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Grande Recife Consórcio de Transporte completa um ano

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Grande Recife Consórcio de Transporte completa, hoje (08/09), seu primeiro ano de atividade. A iniciativa – primeira experiência de consórcio público na área de transporte metropolitano do País – traduz o compromisso do governo estadual com a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos mais de 1,8 milhão de usuários que utilizam diariamente o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR). Após um ano de atividades, o consórcio trouxe avanços importantes para o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife, entre os quais destacamos: a implantação do novo modelo de bilhetagem eletrônica; a retomada das obras de construção de novos terminais de integração do Sistema Estrutural Integrado - SEI (paradas há mais de dez anos); a realização da I Conferência Metropolitana de Transportes, responsável pela eleição direta dos representantes dos usuários do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) e o início do processo de licitação das linhas. Atualmente, o consórcio é formado pelo Estado e pelos municípios de Recife e Olinda. Municípios como Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Abreu e Lima e Paulista estão buscando o atendimento das exigências para garantir seu ingresso. Os outros oito municípios da RMR já assinaram cartas de intenção e farão uma adesão gradativa ao longo dos próximos anos. Graças ao seu formato institucional (multifederativo) – onde estado e prefeituras assumem o papel de entes consorciados – o Grande Recife está apto, entre outras coisas a obter financiamentos e recursos de organismos/instituições nacionais e internacionais, o que seria impossível se não houvesse o caráter de gestão metropolitana. Para o presidente do Grande Recife, Dilson Peixoto, o primeiro aniversário é um momento de reflexão e planejamento. “Houve uma evolução importante para o STPP, mas queremos muito mais. Este primeiro ano foi essencial para a consolidação do modelo institucional e o desenvolvimento de vários projetos e ações. Mas o trabalho está só começando e os desafios são enormes. E isso nos dá ainda mais responsabilidade e estímulo”, afirmou. O secretário das Cidades, Humberto Costa, enfatiza a importância do consórcio para o estado. “O Grande Recife é o resultado de uma política de governo, de um compromisso assinado pelo governador Eduardo Campos e ratificado por toda sua equipe. A implantação de uma iniciativa deste porte, inédita no País e com tantos frutos importantes nos dá muito orgulho”, destacou.


Veja aqui um resumo das principais conquistas:
  • Definição de regras mais eficientes e uma política clara de renovação e modernização da frota de ônibus da RMR (incluindo a instalação de câmaras de segurança em praticamente 100% da frota, além de aparelhos de GPS);
  • Adoção do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) para a aplicação de reajuste, de caráter anual, para as tarifas do STPP/RMR. - Participação efetiva nas discussões nacionais sobre a concessão de subsídios para a área de transporte público de passageiros;
  • Desenvolvimento de projetos inovadores, como o Transporte Rápido Por Ônibus (TRO) e do corredor Norte/Sul;
  • A renovação da frota de ônibus com mais de 430 veículos, comprados durante este período.
  • A realização da I Conferência Metropolitana de Transporte, em novembro de 2008, que elegeu, por votação popular, os quatro representantes usuários para o Conselho Superior de Transporte Metropolitano.
  • Reconstrução do Terminal Integrado da Caxangá em dezembro de 2008 que após as obras de requalificação executadas pela Prefeitura do Recife foi entregue ao governo estadual, que repassou os equipamentos ao Grande Recife Consórcio de Transporte. Graças às melhorias o TI passou a fazer parte do Sistema Estrutural Integrado – SEI.
  • Retomada das obras de construção de novos terminais de integração do SEI (paradas há mais de dez anos). Além da construção de três terminais, com recursos do tesouro estadual - Pelópidas Silveira (inaugurado no último dia 19 de agosto), Cabo (em fase de conclusão de obra) e Xambá, o Grande Recife assumiu a responsabilidade por mais oito terminais integrados e três corredores de ônibus. Estes projetos serão executados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da caixa Econômica Federal. O investimento, nestes últimos empreendimentos, é de aproximadamente R$ 60 milhões.
  • Implantação do novo modelo de bilhetagem eletrônica. Moderno, com integração de várias soluções e mais econômico que o anterior, o novo modelo possibilita, entre outras coisas, a descentralização do processo de carregamento dos créditos em cartões eletrônicos e a ampliação do universo de usuários atendidos pelo sistema de bilhetagem com a inclusão de usuários avulsos, idosos, pessoas com deficiência e crianças menores de seis anos;
  • Desenvolvimento de ações e programas voltados ao atendimento de pessoas com deficiência e idosos (incluindo campanhas educativas em parceria com a sociedade civil organizada).
  • Criação do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) que substitui o antigo Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU), que tem atribuições importantes para o sistema como: a definição da política tarifária, regulação normativa do STPP/RMR e a consolidação dos contratos de gestão ou convênios com outros municípios que se utilizem dos serviços do Grande Recife Consórcio de Transporte.
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Mobilidade urbana desafia grandes cidades como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os problemas de mobilidade urbana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário e em alguns casos precário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região metropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação está se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Já chega a 47% o total de domicílios no País que possuem automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008 o número era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê elevação desse porcentual. Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Segundo eles, se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenário. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o País deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e principalmente a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove têm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agência Estado, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

A cidade de São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhões ante uma população de 11,2 milhões - uma média de um veículo a cada 1,6 habitante. Em 2010, essa saturação causou em média congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias é espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trânsito e impõe soluções de engenharia distintas.

Lentidão na execução de obras de infraestrutura é um outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte demanda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de ônibus que trafegam em corredores exclusivos e possuem embarque e desembarque ágil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nível do ônibus), maior número de portas e cobrança da tarifa fora do veículo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto.

CURITIBA

Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referência nessa área. Para isso, tenta fazer com que a população diminua o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.

Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos, dos quais 845.774 automóveis e 109 mil motos, para uma população de 1,7 milhão de habitantes (Censo 2010 do IBGE). "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz Fábio Duarte, professor do programa de Gestão Urbana da PUC-PR.

Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que Estado e municípios adotem medidas conjuntas para melhorar o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."

A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). "Sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus", segundo a Urbs

Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra trânsito nas quadras seguintes.

Novas tecnologias vão beneficiar os usuários de ônibus - são 2,4 milhões transportados por dia útil, em um sistema integrado com tarifa única que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Está prevista uma operação para permitir com que a pessoa saiba em quanto tempo o ônibus vai chegar ao ponto e em que local o veículo se encontra. Existe também a expectativa de introduzir a bilhetagem eletrônica, para que o usuário recarregue o cartão de transporte dentro do ônibus. E serão instaladas câmeras nos veículos e em terminais para proporcionar mais segurança.

A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantação de equipamentos públicos são feitas de acordo com as normas de acessibilidade. "No sistema de transporte o índice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta é chegar a 100% até 2012." O órgão também informou que Curitiba tem atualmente cem quilômetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliação. "Está em fase final de elaboração um plano diretor cicloviário."

SÃO PAULO

São Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua população de 11,2 milhões de habitantes e, principalmente, da sua frota de veículos (6,9 milhões). A média é de um veículo a cada 1,6 habitante, o que já denota uma alta proporção entre motores e pessoas. Os analistas de trânsito chamam esse fenômeno de "individualização dos transportes", cenário caracterizado pelo excesso de veículos nas ruas e pelos congestionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade média de deslocamento na maior cidade brasileira é de 16 km/h, a mesma de uma carroça

A principal explicação para esse atraso está no desenvolvimento vagaroso da rede de transportes coletivos - ônibus, lotação, trem e metrô. Na capital paulista, a proporção da população que usa esses meios para sair de casa é de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrás, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que levantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade considerada modelo nesse quesito, são cerca de 70%. "Sofremos de uma histórica falta de investimentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preço caro da ilusão da ''sociedade do automóvel''", critica Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, instituição de defesa de direitos civis.

Os problemas não resolvidos ao longo de décadas desembocaram na adoção de medidas coercitivas. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo restringiu o tráfego de caminhões entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restrições foram impostas à circulação dos ônibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quantidade de equipamentos para fiscalização. Os 530 radares espalhados pela cidade conseguem flagrar, além das restrições já citadas, o desrespeito ao rodízio municipal de veículos e a invasão de faixas exclusivas para ônibus por automóveis.

De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estações do metrô, reduziram a média de congestionamento nos horários de pico em 2010 para 99,3 km. O número ficou abaixo dos 100 quilômetros pela primeira vez desde 2007.

Apesar de melhorias para o trânsito no curto prazo, as medidas restritivas são consideradas insuficientes por analistas. De acordo com o Broinizi, é necessário um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo para mudar a situação. Sua proposta, junto com outras organizações da sociedade civil, está em um documento chamado "Plano de Mobilidade e Transporte Sustentável", já aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores paulistana. O plano de ação pede mais agilidade na construção do metrô e de uma série de corredores expressos de ônibus (BRTs). Além disso, também recomenda a descentralização dos serviços públicos e centros funcionais, com o objetivo de desconcentrar o tráfego.

RIO DE JANEIRO

A geografia do Rio de Janeiro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminense oferece um desafio constante em relação à mobilidade urbana. Some-se a isso seguidos anos de ausência de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o coletivo. Um dos resultados desse descaso está em estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando as regiões metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

O doutor em Engenharia de Transporte e professor de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, afirma que falta transporte público para atender a demanda. "E o pouco que é oferecido, é de má qualidade." Segundo ele, um entrave na questão da mobilidade também passa pela atenção à "convergência radial" do Rio. "A configuração da cidade é a seguinte: existe um centro comercial e a maioria das viagens converge para aquele ponto. Para esse tipo de situação, o ideal, mostram estudos, é investir em transporte de massa para desafogar as vias", explica.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, diz que o porcentual da população que se utiliza de transporte público é de 70% entre as viagens motorizadas, ante um índice de 50% verificado em São Paulo. "Nossa maior tarefa para melhorar os índices de mobilidade é dar eficiência ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequação entre oferta e demanda." Ele admite que há uma oferta de ônibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regiões mais distantes, como a zona oeste. "Nossa tarefa é reverter esse quadro."

Paschoal concorda, mas mostra certa precaução com promessas: "Há anos é preciso mudar esse quadro, e o poder público insiste em investir em novas vias, em aumentar a largura delas. Essas ações atendem pontualmente, mas a longo prazo voltam os congestionamentos."

Como solução para os principais gargalos de locomoção, Paschoal enumera um planejamento em três pontos. Primeiro, de estratégia, o que significa fazer um diagnóstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ação tática. Com os dados estratégicos em mãos, implantar simulações para observar o impacto que intervenções propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um planejamento operacional. "Acompanhar os efeitos resultantes das ações de estratégia e tática."

Sansão lembrou que a Prefeitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitação do sistema de passageiros de ônibus de sua história. Em vez de 47 empresas, o sistema passou a ser operado por quatro consórcios. Para ele, o novo marco jurídico permitirá a gestão integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integração tarifária. "O Bilhete Único, que garante a realização de duas viagens (ônibus mais ônibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) já está em vigor e vai mudar o padrão das viagens realizadas no município."

Para os Jogos Olímpicos de 2016, Sansão afirma que o Rio contará com quatro corredores de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Serão eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlímpica e Avenida Brasil.

Para Paschoal, o governo passará a dar mais atenção ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpíada. "Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo estará tudo congestionado de novo", diz, tendo décadas de ausência de planejamento como respaldo para sua previsão.

BRASÍLIA

Cidade planejada, Brasília deveria ser hoje exemplo na mobilidade urbana. Não é. A capital brasileira, com 2,5 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mesmos problemas que outras capitais de mesmo porte. "Há um rápido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupação do solo, carência de um sistema viário eficiente e falta de políticas integradas entre os governos federal, distrital e municipal", afirma o secretário dos Transportes, Paulo Barongeno.

O arquiteto e urbanista Valério Medeiros cita que a "forte setorização (bairros distante uns dos outros), resultante do desenho de Brasília, contribui para dificultar a dinamização do espaço". Ele lembra que a cidade detém o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, distinção que impede certas mudanças em sua arquitetura.

Medeiros afirma que, além de buscar a integração entre meios de transporte e incentivar a população a diminuir o uso do automóvel, é preciso trabalhar com uma gestão metropolitana. De acordo com ele, além dos cerca de 30 municípios em torno do plano piloto - o projeto urbanístico - há cidades até de Goiás que sofrem influência de Brasília. "Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos diários entre todas as cidades. Os municípios crescerem não é um problema. É só necessário que esse crescimento seja acompanhado por políticas públicas."

A Secretaria dos Transportes informa que está em execução o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma "nova concepção de operação do sistema de transporte público coletivo, fundamentada na ideia de integração entre itinerários ônibus/ônibus e ônibus/metrô". O órgão também aponta que trabalha com um projeto cicloviário para Brasília e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalização e o "compartilhamento harmônico" das vias entre bicicletas e veículos.

Medeiros vê com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Brasília já possui uma das maiores malhas de ciclovia do País. "O terreno (da cidade) é suave, sem grandes subidas e descidas." O urbanista só lamenta o "preconceito" que algumas pessoas têm em relação ao ônibus e à bicicleta, como se utilizá-los denotasse perda de status. "É preciso uma mudança de cultura."

A obra de maior impacto em Brasília para a Copa do Mundo de 2014 será a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacidade e velocidade que os trens do metrô, porém menos poluidor e barulhento. A verba para a construção do VLT, que custará R$ 263 milhões e vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, estão garantidas, segundo o governo.

SALVADOR

Salvador perdeu o título de capital brasileira para o Rio de Janeiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e chegar longe, tornando-se "Capital do Mundo". Este é o título do projeto apresentando em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pretende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, porém, será desafogar o trânsito e garantir acesso de transporte público a todos os cidadãos.

Salvador tem os mesmos gargalos das maiores cidades do País, como excesso de carros, aglutinamento da região metropolitana e escassez de transporte de massa. Além disso, a topografia da cidade é acidentada, com praias e morros, cidade alta e cidade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. "O trânsito em Salvador é como um caminho de água. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. Só que isso tem sobrecarregado as principais vias, que ficam nos vales", explica a pesquisadora Ilce Marília de Freitas, do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Para evitar congestionamentos de veículos, é necessário aumentar a eficiência do transporte coletivo de Salvador, que transporta apenas 1,7 passageiro por quilômetro, enquanto o ideal seria entre 2,5 e 5 passageiros por quilômetro, segundo Ilce. A ineficiência se deve a falhas na cobertura do itinerário dos ônibus, baixa frequência das viagens e tarifa (R$ 2,30) considerada cara pela população de baixa renda. Isso explica porque 25% a 30% da população se deslocam a pé todos os dias, um índice alto. "Andar a pé ou de bicicleta é bom, mas não serve para grandes distâncias", diz Ilce.

O pacote "Salvador, Capital do Mundo" reúne mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliação da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, e a construção de duas novas avenidas. O principal projeto é a implantação do sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), inspirado no modelo de Bogotá, na Colômbia. O BRT soteropolitano prevê 20 km de vias, tráfego em corredores exclusivos e ligação com o aeroporto e com a zona metropolitana.

Orçado em R$ 570 milhões, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. "O sistema foi escolhido porque é três vezes mais barato que o metrô e aproveita condições de infraestrutura da cidade", afirma Renato Araújo, chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes do Salvador.

Para a pesquisadora da UFBA, o sistema é bem-vindo, mas não resolverá sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metrô. Nesse quesito, a evolução é lenta: após oito anos de obras, a primeira etapa do metrô (Lapa-Acesso Norte) ficará pronta em 2011.

RECIFE

Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar ênfase na qualidade do transporte público na região metropolitana de Recife. Com isso, pretende incentivar a população a usar ônibus e metrô e a diminuir o uso do automóvel. A meta é melhorar a mobilidade urbana. O secretário das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo é necessário porque as ruas do Recife já estão "fartamente" ocupadas, e a frota de veículos cresce mais de 7% ao ano. "Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas estreitas e qualquer razoável obra viária tem um custo muito alto de desapropriação."

Peixoto, que acumula o cargo de presidente do Grande Consórcio Recife, responsável por gerenciar o transporte público da capital e região metropolitana, admite que hoje não há qualidade no ônibus e no metrô. "O transporte público tem capilaridade, mas não tem qualidade. É preciso garantir eficiência, conforto e pontualidade para incentivar as pessoas a usá-lo, deixando o carro em casa."

Para a Copa, uma das metas do governo é construir o Terminal de Metrô Cosme e Damião. Com 39,5 km de extensão e 28 estações, a rede de metrô do Recife é atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficará na linha Centro, entre as estações Rodoviária e Camaragibe. A obra permitirá que passageiros que cheguem à rodoviária tenham acesso à linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

A Leste-Oeste terá a implantação de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxangá à Cidade da Copa, onde serão realizados os jogos, em um trecho de três quilômetros, em São Lourenço da Mata. Nesta região, o BRT fará o atendimento tanto ao terminal integrado e estação do metrô de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estação de metrô de São Lourenço.

Nos mesmos moldes será o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Bezerra e o centro do Recife. Com 15 km de extensão, terá conexão com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxangá Leste-Oeste. Este abrigará faixa exclusiva de ônibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista à Caxangá, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil veículos que circulam pela via. Aquele será uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de tráfego de veículos para a zona sul da cidade. O projeto também contempla uma ciclovia.

O consultor em transporte urbano Germano Travassos afirma que o "Recife está caminhando para ter uma rede (de transporte) tão densa quanto à de Curitiba". A capital do Paraná é pioneira no País em projetos nessa área e vista como referência. "A região metropolitana do Recife foi a que mais avançou (no País) em termos de ações integradas." O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte público e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco que tem sido feito para dar conforto e segurança para quem usa ciclovias. "Não temos muito o que apresentar a não ser boas intenções no quesito bicicleta."

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de carros, motos, ônibus e caminhões nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as categorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes individuais: motos (114%) e carros (38,8%). Os ônibus aparecem em terceiro lugar (24%).

O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como o resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drasticamente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um "atentado à mobilidade urbana".

"Com esse crescimento da frota, não há investimento público em túneis e viadutos que suporte a demanda", afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas últimas duas décadas, o transporte coletivo perdeu muita qualidade, o que acelerou a migração para o transporte individual. "O transporte coletivo ficou insustentável", diz.

Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslocamentos são feitos por transportes coletivos (ônibus e trens). "Nossa meta é chegar a 70% até 2030, como na cidade de Barcelona", afirma Cesar. "No início da década de 90, esse índice já alcançou 65%, mas foi perdendo participação para os carros".

A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urbana. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pedro II, entre outras, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans. Em outra vertente, a cidade também aposta em um ambicioso projeto de 345 quilômetros de ciclovias, o segundo maior do Brasil, atrás somente de Porto Alegre, com 495 km.

Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs - principais projetos das cidades brasileiras para a Copa - são muito úteis. "Não dá para permitir a concentração em apenas um meio de transporte", diz. Por outro lado, correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda já supera 40 mil passageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo é o transporte por trens urbanos, mas, por falta de recursos, elas não entraram no pacote de infraestrutura para a Copa.

PORTO ALEGRE

Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos viários logo no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Na zona norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, principal passagem para veículos de passeio e carga entre a capital gaúcha e a região metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veículos por dia, uma saturação que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vários trechos.

Na sequência da rodovia fica outro gargalo - a ponte do Rio Guaiba - que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de içamento está ultrapassada e não serve mais para o cenário atual, em que o fluxo de veículos na região é consideravelmente maior.

Hoje, a solução para os dois pontos de afogamento da mobilidade urbana dependem de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Rodovia do Parque, da BR-386 até a BR-290, deve ficar pronto em dois anos, e criará uma rota alternativa entre a região do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com destino à capital. Já a conexão com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que não condicione o tráfego a interrupções, segundo Lindau.

Dentro de Porto Alegre, o excesso de veículos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) é o principal problema, associado a corredores de ônibus lotados. A situação tende a se agravar com o crescimento anual da frota estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. "A motorização será mais forte na periferia, onde os aumentos recentes da renda familiar têm possibilitado à população a compra de veículos", afirma Lindau. "O uso do carro não é um mal em si. O problema está no uso em excesso e nos horários de pico", ressalva.

O único jeito de escapar à paralisia está no investimento pesado em transportes coletivos e alternativas complementares. Nesse quesito, o cenário é otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um tipo de corredor expandido, com estações fechadas, veículos maiores e faixas exclusivas para o tráfego. Até a Copa de 2014, estão previstas 11 estações, em vias como as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no centro da cidade.

A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Cicloviário, já sancionado, quer expandir a rede atual de 7,9 km de ciclovias para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serório em 2011. "Não pensamos a bicicleta apenas como lazer. Buscaremos integrar as ciclovias ao transporte público, para que o cidadão possa utilizar a bicicleta e ônibus para deslocamentos", afirma a EPTC. (Reportagem de Renan Carreira e Circe Bonatelli)
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Urbelândia tornou-se referência em transporte público de qualidade

domingo, 6 de junho de 2010


Com mais de 60 milhões de usuários por ano e 395 ônibus em circulação, o sistema de transporte público de passageiros de Uberlândia tornou-se referência para outras cidades brasileiras. Os terminais e as estações que se integram, as faixas e os corredores exclusivos para ônibus e a acessibilidade chamam a atenção de publicações especializadas nacionais e internacionais e de gestores municipais interessados em melhorar o serviço em suas cidades.
Pelo novo conceito de transporte urbano, o sistema recebeu em 2009 o troféu do Mérito Municipalista, da Associação Brasileira de Municípios (ABM), que destaca o fortalecimento da qualidade de vida nas cidades.
Desde então, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settran) recebe frequentes visitas de gestores, profissionais e estudantes que querem ver o que foi feito na cidade mineira de 634 mil habitantes.
Na sexta-feira (28), alunos do curso de Turismo do Instituto de Educação Superior de Brasília participaram de uma apresentação feita por servidores da Settran e conheceram o Corredor Estrutural da avenida João Naves de Ávila.
No dia 20 de maio, o presidente da Companhia de Engenharia de Transportes e Trânsito da prefeitura de Cascavel (PR), Jorge Luiz Lange, também conheceu o sistema. “Há alguns meses, participei de uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido em Uberlândia e fiquei impressionado”, disse Lange, à época.
O modelo de serviço chamou a atenção também do secretário Municipal de Trânsito e Transportes de Maringá (PR), Walter Guerlles, que reforçou a lista de visitantes. Ele esteve na cidade, no início do mês passado, com o objetivo de obter subsídio para a elaboração de um novo Plano Diretor de Transportes para a cidade paranaense. “Estamos andando por diversas cidades e avaliando os resultados das melhores. O sistema de Uberlândia certamente está entre os melhores, juntamente com Goiânia, Curitiba e Bogotá, na Colômbia, e vai nos ajudar a criar melhores critérios para o nosso. É uma boa forma de atender à população”, afirmou Guerlles.
O planejamento do Sistema Integrado de Transportes (SIT) de Uberlândia começou a ser feito em 1991, durante a elaboração do Plano Diretor da cidade, aprovado em 1994. A implantação do sistema ocorreu em julho de 1997, após a construção dos terminais de integração.

SIT abriu fase de mudanças
A implantação do Sistema Integrado de Transporte (SIT) foi o primeiro grande passo para a melhoria da qualidade do serviço em Uberlândia. Mas foi a partir de setembro 2006, que o sistema da cidade passou a chamar a atenção, com a abertura do corredor estrutural da avenida João Naves de Ávila, que servirá de modelo para mais quatro corredores, com previsão de implantação até o fim de 2012. O projeto está avaliado em R$ 110 milhões, segundo o secretário de Trânsito e Transportes, Paulo Sérgio Ferreira.
“Foi uma decisão política investir fortemente em transporte público e um choque de modernidade para Uberlândia. Pelo crescimento da frota [de veículos de passeio] da cidade, que hoje está em cerca de 10% ao ano, sabíamos que logo a população ia sofrer com o trânsito. A decisão da prefeitura foi investir em qualidade, para manter o usuário no sistema público e atrair quem usa carro ou moto”, disse o secretário.



Licitação permitiu avanços
De acordo com o secretário Paulo Sérgio Ferreira, foi por meio da licitação para a troca das empresas que operavam no transporte de passageiros na cidade que a prefeitura pôde reestruturar o sistema. “Tínhamos gravíssimos problemas, como a idade média da frota, duas empresas operando com altos índices de reclamações, omissões de viagens, problemas de operação e até na estrutura de fiscalização. No edital, procuramos resolver todos eles.”
O edital da licitação levou cinco anos para ser concluído, em 2009, depois de sucessivas renovações de contratos com as antigas concessionárias e entraves na Justiça. O prazo da concessão do transporte público é de 10 anos e pode ser renovado pelo mesmo período.
Foi estabelecido que as empresas, para operarem em Uberlândia, deveriam ter boa capacidade financeira, histórico de serviço, além de oferecer frota mais nova, com motores menos poluentes e 100% adaptada a usuários com deficiência física. Enquanto estiverem no sistema, elas estão obrigadas a renovar a frota, cuja idade média máxima não pode ultrapassar 5 anos.
A estimativa do diretor de uma das empresas que operam na cidade, Leandro Gullin, é de que a viação já investiu R$ 30 milhões no sistema e que, nos próximos cinco anos, sejam investidos mais R$ 30 milhões, se a frota não aumentar. “Uberlândia é a segunda maior cidade do interior do Brasil e acreditamos no seu potencial de crescimento”, disse Gullin.

Área menor, serviço melhor
A cidade foi divida em três setores para a operação das empresas, cada uma com frota de até 132 veículos. Segundo Paulo Sérgio Ferreira, a setorização foi adotada como estratégia para que as empresas prestassem um serviço mais eficiente, com uma estrutura menor e atuando em uma área também menor.
“Também foi pensada a questão da concorrência, já que cada uma se esforça para superar a qualidade das outras. Com isso, conseguimos reduzir o tempo de viagem e as reclamações dos usuários. Ainda temos reclamações, mas a população tem sentido a cada dia a melhoria”, afirmou.
Todas as linhas são acompanhadas por GPS – sistema de monitoramento por satélite -, o que garante, por exemplo, que o motorista cumpra o trajeto sem ultrapassar a velocidade permitida e parando em todos os pontos previstos. “Temos o controle total dos veículos em circulação”, disse o secretário.

Reportagem constata falhas
Mesmo com todos os avanços, ainda há gargalos e deficiências a serem corrigidas no transporte de passageiros da cidade. A reportagem do CORREIO de Uberlândia percorreu os cinco terminais de ônibus da cidade em uma tarde, saindo às 14h20 do Distrito Industrial. Seis linhas foram usadas e, em quatro delas, a viagem foi feita em pé, com ônibus cheios.
A pior delas, em conforto, foi entre o Terminal Central e o Terminal Planalto, por volta das 17h15, com o ônibus superlotado e curvas feitas em alta velocidade. A experiência terminou por volta das 19h.
O secretário Paulo Sérgio Ferreira reconhece que nem tudo está perfeito no sistema, principalmente em horários de pico, que concentram veículos superlotados nas linhas de maior movimento. Por isso, a Settran, juntamente com as empresas de ônibus, estão realizando uma pesquisa sobre a origem e o destino dos passageiros, para que toda a malha e linhas possam ser refeitas. “Nos próximos seis meses, depois que a pesquisa estiver concluída, vamos fazer uma readequação em horários e até no número de veículos, se for necessário”, afirmou Paulo Sérgio.
Sobre a superlotação nos ônibus, o secretário disse que os 100 fiscais da Settran trabalham em três turnos para evitar que a capacidade máxima dos veículos, informada no interior dos mesmos, seja extrapolada.
Em três ônibus usados pela reportagem, devido à grande quantidade de pessoas que estavam dentro dos veículos, não foi possível fazer a contagem. Ainda assim, o secretário reafirmou que, por se tratar de uma questão de segurança do passageiro, a fiscalização feita nos terminais é suficiente.

Demora em trajetos longos é compensado no bolso
Moradora da região oeste, no conjunto habitacional conhecido como Embra, a auxiliar de saúde bucal Anaí Ferreira Santana, 40 anos, usa oito ônibus todos os dias para trafegar entre sua casa e o trabalho. No primeiro, por volta das 6h, ela vai até o Terminal Planalto. No segundo, até o Terminal Central, de onde pega o terceiro veículo para o Terminal Santa Luzia.
Finalmente, a trabalhadora pega o quarto ônibus para o bairro Aurora, onde trabalha. Se sair de casa bem cedo, a viagem demora no máximo uma hora e meia, mas, no fim de tarde, o trajeto de volta raramente é feito em menos de duas horas.Anaí Santana tem carro, mas prefere para usá-lo nos fins de semana, com a família, para percorrer distâncias menores. “Ficaria muito caro ir para o trabalho de carro. A vantagem de usar o ônibus é que eu pago uma passagem só. Muita gente reclama do preço da passagem, mas eu não acho cara”, afirmou.
Apesar de considerar o serviço eficiente, a usuária faz ressalvas quanto à limpeza dos veículos e diz que motoristas e cobradores são “displicentes”. “Eles veem, por exemplo, que o ônibus está lotado, que não cabe mais ninguém, mas mesmo assim deixam outras pessoas entrar. Além de ser desconfortável, é perigoso.”

Frota é 100% acessível a deficientes
O sistema público de transporte de Uberlândia é reconhecido também por oferecer acessibilidade a deficientes físicos em 100% da frota. A operadora de serviço de segurança Janilda Cândida Ferreira, cadeirante que anda de ônibus todos os dias, se diz satisfeita, mas lembra que tudo foi conquistado com muita briga.
“Eu ia quase toda semana ao Ministério Público. Reclamava nas empresas, na prefeitura, foi muito difícil. Só tinha um ônibus adaptado na linha que eu usava. Eu ficava horas esperando por ele. Hoje, isso não acontece mais. Em matéria de transporte, Uberlândia ganha de qualquer cidade grande”, afirmou.
Por outro lado, Janilda Ferreira diz que é preciso maior atenção para a acessibilidade, nas ruas e prédios. “Não adianta andar de ônibus se, quando descemos, não conseguimos nos deslocar.”

Cidade deve ganhar mais quatro corredores
De acordo com o secretário de Trânsito e Transportes Paulo Sérgio Ferreira, a prefeitura espera a liberação de recursos para a construção de mais quatro corredores de ônibus. As verbas virão da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério das Cidades.
Os novos corredores seguirão o modelo da avenida João Naves de Ávila e serão implantados nas avenidas Fernando Vilela e Vasconcelos Costa, ligando o Centro ao bairro Dona Zulmira; na avenida Getúlio Vargas, que sairá do Centro até a região do Canaã e na Segismundo Pereira, saindo da João Naves de Ávila rumo ao bairro Morumbi. O quarto corredor será implantado na avenida João Pessoa e vai atender aos bairros Roosevelt, Santa Rosa, Liberdade e Jardim das Américas, na região norte.
Além dos corredores, outros projetos estão sendo preparados pela Settran. Entre eles, há a criação de um cartão de uso exclusivo para idosos, para que a secretaria saiba o fluxo de uso deste público. “Eles vão usar o cartão se quiserem. Senão, vão continuar andando como andam hoje”, afirmou o secretário.
Outro plano é implantar, nas renovações de frota, um sistema completo de ônibus com pisos baixos. “Assim, os cadeirantes não precisarão nem de elevador. Eles poderão entrar e sair diretamente na calçada no mesmo nível”, disse Ferreira.

Fonte: Correio do Povo
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Gratuidade no transporte público tem sido um desafio

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A gratuidade no transporte público coletivo urbano tem sido um desafio quando o assunto é qualidade no serviço prestado. Esta foi a afirmação de Marcos Bicalho, diretor superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), durante o debate ‘Gratuidade no Transporte Público e Tarifa Cidadã’, que ocorreu nesta quarta-feira, 10.

Para Marcos, a questão é saber como oferecer gratuidade aliada à um serviço de qualidade. “O preço da tarifa está muito relacionado à capacidade do usuário. A maioria daqueles que pagam por isso são da classe C, D e E, o que significa dizer que existe um limite de capacidade de pagamento e que a qualidade do transporte público está muito em função disso”, explica.

Ainda de acordo com ele, é preciso que sejam buscados mecanismos para que se possa custear o benefício social da gratuidade. “Quem acaba pagando essa conta é o usuário comum que não tem um vale transporte, que pode ser um cara desempregado ou não, que paga do bolso dele a tarifa e que está subsidiando essa avalanche de gratuidades que existem atualmente no Brasil”, destaca.

O diretor superintendente acrescenta também que os custos devem ser repartidos para toda a sociedade. “Precisamos definir fontes de custeio nos orçamentos públicos de forma que todos paguem por essa conta, e não somente uma parcela, que é justamente a equivalente aos usuários que são a camada mais fraca. Na hora de conceder um reajuste, a lei deve indicar de onde vem o custo. Seria uma espécie de justiça social, pois sendo uma decisão de todos conceder a gratuidade, toda a sociedade deveria pagar por isso”, defende.

Melhorias

Sobre as melhorias na qualidade do serviço de transporte público, destaca que este é o momento para que gestores públicos, operadores privados e políticos se unam para em torno deste objetivo. “Estamos vivendo no Brasil uma fase muito rica em termos de investimentos no transporte coletivo urbano que coincide com a crise da mobilidade urbana que atinge as cidades brasileiras. Então temos que aproveitar para buscar a melhoria do transporte e com isso, resolver a grande presença dos automóveis nas vidas das cidades brasileiras”, detalha.

Debate

Marcos Bicalho esteve em Aracaju nesta quarta-feira, 10, para o debate ‘Gratuidade no Transporte Público e Tarifa Cidadã’. O event,o que teve como público-alvo profissionais da imprensa, pretende fomentar as discussões em torno de um transporte público eficiente e de qualidade.

Informações: Infonet

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Sistema BRT é a solução para o transporte de Salvador

sábado, 19 de fevereiro de 2011

BRT em Bogotá
Os habitantes de Bogotá hoje têm menos problemas de enfermidades respiratórias do que há 10 anos, quando da implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) de transporte coletivo na capital colombiana. Houve uma redução de 1.671.045 toneladas (40%) na emissão de gases de efeito venenoso na atmosfera da cidade, entre 2006 e 2009, do tempo de locomoção entre a casa e o trabalho dos seus moradores e o incremento de uma melhor qualidade de vida.
O comprovado resultado é motivo de orgulho para responsáveis e usuários locais, que acreditam ser o BRT a solução para a mobilidade urbana por inspirar metrópoles pelo mundo afora, inclusive Salvador que no segundo semestre deste ano iniciará as obras do seu sistema que aqui estará operacional a partir de 2013 visando a Copa do Mundo.

“O BRT se converteu numa referencia mundial como solução do sistema de transporte, mais ainda no sentido da apropriação dos bogotanos por se sentirem orgulhosos do seu sistema. Noventa e cinco por cento dos usuários recomendam o sistema que é hoje um ícone da nossa cidade, por isso orgulho da nossa capital”, disse Jairo Fernando Páez, o representante da prefeitura de Bogotá, responsável pela operação do Transmilênio, como é denominado o BRT colombiano, durante encontro com jornalistas baianos que visitaram o país vizinho a convite do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), para observar in loco como funciona o referido sistema que, por enquanto, atende apenas 16% da população, mas está em fase de expansão, o que resulta em obras nas diversas áreas da capital colombiana.
O compromisso dos bogotanos em medir a qualidade do ar vai de encontro às exigências do Protocolo de Kyoto e, por ter uma metodologia própria, foi reconhecido pelas Nações Unidas, durante auditoria internacional.  Rende 600 milhões de dólares/ano em crédito do chamado Bônus CO2, vendidos ao governo holandês e aplicados na melhoria do sistema de transporte que também contribuiu para que 1 milhão e 400 mil carros  particulares e sete mil ônibus  do sistema tradicional de transporte coletivo  saíssem do trânsito de Bogatá, cidade com 7,5 milhões de habitantes.
“Definitivamente o transporte público de qualidade é a única forma de fazer o cidadão deixar o carro em casa”, afirmou Jairo Fernando, vice-presidente da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados de Transporte Público e BRT. O combustível da frota do sistema BRT colombiano hoje tem 5% diesel e a previsão é que dentro de 10 anos opere com 50% de diesel misturado ao biocombustível.  
 “Temos hoje menos contaminação e acidente. O nosso sistema é resultado de um bom conceito, o mesmo de Curitiba, porém mais evoluído. Mas não é uma fórmula mágica, porque cada cidade tem as suas particularidades”, completou Carlos Alberto Rada, diretor da divisão de planejamento do Transmilênio, que cobre 84km  e opera com 1.205 ônibus de  cor vermelha  articulados por vias expressas, para os quais existem  garagens distribuídas em pontos estratégicos.
 Cada um leva três minutos na estação de embarque e circula numa velocidade de 24km/hora,  conduzindo até 260 passageiros em hora de pico. O esquema do BRT de Bogotá já está sendo copiado também por sete outras cidades colombianas com mais de 600 mil habitantes.

Cobertura a todas as áreas

“Um dos princípios do BRT é dar cobertura às áreas periféricas da cidade. Temos estações nas cabeceiras da capital que atendem as famílias de extrato social mais baixo, com conexões às rotas alimentadoras – vias expressas e exclusivas – que permitem um transporte público de qualidade”, declarou na oportunidade Jairo Fernando, ao explicar a estratégia do sistema de transporte massivo e integral colombiano, baseado na circulação de longos ônibus do tipo “sanfona” por vias exclusivas e plataformas de acesso, que reduziu em 32% o tempo de espera nos pontos.     
A passagem é pré-paga. Um bilhete magnético que dá acesso ao sistema custa $ 1.700 pesos colombianos, o correspondente a R$1,60. O ticket do ônibus conectado ao sistema, que não circulam na via exclusiva e transportam os passageiros para fora da cidade, vale $ 1.400 pesos, ou seja aproximadamente R$1, 35.
 A partir de um centro tecnológico, que mais lembra uma torre de controle de um aeroporto, os técnicos de transporte bogotanos monitoram todo o sistema BRT, com comunicação de voz, transmissão de dados e circuito fechado de televisão. Cerca de 10 mil pessoas, entre condutores, pessoal de apoio e seguranças trabalham no sistema, que quando concluído percorrerá o equivalente a 388 quilômetros entre as estações Norte e Sul da capital boliviana.  
  
 A redução do custo financeiro na construção do sistema BRT foi decisivo na implantação do projeto bogotano. Estudos revelaram que o quilometro de BRT custaria 30 milhões de dólares, enquanto que a mesma distancia para um metrô de superfície 120 milhões e para o metrô subterrâneo 180 milhões de dólares. O financiamento da operação do sistema de transporte de massa integrado boliviano, que absolve empresas privadas através de licitação, é feito pelos governos nacional (70%) e municipal (30%).

Um ônibus do BRT de Bogotá transporta 1.350 passageiros por dia. O sistema reduziu em 90% o número de mortes em acidentes de trânsito. “Para nós é o que há de melhor em transporte coletivo”, disse o motorista e usuário Oscar Javbier, 33. Para a estudante Maria Del Rosário, 23, chegar à universidade “ficou mais fácil. Gasto menos tempo, mas eu evito pegar o ônibus articulado em hora de grande demanda porque há muita gente nas estações”, revelou.

 A experiência de Bogotá será aplicada em Salvador, onde o sistema receberá um investimento de aproximadamente R$ 570 milhões, terá inicialmente 42 quilômetros do aeroporto até o Acesso Norte com integração ao metrô, e reduzirá em 83% o tempo de espera do ônibus articulado e alternativo.



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VLT é a aposta para atrair novos usuários para o transporte público e desafogar trânsito de João Pessoa

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Garantir a mobilidade urbana é um dos desafios que os prefeitos eleitos precisam encarar com a mesma urgência com que pensam em questões envolvendo saúde, educação e segurança pública. Além do impacto na economia local, a dificuldade de se locomover nos espaços urbanos para realizar atividades cotidianas em um tempo hábil e de maneira segura interfere diretamente na qualidade de vida da população.

Durante muito tempo os usuários de transporte público, principalmente das cidades de médio e grande porte, imaginaram que o problema da mobilidade urbana se resolveria com a aquisição de veículo próprio, como carro ou moto.

Somadas a esse pensamento, as facilidades oferecidas para financiamentos fizeram com que as frotas de veículos aumentassem exponencialmente nas áreas urbanas e o resultado é o que se vive hoje: um trânsito que beira o caos, que facilita a ocorrência de acidentes, que lota os hospitais, que causa estresse, que prejudica a economia e que custa caro ao poder público.  

Para ajudar os gestores a lideram com a questão, o Governo Federal resolveu acender a luz do fim do túnel, com a inclusão de uma nova rubrica no Programa de Aceleração do Crescimento: o PAC Mobilidade Grandes Cidades. Lançado em abril deste ano e associado ao PAC Equipamento, o programa contempla 43 empreendimento de 51 cidades brasileiras, entre elas João Pessoa.

O programa se resume, basicamente, a liberar recursos para implantação de sistemas de veículos leves sobre trilhos (VLT), que associados aos Bus Rapid Transit (BRT) resultarão num novo conceito em transporte público, capaz de interligar toda a microrregião composta pela capital paraibana e suas três principais cidades limítrofes, Cabedelo, Santa Rita e Bayeux.  

O superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU – João Pessoa), Lucélio Cartaxo, prevê que os VLT entrarão em operação no primeiro semestre de 2014 e mudarão completamente o conceito de transporte público. “O sistema terá pontualidade nos horários e será integrado a outros meios de locomoção, reduzindo de maneira significativa o tempo das viagens e com baixo custo para o usuário”, resume.


Lucélio acredita que o novo sistema será capaz de fazer o que nenhuma medida ou investimento no setor foi capaz até hoje: atrair os usuários de veículos particulares para o transporte público e, assim, provocar efeitos positivos no trânsito de maneira geral. “Quando as pessoas verem que o VLT é eficiente, confortável, seguro, pontual e barato vão acabar utilizando-o para irem ao trabalho e a outros compromissos, deixando os carros particulares para os passeios em família”, prevê.

Compartilhando da ideia de que “uma cidade avançada não é aquela em que os pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público” – apregoada por Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá (Colômbia) e consultor em trânsito –, Lucélio Cartaxo não acredita que as pessoas deixam de usar transporte público por preconceito, mas por não acreditarem em sua eficiência. “Quando o novo sistema tiver em operação, seu próprio funcionamento será capaz de atrair, gradativamente, novos usuários, em especial aqueles que possuem veículos próprios”, reforça.

Apesar do otimismo, o superintendente sabe que enfrentará alguns desafios. Para que o novo sistema tenha a eficiência prevista é necessária a implantação de corredores expressos para ônibus em João Pessoa, Santa Rita, Bayeux e Cabedelo. Se isso não acontecer, o VLT se tornará, apenas, o substituto de luxo dos trens urbanos que hoje atendem às quatro cidades.

Segundo Lucélio, os prefeitos sabem que precisam resolver os problemas de mobilidade urbana e que o tema está sendo tão cobrado pela população quanto ações em áreas como Saúde e Educação. “A população cobrará empenho dos gestores, que terão que manter investimentos constantes no setor se quiserem que suas cidades funcionem  e sejam capazes de atrair investimentos privados”, sentencia.

Melhor do que a encomenda

O processo de licitação para implantação dos VLT na microrregião de João Pessoa foi concluído no último dia de outubro deste ano. A empresa cearense Bom Sinal Indústria e Comércio será a responsável pelo fornecimento dos veículos. São oito VLT que deverão chegar à capital em maio de 2014, ao custo médio de pouco mais de R$ 9 milhões cada unidade.

Lucélio explica que sempre acreditou na modernização dos trens da CBTU na Paraíba, mas a solução foi bem mais eficiente do que apenas a substituição dos trens. “Nossos veículos estão em operação há 60 anos e isso torno o sistema ferroviário atual pouco eficiente, sujeito a atrasos e quebra de carros de passageiros, tornando-o também oneroso, em detrimento do valor da tarifa, que é de R$ 0,50”, analisa.

Além disso, o superintendente explica que a velocidade média dos trens em operação hoje é baixa (apenas 25 Km/h), o que implica em um tempo longo nos percursos. Para se ter uma ideia, os 30 quilômetros de ferrovia que separam as cidades de Santa Rita e Cabedelo são percorridos em 50 minutos. Quando o passageiro desce em uma das nove estações que compõem o sistema ferroviário local, precisa se deslocar para uma parada de ônibus para concluir o trecho.

Como o novo sistema será integrado, as estações serão dotadas de terminais, onde terão os BRT para atender a esses passageiros. Segundo Lucélio, é a integração entre os VRT e BRT que tornará o novo sistema atraente para novos – e exigente – usuários. 

Mesmo estando em fim de mandato, o atual prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (sem partido) está tão otimista quanto o superintendente da CBTU no sentido de implantar um novo conceito em transporte público na Capital.

Em sua gestão, várias intervenções foram feitas no sentido de melhorar a fluidez do trânsito e dar ao cidadão mais segurança. Entretanto, as ações implementadas foram sempre no sentido de resolver problemas pontuais, cuja ineficácia pode ser vista nas vias urbanas, principalmente nos horários de pico.

Na início deste mês, Agra resolveu dar um passo mais largo e assinou um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de pouco mais de R$ 766 mil, para elaboração de estudos que resultem em um diagnóstico detalhado e, consecutivamente, num Plano de Reestruturação do Transporte Coletivo de João Pessoa. É bom lembrar que qualquer ação de trânsito ou transporte público na Capital tem reflexo direto em suas cidades limítrofes, em especial Santa Rita, Bayeux e Cabedelo.

O estudo já teve início no último dia 12 e tem previsão de conclusão em julho de 2013. O trabalho começou com o levantamento da demanda atual por transporte público, levando em conta também a demanda reprimida, ou seja, as pessoas que utilizam transporte particular e que poderão migrar para os meios coletivos.

Estudo semelhante foi realizado há 30 anos, quando população e frota de veículos eram significativamente menores. As ações do Plano pretendem resultar em medidas previstas no PAC Mobilidade das Grandes Cidades.

Em Santa Rita, o problema atingiu níveis intoleráveis

O prefeito eleito de Santa Rita, Reginaldo Pereira ((PRP), o problema da mobilidade urbana no município atingiu níveis intoleráveis. Apenas uma empresa de transporte público está habilitada para fazer o transporte de cerca de 30% da população local que trabalha e estuda em João Pessoa. “O ideal é que tenhamos corredores expressos de acesso, com avenidas bem pavimentadas veículos seguros e eficientes”, disse.

Entretanto, a realidade de Santa Rita é outra. O transporte chamado de alternativo é o que o prefeito chama de “a salvação da população” que depende de meios coletivos para se locomover.

Reginaldo Pereira afirmou que está sensível ao problema de trânsito e mobilidade urbana. Mesmo o município não tendo receita própria para nenhum investimento no setor. Em relação ao sistema de VLT, ele diz que quer discutir sobre o assunto que qualquer medida que melhore a situação caótica que se encontra será bem vinda.

O prefeito eleito informou que já esteve com o Governador e este lhe garantiu ajuda para melhorar a malha viária urbana de Santa Rita. “Também já tive informações de que os investimentos que João Pessoa receber do Governo Federal para o setor serão extensivos à Santa Rita por fazer parte da mesma microrregião”, diz.

 “João Pessoa não tem para onde crescer, senão para Santa Rita, por isso é necessário que o Governo do Estado pense na implantação de novas vias, como um corredor expresso ligando o Distrito Industrial (João Pessoa) ao Conjunto Marcos Moura (Santa Rita)”, exemplificou o prefeito.

Cabedelo quer acabar com dependência da BR230

O prefeito eleito de Cabedelo, José Maria de Lucena Filho – Luceninha (PMDB) –, diz que pela primeira vez a cidade terá um gestor que incluirá a mobilidade urbana como uma de suas pautas prioritárias. Ele diz que não tem como pensar na infraestrutura da cidade sem incluir um estudo que resulte em ações efetivas para melhorar o trânsito e o transporte local. 
O trânsito da cidade é diferenciado por causa do porto, que gera uma média de 1.000 caminhões trafegando em sua área urbana diariamente. “É preciso uma mudança na estrutura do trânsito, apresentando alternativas para a entrada e saída de veículos em Cabedelo”, analisa o prefeito. Ele disse que já está conversando com outros prefeitos para elaboração de projetos que acabem a dependência da cidade da BR 230.

Em relação ao transporte público, o prefeito sabe que o serviço oferecido hoje não atende satisfatoriamente, uma vez que centenas de trabalhadores de outras cidades exercem suas atividades em empresas de Cabedelo. “Os usuários acabam recorrendo ao transporte alternativo, que, no final das contas, se torna outro problema para as cidades”, explicou o prefeito eleito, completando que pretende se reunir com seus colegas das cidades vizinhas e com o superintendente da CBTU para buscar soluções para o problema.

VLT e BRT

Cada VLT será composto por três carros movidos a tração diesel-hidráulica ou diesel-elétrica, em bitola métrica. Os carros serão fabricados em caixa de alumínio, tração nas extremidades, com climatização, reserva de espaços para portadores de necessidades especiais com sinalização de acordo com a legislação, sistema sonoro interno, cadeiras acolchoadas e piso antiderrapante.

Já os BRT são ônibus articulados com 20 metros de comprimento e capacidade média para até 160 passageiros. Os veículos possuem articulação sanfonada, proporcionando comprimento equivalente a dois ônibus convencionais.

A novidade está no conforto e segurança, superiores aos ônibus articulados que circulam hoje, e na criação de corredores expressos, que tornarão o caminho livre para que façam seus trajetos em menor tempo e com menor desgaste, sem riscos à segurança dos passageiros. 

Por Wanja Nóbrega
Informações: PortalCorreio.uol.com.br

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GPS melhora a qualidade do transporte público de Aracaju

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Atrasos nas linhas de ônibus, defeitos apresentados pelos veículos durante o trajeto, mudanças no itinerário e fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica. Para solucionar esses e outros problemas do sistema de transporte público, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), em acordo com as empresas responsáveis pela prestação do serviço, acaba de implantar na frota o sistema de rastreamento e monitoramento via GPS (Sistema de Posicionamento Global, em inglês).
Através da nova tecnologia, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) acompanhará, em tempo real, a movimentação de todos os ônibus que circulam na capital e em Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão, municípios que formam a Grande Aracaju. Ao todo, são 515 ônibus com GPS, responsável por transmitir à SMTT e às empresas permissionárias todas as informações relacionadas ao trajeto dos veículos.
Toda a frota já está equipada, mas, como as empresas ainda estão preparando a instalação do sistema nos seus computadores, a previsão é de que a implantação total do monitoramento seja concluída no início de dezembro. Aqui na SMTT nós já temos um mapa técnico à nossa disposição, através do qual acompanhamos em tempo real tudo o que está acontecendo com relação aos ônibus. Todas as linhas podem ser visualizadas instantaneamente. Com a implantação desse sistema on line, temos condições de resolver os problemas com mais rapidez, explica o diretor de Trânsito da SMTT, Orlando Sérgio.
Para ele, a inovação ajudará a garantir a segurança da população e a qualidade do serviço de transporte público. Se algum carro quebrar durante o percurso, seremos avisados pelo sistema, para que o problema seja solucionado de imediato. Saberemos também, em tempo real, quando um carro está parado com o motor ligado, quando ele está acima da velocidade permitida em cada via, se o motorista está realizando o percurso correto e até mesmo o tempo que ele leva para fazer um determinado trajeto, coibindo assim possíveis atrasos, detalha Orlando.

Planejamento
Além da fiscalização instantânea do serviço público de transporte, Orlando Sérgio acredita que um dos maiores benefícios trazidos pela tecnologia é a possibilidade de melhorar o planejamento e a organização. Com as informações que recebo instantaneamente, posso fazer um relatório sobre a eficiência de cada linha. Através desses relatórios, podemos analisar se determinado local precisa de mais uma linha, se o trajeto percorrido é o ideal para os passageiros ou até mesmo se tem muitos carros em uma linha transportando poucas pessoas. O GPS auxiliará bastante na execução do nosso planejamento, comemora.
Segundo ele, os fiscais da SMTT continuarão ocupando os mesmos postos de trabalho, apesar da implantação do sistema GPS. O monitoramento via satélite é um adicional na qualidade do transporte, não vai tirar o emprego de ninguém. Até porque precisamos dos fiscais para continuar organizando o fluxo. É a mesma situação do cobrador de ônibus, que continua empregado, mesmo com a implantação da bilhetagem eletrônica, lembra Orlando Sérgio.

Bilhetagem
Ao lado do monitoramento via GPS, outro recurso eletrônico facilita o trabalho da SMTT e ajuda a garantir o bom funcionamento do transporte público. Implementada em 2007, a bilhetagem eletrônica é um serviço que vem avançando com o passar do tempo. As informações referentes ao uso do cartão Mais Aracaju pela população e das catracas eletrônicas são captadas pelo triângulo de antenas das empresas de transporte e recebidas pelo sistema ‘Mercury Report Center´.
No momento que o motorista entra no ônibus e passa o cartão funcional dele na catraca, sabemos que ele vai começar o serviço. Quando ele muda de linha, também somos informados, quando o fiscal passa o cartão na catraca. Essas informações nós não recebemos em tempo real, porque custaria muito caro e não são dados tão urgentes. Mas em um prazo de 24 horas já temos um relatório detalhado no sistema, afirma Orlando Sérgio.
Os dados relacionados aos passageiros do transporte coletivo também são utilizados nos relatórios do órgão, a fim de evitar fraudes na utilização do Cartão Mais Aracaju. Temos à disposição o extrato do cartão de todos os usuários. Por isso, é possível identificar quando uma pessoa está utilizando um cartão que não é seu. Por exemplo, se um estudante da Universidade Federal de Sergipe mora no conjunto Marcos Freire e seu cartão é utilizado todos os dias em uma linha da Universidade Tiradentes, saberemos que se trata de uma fraude e o cartão será automaticamente bloqueado, informa o diretor de Trânsito da SMTT.

Ouvidoria
Com a implantação do sistema GPS, as solicitações e reclamações feitas pela população com relação ao transporte público serão analisadas com maior rigor. Como estou acompanhando a movimentação dos ônibus, eu posso conferir a ausência de linhas solicitadas pela população ou até mesmo se o carro realmente quebrou, informa Orlando Sérgio, ao mostrar as solicitações registradas pelo serviço de Ouvidoria da SMTT.
Durante todo o dia, dois funcionários recebem em média 60 telefonemas, que nos ajudam a melhorar cada vez mais o serviço de transporte público, informa o coordenador de Projetos e Estudos da SMTT, Diogo Crispim.
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Espera média por transporte público em BH foi de 24 minutos em 2022

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O Relatório Global sobre Transporte Público produzido pelo Moovit, popular aplicativo de mobilidade urbana, divulgado na última terça-feira (24/1), revelou que em 2022 o belo-horizontino esperou em média 24 minutos em pontos e paradas durante uma viagem em dias úteis. Só ficou atrás apenas de Recife onde o usuário esperou 27 minutos. Também foram  levantados dados sobre o Tempo de Viagem, Distância Percorrida, Incentivos ao Uso de Transporte Público e etc.

Comparando com outras cidades brasileiras, o usuário de transporte público em BH ainda precisou esperar mais do que o Paulista, que aguarda em média 18 minutos, e o Carioca - 21 minutos. Na capital mineira, 47,5% das pessoas ficam em esperas longas de 20 minutos ou mais durante uma viagem, o que é considerado uma experiência ruim, e apenas 9,2% esperam menos do que cinco minutos.
No quesito, BH ainda ocupa a oitava posição em um ranking internacional, “ganhando” de cidades como Aguascalientes (37 minutos), no México, Palermo e Trapani (29min cada), na Itália. O levantamento inclui dados sobre o uso de ônibus, metrô, trem e outros modais de transporte.

A pesquisa da Moovit foi feita utilizando os dados dos usuários, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sendo complementada por um questionário respondido por 33 mil usuários de dez cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 

No Brasil o aplicativo já foi baixado mais de 100 milhões de vezes na PlayStore (Android) e ocupa a 3ª colocação na categoria “navegação” na Apple Store (iOS).

Tempo de Viagem

Para Marcelo Amaral, especialista em mobilidade urbana e coordenador de projetos do movimento NossaBH - grupo que faz pesquisas em políticas públicas da capital -, esse tipo de levantamento do Moovit é fundamental para pensar e refletir sobre o transporte. “Não necessariamente a gente precisa deles para dizer se o transporte está ruim ou bom, mas são importantes para o planejamento da Gestão Pública”, comentou.

Fundamental para a integração da cidade, o transporte público de Belo Horizonte tem sido alvo de constantes debates que, nos últimos meses, levaram a greves no metrô e greves nos ônibus.

O usuário que precisa enfrentar os problemas dos modais, no entanto, tem gastado em média 1 hora em deslocamento, tempo que inclui o tempo de caminhada, espera e no transporte.

A Capital Mineira é a quarta cidade no quesito, atrás de Rio de Janeiro (67 min), Recife (64 min) e São Paulo (62 min). Em BH 30,27% dos usuários fazem trajetos de 1 a 2 horas em viagens consideradas de média duração e quase 7% fazem viagens de 2 horas ou mais

Marcelo destaca toda a infraestrutura como fator determinante para reduzir os tempos de espera e viagem, comparando com outras cidades, principalmente aquelas que possuem mais de um milhão de habitantes. 

“A gente fala muito de metrô que é nosso sonho de consumo a décadas e que é uma solução rica, mas não dá para esperar só ele como solução. Os corredores de ônibus BRT (Move) é uma solução que BH começou a implantar, mas parou. Os corredores são um grande ganho para quem faz longas distâncias para reduzir, tanto o tempo de espera, quanto o tempo de viagem. É uma infraestrutura que tende a melhorar muitos fatores”, explicou Marcelo Amaral.

O especialista ainda destaca o BRT da Avenida Amazonas, como algo que a gestão pública deveria se ater em implantar. Em setembro do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) firmou um acordo com o Banco Mundial para melhorias na Avenida, onde serão investidos mais de US$ 100 milhões. A expectativa é que a fase de elaboração dos projetos seja concluída em dois anos, após esse prazo as obras devem ser iniciadas.

Distância Percorrida

O levantamento do Moovit também demonstra que o belo-horizontino percorreu uma distância média de 7,82 Km por viagem. A cidade ocupa a sétima colocação entre as participantes brasileiras da pesquisa. Brasília aparece como a primeira colocada com a distância média sendo 12,41 Km, seguida por Rio de Janeiro com 11,42 Km, e Recife com 8,22 Km.

O Moovit ainda considera trajetos que percorrem mais de 12 Km como viagens longas. Nesse sentido, em BH apenas 17,8% dos usuários percorrem essa distância em uma viagem. No Distrito Federal, 39,4% das pessoas fazem viagens de percurso longo, e no Rio de Janeiro 33,5%.

“A cidade vai se alastrando e as oportunidades não se alastram na mesma velocidade das pessoas que vão morar muito longe. O primeiro passo da cidade é o planejamento urbano, o Plano Diretor. Sendo um plano bem feito, que adensa ao longo dos corredores, tende a diminuir o tempo de viagem e as distâncias percorridas”, disse Marcelo, que destacou a política urbana como um primeiro fator a ser melhorado.
“O segundo fator é o transporte de qualidade. A velocidade depende da prioridade ao longo do corredor. Por que as faixas exclusivas são tão importantes nas grandes avenidas? pois assim os ônibus andam mais rápido do que os carros”, ressaltou Marcelo Amaral.

Incentivo ao uso do Transporte Público

Outro destaque da pesquisa promovida pelo aplicativo é a pergunta feita aos usuários: "O que faria você usar transporte público com mais frequência?". Em BH 29% dos usuários responderam que mais veículos e um tempo menor de espera seria um bom incentivo, 19,5% reivindicam passagens mais baratas e outros 15,3% horários confiáveis.

Para Marcelo, a pergunta ajuda a entender o porquê as pessoas deixam de usar o transporte público e usam outros modos. O especialista destaca a ascensão social como um dos fatores que possibilita a compra de motos e carros, no entanto, não existe solução para as cidades que seja baseado em automóveis individuais.

“A ideia de que o transporte público precisa ser atraente é fundamental. O que faria você usar? O ideal é sempre a pessoa esperar um pouco, ser barato e rápido até o destino dela. Não necessariamente dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Não dá para tornar a passagem mais barata, por exemplo, se você não tiver outra fonte de financiamento, que é o que BH faz com subsídio”, completou Marcelo Amaral.

Em nota a Prefeitura de Belo Horizonte informou que tem trabalhado para aprimorar o acesso da população ao transporte coletivo, e ainda reforça que são realizadas ações de fiscalização para melhorar o tempo de espera e garantir o cumprimento do quadro de horários.

Informações: Estado de Minas
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