade de trens em circulação e oferecer mais lugares para passageiros. Se hoje a capacidade de transporte é de 48 mil pessoas por hora e sentido, passaria para 57,6 mil.

Segundo Pacheco, nas linhas 1-azul e 3-vermelha, as mais superlotadas da rede, o sistema começará a ser implantado em 2015 e deverá estar em operação até 2016.

O sistema foi comprado da Alstom, empresa investigada por formar cartel e fraudar licitações, por R$ 706 milhões (valor não corrigido).

Mas desde os primeiros testes surgiram falhas, como composições que desapareciam da tela de controle.

Os testes são feitos em trechos da linha 2 desde 2011. No ano passado, o sistema passou a funcionar nos 14,7 km do ramal aos domingos.

A Alstom foi multada pelo atraso e teve os pagamentos suspensos. A disputa foi parar em um comitê de arbitragem, em que a multinacional reclama que não vendeu o que o Metrô cobra e que novas exigências foram feitas.

De acordo com Pacheco, que está no Metrô desde junho de 2013 e não participou da contratação, a empresa francesa teve dificuldade para adaptar seu sistema, "um produto de prateleira", à realidade da rede paulistana.

"Na minha avaliação a Alstom nos vendeu um produto que não tinha para desenvolver. Tinha o produto, mas não tinha para o Metrô, uma empresa ímpar do ponto de vista de operação. É uma rede pequena e com altíssima densidade, o que exige uma forma de operar diferente", diz.

Segundo o presidente, a principal diferença aqui é que o sistema em que os trens circulam como em um carrossel recebe trens extras nos horários de maior demanda.

"Parece óbvio, mas quando você fala para colocar isso no sistema, eles entram em pânico. Quando eu coloco um trem, o carrossel tem que ser todo recalculado, redefinido."

A Alstom também reclamava do tempo curto para instalar equipamentos, já que o metrô para por poucas horas, na madrugada. Um executivo chegou a comparar o trabalho a "trocar a turbina do avião em pleno voo".

Pacheco diz, porém, que agora crê que as dificuldades técnicas foram superadas.

"Acho que conseguimos acertar com eles o cronograma e estamos acompanhando o que é factível. Lógico que muito atrasado em relação a tudo, mas hoje, pelo andar da carruagem, a gente coloca a linha 2 em CBTC até o final do ano", afirma.

Segundo a Alstom, seu CBTC já foi implementado em locais como Toronto, Milão, Amsterdã, Paris e Cingapura. O sistema também é usado na linha 4-amarela, que opera sem condutores, mas o fornecedor é a Siemens.

O governo também pretende usar adotar o sistema em linhas da CPTM e nas novas linhas do metrô.

Pacheco diz ainda que até o fim do mês espera assinar os contratos para as obras de expansão da linha 2. O prolongamento terá 13 estações e 15,5 km -14,4 km da Vila Prudente até Guarulhos e mais 1,1 km à oeste da estação Vila Madalena.

Informações: Folha de S. Paulo

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Metrô do Rio deveria se espelhar no de Amsterdã

sexta-feira, 5 de março de 2010


O metrô carioca deveria se espelhar na Prefeitura de Amsterdã (Holanda). Enquanto aqui no Rio esse transporte de massa é caótico, e, de acordo com o Ministério Público pode gerar acidentes gravíssimos, o da Holanda pode ser considerado excelente. Lá, a prefeitura já fechou um pedido com a Alstom para a fabricação de 23 trens para o metrô da cidade. O contrato inclui uma opção para a aquisição de composições adicionais para a linha Norte/Sul ainda em construção.
Como parte integrante da linha Metrópoles da Alstom, os trens serão produzidos nas instalações da empresa em Valenciennes (França) e Katowice (Polônia). A primeira composição será entregue no 2o trimestre de 2012. Todas as composições se destinam às linhas de metrô existentes em Amsterdã, com previsão de entrada em operação comercial no final de 2012.
Os trens da linha Metrópoles de Amsterdã permitem o acesso e facilitam o embarque graças a portas mais largas, piso baixo, assentos extralargos e passarelas entre os carros. Além disso, os informativos dinâmicos durante a viagem, as conexões de comunicação e os interiores transparentes vão melhorar a segurança e o conforto dos passageiros. Graças ao maior comprimento dos novos trens (116 m), a capacidade total de transporte aumentará em cerca de 50%.
Este pedido é uma parte de uma ambiciosa política de transporte público adotada pela prefeitura de Amsterdã, pela região metropolitana e pela operadora GVB.1 O programa de desenvolvimento e modernização do metrô de Amsterdã inclui algumas outras iniciativas, como a criação de uma nova linha Norte/Sul, a reforma da linha leste e a reconstrução da linha de Amstelveen.
- O novo metrô significa um grande salto de qualidade para todos os usuários, incluindo aqueles com necessidades especiais. Ele irá melhorar ainda mais a atratividade do sistema de metrô, o que é bom para o meio ambiente, para a cidade e para a região - declarou o vereador daquela cidade Hans Gerson.
A Alstom desenvolve e comercializa a mais completa linha de sistemas, equipamentos e serviços no setor ferroviário. Além disso, gerencia sistemas inteiros de transporte, cuidando de material rolante, sinalização e infra-estrutura, além de oferecer soluções de "pronto uso". O Setor Transporte da Alstom registrou vendas de 5,7 bilhões de euros no exercício fiscal de 2008-2009 e um aumento de 9% de pedidos em comparação ao ano anterior, estando presente em mais de 60 países e empregando aproximadamente 27 mil pessoas.
Fonte: Monitor Mercantil
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Alstom fornecerá novos trens e composições Metropolis para a Linha 1 do Metrô de Lima

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A Alstom assinou um contrato no valor de €200 milhões com a Graña y Montero Ferrovias para fornecer 120 carros Metropolis (20 trens) para a Linha 1 do Metrô de Lima, assim como 19 novos carros para complementar as composições já existentes em operação na mesma linha.  A entrega dos 139 carros Metropolis está programada para finalizar em 2019.

A Linha 1 da capital peruana tem 34 quilômetros de distância e inclui 26 estações. Ela cruza a cidade do sul em “Villa El Salvador” ao norte em “San Juan de Lurigancho”. A lotação da linha, que vem crescendo desde que foi aberta em 2011, gira em torno de 320 mil pessoas por dia.

Com as novas composições Metropolis compostas por seis carros cada, assim como os 19 carros que ampliarão os trens de cinco para seis carros, a Graña y Montero Ferrovias mais que dobrará sua capacidade de transporte, de 20 mil passageiros por hora para 48 mil.

“Nós gostaríamos de agradecer a Graña y Montero Ferrovias por mais um voto de confiança. Com esta nova encomenda, mais passageiros terão a oportunidade de embarcar numa solução confiável, confortável e ecoamigável. Bem estabelecidos na América Latina, estamos comprometidos em fazer deste projeto um sucesso e de acompanhar o Peru e a região em seus diferentes projetos de mobilidade”, afirma Michel Boccaccio, Vice Presidente Sênior da Alstom na América Latina.

Os trens Metropolis serão produzidos na fábrica da Alstom localizada em Santa Perpetua, Barcelona (Espanha), onde as composições que já estão em serviço em Lima foram feitas.

Informações: Alston
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Mobilidade urbana tem R$ 10 bi em oportunidades entre projetos de monotrilhos e veículos leves sobre trilhos (VLTs)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fornecedores de equipamentos e tecnologia para mobilidade urbana, como a canadense Bombardier e a francesa Alstom, têm oportunidades que somam quase R$ 10 bilhões em contratos no Brasil nos próximos anos.
Calculada pela iniciativa privada, a soma é impulsionada pelo financiamento do governo federal aos projetos no segmento devido às necessidades oriundas da Copa do Mundo de 2014.
Projetos de monotrilhos e veículos leves sobre trilhos (VLTs), em geral mais baratos que trens subterrâneos como os do metrô paulistano, já aumentam os investimentos das companhias em território nacional.
O contrato firmado com o governo do Estado de São Paulo, após licitação feita em 2010 para fornecimentos de carros de monotrilho, foi um marco para a Bombardier no Brasil.
Até então, a empresa tinha uma unidade em Hortolândia, mas não de fabricação de trens – apenas reforma. O maior negócio da canadense até o contrato dos monotrilhos era a modernização de 156 vagões para a Companhia do Metropolitano de São Paulo (o Metrô), por R$ 238 milhões, fechada em 2009.
Com o novo contrato, a empresa fornecerá 54 trens – ou 378 vagões – para o primeiro projeto de monotrilho de São Paulo, o Expresso Tiradentes. Vagões, sinalização e sistemas elétricos custarão R$ 1,4 bilhão.
Devido ao contrato, a empresa está investindo € 15 milhões (cerca de R$ 35 milhões) para inaugurar, até abril, sua fábrica de monotrilhos em Hortolândia, no interior de São Paulo. Segundo André Guyvarch, presidente da Bombardier Transportation no Brasil, essa será a primeira unidade da empresa fora do Canadá para fabricação desse veículo.
Para se ter uma ideia da atratividade dos negócios desse segmento em território nacional, o projeto que o governo de São Paulo está colocando em prática para o monotrilho é o de maior extensão no mundo para esse tipo de modal – geralmente usado apenas em curtas distâncias, como ligações a aeroportos.
De implantação mais barata que os trens subterrâneos, o monotrilho circula usando pneus de borracha sobre o concreto – em vez dos tradicionais materiais rodantes de ferrovia – e é visto pelo governo do Estado, portanto, como uma solução para o gargalo de transporte urbano na capital paulista.
Além dos já em implantação pelo governo de São Paulo, há pelo menos quatro grandes projetos em desenvolvimento no Brasil para uso de monotrilho.
Um deles é o de Manaus (AM), que ligará a região Norte ao Centro da cidade, passando pela rodoviária, área hoteleira e a Arena Amazônia. Em andamento, o projeto corre o risco de não entrar em operação até a Copa.
Mesmo assim, o governo amazonense já indicou que pretende fazer o projeto mesmo se ficar para depois do prazo. Segundo autoridades do Estado, as festas do boi que são realizadas em outubro, no sambódromo que fica ao lado da futura arena, chegam a receber 180 mil pessoas em um único dia. Isso, somado às necessidades da população local, mantém o interesse no projeto.
Além do monotrilho, estão em implantação diversos projetos de VLTs, que circulam movidos a eletricidade e lembram os antigos bondes.
Segundo os fabricantes, a tecnologia tem menor capacidade e velocidade que os trens de metrô, porém produz menos poluição e barulho. O mais caro em desenvolvimento é o de Cuiabá (MT).
O projeto está estimado em aproximadamente R$ 1,26 bilhão (incluindo a construção) e tem março deste ano como previsão de início das obras com conclusão em dezembro de 2013.
Também de olho nesses projetos, a francesa Alstom tem planos de investir R$ 10 milhões nos próximos anos para a produção de VLTs no Brasil.
Em entrevista ao Valor há três meses, o então diretor-geral de transportes da Alstom no país, Ramon Fondevilla, disse que o objetivo da empresa era que a fabricação em território nacional atenda a demanda oriunda de contratos de fornecimento para o poder público. Atualmente, são estudados pelo menos cinco projetos do modal em grandes cidades no Brasil pela Alstom.
Um dos principais alvos da empresa é o idealizado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. O projeto do chamado Porto Maravilha, no Rio, está sendo elaborado pela CCR (vencedora da concorrência pública de estudos em novembro de 2010) e tem previsão para operar até a Olimpíada de 2016.

Fonte: Valor Econômico
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Primeira fase do VLT no Rio entra em operação em abril com 17 paradas

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O primeiro dos 27 VLTs, sistema de veículos leves sobre trilhos, produzido no Brasil para o Rio de Janeiro foi apresentado e submetido a teste nesta quarta-feira (21) na fabricante Alstom, em Taubaté (SP). Na ocasião, o início da operação da primeira fase, com 17 pontos de parada, foi confirmada para abril de 2016 - a quatro meses das Olimpíadas. A tarifa é estimada em R$ 3,10.
Pista de teste do VLT  na Alstom, em Taubaté (Foto: Nicole Melhado/G1)

O valor da passagem é previsto no contrato entre a prefeitura e concessionária VLT Carioca, segundo o governo. Para o uso do transporte, a prefeitura estuda além da venda das passagens em terminais de autoatendimento, a integração com o transporte coletivo por meio do Bilhete Único Carioca e estadual. O VLT, quando for concluído, vai ligar vai ligar o Centro à região portuária.

“Ainda está em estudo a ampliação da integração para que o usuário possa usar meios de transporte distintos pagando apenas uma passagem”, disse Luiz Carlos Lobo, diretor de operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp).

Demanda
De acordo com o Secretário especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Rio de Janeiro, Jorge Arraes, simultâneamente está sendo feito um estudo de demanda para o VLT para definir o preço exato da passagem, a ser concluído em novembro.

"O preço estimado em contrato é de R$ 3,10, mas essa é apenas uma referência. Para saber o valor real a ser pago pelo usuário está sendo feito um estudo de demanda", disse. Com isso, a tarifa pode ser maior ou menor que R$ 3,10, dependendo da projeção de usuários e eventuais subsídios do governo.

Sem catracas e cobradores, o sistema vai depender da validação voluntária do usuário. A fiscalização deve conferir se o pagamento foi feito - modelo semelhante é adotado em VLTs na Europa.

Itinerários
A primeira etapa do VLT, inaugurada no próximo mês de abril vai ligar a rodoviária ao aeroporto Santos Dummont e terá nove veículos operando com 17 pontos de parada. O percurso deve ser feito em 25 minutos.

A segunda etapa do VLT vai ligar a Central do Brasil até a Praça 15 de Novembro e será inaugurada no mês de agosto. Ao todo o sistema terá 28 quilômetros e 32 paradas - dez a menos que as previstas inicialmente na licitação.

O VLT apresentado nesta quarta-feira em Taubaté deve ser entregue no Rio de Janeiro em dezembro. Outros dois, dos cinco produzidos pela Alstom na França,  foram entregues e estão passando por testes no Rio. A previsão é que os outros três cheguem da Europa na próxima semana.
Em Taubaté, além do veículo testado, outros seis estão em produção. Ao todo, serão entregues 32 veículos pela Alstom ao consórcio.

Cada unidade tem sete vagões, totalizando 44 metros de comprimento, e capacidade para 420 passageiros. As composições funcionarão 24 horas por dia, todos os dias da semana. “O VLT terá prioridade no semáforo, mas como a passagem é rápida, não causará grande impacto no trânsito de automóveis”, garante o gerente de Operações Paulo Ferreira.

BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 746,5 milhões, 42% do valor total do projeto orçado em R$ 1,77 bilhão. O financiamento foi concedido à Concessionária do VLT Carioca que vai explorar o sistema por 25 anos.

Por Nicole Melhado
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Metrô de SP reforma trens e amplia a capacidade

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) está reformando os 98 trens originais das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha. Nesse processo, a parte interna das composições é reformulada, com a retirada de assentos, o que amplia a capacidade de passageiros transportados. O investimento total é de R$ 1,75 bilhão.
Segundo a Alstom, uma das empresas que trabalham na reforma dos trens, a capacidade nas composições da Linha 1 vai subir para 2.082 passageiros por trem (com seis vagões), um ganho de 150 vagas. Já na Linha 3 os trens ganharão espaço para mais 126 passageiros, atingindo capacidade de 2.126 vagas.
De acordo com Ramon Fondevila, diretor geral do setor de transporte da Alstom Brasil, como o metrô realiza trajetos mais curtos, o passageiro pode viajar de pé. "Na reforma são implantados sistemas de detecção de fumaça, circuito interno de câmeras, novo sistema para as portas e freio mais moderno, então o conforto é maior", explicou. Já o Metrô afirma que a reforma visa tornar os trens mais acessíveis para portadores de necessidades físicas, como os cadeirantes, o que justifica a retirada dos assentos.
Fondevila afirma que os trens que estão sendo reformados têm de 25 a 30 anos de uso. O processo de reforma leva de cinco a oito meses, dependendo do estado da composição. Apesar da visível melhora na situação dos vagões, o diretor da Alstom lembra que um trem reformado não é igual a um trem novo. "Sempre tem algum desgaste natural de matéria-prima. O trem novo custa mais caro e demora mais para ser entregue. Não existe trem em prateleira, cada cliente opera de uma maneira", explica. Ele diz que é difícil prever a vida útil dos trens reformados, mas eles devem durar pelo menos mais cinco anos.
O processo de reforma dos trens começou em 2009 e deve terminar em 2014. O Metrô só libera um trem para ser reformado quando recebe outro pronto. Após ser entregue, os trens passam por testes dinâmicos nas linhas do Metrô, antes de entrar em operação. O governador Geraldo Alckmin participa hoje da entrega dos dois primeiros trens modernizados do Metrô.


Fonte: Estadão

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Em São Paulo, 70% dos trens do Metrô foram modernizados

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Na ultima semana a Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo ganhou mais um trem modernizado, a composição L44 reformada pela Alstom. Junto com o trem operam outros 21 que foram reformados, além de 23 composições antigas, das frotas A e D.

Já na Linha 3-Vermelha, toda a frota é composta ou por composições revitalizadas, ou por novas, os trens das frotas G e H. Das 98 composições programas para serem repaginadas, 68 trens já passaram pelo processo que representa quase 70% dos trabalhos. Destes, 15 trens aguardam nos pátios do Metrô para a liberação da operação comercial.

Modernização

A reforma foi dividia em 4 lotes, entre eles a antiga Frota C que foi modernizada pela Ttrans: É a frota K. Já a antiga Frota D esta sendo modernizada pela Alstom, que após os trabalhos volta como frota L. Também esta a cargo da Alstom junto com a Siemens a modernização de parte da frota A, que após os trabalhos retorna como frota I. Por fim, a outra parte da frota A está sendo modernizada pela Bombardier, retornando como frota J. Atualmente 7 trens estão nas empresas citadas acima em processo de revitalização.

Principais itens da modernização:

– Substituição do sistema de tração, utilizando tecnologia de inversores e motores de tração, para torná-la mais eficiente e de menor custo de manutenção;

– Substituição do sistema de ventilação por ar refrigerado, aprimoramento no sistema de iluminação do salão e troca dos bancos;

– Instalação de câmeras e equipamentos de detecção de incêndio no salão de passageiros para melhorar as condições de segurança;

– Instalação de rede de dados informatizada, para transmissão e recepção das condições dos equipamentos dos trens e sistema de registrador de eventos (caixa preta) dos equipamentos que desempenham função de segurança;

Por Renato Lobbo
Informações: Portal Via Trolebus

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Alemanha estreia primeiros trens movidos a hidrogênio do mundo

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Nesta quarta-feira (24) a Alemanha inaugura a primeira frota de trens com passageiros operada com hidrogênio no mundo. O empreendimento conta com 14 veículos que atuam com baixo nível de ruído, enquanto emitem apenas vapor e água condensada.

O sistema de reabastecimento de hidrogênio permite que cada locomotiva percorra um trajeto de 100 quilômetros entre as cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Bremervoerde e Buxtehude, no norte do país.

O estado da Baixa Saxônia está investindo mais de 93 milhões de euros no projeto fechado pela subsidiária estatal Landesnahverkehrsgesellschaft Niedersachsen (LVNG), a Alstom, construtora dos trens, a Elbe-Weser Railways and Transport Company (EVB), que conduz as máquinas, e a empresa de gás e engenharia Linde.

Desde 2012 a LNVG vinha desenvolvendo alternativas aos mais de 4.000 trens movidos a diesel na região. Hoje, cinco deles serão substituídos pelos novos modelos, sendo os outros nove gradualmente trocados até o final deste ano.

“Não compraremos mais veículos a diesel para fazer ainda mais pela proteção do clima. Também estamos convencidos de que os trens a diesel não serão mais econômicos para operar no futuro. Estamos satisfeitos por termos alcançado mais um marco com nossos parceiros Linde e Alstom, bem como EVB”, explica Carmen Schawabl, porta-voz de gestão da empresa.

Funcionando com apenas um tanque de hidrogênio diário, os veículos contribuem na redução de carga sobre o meio ambiente, levando em conta que um quilo de hidrogênio substitui aproximadamente 4,5 litros de óleo diesel. “A mobilidade livre de emissões é um dos objetivos mais importantes para garantir um futuro sustentável”, diz Henri Poupart-Lafarge, CEO e presidente do conselho da Alstom.

É importante ressaltar que apenas o hidrogênio verde é de fato livre de carbono. Suas moléculas de água são separadas a partir de um processo chamado eletrólise. Inicialmente os trens do projeto serão abastecidos com hidrogênio resultado da produção industrial química.

Porém, a expectativa é que o elemento passe a ser produzido por eletrólise em Bremervörde a partir do terceiro ano, sendo um parque solar ou eólico calculado para esse fim. A medida deve aumentar a proporção de uso de “hidrogênio verde” nos trens inicialmente para 35%.

O grupo alemão, Siemens em parceria com a Deutsche Bahn também conta com um projeto parecido: um trem a hidrogênio com 800 km de autonomia. Em comunicado, as empresas informam que os testes começarão em 2024, com duração de um ano. Martin Schneider, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Siemens Energy, elucida que o processo de eletrificação das vias para esse tipo de iniciativa são muito caros:

“Embora muito esteja sendo feito agora para reduzir o custo da eletrificação, ainda custa cerca de 1 a 2 milhões de euros para eletrificar um quilômetro de trilho – e não vale a pena para cerca de 30% das linhas”.

“Agora temos que estabelecer a infraestrutura de hidrogênio correspondente – em outras palavras, criar as condições tecnológicas para produzir e transportar hidrogênio verde de forma econômica. Infelizmente, ainda estamos nos primórdios desse desenvolvimento – e mais uma vez tudo dependerá das decisões corretas que estão sendo tomadas: os formuladores de políticas precisam declarar um compromisso claro, os mercados precisam usar ferramentas inteligentes e, finalmente, a indústria precisa desenvolver as tecnologias necessárias para um futuro movido a hidrogênio”, completa Martin Schneider.

*Com supervisão de Carolina Figueiredo
Informações: CBN
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Linha mais cheia do Metrô de SP só terá alívio em 2015, diz diretor

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A linha 3-vermelha, a mais lotada do Metrô, está no "limite" e assim continuará por mais um ano, pelo menos, afirma o diretor de operações da companhia paulista, Mário Fioratti Neto.

Isso porque a troca do sistema de sinalização, que permitirá reduzir o intervalo entre os trens, está atrasada.

Hoje, esse período é de 105 segundos. O novo sistema reduziria esse tempo para 90 segundos.

Com o intervalo menor, seria possível aumentar o número de trens em circulação. Hoje, são 40 na linha 3.

A implantação da tecnologia, chamada de CBTC, sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação, resultaria em 20% a mais de trens para o sistema, diz o diretor do Metrô.

A sinalização usada hoje é da década de 1980. "É uma tecnologia boa, mas que tem limite. Para aumentar o número de trens em operação na linha, é preciso mudar de patamar tecnológico", afirma Fioratti Neto.

SEM SALTO

A consequência é que mais passageiros poderiam ser transportados na linha 3, responsável por quase 40% do movimento das quatro linhas sob gestão do Metrô --o dado exclui a linha 4-amarela, concedida à iniciativa privada.

A linha 3-vermelha transportou, em 2013, 1,5 milhão de passageiros por dia.

Foi nessa linha que uma falha em um trem desencadeou um tumulto na terça. O Metrô diz que alguém acionou um botão "secreto" na plataforma sem autorização, o que piorou a situação.

Nos horários de pico, oito pessoas chegam a dividir um metro quadrado no interior dos trens. O recomendado é até seis por metro quadrado.

Segundo previsões de três anos atrás do governo do Estado, a implementação do CBTC deveria estar pronta até a Copa, o que não ocorrerá.

ALSTOM

O contrato foi assinado em 2008 com a multinacional Alstom por mais de R$ 700 milhões, valor não corrigido. A empresa é investigada por formação de cartel.

O Metrô diz ter aplicado multas à Alstom e que tenta resolver a situação com a mediação de um comitê de arbitragem, tipo de conciliação sem recorrer à Justiça.

Ainda assim, de acordo com o diretor do Metrô, há um CBTC instalado na linha 2-verde que funciona apenas aos domingos, em caráter de teste. Segundo ele, a estratégia foi implantá-lo primeiro em uma linha de menor movimento para depois adaptá-lo às demais.

Equipamentos do CBTC estão em instalação nas linhas 1-azul e 3-vermelha. Também está em desenvolvimento "a parte de software", diz.

A previsão de instalação total da nova tecnologia, segundo ele, é 2015. O mês, Fioratti não soube dizer.

Questionado se a previsão era otimista, o diretor disse que não. "A empresa nos passou um planejamento de que durante o ano de 2015, isso seria implantado. Não tenho como afirmar algo diferente", disse Fioratti.

A promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) era chegar ao final de 2014, último desta gestão, com mais 30 km de linhas de metrô. Deve acabar o ano com 14 km, revelou a Folha em janeiro.

Na ocasião, o governo disse que as obras atrasaram e que, até o final do ano, mais alguns quilômetros ainda podem ser acrescentados à rede, hoje com 74,3 km.

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CPTM encalha em velhos problemas das ferrovias que unificou

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Metrô de São Paulo foi construído na mesma época que o da capital chilena, no final dos anos 1960. A diferença é que o daqui tem 78 quilômetros de trilhos e o de lá 92. Outra diferença é que a região metropolitana de Santiago do Chile, com cerca de 6,6 milhões de habitantes, tem a metade da população da capital paulista. Diariamente, em média, 4,7 milhões de pessoas passam pelas catracas das estações em São Paulo. O sistema exibe sinais de que já não dá conta da demanda e – ao que tudo indica – deve chegar ao final desta segunda década do século 21 com os mesmos 78 quilômetros.
AVENER PRADO/FOLHAPRESS
Um reforço poderia vir da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), com linhas que cortam a cidade em praticamente todas as direções e ligam ao centro da capital e entre si dezenas de cidades da Grande São Paulo. A CPTM, porém, transporta hoje 2,8 milhões de passageiros por dia, embora disponha de 260 quilômetros de trilhos. Obviamente, as condições estruturais das vias, estações e trens da companhia, por ter uma história bem mais antiga que a dos automóveis como meio de mobilidade, não foram pensadas para atingir a mesma velocidade e volume de passageiros do Metrô. Mas algumas medidas de modernização, que andam em marcha lenta demais para o ritmo da metrópole, demonstram que a malha ferroviária tem um potencial muito maior do que o oferecido.

Ao completar 23 anos, em maio, a CPTM orgulha-se de ter deixado para trás a imagem frequente de passageiros pendurados ou se equilibrando no alto das composições. Também são coisas do passado usuários sem pagar passagem, atravessando cercas esburacadas. O comércio nos vagões, em que ambulantes ofereciam doces, salgados, bebidas, cigarros, brinquedos, revistas e eletrônicos, disputando no grito a atenção dos passageiros com pedintes e pregadores religiosos, é mais controlado.

Mas faltou aos sucessivos governos, desde 1992, dar a merecida prioridade ao trem. À época, o então governador, Luiz Antônio Fleury Filho, assinou a lei que criou a CPTM ao lado do então vice e secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Aloysio Nunes Ferreira Filho, hoje senador (PSDB-SP).

“Fleury criou a CPTM para gerir concessões, uma empresa com estrutura ruim e de caráter provisório. E prometia reduzir os intervalos entre trens para três minutos. Mario Covas assumiu em 1995 e seguiu o mesmo caminho”, lembra o estudante de Planejamento Territorial na Universidade Federal do ABC (UFABC) Caio César Ortega, idealizador do Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana (Commu). Duas décadas depois, o intervalo ainda é um sonho cuja realização nunca é prioridade – e tampouco o orçamento é cumprido. De 2003 a 2014, o total orçado para o setor somou R$ 8,2 bilhões, em valores atualizados, mas R$ 1,1 bilhão deixou de ser investido.

Fora dos trilhos
A atual frota da companhia tem 196 trens. Em setembro passado, o BNDES aprovou financiamento de R$ 982 milhões para a compra de mais 35, a serem fabricados pela CAF Brasil, em Hortolândia, no interior paulista. A empresa é uma das envolvidas em supostas irregularidades praticadas em contratos de obras, serviços de manutenção e fornecimento de equipamentos celebrados pelos governos tucanos.

As denúncias abrangem integrantes dos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, além de diretores de 18 empresas do setor metroferroviário, conforme revelações feitas por um executivo de uma das suspeitas, a multinacional alemã Siemens, em 2013. Na lista, inclui a francesa Alstom, a canadense Bombardier e a japonesa Mitsui. E a formação de cartel para celebração de contratos até 30% acima do valor, conforme estimativa do Ministério Público (MP) de São Paulo.

Os contratos de manutenção preventiva e corretiva com a CPTM são alvo de diversos inquéritos do MP paulista. Um deles, concluído em dezembro, examinou acordos assinados entre 2001 e 2002 para manutenção de composições com Alstom, Adtranz, CAF e Siemens – todas empresas com diversos acordos ainda em vigor com o governo de São Paulo.

No inquérito, os promotores pedem ressarcimento ao estado de R$ 418 milhões e a dissolução de dez empresas envolvidas. A matriz espanhola da CAF ficou de fora do pedido de dissolução, mas foi incluída no de ressarcimento. Na época, o promotor Marcelo Milani disse acreditar em irregularidades nos novos contratos, que poderiam ter sido evitadas se o MP tivesse levado adiante as investigações em 1997, quando as autoridades da Suíça já verificavam pagamento de propinas.

Ainda em dezembro, a Polícia Federal indiciou 33 executivos. Entre eles, um ex-presidente da CAF, Agenor Marinho Contente Filho, e um ex-presidente da CPTM, Mário Bandeira, cujo nome circula entre trabalhadores da companhia como o “cunhado de Alckmin”, além de quatro diretores. Bandeira foi defendido, elogiado e mantido no cargo pelo suposto cunhado até o final de fevereiro.

A lista inclui o ex-diretor de operações e manutenção José Luiz Lavorente, o diretor de engenharia e obras Ademir Venâncio de Araújo (que teria US$ 1,2 milhão em cinco contas na Suíça), o diretor de operações da estatal nas gestões Covas e Alckmin João Roberto Zaniboni (que teria lá US$ 826 mil), e Antonio Kanji Hoshikawa, diretor administrativo na gestão Alckmin (2003-2006).

Em abril, foi o Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do MP paulista, que denunciou à Justiça diretores de 12 empresas por participação em esquema de contratos de fornecimento de trens e de manutenção assinados em 2007 e 2008, durante a gestão Serra. Entre eles, o executivo da CAF José Manuel Uribe e o ex-presidente da comissão de licitações da CPTM Reynaldo Rangel Dinamarco. Outras empresas com diretores denunciados foram as habituais Alstom, Bombardier e Tejofran.

A CAF tem outra ligação com a CPTM. O mesmo Agenor Marinho Contente Filho está vinculado à CTrens – Companhia de Manutenção. A empresa não mantém sequer um site para divulgar suas atividades. Porém, segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana (Sinfer), a CTrens faz manutenção de composições das linhas 8 e 9 em um pátio da estatal na estação Presidente Altino, em Osasco, na Grande São Paulo. “Não se sabe ao certo como é feito o trabalho de manutenção. Eles não permitem a entrada de gente do sindicato lá”, diz o diretor do Sinfer Evângelos Loucas, o Grego. A CPTM não atendeu às solicitações de entrevista.

Sucateamento
Foco dos contratos investigados, a manutenção não é o forte das linhas. A mais sucateada, a 7-Rubi, é conhecida pelos velhos trens da série 1100, fabricados nos Estados Unidos entre 1956 e 1957, além de outros com a lataria remendada e goteiras nos vagões. Em julho de 2000, uma composição com falhas nos freios atingiu outro na estação Perus. Morreram nove pessoas, e 115 ficaram feridas. Vítimas e familiares ainda lutam na Justiça por indenização. Em julho de 2012, dois trens da mesma linha se chocaram na estação Barra Funda, matando cinco pessoas e deixando 47 feridas.

Aparentemente mais moderna, a linha 8-Diamante carece de reformas em sua via. Em dezembro de 2011, dois trabalhadores experientes foram atropelados e mortos por um trem durante uma inspeção regular nos trilhos, perto da estação Barueri.

Isso aconteceu menos de uma semana depois de três outros funcionários serem mortos entre as estações Belém e Tatuapé da linha 11-Coral. Dias depois, o governador Alckmin extinguiu a 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Infrações contra o Meio Ambiente, o Meio Ambiente do Trabalho e as Relações do Trabalho. Vinculada ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), o órgão investigava as causas do acidente. Oficialmente, foi extinta para otimização dos recursos humanos e materiais.

Comparada ao Metrô, a linha 9-Esmeralda margeia o Rio Pinheiros, cortando bairros nobres da zona sul. Liga Osasco ao bairro do Grajaú, na zona sul. Recebeu investimentos, estações e trens novos entre 1998 e 2000, entre os quais os famosos espanhóis doados pela Renfe mediante contrato de reforma assinado por Covas, no valor de R$ 93,2 milhões, sem licitação. As panes, porém, são frequentes. Em fevereiro de 2011, um trem descarrilou próximo à estação Ceasa.

Partindo do Brás até Rio Grande da Serra, cortando São Caetano, Santo André, Mauá e Ribeirão Pires, municípios da região do ABC, a Linha 10 é outra com vagões velhos e estações malconservadas. A de Rio Grande da Serra tem passarela apoiada em uma estrutura metálica instalada emergencialmente. O telhado da única plataforma em operação tem péssimas condições, assim como os banheiros. A Linha 11-Coral, que vai do Brás à estação Estudantes, de Mogi das Cruzes, atende também o Expresso Leste, que vai da Luz a Itaquera, com menos paradas. Antes de receber trens novos para a Copa, a linha sofreu uma pane em 2008, deixando 60 mil pessoas sem transporte. Os passageiros apedrejaram o trem.

Intervalos crônicos
Autora do livro de crônicas A Viajante do Trem, Andréia Garcia, 42 anos, promove saraus na estação do Brás. Usuária da CPTM há 20 anos, ela publica toda semana em seu blog casos que só acontecem ali.

“Embora estejam mais confortáveis e com linhas novas, os trens ainda são superlotados. É preciso diminuir o intervalo, mas isso depende de mais trens e menos falhas”, diz. “Há várias linhas que não se concretizam como prometido, o que é sério. Isso dá a entender que, por ser investimento público, as verbas escorrem, como não deveriam, causando os atrasos que todos vemos a cada dia.”

Reforçando a queixa de seu colega Grego, do Sinfer, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, Leonildo Bittencourt Canabrava, cobra investimentos na manutenção da frota, das vias, da sinalização, da comunicação e do fornecimento de energia. “Os trens saem a cada cinco minutos, mas com a redução de velocidade e paradas entre as estações esse intervalo muda no trajeto. Do jeito que estão as vias, não há hoje como diminuir os intervalos”, afirma Canabrava.

Segundo ele, os maquinistas relatam os problemas que afetam as viagens. As soluções chegam a demorar três, quatro meses. Nas condições atuais, cinco trabalhadores levam uma hora para trocar um dormente, e os trens ficam sem circular por cerca de duas horas, no início da madrugada. Por isso, a curto prazo, é necessário contratar trabalhadores e investir em equipamentos mais modernos. E a médio prazo, tirar do papel o ferroanel, para que os trens de carga, lentos e pesados, deixem de usar as linhas dos trens de passageiros.

A companhia lucrou R$ 123,3 milhões em 2014, apesar de cortes. E informa em seus relatórios que moderniza os sistemas de energia, construindo e reformando subestações e cabines seccionadoras em praticamente todas as linhas; que revitaliza a faixa ferroviária em toda a rede, essencial para a conservação das vias; e que implementa os chamados sistemas de sinalização e de comunicação entre trens, centro operacional e estações. Porém, no final de fevereiro, suspendeu, por tempo indeterminado, diversos contratos.

Segundo o próprio governo paulista, foram suspensos 38 dos 252 contratos da estatal em obediência ao Decreto 61.061, assinado por Alckmin em janeiro sob alegação de equilibrar as despesas. As responsabilidades de falhas são lançadas sobre trabalhadores. Descarrilamentos e acidentes geralmente sobram para o maquinista.

São profissionais que estudam na própria CPTM para operar seus trens durante oito horas por dia, sem horário de almoço, fazendo refeições fracionadas a cada troca de composição na estação terminal – pouquíssimos deles almoçam, mas só porque conquistaram esse direito na Justiça. Entram a cada dia em horário e locais diferentes. Têm de estar atentos à sinalização e a qualquer nova trepidação na via e se antecipar a falhas na comunicação, muito frequentes. É quando é apertado o botão “prosseguir em velocidade reduzida” ou o trem é parado. “Toda atenção é pouca. Se avançar a sinalização, o trem sair do trilho ou bater no da frente, na melhor das hipóteses estamos na rua”, afirma Canabrava.

Conforme os sindicatos, falta manutenção também nas estações. Das 96, só 30% estão no padrão. Na Brás Cubas, há uma diferença de 30 centímetros entre o piso da plataforma e a porta do trem. A CPTM fala em construção, reforma e adaptação de estações, destacando a de Franco da Rocha, entregue ano passado, e obras nas de Suzano e Ferraz de Vasconcelos.

Porém, a estação de Francisco Morato, que já foi paga, não passa de um sonho da população. Licitada em 2009 e prometida para março de 2011, só deverá ficar pronta no final de 2017. O consórcio vencedor, Consbem/Tiisa/Serveng, cobrou

R$ 65,5 milhões para construir esta e a estação de Franco da Rocha, que já entregou. A CPTM pagou R$ 63,5 milhões. A estação provisória, desde 2010, tem plataformas estreitas. Para acessá-las, os usuários são obrigados a atravessar sobre os trilhos. O portão de saída não dá vazão principalmente no horário de pico. Não há acessibilidade para idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

Daniele Almeida, estudante: só justificativas para sem fim
“A justificativa é que a estação fica numa área de aterramento, instável, que alaga e requer obras da prefeitura, como um piscinão. E que há briga na Justiça com o consórcio que perdeu a licitação”, conta a estudante de Jornalismo Daniele Almeida, 21 anos, moradora de Franco da Rocha.

Também integrante do Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana, ela participou de reunião em junho com o presidente da CPTM, Paulo de Magalhães Bento Gonçalves. Daniele já chegou a ficar dentro de um trem lotado por mais de duas horas, no escuro, com as portas fechadas, entre as estações Pirituba e Piqueri. “Havia mulheres grávidas, pessoas passando mal. Só depois de uma hora e meia fomos informados de que faltou energia.”

O estudante da UFABC Caio Ortega afirma que a CPTM é “controlada por pessoas que não conhecem a empresa e tampouco sabem o que farão para reduzir a humilhação diária à qual o passageiro é submetido nos horários de pico”. Para ele, há dez anos o governo estadual subestimou a demanda dos subúrbios, para então se espelhar excessivamente no Metrô. “Ignorou as longas distâncias, negligenciou regiões que giram em torno de cidades como Jundiaí, Campinas, Santos e São José dos Campos, agravando a pressão sobre as rodovias e enfraquecendo o papel da ferrovia como serviço de metrô urbano e regional.”

A solução do problema, avalia o estudante, depende de reforma administrativa que afaste a CPTM do antigo sistema ferroviário e se volte para o cenário atual. E que constitua um plano de desenvolvimento apoiado nos trilhos, envolva as prefeituras e estimule planos diretores abrangentes. “O governo precisa ser menos preguiçoso, ouvir consultores, pesquisadores, a população, e acabar com os contratos e seus aditivos intermináveis que assina com as grandes empreiteiras que financiam sua campanha.”

Tabela mapa trens

Linha 7 –Rubi: Inaugurada em 1867, passou à E. F. Santos a Jundiaí e à Rede Ferroviária Federal. Trens velhos superlotados, problemas de sinalização e fornecimento de energia.

Linha 8 –Diamante: Criada em 1875 como Companhia Sorocabana, foi estatizada em 1919 e em 1971 tornou-se Fepasa. Carece de reformas. A manutenção dos trens piorou com terceirização desses serviços.

Linha 9 – Esmeralda: Entre 1998 e 2000 ganhou estações e trens novos. Superlotada, a linha mais bonita carece de subestação elétrica e tem gargalos nas integrações Pinheiros e Largo 13.

Linha 10 –Turquesa: Com a mesma origem da Linha 7, tem trens antigos, superlotados, panes elétricas e de sinalização. Como nas demais linhas, os trilhos irregulares precisam de reforma.

Linha 11 – Coral: Criada em 1875 para ligar São Paulo e Rio, tornou-se E.F Central do Brasil em 1889. Superlotada, necessita de novas estações e de sistemas de controle e sinalização.

Linha 12 – Safira: Construída em 1932 pela Central do Brasil, tem estações antigas, em péssimo estado de conservação, composições superlotadas e problemas elétricos e na sinalização.

Expresso Leste: Complementar à linha 11 Coral, para somente nas estações Brás, Tatuapé e Guaianases. Seus trens são os mais lotados de toda a rede.

Prejuízos generalizados

Dinheiro federal - Somente em aval para empréstimo até o momento, o governo federal já concedeu R$ 22 bilhões para o estado, junto ao BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e instituições multilaterais de fomento, como Banco Mundial, JBIC, BID, entre outros, para obras metroferroviárias.
Do PAC Mobilidade Urbana, o estado e as cidades paulistas ganharam R$ 4,5 bilhões a fundo perdido do Orçamento Geral da União. Serão R$ 400 milhões para a Linha 18–Bronze, monotrilho que ligará a cidade de São Paulo a São Bernardo do Campo, passando por Santo André e São Caetano.
Também serão repassados, a fundo perdido, R$ 1,3 bilhão do Orçamento da União para três projetos: a construção da Linha 13–Jade, duas novas estações na linha 9 e a reforma de 18 estações. A lista de obras é longa:

Atrasos – Os usuários deverão continuar se apertando por muito mais tempo. As razões dos atrasos vão de obras paralisadas pelo Tribunal de Contas por irregularidades em editais, em licitações e em contratos, a falta de recursos.

Extensão Linha 9 até Varginha – Orçada em R$ 727 milhões, a obra que inclui a estação Mendes foi prometida para 2014. Ainda em fase de desapropriação dos terrenos, tem novo cronograma para 2016, com recursos do PAC.

Linha 13-Jade – Ligação de São Paulo ao aeroporto de Guarulhos, com 12,2 quilômetros de extensão, ao custo de R$ 1,8 bilhão, deverá transportar 130 mil passageiros por ano. Prometida para 2014, não deve sair antes do final de 2017. Alckmin alega que faltam repasses federais, mas o projeto original não previa recursos da União.

Modernização de estações – Em 2007, o então governador José Serra (PSDB) prometeu modernizar 63 estações ao custo de R$ 2,5 bilhões no prazo de quatro anos. O prazo terminou em 2011, mas apenas 15 estações (23% do prometido) foram modernizadas.

Trens regionais – São Paulo a Sorocaba – Anunciado em 2013 e previsto para funcionar em 2017, não tem data para sair do papel. O projeto prevê investimento de R$ 4 bilhões, com a construção de trilhos e estações em Sorocaba e São Roque. 

Trem Intercidades – Litoral-Interior – Em dezembro de 2013, sem detalhar o projeto, Alckmin anunciou um trem ligando São Paulo, Santos, Jundiaí, Sorocaba, Campibnas e São José dos Campos. A primeira etapa começaria por Campinas. A ideia está parada no Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas.

por Cida de Oliveira
Informações: Rede Brasil Atual

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