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Espanha quadruplica trens-bala em três anos e lidera revolução europeia

domingo, 14 de abril de 2024

A Espanha quadruplicou sua oferta de trens de alta velocidade, que viajam a até 310 km/h, nos últimos três anos e tem liderado a Europa nesse ramo de transporte.

Desde 2021, quando a União Europeia aprovou um pacote ferroviário obrigando os países a abrirem seus mercados nacionais à concorrência, três novas empresas de trens-bala se uniram à antiga Renfe AVE (sigla para Alta Velocidade Espanhola).

A concorrência foi intensificada pela entrada da francesa Ouigo e da italiana Iryo e teve um efeito notável na redução dos preços. Um estudo recente da plataforma de venda de passagens Trainline destaca uma queda de preços de 65% desde 2019, com o preço médio atual do bilhete em torno de 35 euros, o que dá 22% a menos do que no ano passado. De 2021 para cá, a queda foi de 48%.

A estatal espanhola Renfe opera sua marca AVE desde 1992, quando iniciou uma linha regional entre Madri e Sevilha. E assim foi por quase três décadas, quando, em 2021, a empresa francesa de trens de baixo custo Ouigo chegou ao país.

A concorrência obrigou a Renfe a lançar no mesmo ano uma segunda marca de baixo custo, a Avlo, cujos trens não têm primeira classe e operam com preços que às vezes não chegam a 10 euros. A Avlo pode ter descontos entre 60% e 90% em relação à AVE numa mesma linha.

No final de 2022, foi a vez da Iryo, uma empresa que tem a estatal italiana Trenitalia em seu DNA. A Iryo, por sua vez, concorre diretamente com a AVE, oferecendo primeira classe, refeições, bebidas e vagões-restaurantes.

"O preço médio dos bilhetes caiu muito e a procura cresceu. A demanda cresceu justamente por causa dos preços mais baixos e melhor serviço, maior concorrência de serviços", afirmou à Folha Antonio García Salas, da associação Corredor Sudoeste Ibérico, que reúne cerca de 40 empresas envolvidas no ramo de transportes na região.

Segundo Salas, há uma quinta empresa de olho no mercado espanhol, a portuguesa B-Rail. "Apesar de Portugal ainda não possuir trem-bala, a B-Rail trabalha atualmente na implantação de uma linha Lisboa-Madri, que terá três horas de duração", diz ele.

Uma pesquisa de passagem Madri-Barcelona na plataforma Trainline para um dia normal -por exemplo, a próxima terça-feira (15)- oferece nada menos que 46 trens diferentes entre 6h15 e 21h10, com durações entre duas horas e meia e três horas e quinze minutos.

Os tíquetes mais baratos partiam de 19 euros (R$ 103), com opções da Avlo, às 10h30 e às 19h30, ou da Ouigo, às 21h. Os preços não são fixos como outrora. Agora, eles seguem o esquema das companhias aéreas, cujos algoritmos aumentam e diminuem os valores de acordo com o dia, horário, disponibilidade etc.

Assim, o primeiro trem da Avlo para esse dia, às 6h15, estava muito mais caro: com apenas seis lugares restantes, custava 55 euros (R$ 299) no momento da pesquisa.

Mas, às 6h40, a mais luxuosa Iryo cobrava a metade do preço da low-cost: 28 euros (R$ 152) ou 38 euros (R$ 207) na primeira classe, com refeição. Vinte minutos depois, às 7h, a AVE estava pedindo 121 euros (R$ 659) por um assento simples, ou 143 euros (R$ 779) para a primeira classe.

Como comparação, a distância entre as duas cidades espanholas (630 km) é maior que a São Paulo-Rio (450 km) ou São Paulo-Belo Horizonte (570 km).

"Diferentes países estão adotando essa lei [de abertura à concorrência] com diferentes níveis de entusiasmo", contou à Folha Mark Smith, expert em ferrovias europeias e mantenedor do site especializado The Man in Seat 61 (www.seat61.com).

"A França foi forçada a aceitar dois trens por dia da espanhola Renfe para Marselha e Lyon. Mas a estatal francesa SNCF (Société Nationale des Chemins de fer Français) é notória por fazer tudo o que pode para dificultar a entrada de outros operadores no país", disse.

A República Tcheca e a Itália, por sua vez, se abriram à concorrência de forma mais transparente, afirma ele. "A antiga Trenitalia e a nova Italo Treno agora competem na rede de alta velocidade entre as principais cidades italianas. A Polônia e a Eslováquia também abriram os mercados, mas não há nada na Suíça, que não pertença à UE, ou na Croácia, por exemplo", afirmou Smith.

O Reino Unido adotou outra política. "Em vez de permitir operadores de acesso aberto a toda a nossa rede ferroviária, privatizamos abrindo licitações para contratos de franquias. Assim, a concorrência acontece na fase em que o governo cede as franquias, e não na fase em que o passageiro compra as passagens", afirmou.

Para Salas, da associação Corredor Sudoeste Ibérico, uma outra grande vantagem da chegada de maior oferta dos trens-bala é que eles são mais modernos e, portanto, menos poluentes que os anteriores.

"No caso do sudoeste ibérico, a produção de eletricidade tem emissões quase nulas de CO2, os gases com efeito de estufa. A Extremadura, que é a região espanhola que fica perto da fronteira com Portugal, tem uma capacidade de produção seis vezes superior ao seu consumo. E tudo praticamente sem emissões de CO2. Os trens de alta velocidade funcionam com essa eletricidade. Entre os outros, alguns são elétricos, mas muitos ainda funcionam com diesel", afirmou Salas.

No mês passado, voltou à baila na Espanha a ideia de se proibir voos para onde há a opção de trens com até duas horas e meia de viagem. O movimento é parte do plano do governo para reduzir as emissões de carbono até 2050.

O PSOE, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, e a Sumar, coligação de esquerda que faz parte do governo, chegaram a um acordo no Congresso para reduzir esses voos domésticos, mas a maioria deles esbarra na exceção à regra: desde que não estejam ligadas a aeroportos que façam ligação com rotas internacionais.

Ou seja, os voos Madri-Barcelona, por exemplo, não poderão ser interrompidos porque quem compra uma passagem internacional em Barcelona poderia ter que passar por Madri para seguir viagem. O governo, no entanto, trabalha com a possibilidade de extinção de dez linhas.

"As pessoas costumavam pensar que três horas era o número mágico", explicou Mark Smith. Ele se refere ao fato de que, para o passageiro, uma viagem de trem de três horas equivale em tempo a um voo de uma hora. Pois é preciso contar meia hora indo ao aeroporto, uma hora para fazer check-in, uma hora para voar e mais meia hora do aeroporto de destino ao centro da outra cidade.

"Mas o presidente da estatal ferroviária francesa disse alguns anos atrás que o número mágico de três horas agora era de quatro ou até cinco horas por causa do tempo extra de check-in e da segurança adicional após o 11 de setembro. E também porque, nos trens, os empresários agora têm laptops, os trens agora têm tomadas e Wi-Fi, ou seja, o tempo no trem é tempo produtivo, e no voo não é bem assim", disse Smith.

"O perigo com essas propostas do governo é que elas parecem boas e geram manchetes positivas para os políticos. Mas se você não tiver cuidado, não terá nenhum efeito, especialmente se permitir voos onde você está conectado com um hub internacional", afirmou.

De fato, a França proibiu esses voos no ano passado, mas o efeito foi quase nulo para o mercado, pois atualmente se aplica a apenas três rotas do aeroporto de Paris Orly para Nantes, Lyon e Bordéus.

De qualquer modo, ajuda. De acordo com a indústria, a aviação representa 2% por cento das emissões globais de CO?. No entanto, estudos dizem que isso omite fatores-chave. Devido às emissões em altitude durante o voo, o impacto climático global da aviação pode ser responsável por 5% a 8% das emissões no mundo.

Informações: MSN
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A importância do BRT na Avenida Brasil e como diminuir engarrafamentos

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Em um lado da pista, passageiros no BRT Transbrasil conseguem reduzir bastante o tempo de viagem até o centro do Rio desde que o sistema começou a operar, no dia 01/04. Na mesma Avenida Brasil, fora da faixa exclusiva dos articulados, pessoas em ônibus convencionais e demais veículos sofrem com o aumento dos engarrafamentos, que em alguns casos impactam em muitas partes da cidade.

Na última quarta-feira (03/04), 184 km de congestionamento foram registrados às 8h. De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), em relação ao mesmo horário das últimas três quartas-feiras, esse número representou mais que o dobro da média (138%), já que esses dias tiveram 77 km de carros parados.

Especialistas destacam a importância do novo sistema de transporte coletivo e apontam o que pode ser feito para reduzir o problema.

“O Transbrasil é um marco para a cidade. É um corredor há muito tempo esperado. Ele tem uma escala diferente dos outros corredores do BRT, não só cortando diversos bairros do Rio, mas também conectando com municípios da Baixada Fluminense, ainda que isso esteja até o momento em suspenso, esse é um aspecto fundamental por conta da conexão com os ônibus convencionais provenientes da Baixada. É um corredor que tem um potencial de redução das desigualdades para a população como um todo. A gente estima que pode beneficiar até 58% da população do Rio de Janeiro, aumentando o acesso às oportunidades de emprego, principalmente para as pessoas de baixa renda“, declarou Clarisse Cunha Linke, diretora executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), que completou comentando as possíveis soluções para a redução dos engarrafamentos:

“Uma primeira questão é pensar em um pacote de medidas restritivas para caminhões de carga, que faça sentido, que seja coerente, acordado com o setor logístico. E uma segunda questão é a entrada do Governo do Estado para garantir que os ônibus intermunicipais façam parte da operação plena do BRT. É do interesse de todos que o sistema funcione, que seja bom e atrativo para que, inclusive, algumas pessoas possam trocar os carros pelos BRTs“.

Enquanto alguns novos usuários dos BRTs estão fazendo seus trajetos em bem menos tempo e sem congestionamentos, passageiros de linhas de ônibus convencionais municipais e intermunicipais que passam pela Avenida Brasil e motoristas de carros de passeio que usam a via diariamente têm sentido o trânsito piorar. “O trecho que eu levava uns 20 minutos em um dia normal, estou levando uma hora nos últimos dias. Ninguém anda. Tudo parado“, conta Anderson Ribeiro, que pega a linha 348 (Riocentro-Candelária) para chegar ao trabalho no centro da cidade.

Nesta segunda-feira, 08/04, mais registros de trânsito ruim na Avenida Brasil. Os trechos mais engarrafados ficavam na altura dos bairros de Irajá, Penha, Cidade Alta e Manguinhos. O Centro de Operações informou, às 7h15, que o gráfico de trânsito do Waze apontava congestionamento 15% maior que a média de três semanas. Contudo, frisando que que nesse período houve uma colisão entre caminhão e moto na pista central da via, na altura de Bonsucesso, que colaborou para o congestionamento.

Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes ainda não respondeu o contato da reportagem, que questionou sobre o que está sendo feito para corrigir o problema do trânsito na Avenida Brasil para quem não utiliza o BRT.

A Comissão de Transportes da Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizará, nesta terça-feira (09/04), às 10h30, audiência pública no Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia. A ideia é debater sobre os engarrafamentos e também a quantidade de multas aplicadas aos motoristas na primeira semana de funcionamento do sistema BRT na Avenida Brasil.

Informações: Diário do Rio

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Empresa quer linha de trem turístico entre Porto Alegre e Gramado; entenda o projeto

domingo, 7 de abril de 2024

Criada em janeiro deste ano, a empresa SulTrens quer criar uma linha de trem ligando Porto Alegre a Gramado. A proposta foi apresentada nesta semana ao secretário de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo. Porém, ela não está vinculada a qualquer projeto de mobilidade urbana, tendo objetivos puramente turísticos.

Administrador da SulTrens, Renato Grillo Ely, explica que o projeto surge na esteira da Lei das Ferrovias, aprovado em 2021, que prevê a exploração de linhas de trem por entidades privadas. “A partir disso, nossas três empresas estão associadas, estão estudando, e chegaram à conclusão que é viável a implantação desse sistema com as características proposta”, explica.

Quanto ao atendimento à população, Ely é taxativo ao destacar que o projeto não está vinculado ao atendimento de transporte à população. “O objetivo é o atendimento a uma demanda turística. A demanda de passageiros de transporte urbano é atendida até Novo Hamburgo pelo Trensurb”, resume o administrador. 

Michel Teló canta com gaúcha finalista do The Voice Kids e encanta público em Novo Hamburgo
Em compensação, de acordo com o administrador da SulTrens, não será necessário qualquer investimento público já que o projeto pretende atender a demanda privada. “ Ao governo cabe analisar os projetos, orientar o desenvolvimento dos estudos ambientais e, após aprovar os estudos ambientais, conceder as licenças. O papel do governo é fundamental, mas não há nenhum aporte financeiro.”

O trajeto
Mesmo sem valores definidos, tanto em investimentos quanto de passagem, Ely diz que já um plano traçado em relação a como vai funcionar o atendimento e também quanto ao trajeto. A expectativa da empresa é colocar um trem com capacidade de 250 passageiros, que funcionaria todos os dias. “Não temos nem o orçamento definitivo, só vamos ter no final do projeto de engenharia que estiver concluído.”

Um cronograma otimista aposta que em menos de 120 meses, ou seja 10 anos, a linha de trem já esteja em pleno funcionamento. A ideia é que as viagens comecem a partir das 7 horas com intervalos de uma hora entre cada partida da estação que ficaria posicionada no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

Depois das 10 horas os intervalos reduziram para partidas a cada meia hora até às 19 horas. O trecho a ser percorrido pelo trem passaria por trás das áreas urbanas de Canoas, Sapucaia, Novo Hamburgo, Taquara, seguindo por Nova Hartz até chegar a Gramado.

Bem visto
Na próxima semana a empresa deve se reunir mais uma vez com representantes do governo estadual para apresentar o projeto. O titular da Sedec, Ernani Polo, aponta para uma avaliação positiva da proposta. “Nos parece interessante isso porque em qualquer país ou outros estados também, que tem um desenvolvimento mais acelerado, os trens são uma realidade no transporte, na locomoção”, avalia.

Polo considera que, apesar de a proposta não ser voltada para o atendimento direto à população, a mesma será beneficiada. “O Estado não tem qualquer ingerência, interferência, mas é para a população, porque com certeza tendo esse transporte disponível é mais uma alternativa que ela vai ter”, avalia o secretário.

Informações: ABC Mais

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Em Salvador, Aplicativo MeuBuzu ajuda usuários do transporte coletivo a se deslocarem

terça-feira, 5 de março de 2024


Pense aí, você está em sua casa, no trabalho ou em qualquer outro local.

Aí surge aquela necessidade de ir naquele lugar que você nunca foi ou que não conhece direito e para piorar a situação você não tem um veículo próprio, aí já sabe né? Use o Meu Buzu Salvador e ache o Ônibus certo.

Meu Buzu Salvador

Vai ter que pegar um buzu, mas você nem sempre sabe qual pegar e tem vergonha de perguntar as pessoas na rua, e então o que fazer numa hora dessas?

Pois bem, foi nesse cenário que os ex-alunos de Ciência da Computação da Universidade Federal da Bahia, Gabriel Peixoto e Denildo Machado, criaram o MeuBuzu em 2011.

Na época, a população só contava com as informações que haviam no site da Transalvador, que apesar dos itinerários, não ofereciam uma maneira prática para o usuário realizar uma busca.

Focado nesse problema, os dois coletaram essas informações a fim de facilitar a procura por itinerários dos ônibus na cidade. Dessa maneira surgiu o Meu Buzu, um site independente que tem como função básica ajudar aqueles que querem se deslocar por Salvador utilizando o transporte coletivo.

Obs: O Meu Buzu é um site INDEPENDENTE, portanto não é vinculado a nenhuma instituição governamental, empresa privada ou qualquer outro tipo de instituição.

Informações: MeuBuzu

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De São Paulo a Campinas em 1 hora: veja quem deve disputar o leilão do Trem Intercidades e o valor da tarifa

domingo, 18 de fevereiro de 2024

O governo fará no próximo dia 29, na B3, leilão para definir o consórcio que vai construir o Trem Intercidades (TIC) que ligará Campinas a São Paulo. A expectativa do governo é que dois consórcios enviem propostas, sendo um deles formado pela CCR (que opera quatro linhas de metrô e trem em São Paulo) junto com a Alstom e investidores franceses, e outro um grupo composto por Comporte (que opera o metrô de Belo Horizonte) com a chinesa CRRC Sifang.

O projeto, um dos prioritários da gestão Tarcísio de Freitas e que faz parte do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal, será feito por meio de parceria público-privada em que o estado pagará uma parte, e uma empresa custeará o restante. O trem deve ficar pronto em 2031, transportando uma média de 60 mil passageiros por dia, mas o leilão abarca três serviços.

Além do TIC Campinas — que é um serviço expresso, com “trem de viagem”, o primeiro de média velocidade no país, com assentos marcados, mesas e bagageiro —, o projeto envolve a criação do Trem Intermetropolitano (TIM) entre Jundiaí e Campinas, com quatro paradas, e a concessão da Linha 7 (Rubi) da CPTM.

O trem até Campinas terá composições com capacidade para cerca de 800 passageiros que farão o percurso de 96 quilômetros em pouco mais de 60 minutos, a uma velocidade de até 150 quilômetros por hora. Será uma viagem quase direta de São Paulo até Campinas: haverá apenas uma parada, em Jundiaí).

O preço da tarifa será de no máximo R$ 64, mas a empresa poderá conceder descontos para quem comprar antecipadamente. O governo espera que o serviço seja atraente para quem viaja de ônibus e fretados entre as cidades — especialmente a população que vive em Campinas e trabalha na capital.

A vencedora será aquela com maior desconto na contraprestação pecuniária, ou seja, o valor que o governo deve pagar todo ano para garantir a operação dos serviços. O leilão inicialmente estava previsto para novembro, mas em outubro o edital foi alterado aumentando os valores que o governo investiria no projeto, após conversas com players do mercado que apontaram um baixo interesse em custear metade da obra — inicialmente, a ideia era que privado e público dividissem o aporte em 50% cada.

— É um projeto pesado e arriscado. Todo mundo falou, “diminui a minha alavancagem porque a geração de caixa do projeto só começa depois do oitavo ano”. Já para o estado, quanto antes eu pagar, menos eu pago — explicou Rafael Benini, secretário estadual de Parcerias e Investimentos.

Agora, o governo deve pagar cerca de 70% da obra (cerca de R$ 8,5 bilhões), e a maior parte dos recursos foi obtida por meio de um financiamento junto ao BNDES. Mas a fatia de recursos públicos não para aí, já que o governo vai pagar R$ 255 milhões de contrapartida por ano (R$ 7,6 bilhões em 30 anos) de contraprestação pecuniária, além de uma garantia de demanda.

O governo garante ao privado 90% da demanda programada. Caso haja demanda menor, o governo pagará o que falta à concessionária. Se o número de passageiros for mais de 110% o estimado, o privado e o poder público compartilham a receita igualmente.

— Para a Linha 7 e no TIM, eu pago por trem rodando. No TIC, eu garanto 90% da receita que eu estimei. Se tiver menos, eu pago para o privado, se tiver mais que 110%, a gente divide. Isso é o compartilhamento da demanda. A contraprestação pecuniária é para fechar a conta, porque mesmo com o compartilhamento da demanda, a conta não fechava — explicou o secretário.

O consórcio vencedor será aquele que oferecer o maior desconto na contrapartida pecuniária e, caso o interessado consiga zerar esse valor, deverá oferecer também um desconto no aporte que o governo fará na obra.

Benini cita um “frio na barriga” e diz não saber o que acontecerá no dia do leilão, mas que está confiante com ao menos duas participações. Na semana passada, o governador fez um tour pela Europa para apresentar o projeto.

Se o serviço expresso até Campinas só vai virar realidade daqui a sete anos, as mudanças para quem viaja até Jundiaí devem ser sentidas em prazo mais curto. Caso o leilão seja bem-sucedido, o contrato deve ser assinado em até quatro meses. Depois disso, começa a transferência da tecnologia da CPTM para a empresa que irá operar a Linha 7 (Rubi).

Haverá um período de treinamento de um ano, e depois disso o parceiro privado vai operar o ramal por mais um ano, sob supervisão da estatal. A ideia é evitar repetir os constantes problemas enfrentados nas linhas 8 e 9, que passaram para as mãos da ViaMobilidade (CCR) em 2021.

De Jundiaí a Campinas
Hoje, a Linha Rubi tem 19 estações, ligando Jundiaí até a Luz, mas, após a concessão, perderá duas paradas e terminará na Barra Funda, porque a Estação da Luz não tem mais espaço para expansão e, com o TIC, será necessário criar novas plataformas e trilhos.

— A gente já está tomando medidas paliativas para resolver esse problema através de outras linhas — disse Benini.

Completada a Linha 7, a próxima etapa é a entrega do TIM de Jundiaí a Campinas, cuja obra deve ser terminada em 2028. O trecho terá paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos — a tarifa deve ser de no máximo R$ 28,10. A partir de 2031, é esperada a entrega do TIC, serviço expresso ligando a capital até Campinas.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/02/16/de-sao-paulo-a-campinas-em-1-hora-veja-quem-deve-disputar-o-leilao-do-trem-intercidades-e-o-valor-da-tarifa.ghtml

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Conheça o 1º trem bala do mundo que viaja sobre a água a 300 km/h

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Em termos de desenvolvimento ferroviário, a China está inquestionavelmente à frente. Em apenas uma década, o gigante asiático construiu quase 40 mil km de estradas de alta velocidade, mais do que o resto do mundo somado, e quer chegar aos 70 mil km até 2035. No caminho para este objetivo, o país acaba de abrir ao público a primeira linha de alta velocidade construída sobre água.

A nova linha ferroviária estende-se por 277 km através da região de Fujian, perto do Estreito de Taiwan, e liga as cidades costeiras de Fuzhou, Zhangzhou e Xiamen, ambas na província do sudeste da China.

A decisão de construir a linha não é acidental. Fujian desempenha um papel geopolítico fundamental, pois é a parte da China continental mais próxima da ilha autônoma de Taiwan. Na verdade, a cidade de Xiamen fica a apenas 10 km de Kinmen, a região mais ocidental de Taiwan.

De acordo com a Xinhua, a agência de notícias governamental da República Popular da China, no início de setembro o Partido Comunista publicou uma circular que falava em “facilitar e melhorar a conectividade e integração entre Fujian e Taiwan”. Entre as propostas apresentadas estava a construção de uma ponte literal e metafórica sobre o estreito.

Segundo a China Railway, operadora ferroviária estatal, a velocidade máxima dos comboios neste percurso é de 350 km por hora e, entre outros detalhes, o percurso atravessa 84 pontes e 29 túneis. Nos 20 km de trilhos que passam pelo mar, a equipe de construção utilizou robôs inteligentes e aço ecologicamente correto e resistente à corrosão para erguer as tramas ferroviárias sobre a água. Segundo a mídia estatal, a obra foi um desafio devido à geografia montanhosa do terreno.

O primeiro trem da linha estreou no dia 28 de setembro do ano passado, durante uma cerimônia em Fuzhou, de onde saiu às 9h15 da manhã (horário local). A nova linha é apenas um dos muitos projetos de infraestrutura promovidos pelo governo chinês em 2016, quando foi anunciada a iniciativa ferroviária “Oito Horizontais e Oito Verticais”.

Grande aposta da China
A diferença entre o nível de desenvolvimento alcançado pela China e o resto do mundo pode ser parcialmente explicada pelos custos de investimento. Enquanto na China um quilômetro de comboio de alta velocidade custa entre 15 e 18 milhões de euros, na Europa a mesma unidade custa entre 22 e 34 milhões de euros.

Embora o boom de infraestruturas na China seja uma questão de vontade política, especialistas e investigadores no assunto explicam que o país “pode mobilizar muita mão-de-obra e materiais de construção baratos”. Além disso, as empresas de construção utilizam enormes quantidades de aço, alumínio e outros materiais com alto teor de carbono de origem local que impulsionam a economia daquele país.

Outra razão pela qual a Europa está longe de ser rival da China neste domínio é que o esforço do velho continente para desenvolver este sistema de transporte envolve iniciativas nacionais e individuais, em vez de se concentrar em cooperativas internacionais para coordenar horários, tarifas e passagens de fronteiras.

Em outras palavras, a Europa precisa unificar a sua rede ferroviária de alta velocidade para que, por exemplo, viajar de Madrid para Roma seja possível pagando um único bilhete e evitando transferências inconvenientes, atrasos desnecessários e sobretaxas devido à falta de flexibilidade.

Longe de ser um interesse exclusivamente sustentável, a China optou por este método para ligar o seu território, mas também para facilitar a defesa nas regiões autônomas do Tibete, Mongólia Interior e Xinjiang, bem como para mostrar o seu poder tecnológico a nível internacional.

Na potência mundial que inaugurou a primeira rota de comboios de alta velocidade apenas em 2003, hoje o número de viagens ferroviárias supera o de qualquer outro transporte e, em algumas rotas, a preferência por esse meio de transporte é tal que há voos diretos que foram cancelados.

Informações: O Globo
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Como os trens de alta velocidade estão modernizando e desenvolvendo a Ásia

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Foi a inauguração do “trem-bala” Shinkansen na década de 1960 que provavelmente deu início à revolução ferroviária de alta velocidade, representando uma conquista econômica triunfante para o Japão que o ajudou a retornar ao cenário internacional após a turbulência que experimentou durante os 20 anos desde a sua derrota na Segunda Guerra Mundial. Conseguindo hoje gerar velocidades de até 320 quilômetros por hora (km/h), o Shinkansen conquistou uma merecida reputação de pontualidade, segurança e conveniência, com trens ligando a capital às principais ilhas do país: Honshu, Kyushu e Hokkaido.

Mas embora o sistema ferroviário do Japão continue a ser uma maravilha, a China ocupa a primeira posição entre as melhores redes ferroviárias de alta velocidade do mundo. Surpreendentemente construída em apenas 15 anos, a rede ferroviária da China abrange agora mais de 40.000 quilômetros – mais do que a circunferência do globo inteiro – e está no caminho certo para atingir 70.000 quilómetros até 2035. Além disso, com comboios operacionais a atingirem regularmente velocidades de 350 km/h. , o sistema ferroviário de alta velocidade da China também é o mais rápido do mundo, superando confortavelmente os do Japão e da França.

Como guardiã das tecnologias ferroviárias mais avançadas do mundo, a liderança da China sobre o resto do mundo só parece destinada a aumentar à medida que continua a impulsionar a inovação e a qualidade do seu serviço ferroviário. Em 3 de julho, por exemplo, meios de comunicação locais informaram que um trem de alta velocidade de próxima geração havia estabelecido um novo recorde de 453 km/h em um teste ao longo de um trecho da ferrovia de Fuqing a Quanzhou, na província de Fujian, no leste da China. Se esta tecnologia se tornar comum na vasta rede ferroviária da China nos próximos anos, o mundo poderá testemunhar pela primeira vez tempos de viagem de comboio quase comparáveis ​​aos das viagens aéreas. Um serviço ferroviário de 400 km/h entre Pequim e Xangai, por exemplo, poderia acabar por demorar apenas 2,5 horas – um pouco mais do que um voo típico entre os dois gigantes metropolitanos da China.

E com a rede ferroviária já a cobrir vastas áreas do país – incluindo zonas rurais mais remotas – está a contribuir muito para ligar as diversas comunidades da China, impulsionar as economias locais e criar novos empregos. O serviço também é competitivo com o transporte rodoviário e aéreo em distâncias de até cerca de 1.200 quilômetros. “As tarifas são competitivas com as tarifas de ônibus e aéreas e representam cerca de um quarto das tarifas básicas de outros países”, observou o Banco Mundial em 2019, acrescentando que a padronização de projetos e procedimentos reduziu significativamente os custos para cerca de dois terços daqueles em outros países. “Isto permitiu que o transporte ferroviário de alta velocidade atraísse mais de 1,7 mil milhões de passageiros por ano de todos os grupos de rendimentos.”

A boa notícia para a Ásia, entretanto, é que a China está agora a trazer a sua experiência em transporte ferroviário de alta velocidade para toda a região. O projeto emblemático a este respeito é a linha China-Laos, com 1.000 quilômetros de extensão, que liga Kunming, a capital da província de Yunnan, no sudoeste da China, com a capital do Laos, Vientiane. Embora a construção deste empreendimento da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) tenha sido concluída em dezembro de 2021, o serviço transfronteiriço de 160 km/h para passageiros começou em 13 de abril deste ano, com um trem por dia circulando inicialmente em cada direção e tomando 10 horas e 30 minutos, incluindo paradas alfandegárias e de imigração nas fronteiras dos dois países.

“O lançamento de serviços transfronteiriços de passageiros irá satisfazer as aspirações dos povos dos dois países em relação às viagens transfronteiriças e continuará a promover um caminho de desenvolvimento, felicidade e amizade”, disse Chen Pei, vice-gerente geral da China Railway Kunming. Group Co. (CR-Kunming), disse no lançamento do serviço. O presidente do Laos, Thongloun Sisoulith, disse ao Nikkei Ásia no final de Maio que a ferrovia “contribuiu imensamente para a nossa economia e irá certamente proporcionar-nos um futuro muito melhor”.

A Nikkei Asia também informou que o transporte de turistas e mercadorias entre a China e o Laos, bem como a vizinha Tailândia, aumentou após o início do serviço. E embora alguns estejam receosos de que o projecto tenha implicações financeiras significativas, o presidente do Laos permanece desafiador no seu apoio. “Eles não compreendem o sentimento do povo do Laos, o quão orgulhosos estão de ter a primeira ferrovia no nosso país”, acrescentou o Presidente Thongloun Sisoulith. O projecto “contribuirá significativamente para os nossos esforços na transformação do nosso país de um país sem litoral para um país ligado à terra, e isto é certamente algo de que muitas pessoas estão muito orgulhosas”.

Sublinhando a ambição deste projecto financiado pela BRI está o objectivo de que o serviço ferroviário não termine simplesmente em Vientiane. Em vez disso, já foram traçados planos para prolongar a viagem através da Tailândia até ao sul do Laos antes de chegar à Malásia e terminar em Singapura, à medida que a China procura estabelecer ligações de transporte sólidas com grande parte do Sudeste Asiático. E com um sistema ferroviário de alta velocidade separado entre a capital da Indonésia, Jacarta, e a cidade vizinha Bandung, na ilha densamente povoada de Java, a ser lançado em breve, grande parte da região está a ser rapidamente ligada.

Talvez tão importante como as iniciativas da China seja a vontade de Pequim de capacitar os seus vizinhos para desenvolverem as suas redes ferroviárias de alta velocidade, sublinhando assim a importância da transferência de tecnologia no desenvolvimento económico dos países asiáticos. “À medida que a cooperação no projecto ferroviário de alta velocidade China-Tailândia se aprofunda, o desejo da Tailândia de projectar e construir ferrovias de alta velocidade por conta própria tornou-se gradualmente mais forte. Eles esperam desempenhar um papel maior na cooperação futura”, escreveu uma equipe liderada por Gao Rui, engenheiro sênior do China Railway International Group (CRIG), de propriedade estatal, na revista chinesa Railway Standard Design em abril. “Em resposta aos repetidos pedidos da Tailândia para transferência de tecnologia e ensino sobre a tecnologia ferroviária de alta velocidade da China em reuniões conjuntas do comitê, a China concordou em repassar a tecnologia para a Tailândia sob a premissa de não violar as leis chinesas.”

Contudo, as realizações da China com linhas ferroviárias internacionais de alta velocidade e outros projectos da BRI significam que os detratores não estão longe, lançando acusações de “armadilhas da dívida” que estão a ser arquitetadas nos países em desenvolvimento. E com países de rendimento mais baixo, como o Laos, a sofrerem num contexto de deterioração do ambiente económico global ao longo dos últimos 18 meses, particularmente através dos preços inflacionados de importações essenciais, como alimentos e combustíveis, essas acusações só se tornaram mais fortes. “Não negamos que temos dívida, especialmente com a China”, reconheceu Thongloun Sisoulith, sublinhando também que as obrigações da dívida do Laos são “ainda administráveis” e “não tão grandes como outros países estão a viver” e que contrai empréstimos junto de outros parceiros regionais. , incluindo o Japão, o Vietname e o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB). “Temos ouvido rumores sobre esta ‘armadilha da dívida’ e quero apenas esclarecer que esta não é a realidade que o nosso país enfrenta. Queremos reafirmar que o empréstimo que procuramos de qualquer país é para nos ajudar a construir um alicerce para o nosso desenvolvimento económico.”

E, em última análise, é esse “desenvolvimento económico” que muitos dos planos ferroviários de alta velocidade da China para a Ásia e para além dela estão precisamente a servir. “Os impactos vão muito além do setor ferroviário e incluem mudanças nos padrões de desenvolvimento urbano, aumento do turismo e promoção do crescimento económico regional”, observou Martin Raiser, diretor do Banco Mundial para a China, em julho de 2019. “Um grande número de pessoas agora podem viajar com mais facilidade e confiabilidade do que nunca, e a rede lançou as bases para futuras reduções nas emissões de gases de efeito estufa.”

Mas embora o comboio de alta velocidade domine agora grande parte da paisagem expansiva da China, bem como a do Japão, da Coreia do Sul, da maior parte da Europa e de parte do Norte de África, um interveniente notável está ausente desta lista crescente de assinantes. Na verdade, os Estados Unidos continuam, indiscutivelmente, a ser um retardatário no desenvolvimento ferroviário, com a maioria dos americanos ainda dependente de automóveis e companhias aéreas para viajar. De acordo com a empresa ferroviária nacional de passageiros Amtrak (National Railroad Passenger Corporation), apenas 600 quilômetros de trilhos estão operacionais para seu serviço de mais de 100 milhas/hora (160 km/h). “Muitos americanos não têm noção de transporte ferroviário de alta velocidade e não conseguem ver o seu valor. Eles estão irremediavelmente presos a uma mentalidade rodoviária e aérea”, explicou William C. Vantuono, editor-chefe da Railway Age , a publicação mais antiga da indústria ferroviária da América do Norte, à CNN em abril.

Mas os tempos poderão mudar se o Congresso dos EUA aprovar a Lei Build Back Better, uma lei de infra-estruturas que destina 10 mil milhões de dólares em financiamento para o desenvolvimento de corredores ferroviários de alta velocidade. A Amtrak e a Texas Central Partners também confirmaram recentemente que estão buscando subsídios federais para um serviço ferroviário de alta velocidade proposto de 380 quilômetros entre as cidades texanas de Dallas e Houston, permitindo que uma viagem entre duas das cinco principais áreas metropolitanas do país leve menos de 90 minutos. E a operação privada da Brightline na Florida assinou um acordo laboral com um sindicato de construção ferroviária e recebeu apoio governamental para financiamento federal para construir uma ligação ferroviária de alta velocidade no valor de 10 mil milhões de dólares entre as cidades de Los Angeles e Las Vegas até 2027.

Embora estas notícias possam parecer uma gota no oceano em comparação com a extensa rede ferroviária de alta velocidade que a China está a facilitar em toda a Ásia, são pelo menos um começo na direção certa para a modernização dos antiquados sistemas de transportes públicos dos EUA.

Por Nicholas Larsen, no International Banker

Informações: O Cafezinho
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Grande Recife: Politicas passadas, menos ônibus e mais incentivos a carros e motos

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Hoje a cidade do Recife tem segundo o Ministério dos transportes quase 750mil veículos e uma população de 1,5 milhão de habitantes, o que dá uma média de 01 veículo para cada 02 pessoas e a situação fica mais preocupante se levarmos outras cidades da região metropolitana onde Olinda com 151 mil, Paulista com 120 mil e Jaboatão dos Guararapes com 228 mil veículos leva esse número a mais de 01 milhão e 200 mil veículos cadastrados em números atualizados, visto que esses dados são de setembro de 2023.

Pois bem, diante desses números alarmantes já de alguns anos atrás, parece que tais informações não chegaram ao conhecimento do governo Raquel Lyra (PSDB), onde a prioridade deveria ser ao transporte coletivo em detrimento do individual, no caso carros e motos, e na contramão dessas medidas o governo diminuiu IPVA dos automóveis e motos e para piorar ainda mais a situação, retirou de circulação mais de 200 ônibus deixando os usuários como menos ofertas e aumento de intervalos.

Essa política já ultrapassada trouxe grandes prejuízos as grandes metrópoles brasileiras onde a economia ficou travada nos congestionamentos, principalmente na capital paulista que nos últimos anos vem mudando a politica cultural do carro investindo em metrôs, monotrilhos e corredores de ônibus e mesmo nos dias atuais ainda colhe os maus frutos das más politicas passadas. 

As contas do Governo do Estado
Segundo levantamento da Diretoria de Sistemas da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-PE), a redução do IPVA para 2,4%, serão beneficiados 3,1 milhões de veículos, uma redução da economia para os contribuintes. Por exemplo, um contribuinte com um carro popular no valor aproximado de R$ 70 mil precisou pagar um IPVA de R$ 2.100 em 2023 (alíquota de 3%). Já em 2024, esse contribuinte vai passar a pagar o valor de R$ R$ 1.680, o que representa uma redução de 20%.

Incentivo a Motos por Aplicativos
Ainda para promover a simplificação tributária e um ambiente de maior equidade fiscal, o governo propõe conceder benefícios fiscais para mais contribuintes do IPVA. O texto prevê isenção do pagamento do imposto para mototaxistas, iniciativa que vai alcançar aproximadamente 22 mil motocicletas.

Hora, é fato conhecido hoje que é preciso subsidiar o sistema de transporte com receitas oriundas do Estado e especialistas defendem que essas receitas venham dos veículos individuais com receitas vindas do IPVA, estacionamentos e até pedágios urbanos, pois além de ter um caráter social, o transporte coletivo hoje não se paga mais só com a tarifa cobrada aos usuários.

Menos 200 ônibus
Entre setembro de 2022 e setembro deste ano, a quantidade de ônibus para atender os usuários caiu de 2.301 para 2.118, um verdadeiro retrocesso no sistema que acaba aumentando os intervalos e consequentemente afasta ainda mais aqueles usuários que passam a tirar seus carros das garagens e ainda o mais grave, faz com que muitos desses usuários não suportem mais e deixem de vez o sistema indo financiar mais um veículo.

Blog Meu Transporte

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O calor na rotina de quem usa transporte público no Grande Recife

domingo, 10 de dezembro de 2023

“Não adianta nada colocar ar-condicionado pra ficar uma quentura dessa”, essa foi a afirmação de uma idosa com aparência de 70 anos para o homem ao lado, por volta das 11h30, em um BRT que fazia a linha Abreu e Lima-PCR,. Quando escutei a frase, olhei para o termômetro e ele estava marcando 32,5º. Essa foi a média durante 15 minutos de viagem no trecho entre o Terminal Integrado Pelópidas ao Terminal Integrado PE-15.

Calor e desconforto fazem parte do dia a dia de estudantes e trabalhadores que precisam utilizar o transporte público na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte, quase 1 milhão e 300 mil passageiros circulam diariamente nos 2.159 veículos, distribuídos em 383 linhas. 

Em uma experiência para avaliar as condições de temperatura dos coletivos, percorri o trajeto de Norte a Sul com um equipamento chamado termo-higrômetro, um tipo de termômetro, que mede a temperatura do ambiente. Foram dois dias indo e vindo, em diferentes trajetos realizados em dez ônibus, com o ponto de partida no bairro de Maranguape 1, em Paulista.

1º dia: rumo ao centro e zona oeste
No primeiro dia, o aplicativo no meu celular indicava 31º em Paulista, Olinda e Recife, no entanto, já no primeiro ônibus que fazia a linha T.I Pelópidas/Maranguape 1 a caminho do Terminal Pelópidas Silveira, em apenas 10 minutos de viagem o tal termo-higrômetro chegou a marcar 34º. 

A meta do dia era chegar até o Terminal Integrado Getúlio Vargas, no Cordeiro, zona oeste do Recife, e voltar para Igarassu, no litoral norte. Para isso, a rota foi desenhada para passar pela área central do Recife, pegando o ônibus da linha Igarassu/Dantas Barreto. A escolha não foi casual, nessa linha são comuns as viagens de até duas horas até o centro da capital. Com variações, para mais e para menos, a média de temperatura dentro do coletivo foi de 32,2º. Por se tratar de um ônibus tipo BRT, as janelas não podem ser abertas e quase não há circulação de ar, então, os passageiros são submetidos a um sistema de ar-condicionado que pouco funciona.

Depois de descer na rua Princesa Isabel, em frente à Faculdade de Direito, caminhei até a avenida Conde da Boa Vista para pegar o BRT da linha Camaragibe/Conde da Boa Vista e finalizou na estação Getúlio Vargas, bem diante do terminal integrado, na avenida Caxangá. A viagem começou com 32º e finalizou com 32,5º. Assim como o coletivo anterior, este também tem sistema de ar condicionado. Mesmo em funcionamento, o calor era praticamente igual ao do lado de fora. 

No retorno para a área central, o único transporte de toda a viagem que esteve com a temperatura amena foi o Getúlio Vargas/Conde da Boa Vista, apesar do equipamento indicar 32º quase o tempo todo, o fato do ônibus estar vazio tornou o trajeto até o Derby minimamente confortável. Era hora de voltar para casa. Por isso, desci na praça do Derby, rumo ao norte da RMR. 

No coletivo PE-15/Boa Viagem, a temperatura iniciou com 32,2º e chegou a 34,7º, desta vez o veículo não possuía ar-condicionado e os passageiros contavam apenas com as janelas abertas. Nas proximidades de Olinda, o tempo ficou nublado e abafado, mesmo assim a temperaturas não variou muito. Ao chegar no terminal da PE-15 e seguir para Igarassu, no sexto coletivo do dia, o tempo virou e começaram as pancadas de chuva.

Com a chuva, pensei que o calor iria diminuir, mas isso não aconteceu. Pouco depois das 13h do primeiro dia de campo, o coletivo que fazia a linha PE-15/ Igarassu Sítio Histórico, ainda na integração, marcava 32,2º mas ao chegar no destino já marcava 34,3º.

2º dia: com destino à zona sul
Diferente do primeiro dia, o destino do segundo dia foi a zona sul do Recife, mais precisamente a igrejinha da pracinha de Boa Viagem. Seguindo pelo corredor Norte/Sul, o trajeto foi feito no ônibus da linha PE-15/Boa Viagem percorrendo a PE-15, avenidas Agamenon Magalhães e Domingos Ferreira. 

Saindo do T.I PE-15, em Olinda, o termohigrômetro marcava 31,7º, mas o número na tela de cristal líquido foi aumentando. Sobre o viaduto Capitão Temudo, após a ponte Joana Bezerra, o equipamento marcou surpreendentes 37,1º. Essa viagem durou aproximadamente 1h10, só amenizando o calor no final da avenida Domingos Ferreira, em uma área mais arborizada. O veículo não tinha ar-condicionado.

“É complicado, mas a gente se acostuma” 
A frase do subtítulo acima foi dita pelo motorista Ricardo Silva, que trabalha no transporte coletivo há 15 anos. Atualmente dirigindo ônibus na linha Rio Doce/ Piedade, que cruza as cidades de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes em uma viagem de duração de aproximadamente 2h30, Ricardo afirmou que “algumas pessoas reclamam do tempo, da demora e do calor”. 

Ele, que não usa o pequeno ventilador que vi com alguns motoristas. O motivo é simples: ele não gosta, afirma que bom mesmo seria o ônibus com ar-condicionado. “Seria uma maravilha”, afirmou.  

De acordo com o Grande Recife Consórcio, apenas 417 coletivos têm ar-condicionado, equivalente a pouco mais de 15% do total da frota. Em 2019, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a Lei 16.787/2019, que previa a refrigeração gradativa dos ônibus da RMR em até quatro anos. 

Segundo o texto, no art. 1° “esta Lei estabelece metas e condições para a realização de investimentos na renovação da frota de veículos integrantes do Sistema Estrutural Integrado – SEI da Região Metropolitana do Recife – STTP/RMR, nos exercícios de 2020 a 2023”.

Até o final deste ano, “as permissionárias dos serviços de transporte público de passageiros deverão renovar a frota que ultrapassar 8 (oito) anos de vida útil” além de “no mínimo, 70% (setenta por cento) dos novos veículos renovados a cada ano serem equipados com ar-condicionado e possuírem capacidade igual ou superior a dos veículos substituídos”. 

No entanto, o Grande Recife se justificou afirmando que “a Lei 16.787/2019 estabeleceu metas de aumento de frota com o ar-condicionado, sendo que ‘o impacto tarifário da renovação da frota (…) deverá ser previsto nas revisões tarifárias (…) como condição de eficácia das metas estabelecidas. Nas últimas deliberações sobre tarifa, o CSTM – Conselho Superior de Transporte Metropolitano -, não incluiu custos para ampliação de frota com ar.”

Também foi informado que “tão logo tenhamos atendida a previsão legal, ou seja, o  CSTM prever o impacto na revisão tarifária, teremos condições de promover a esperada ampliação. Atualmente 16,6% da frota do Sistema de Transporte possui ar-condicionado. Cabe aqui destacar que o Estado de Pernambuco tem subsidiado o sistema, já que o custo de operação é maior que a receita arrecadada.”

“Transporte público não é prioridade dos governantes”
Apesar do Grande Recife Consórcio afirmar que o estado já garante subsídio ao sistema de transporte público da RMR, o especialista em mobilidade urbana e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Leonardo Meira acredita serem necessários mais investimentos efetivos para melhorar a circulação dos coletivos na cidade. 

“Acredito que, a despeito de alguns investimentos que foram feitos, principalmente, na época da Copa do Mundo, o transporte público não é prioridade dos governantes há muito tempo.  Ao menos não prioridade efetiva, com investimentos, com melhorias. Então, ele foi caindo de qualidade, foi recebendo cada vez mais concorrência.”

Os transportes por aplicativo que, muitas vezes, tem um preço compatível com as passagens de ônibus, faz com que o passageiro escolha a opção mais confortável, gerando um ciclo de queda na receita e, consequentemente, da qualidade do serviço, sobrando para quem não tem condições de custear uma viagem em carro particular diariamente.

Para o professor, a implementação dos ar condicionados também está diretamente ligado à questão financeira. “Ele custa alguns milhares de reais e vai custar no preço do ônibus e a tarifa não está levando em conta esse valor. Então o empresário não vai colocar um ar condicionado a mais se ele não recebe, entendeu? Então ele precisa entrar nessa conta, seja com um financiamento do Estado”, afirmou. 

Meira afirma ainda que um modelo para o transporte público no qual as autoridades do Recife e da Região Metropolitana poderiam se espelhar é o sistema Transmilênio, de Bogotá, na Colômbia. Para ele, “talvez seja um bom exemplo e de outros sistemas de países em desenvolvimento com situação semelhante ao Brasil, de BRT ou de VLT. No Brasil é difícil citar um bom exemplo, porque as capitais brasileiras, em regra, são bastante parecidas no que diz respeito a essa dificuldade com o transporte público”.

Informações: Marco Zero

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