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São Paulo tem menor frota de ônibus em 5 anos

segunda-feira, 24 de março de 2014

A Prefeitura de São Paulo registrou em janeiro e fevereiro a menor frota de transporte coletivo dos últimos cinco anos na cidade. A média mensal de ônibus e micro-ônibus no início de 2014 foi de 14.764 veículos, 208 a menos que o verificado no mesmo período do ano passado, quando a capital somava 14.972 ônibus. O número é o mais baixo desde 2009, quando São Paulo reunia 14.748 veículos.
Foto: Márcio Pinho/G1
Os dados estão no site da SPTrans, órgão da prefeitura que administra o serviço de transporte coletivo na cidade, e dizem respeito ao total de ônibus cadastrados, incluindo os de reserva.

A SPTrans afirma que a redução na frota não significa que os ônibus estão mais lotados. Isso porque o número de coletivos articulados aumentou de 1.282 para 1.360 em 2013. Cada um dos veículos transporta até 128 pessoas. A frota passou a contar ainda com 155 veículos articulados maiores, de 23 metros de comprimento.

A Prefeitura citou ainda o fato de que 111 ônibus foram incendiados em São Paulo desde o ano passado, o que prejudicou o número de coletivos cadastrados. A administração municipal citou ainda a criação de 318 km de faixas exclusivas na capital, o que "otimizou" o uso do transporte coletivo, já que, com mais velocidade, os ônibus fazem o trajeto mais rapidamente.

Muitos usuários do sistema, porém, reclamam que a criação das faixas exclusivas não foi acompanhada de um aumento na quantidade e na frequência de coletivos. Algumas pessoas apontam linhas superlotadas e atribuem o fato ao corte de linhas feito pela prefeitura no redesenho que começou em 2013.

De acordo com a SPTrans, 141 linhas foram substituídas e 31, seccionadas (divididas em trechos). A maioria (84%) das substituições ocorreu na Zona Leste da capital, onde a concessionária Itaquera Brasil foi descredenciada após seus funcionários terem feito várias paralisações. A administração municipal, no entanto, não fala em linhas "excluídas", e destaca a criação de mais 73 itinerários.

A SPTrans diz que o objetivo das mudanças é melhorar o transporte público na cidade. "A diminuição de sobreposições de trajetos e a criação de linhas mais curtas fazem parte de medidas com essa finalidade", informou o órgão municipal em resposta aos questionamentos do G1.

Além disso, a SPTrans afirma que os passageiros de trajetos alterados tiveram, de modo geral, "benefícios com a redução no tempo de viagem em boa parte das linhas". E que continua monitorando as alterações feitas.

No entanto, após uma reunião pública entre o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, e o Movimento Passe Livre (MPL), em fevereiro, a SPTrans resolveu suspender as mudanças nas linhas de ônibus. Integrantes do MPL criticaram a reorganização que vem sendo realizada, alegando que ela serve apenas para aumentar o lucro das empresas, já que os empresários do transporte coletivo ganham conforme o número de passageiros transportados. Ao final do encontro, Tatto prometeu não fazer novas alterações sem falar com a população antes.

Redução da frota
A redução da frota de ônibus em São Paulo entre 2013 e 2014 é pequena em termos percentuais (cerca de 1,5%). Já o número de passageiros transportados em média por mês foi de 230 milhões entre janeiro e fevereiro deste ano, 5,4% a mais que no mesmo período de 2013.

A principal diminuição na frota se deu em relação aos ônibus oferecidos pelas concessionárias, de tamanho convencional e articulados. Em janeiro e fevereiro, foram contabilizados 8.776 veículos desse tipo em média, contra 8.973 nos primeiros dois meses de 2013. Já o número de micro-ônibus circulando na cidade sofreu uma pequena alteração e foi em média de 5.988 veículos no início de 2014, o que representa 11 veículos menos do que em 2013.

Informações: G1 São Paulo

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Prefeitura de São Paulo promete entregar 2 mil novos e modernos ônibus até 2017

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Ônibus prateado, com "cara de Metrô", ar-condicionado e tomada para carregar o telefone celular. A Prefeitura de São Paulo vai começar a entregar 100 veículos novos por mês, do tipo BRT, que irão circular nos 121,3 quilômetros de corredor de ônibus e 386,8 quilômetros de faixas exclusivas da capital - rede estrutural de transporte coletivo.

Segundo o secretário municipal de Transporte, Jilmar Tatto, pelo menos 2 mil veículos deste tipo estarão em circulação até o começo de 2017.

Um desses coletivos começou a ser exposto nesta terça-feira, 16, em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, na região central.

Os modelos com capacidade para 118 passageiros em pé e outros 55 sentados também terão Wi-Fi grátis e catraca dupla para evitar filas no lado de fora dos coletivos.

"Em viários com grandes carregamentos de pessoas, tem que colocar ônibus grande", afirmou Tatto. O objetivo desses BRTs, segundo Tatto, é "andar em linha reta", por isso eles não vão rodar dentro de bairros.

"Não tem sentido um ônibus desse tamanho entrar em um bairro. Na Vila Madalena tem ônibus grande andando dentro do bairro, o que não faz sentido."

Para atender os bairros e regiões com viários menores e estreitos, a São Paulo Transportes (SPTrans) vai aumentar a oferta de linhas circulares.

De acordo com Tatto, o ideal é que as linhas do chamado sistema local, não entrem nos corredores de ônibus. Caso seja necessário, este tipo de veículo não vai ultrapassar a casa dos 20% dos coletivos pequenos em corredores de transporte coletivo.

Metrô sobre pneus

A cor prateada do BRT tem como objetivo criar uma identidade visual, informando aos passageiros que aquele veículo trafega em corredores e faixas exclusivas de ônibus.

Tatto afirmou que a Prefeitura vai "metronizar" os ônibus do sistema estrutural na cidade São Paulo. Hoje, os veículos que trafegam pelos corredores tem duas cores: branca e a da concessionária (azul, verde, lilás, amarelo, laranja e vermelho).

Além da cor que é igual a dos vagões do transporte sobre trilhos, os BRT's, segundo a promessa de Tatto, também terão intervalos menores, operação assistida (acompanhamento em tempo real por meio de GPS) e partidas programadas.

O prefeito Fernando Haddad (PT) também foi conhecer o novo ônibus.

"O transporte coletivo sobre superfície é cada vez mais regra do que exceção, mesmo onde tem rede metroviária ampla", afirmou.

De acordo com ele, até o final de julho a Prefeitura deve lançar a audiência pública para a nova concessão do transporte público em São Paulo. As exigências serão cobradas nos contratos com as empresas.

Informações: Exame Abril

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Número de paulistanos que usam carro todos os dias cai, diz pesquisa

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A porcentagem de motoristas que têm carros e usam seus veículos todos os dias ou quase todos os dias caiu de 56% em 2014 para 45% em 2015. É o que mostra a 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana feita pelo Ibope, a pedido da Rede Nossa São Paulo e da Fecomercio SP. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (22), dentro da Semana da Mobilidade 2015. Nesta terça é comemorado o Dia Mundial Sem Carro.

O secretário dos Transportes da capital paulista, Jilmar Tatto, participou da solenidade e comemorou números apresentados. Entre eles, o apoio de 90% entre os 700 entrevistados à construção de faixas e corredores de ônibus, uma das apostas da gestão Fernando Haddad (PT).
“Mostramos que é possível aumentar a velocidade dos ônibus e as pessoas hoje ficam menos tempo nos pontos de ônibus”, disse. Segundo ele, a velocidade média saltou de 13 km/h para 22 km/h.

O secretário disse ainda que ficou “feliz” com o fato de apenas 53% reprovarem a redução dos limites de velocidade na cidade. Ele afirmou que o tema é recente e levantou polêmica na cidade, mas que já alcançou uma aprovação de 43% – outros 4% não souberam ou não responderam.
O secretário também teve de responder a um dado negativo para a Prefeitura de São Paulo, que é o fato de 59% dos entrevistados dizerem que os ônibus estão mais lotados.

“Por que o ônibus está lotado? Porque falta metrô. Tem linhas que você tem ônibus de três em três minutos. Não adianta por mais ônibus porque o viário não comporta. Precisa de transporte de massa”, disse.

Ele completou sua fala afirmando que os dados mostram que a Prefeitura de São Paulo está "no caminho certo", mas que o governo do estado e também o federal têm de atuar de forma incisiva para melhorar a mobilidade na capital.

Cerco aos campões de multas
O secretário afirmou durante sua participação no evento que a Prefeitura que fechar o cerco aos motoristas campões de multas na cidade. A administração mandou uma minuta de convênio à Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo para que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) possa atuar também parando motoristas. Atualmente, esse trabalho é feito apenas pela Polícia Militar.

A Prefeitura conta atualmente com mais de 800 radares na cidade dotados de leitor automático de placas (LAP), que permitem determinar a rotina dos motoristas infratores e pontos onde passam com frequência.

Tatto lembrou um dado já divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de que cerca de 5% dos motoristas são responsáveis por 50% das multas da cidade. E disse ainda que muitos não pagam as infrações e já estão com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com a quantidade de pontos estourada.
“Essa pessoa não pode circular na cidade. Esses 5% nem multando. Tem que tirar da via. É caso da polícia”, afirmou Tatto.

O “poder de polícia” da Guarda Civil Metropolitana foi autorizado por uma lei federal (13.022), sancionada em agosto pela presidente Dilma Rousseff. Desde então, a Prefeitura já estabeleceu um convênio entre a CET e a GCM para que os guardas atuem também como fiscais de trânsito.

Outros números
Os pesquisadores entrevistaram 700 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro.

A pesquisa questionou os paulistanos sobre o fechamento de vias, como a Avenida Paulista, para automóveis aos domingos. Segundo o balanço, 64% declararam ser a favor da “abertura para lazer e circulação de pedestres e ciclistas". Contra a medida foram 33% e 3% não opinaram.

O percentual favorável vai ao encontro dos resultados das primeiras audiências públicas sobre o tema, ocorridas no domingo (20). Moradores que participaram das discussões concordaram em fechar as avenidas Sumaré e Paulista, aos domingos e feriados, das 10 às 17h, liberando-as para pedestres e ciclistas.

Ciclovias
Outro ponto polêmico da gestão de Fernando Haddad (PT), a construção de ciclovias foi abordada na pesquisa. De acordo com o levantamento, 59% dos entrevistados se disseram favoráveis, contra 38% dos que são contra (3% não opinou).

O percentual dos que usam bicicleta todos os dias ou quase todos os dias, porém, foi baixo: 7% dos entrevistados. Entre a maioria que não utiliza, 44% disse que passaria a andar de bicicleta se fosse mais seguro; 18%, se tivesse mais sinalização nas ruas; 13%, mais ciclovias (em 2014, esse número era 26%). O número de pessoas que não usaria a bicicleta “de jeito nenhum” diminuiu: neste ano foram 13%, contra 24% em 2014.

Tempo no trânsito
O tempo médio de deslocamento para atividade principal (trabalho ou escola) ficou em 1h44, resultado idêntico ao registrado na pesquisa de 2014. Dos 700 ouvidos, 23% disseram que levam pelo menos duas horas para ir e voltar e 35%, entre uma e duas horas.

O tempo médio parado no trânsito (que leva em conta, além do trajeto para a atividade principal, os demais deslocamentos na cidade) ficou em 2h38 - em 2014 eram 2h46. Ao todo, 48% dos paulistanos gastam pelo menos duas horas por dia em seus deslocamentos. Entre os que utilizam carro, o tempo médio ficou em 2h48. Já quem usa transporte público diariamente chegou a 2h56.

Confira outros resultados da pesquisa:
Áreas problemáticas na cidade: as mais citadas foram saúde (55%), segurança pública (37%), educação (33%), desemprego (33%), trânsito (29%), transporte coletivo (27%), abastecimento de água (21%) e poluição (17%).

Poluição: 59% consideram a poluição do ar como a mais grave e 30%, a da água. No ano passado, 70% citavam a do ar como a mais grave e 18%, a da água. Ao todo, 62% dos entrevistados (ou alguém que mora no mesmo domicílio) já tiveram problemas de saúde decorrentes da poluição na cidade.

Posse de carro: 60% têm carro, e 40%, não. A região da cidade com menos posse de carros é o Centro, com 46%, e a maior é a Oeste, com 67%.
Utilização do carro de passeio: 32% usam todos os dias ou quase todos; 36%, de vez em quando; 25%, raramente.

Uso diário de um ou mais meios: 28% dos entrevistados se locomovem a pé; 25%, de transporte coletivo; 18%, de carro; e 3%, de bicicleta.

Transporte público coletivo: 25% usam todos os dias; 19%, quase todos os dias; 34%, de vez em quando; 15%, raramente; e 6%, nunca. Pesquisa avaliou que 80% dos entrevistados deixariam de usar o carro se tivesse uma boa alternativa de transporte. Em 2014, eram 71%.

Ônibus: 59% disseram que o a lotação dos ônibus aumentou no último ano, 30% afirmaram que está igual e 8%, que diminuiu. O tempo de duração da viagem está igual para 34%, aumentou para 32% e diminuiu para 31%. O tempo de espera pelos ônibus está igual para 43%, aumentou para 30% e diminuiu para 23%. A maioria dos entrevistados (90%) é a favor de construção de faixas e corredores de ônibus.

Pedestres: 40% afirmaram que as faixas de pedestres estão sendo "mais respeitadas"; 48%, que estão "menos respeitadas"; e 9% não perceberam mudanças. Em 2014, 33% disseram que as faixas eram "mais respeitadas" e 52%, "menos respeitadas".

Propensão a sofrer acidentes: 46% afirmaram que os motociclistas estão mais sujeitos a acidentes; 33%, que são os pedestres; 18%, os ciclistas; e 3%, os motoristas.

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Inesperada, paralisação de ônibus fecha terminais; trânsito é recorde em São Paulo

terça-feira, 20 de maio de 2014

A paralisação inesperada de ônibus iniciada por motoristas e cobradores, na manhã desta terça-feira (20), em São Paulo, tumultuou a capital paulista durante todo o dia. A CET registrou, às 19h, 261 km de engarrafamento, recorde no ano. Pelas contas da Prefeitura, 15 terminais de ônibus foram fechados e cerca de 230 mil pessoas foram afetadas, segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. A CET chegou a suspender o rodízio de carros, entre 17h e 20h, e a PUC-SP, as aulas.
 Mais de 280 linhas foram afetadas, o que representa cerca de 20% do total que circula na capital (cerca de 1.300). Segundo a SP Trans, foram fechados os terminais Bandeira, Princesa Isabel, Amaral Gurgel, Parque Dom Pedro e Mercado (centro), Pinheiros, Lapa, Barra Funda, Butantã (zona oeste), Casa Verde, Pirituba, Santana, Cachoeirinha (zona norte), Varginha e Sacomã (zona sul).
Passageiros reclamaram da falta de ônibus em diversos pontos da cidade. Os motoristas iniciaram a paralisação no largo Paissandu, no centro de São Paulo, por volta das 9h50. Ruas e avenidas importantes das zonas oeste, sul e do centro foram fechadas pelos manifestantes.

USUÁRIOS RECLAMAM DE PARALISAÇÃO: "CATRACA LIVRE SERIA MELHOR"

"Greve é isso mesmo produção. Andar a pé para chegar ao trabalho e chegar atrasada é o fim. Andar a pé para chegar em casa é o fim", disse Caroline Garcia.
Alguns internautas, como Daniela de Jesus, fotografaram as fileiras de ônibus estacionados na cidade.

"[Avenida] Francisco Morato com os ônibus todos parados. Triste e revoltante ", escreveu.

A mobilização é feita por motoristas e cobradores das viações Santa Brígida, Gato Preto, Sambaíba, Via Sul e Vip. Eles são contrários à proposta de reajuste salarial acolhida pela maioria da categoria em assembleia nessa segunda-feira (19) no Sindimotoristas, sindicato que representa os cobradores e condutores da capital paulista.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reconheceu que a administração municipal foi pega de surpresa com o protesto. O prefeito informou que Tatto foi acionado para avaliar "providências cabíveis", entre elas disponibilizar uma frota adicional para substituir os ônibus em greve.

"Ontem, recebi uma comunicação do sindicato dos empresários dizendo que fecharam um acordo com a categoria. Então, para mim foi uma completa novidade, uma dissidência do sindicato que não aceita os termos do acordo", afirmou.

Tatto, classificou como "injustificável" a paralisação de motoristas e cobradores em São Paulo. Ele afirmou que "um pequeno grupo está sabotando" o transporte público, e disse ainda que a PM (Polícia Militar) precisa agir para garantir o direito de ir e vir das pessoas.

"Cheira a sabotagem o que estão fazendo na cidade de São Paulo. Não é uma manifestação legítima, não há uma pauta clara e os representantes do sindicato não estão participando", afirmou o secretário.

Na região de Pinheiros, na avenida Faria Lima, sete ônibus fecharam totalmente a pista sentido oeste, na altura da rua dos Pinheiros, provocando lentidão na via. No largo da Batata e na rua Teodoro Sampaio, uma longa de fila de ônibus ocupa as faixas da direita.

Trânsito
Às 19h, a capital registrou 261 km de engarrafamento, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), maior trânsito do ano. A média para o horário fica entre 105 km e 139 km.

O recorde anterior foi registrado há pouco mais de um mês, na véspera do feriadão de Páscoa e Tiradentes: 258 km, em 17 de abril deste ano, às 17h30. O maior trânsito já registrado em São Paulo é de 309km, no dia 14 de novembro de 2013, às 18h.

Imagens: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão
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Criado no Brasil, Sistema BRT invadiu o mundo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nos anos 70 o Brasil tinha 100 milhões de habitantes e certamente menos problemas do que agora, com uma população de 200 milhões, a maioria concentrada em aglomerações urbanas. Entre os problemas urbanos graves que se multiplicam, como falta de moradias, excesso de população, alarmantes índices de violência, inclui-se a paralisia do trânsito, causada pelo excessivo contingente de automóveis e um retumbante descaso com o transporte coletivo.

Se o transporte público está nessa inglória situação não foi por omissão de um arquiteto e urbanista que sempre colocou a mobilidade coletiva acima do transporte individual. Este urbanista chamado Jaime Lerner, que desde os anos 70 prega no deserto das cidades, foi reconhecido no exterior e tem seguidores, entre eles o engenheiro Wagner Colombini Martins, da Logit Consultoria e autor de vários projetos internacionais de Bus Rapid Transit (BRT), o sistema que privilegia o ônibus.

Ao lado de Lerner, Colombini será um dos palestrantes do Seminário NTU que vai discutir problemas e soluções da mobilidade para a Copa do Mundo de Futebol marcada para 2014 no Brasil.

Colombini tem viajado por boa parte do mundo para implantar o sistema BRT. Suas incursões envolvem África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010, e México, país que promoverá os Jogos Panamericanos de 2011.

Foi num dos hotéis do México que Colombini respondeu por email as questões formuladas por Technibus. Eis o conteúdo da entrevista:
TechnibusPor que o Brasil, dono de uma das maiores indústria de ônibus do mundo não consegue criar corredores de ônibus eficientes que promovam o transporte coletivo? Ainda mais quando se leva em conta que o País é pioneiro no mundo em corredores exclusivos e exportador de projetos. Em casa de ferreiro espeto tem de ser de pau?
Wagner Colombini – O Brasil pecou pela implantação de maus projetos que vieram depois do sistema pioneiro de Curitiba. Tais projetos deterioraram o ambiente no entorno e causaram má reputação à idéia de se implantar corredores de ônibus. Também contribuiu para a não proliferação de corredores de ônibus o fato de que os formadores de opinião no setor transporte são originários do Metrô de São Paulo e de outros sistemas sobre trilhos. Acrescento ainda que o governo federal mantém uma estatal, a CBTU, uma empresa de trens urbanos, em vez de ser companhia de transportes urbanos. A CBTU entende que a fórmula sobre trilhos é a única solução.

Technibus Como a experiência vivida por técnicos brasileiros no México, Colômbia, África do Sul poderá ser útil para que o Brasil tenha sucesso no BRT para a Copa de 2014?
Colombini – Os sistemas BRT foram inventados em Curitiba e pegaram força desde a implantação do Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia. Eles são baratos e podem ser implantados por todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo no Brasil.
Technibus O Brasil terá tempo para isso?
Colombini – Os sistemas BRT podem ser implantados em pouco tempo. Dou como exemplos o Transmilenio, que levou dois anos para ser construído, e o projeto Macrobus, de Guadalajara, no México, que levou pouco mais de um ano. A grande dificuldade enfrentada por esses sistemas foi a negociação com os operadores locais uma vez que em geral não existiam empresas operadoras de transporte, prevalecendo o sistema “hombre-camión” (indivíduos proprietários de veículos). O Brasil não deverá enfrentar esse tipo de problema, pois tem uma comunidade operadora madura e organizada em forma de empresas.

Technibus Foram escolhidas as 12 cidades sedes para a Copa de 2014. Na sua avaliação quantas poderiam ter BRT. Onde seriam? E quais os custos?
Colombini – Todas as cidades poderão implantar sistemas BRT para resolver as suas necessidades por transporte, visando apoiar a realização dos jogos durante a Copa do Mundo. Os custos deverão estar na ordem de R$ 20 milhões por quilômetro, incluindo desapropriações. Os sistemas BRT podem apresentar capacidade similares aos sistemas sobre trilhos e utilizam tecnologia 100% nacional, privilegiando a criação de empregos locais na sua implantação.


Technibus Enumere as cidades onde você implantou o BRT? Quantifique os corredores, quilometragem, características, passageiros transportados e outras informações.
Colombini – Participei do Transmilenio, de Bogotá, sistema que deverá ser ampliado em 2011. O Transmilenio conta hoje com 100 quilômetros de extensão, tem estações centrais, fechadas, dotadas de bilheterias e catracas similares a estações de metrô. O sistema transporta cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia. O Transmilenio opera em canaleta exclusiva, no centro de uma via e, como disse, tem estação central fechada. A plataforma das estações está em nível. As estações contam com faixa de ultrapassagem. Importante frisar que o Transmilenio foi inspirado em Curitiba, só que adotando a estação central e o conceito de ônibus expresso, com faixa de ultrapassagem, o que permitiu atingir níveis de capacidade nunca antes imaginado por um sistema operado por ônibus articulados.

Outro projeto em que estou envolvido é o Macrobus, em Guadalajara, no México, com 15 quilômetros de extensão, similar ao Transmilenio, mas com menor capacidade. O Macrobus transporta hoje, dois meses após sua inauguração, mais de 100 mil passageiros por dia. Participei ainda do Expresso Tiradentes, na cidade de São Paulo. O conceito é semelhante ao sistema de Curitiba, com cerca de 8 quilômetros de extensão, com estações laterais, veículos de alta capacidade, pré-pagamento nas estações e mais de 100 mil passageiros por dia.

Tenho ainda atuado em diversos projetos de sistemas planejados para serem implantados no futuro próximo: Corredor Expresso Celso Garcia (São Paulo), Corredor T5 (Rio de Janeiro), Sistema Rea Vaya (Joanesburgo, África do Sul), Sistema iKapaRapid (Cidade do Cabo, África do Sul), Sistema DART (Dar es Salaam, Tanzânia), Corredor Juan Justo (Buenos Aires), Transmilenio Fase 3 (Bogotá) e Macrobus Fases 2 e 3, em Guadalajara.

TechnibusFale sobre a experiência com BRT na África do Sul. Até 2010 quantos corredores vão operar no país sede da Copa? Dê detalhes das obras, das características, dos corredores, da frota.
Colombini – São nove as cidades-sede da Copa 2010 na África do Sul. Pelo menos 6 delas estão desenvolvendo projetos para implantação de sistemas BRT. Os sistemas têm em geral grande extensão. Joanesburgo terá um sistema com 300 quilômetros de extensão – já para a Copa cerca de 50 quilômetros de corredores deverão estar implantados.
O sistema de tarifa deverá ser com base na distância percorrida, fora do padrão brasileiro de tarifa única. Há também uma tendência de implantar serviços tronco-alimentados e de utilização de veículos articulados, com diesel padrão Euro-4 devido à busca por baixa emissão de poluentes. Friso, no entanto, que há uma grande dificuldade na negociação com os serviços de lotações, que predominam no transporte público urbano nas cidades da África do Sul.

TechnibusComo fazer para que um BRT dê certo? Por que sistemas são bem sucedidos e outros não emplacam?
Colombini – Todo projeto tem que ter um líder, um campeão, que vai enfrentar todas as dificuldades políticas e negociais para sua implantação. Este líder precisa ter convicção ao negociar com os diversos interessados (população no entorno, empresas de ônibus, provedores de tecnologia, setor de engenharia de tráfego etc).
É preciso ainda que o líder tenha poder para reestruturar as rotas (em geral, tronco-alimentadas) e força para retirar as linhas que competem no corredor, além de evitar a presença de piratas. Fora tais condições essenciais, o projeto tem que ser adequado e permitir real prioridade ao transporte coletivo. Entre os requisitos técnicos estão as estações que precisam ser dimensionadas com folga no nível de ocupação. Devem ser instaladas em módulos, contemplando de início locais de maior demanda.
É essencial ainda que o corredor tenha características de projetos que promovam melhora do meio urbano e isso pressupõe estações fechadas, com pré-pagamento, que garantam rápido embarque e desembarque de passageiros. Tais providências asseguram velocidade de operação e evitam filas nas estações. Importante também: o corredor deve ter garagens de ônibus junto aos extremos, nos bairros.

TechnibusQuais os custos de implantação (incluindo desapropriação) do BRT versus metrô?
Colombini – O sistema BRT tem custo de implantação na faixa de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões por quilômetro. Já um sistema de metrô custa acima de US$ 100 milhões por quilômetro. De custo intermediário, o sistema VLT demanda recursos acima de US$ 25 milhões por quilômetro.

Technibus Fale de outros BRTs em projeto no Brasil?
Colombini – A cidade do Rio de Janeiro tem vários projetos (T5, Linha C, Via Light, Av. Brasil). Na cidade de São Paulo o corredor Celso Garcia tem todas as características para receber um BRT. Há ainda o corredor Itapevi-Pinheiros, em desenvolvimento, e que envolve negociação entre vários municípios por abranger cidades daárea metropolitana da Grande São Paulo.
Na capital gaúcha pretende-se implantar um conjunto de BRT, denominado projeto Portais da Cidade, enquanto Belo Horizonte pretende adotar um corredor BRT típico na Avenida Antônio Carlos, além de projetos de uma rede do sistema. Recife, Salvador, Rio Branco, entre outras cidades, também têm projetos prevendo a adoção de BRT.

Receitas de um sistema que acelera a mobilidade
Países pobres, emergentes e ricos, não importa, todos eles enfrentam problemas de mobilidade com o fenômeno da urbanização que faz crescer exponencialmente o trânsito sem que a infraestrutura viária possa acompanhar a demanda do transporte individual.

A resposta dos gestores públicos para enfrentar o nó nas cidades tem sido cada vez mais oferecer opções de transporte coletivo de alta capacidade, boa qualidade e custos moderados.

O Bus Rapid Transit (BRT) tem sido uma saída buscada por países como o México, que tem um programa de transporte massivo por ônibus, promovido pelo governo federal. Mesmo quadro se repete na Colômbia e no Peru, que vem implantando um programa de BRT na capital, Lima, e em algumas outras cidades.

Na África do Sul, o governo local também encampou o BRT de olho na Copa do Mundo de 2010. A implantação de sistemas de transporte massivo por ônibus está em curso em cidades de maior porte do país africano.

Da mesma forma o governo chinês, no canteiro de obras de infraestrutura em que transformou o país de 1,3 bilhão de habitantes, tem programa de implantação de BRTs e de otimização das malhas de transporte coletivo.

Nem Nova York resistiu ao BRT. A cidade, este ano, ganhou o prêmio de mobilidade ao ter um programa de forte apoio ao transporte sustentável baseado na implantação de BRTs, ciclovias, na restrição ao uso do automóvel e na implantação de áreas de uso público de muita qualidade.

Mas o que é BRT? Quem explica de forma didática é Wagner Colombini, consultor da Logit, empresa especializada em projetos de BRT com sistemas implantados ao redor do mundo.
BRT é basicamente sistema de transporte por ônibus e, idealmente, apresenta as seguintes características:
1 – Os veículos de um BRT em geral são de grande capacidade (padron, articulado ou biarticulado).
2 – Os ônibus trafegam em canaleta exclusiva, no centro de uma via.
3 – As estações são centrais e o passageiro paga ao entrar na estação, de forma similar ao que ocorre com os sistemas sobre trilhos.
4 – As estações são fechadas, com abrigo e proteção ao passageiro.
5 – Entradas ou saídas dos passageiros, nos ônibus, são feitas em plataformas, instaladas no mesmo nível do piso interno do veículo. Permite-se, com isso, movimento seguro e rápido aos usuários, além de acessibilidade universal a todos cidadãos portadores de deficiências de locomoção.
6 – O BRT em geral é dotado de faixas para que se possa ultrapassar ônibus estacionados nas estações.
7 – As faixas de ultrapassagem são utilizadas por ônibus de serviços expressos ou semiexpressos, que ligam os principais pontos de origem/destino no corredor.
8 – Sistemas BRT são dotados de centro de controle operacional que recebem informações fornecidas por GPS instalados nos veículos, por sua vez conectados com uma central. O objetivo é manter a regularidade operacional do sistema.
9 – O sistema BRT tem comunicação visual destacada para que o passageiro o diferencie de um sistema de ônibus comum.
10 – A velocidade média comercial dos serviços de um BRT é elevada, na faixa de 22 km/h para serviço parador e de 35 km/h para serviços expresso ou semiexpresso.
11 – Os sistemas BRT apresentam grande capacidade de atendimento de demanda. Podem chegar a níveis semelhantes aos praticados pelas mais carregadas linhas de metrô. O BRT Transmilenio apresenta demanda acima de 40 mil passageiros por hora, no trecho mais carregado, no pico da manhã.


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Ônibus de SP terão 300 câmeras para multar veículos

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Secretaria Municipal de Transportes abriu uma consulta pública para definir a instalação de 300 radares dentro dos ônibus municipais da cidade, ao custo de pelo menos R$ 43.178.796,48 por um período de 48 meses. Os equipamentos fiscalizarão as invasões de carros nas faixas exclusivas e corredores, desrespeito ao rodízio municipal e também vão flagrar veículos procurados ou sob investigação da polícia.

Ainda não há prazo para que os ônibus "dedo-duro" comecem a circular e aplicar multas na capital. A consulta pública vai ainda definir o formato e as regras para a licitação do serviço. Apesar da medida já estar norteada pela secretaria, ainda é possível fazer mudanças. A novidade tecnológica foi anunciada em abril do ano passado. Na época, não havia detalhes de custo, quantidade de radares e quais outros tipos de fiscalização os radares fariam.

O equipamento é uma espécie de radar móvel em movimento constante, pois será instalado em ônibus municipais que trafegam nos principais corredores de ônibus e faixas exclusivas do viário de São Paulo.

O termo de referência do edital prevê que os radares flagrem carros circulando sem o licenciamento ou a inspeção veicular — que ainda não foi definida pela prefeitura —, caminhões circulando em áreas proibidas, além de ônibus do tipo fretado que também estiverem em áreas restritas.

Em 2013, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, falaram sobre a medida, ainda não havia uma regulamentação específica do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para a instalação de radares em ônibus. Agora, de acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), atuações desse tipo já são permitidas. A resolução 458 do Contran foi publicada em novembro de 2013, permitindo que os órgãos de fiscalização instalem radares em veículos em movimento.

Mobilidade

A prefeitura defende que a medida deve ser implementada para melhorar a fluidez do transporte coletivo em faixas exclusivas de ônibus e corredores. A justificativa usada pela Secretaria Municipal de Transportes no lançamento da consulta pública, no Diário Oficial da Cidade de ontem, é justamente a política de implementação das áreas para coletivo.

De acordo com a pasta, 70% das autuações em faixas exclusivas à direita foram feitas por marronzinhos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e fiscais da SPTrans (São Paulo Transporte). Com isso, a prefeitura pretende liberar os fiscais para organizar o trânsito, o que é defendido por especialistas de trânsito.

"O agente de trânsito vai poder fiscalizar outras infrações, organizar o trânsito na cidade", afirmou o engenheiro Horácio Augusto Figueira, especialista em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP). Ele defende esse tipo de fiscalização que a prefeitura quer colocar em prática na capital. A CET afirmou que a cidade será a primeira do Brasil a ter esse tipo de fiscalização com câmeras instaladas dentro de ônibus.

Informações: R7.com

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Reclamações de passageiros de ônibus em São Paulo caem 45% em um ano

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Um dos medidores de satisfação dos usuários de ônibus na cidade de São Paulo, as reclamações sobre o sistema caíram 45% na comparação entre janeiro e setembro do ano passado com o mesmo período de 2014. Segundo dados da SPTrans, empresa municipal que administra ônibus e empresas na capital, nos nove primeiros meses de 2013 foram recebidas 73.037 reclamações de usuários. Neste ano, o número caiu para 40.118. A prefeitura credita a redução à implantação das faixas exclusivas de ônibus.

A SPTrans divulgou apenas os números de cinco tipos de reclamações: intervalo excessivo da linha, motorista não parar no ponto quando solicitado, conduta inadequada do operador, direção perigosa e não realizar ou descumprir partidas programadas.

Desses itens, o de intervalo excessivo foi o que apresentou queda mais significativa no período analisado, passando de 30.857 em 2013 para 12.615 neste ano – redução de 59%. Apesar da queda de reclamações, é o item que gera o maior número de queixas por parte dos passageiros.

Quem se queixa disso, por exemplo, é a analista de sistema Bruna Valnei, 29 anos. Moradora do bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo, ela precisa pegar um ônibus e o metrô para chegar ao trabalho na Santa Cecília, na região central.

“Dentro do terminal Carrão, só tenho uma linha que me deixa perto de casa. Costumo pegar esse ônibus por volta das 21h. Chego a esperar 25 minutos. Quando pergunto para os fiscais o motivo da demora, eles dizem que é trânsito. Mas nesse horário nem é mais hora de pico ”, diz.

No segundo lugar do ranking, o item de não atendimento ao embarque e desembarque teve redução de 41%, passando de 19.341 em 2013 para 11.341 até setembro deste ano. Este item também foi apontado pela analista de sistema como problemático em sua região. Ela diz que frequentemente ônibus deixam de parar no ponto porque já tem outro que faz o mesmo trajeto e tem o mesmo destino embarcando passageiros. “Só que o da frente já está cheio e a gente não consegue entrar”, reclama.

Os itens conduta inadequada do operador e direção perigosa tiveram redução de 29% e 38%, respectivamente. O descumprimento ou não realização de partidas programadas teve redução de 10% no número de queixas. Entre os itens, este foi o que recebeu o menor número de reclamçãoes. Foram 3.932 neste ano, contra 4.391. Curiosamente, segundo relatórios parciais da verificação independente dos contratos dos serviços de transporte coletivo da cidade, produzidos pela empresa Ernst & Young (EY), concessionárias e permissionárias podem ter ganhos financeiros de até R$ 370 milhões ao não cumprir partidas programadas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (4) pela Prefeitura de São Paulo. 

"O pagamento às empresas é calculado de acordo com passageiros transportados. No entanto, quando você não realiza as partidas, coloca menos ônibus e o mesmo número de passageiros. Então, a prefeitura paga caro por um serviço ruim e a população fica apertada e espera um ônibus que não vem", explica o engenheiro e mestre em transporte pela USP, Sérgio Ejzenberg. 

Faixa exclusiva

A SPTrans informou que as reclamações caíram porque a velocidade dos coletivos aumentou com a consolidação da implantação das faixas exclusivas de ônibus. Uma das principais ações do governo de Fernando Haddad (PT), 368,5 km de faixas exclusivas foram criadas nesta gestão. Ao todo, a cidade tem 458,5 km de vias segregadas para os coletivos. 

“A queda de reclamações é resultado de uma série de medidas adotadas pela Secretaria Municipal de Transportes, como a implantação de mais de 360 quilômetros de faixas exclusivas à direita, o que permitiu o aumento da velocidade dos ônibus, diminuindo o tempo de espera nos pontos de parada, com ações de tratamento das queixas dos usuários”, informa, em nota. 

Para o consultor em planejamento de transporte Marcos Bicalho, as faixas realmente contribuíram para percepção de que o transporte de ônibus melhorou. No entanto, diz ele, isso tem que ser confrontado com dados reais de velocidade do sistema.

“A percepção do usuário é mais difusa e pode refletir uma série de fatores. Ela pode ser maior do que de fato a medida porque as pessoas sentem uma sensação boa quando estão em um ônibus em movimento, enquanto os carros estão parados nas outras faixas, mesmo que ele tenha perdido muito tempo no ponto”.

De acordo com pesquisa realizada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e divulgada em setembro deste ano, a velocidade dos coletivos aumentou 68,7% nas faixas inauguradas nos oito primeiros meses de 2014. A velocidade foi medida em 66 trechos que somam 59,3% de vias onde a velocidade passou de 12,4 km/h para 20,8 km/h.

A assistente de eventos Angélica Santiago, 27 anos, que mora no Jardim São Bernardo, na região do Grajaú (zona sul), e usa apenas um ônibus para chegar ao trabalho no Brooklin Novo, na mesma região, elogia as mudanças no sistema de transporte.  

“Os ônibus chegam mais rápido no ponto. Antes, ficava esperando mais de 10 minutos. Agora não fico nem cinco. Apesar de mais rápidos, os motoristas estão mais cuidadosos e não dirigem como se transportassem uma carga de boi”, diz, elogiando o aumento no número de radares.

“A prefeitura colocou mais radares na região que ando também. Então, além de os carros não invadirem a faixa exclusiva, os motoristas dos ônibus não podem ultrapassar o limite de velocidade”.

Fiscalização

O engenheiro Ejzenberg diz que a intensificação da fiscalização é o principal fator para o aumento na percepção de melhora dos usuários. No entanto, ele faz ressalvas. “A fiscalização ainda tem falhas graves porque é feita por amostragens. São algumas centenas de fiscais correndo atrás de 15 mil veículos. Cada ônibus deveria ter um GPS, que mostraria em qual linha ele estaria alocado e os horários programados para as partidas desta linha. Assim, remotamente, poderia detectar se ele não partiu e onde está. O sistema já geraria um boletim, que poderia virar uma multa para empresa. É infalível”, diz ele.

O relatório da EY também encontrou falhas no sistema de fiscalização da prefeitura. De acordo com auditoria, cerca 10% das multas foram canceladas. A partir de uma análise de 25 cancelamentos, foi verificado que todas tinham erro ou rasura no preenchimento, o que causou a invalidação da punição. 

A SPTrans informou que as fiscalizações e vistorias são realizadas por 690 técnicos “interruptamente 24 horas por dia, nos terminais, faixas exclusivas, corredores, ao longo dos trajetos das linhas e no interior dos veículos”. Constatadas as irregularidade, as empresas são multadas.  

Outro lado

A SPUrbanuss (sindicato das empresas de ônibus) diz que a redução “significativa” no número de reclamações é “uma clara demonstração do empenho das empresas concessionárias em treinar e reciclar seus colaboradores, com o objetivo de prestar um serviço de qualidade aos seus clientes”.

O sindicato informou também que as empresas associadas investem em treinamento de direção segura semestralmente.

Para fazer reclamação, a SPTrans disponibiliza o telefone 156 ou o site. 

Informações: Último Segundo

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