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A dura rotina dos usuários de transporte coletivo na capital potiguar

quinta-feira, 27 de maio de 2010


Superlotação, longa espera, desconforto, atrasos, ônibus velhos... São essas algumas das reclamações feitas por quem, diariamente, precisa utilizar o sistema de transporte urbano de Natal. Sem contar no valor pago para usufruir de um serviço, que na maioria das vezes, deixa muito a desejar. Independentemente do tipo de transporte, pode ser ônibus, alternativo, ou até o trem, a verdade é que a população da Grande Natal está totalmente insatisfeita com a qualidade do transporte público oferecido na cidade. A superlotação é uma das principais queixas. Para tentar conseguir um lugar sentado, muita gente chega a andar cerca de 30 minutos até o terminal dos ônibus (ponto de partida).

O auxiliar de pedreiro, Adonias da Costa, é morador da Zona Norte de Natal. De segunda a sábado, ele deixa a residência no conjunto Novo Horizonte e caminha 15 minutos até chegar ao terminal de ônibus do conjunto Pajuçara. “Eu vou para o terminal na esperança de pegar um lugarzinho sentado. Tem dias que eu consigo, mas às vezes o ônibus já sai cheio desde a primeira parada”, lamentou Adonias.

A maioria dos usuários que estavam no terminal de ônibus do Conjunto Pajuçara, na última quinta-feira, afirmou que essa situação é mais comum do que se imagina. Uma equipe da TRIBUNA DO NORTE embarcou junto com os passageiros e comprovou de perto a deficiência do sistema de transporte da cidade. Em cada uma das paradas percorridas, problemas e reclamações se acumularam e cresceram.

Primeira Parada: Terminal de ônibus do Conjunto Pajuçara - Hora: 5h20 da manhã

O movimento no terminal de ônibus já era intenso, dezenas de passageiros a espera do ônibus. A essa hora da manhã a situação ainda estava organizada. Quem chegava ia direto para fila, tentar garantir um lugar sentando. Afinal, a viagem, para alguns, chega a durar até uma hora, dependendo de como esteja o trânsito na Zona Norte.

A estudante Joyce Souza (12) já estava na fila, apesar de só ter aulas às 7h30 da manhã. Para não perder o primeiro horário, ela tem que sair de casa ainda de madrugada. “Eu moro no conjunto Vila Verde e venho para o Pajuçara porque, às vezes, consigo pegar o ônibus mais vago. E tenho que sair bem cedo também devido ao engarrafamento que tem lá na ponte de Igapó, se deixar para ir mais tarde para a escola com certeza eu chego atrasada”, explicou a estudante.

Situação semelhante é a do auxiliar de serviços gerais, Kleber Nascimento. O horário de trabalho dele é a partir da 7h, mas às 5h30 ele já está saindo de casa. “Se eu não sair essa hora, não chego a tempo no serviço. É muito difícil para quem precisa pegar ônibus. Os carros são velhos, sujos e o valor da passagem é muito alto. Se for comparar não vale a pena pagar esse tanto de dinheiro para usar um serviço tão ruim”.

Bem próximo ao terminal tem um ponto de parada para os transportes alternativos, que nos últimos anos tem “roubado” boa parte dos usuários de ônibus. A vantagem desse sistema está no fato de chegarem até os lugares que os ônibus não atendem. “Eu desisti de pegar ônibus porque não passa perto do meu trabalho, que é na Prudente de Morais. Pelo menos dos carros que circulam na Zona Norte, nenhum passa por ali. Já as ‘bestas’ (alternativos) param bem próximo ao meu local de trabalho e cobram o mesmo preço dos coletivos”, disse a atendente Vilda da Silva.

Mas para o auxiliar de encanador, Jeandro Fortunato, os transportes opcionais também deixam muito a desejar. As principais reclamações são a mudanças do itinerário, o excesso de velocidade e, principalmente, a falta de um horário certo para as saídas dos veículos. “Eu estou aqui desde as 5h30 da manhã, mas a besta só vai sair de seis horas. Pode uma coisa dessas? Todo dia eles saem em um horário diferente”, falou Jeandro.

Um outro problema é a questão dos pontos de paradas. Tanto para as paradas dos alternativos, como as dos ônibus, não oferecem muita proteção aos passageiros. No Pajuçara, por exemplo, o terminal de ônibus não oferece nenhum conforto aos passageiros, que esperam o transporte debaixo de sol ou de chuva. Por volta das 5h45, a equipe da TN pegou o ônibus, que faz a linha Pajuçara-Mirassol (linha 60). O veículo deixou o terminal com todos os bancos ocupados e algumas pessoas em pé. Alguns quilômetros mais à frente, após a terceira parada, o ônibus já estava praticamente lotado. “Vejo essa cena se repetir todos os dias”, reclamou o supervisor, Zenaido dos Anjos.

Passageiros ficam sem opção

Segunda Parada: Estação de trem do Conjunto Panoram - Hora: 6h10Para fugir do longo congestionamento que se forma todas as manhãs, e, principalmente economizar no valor da passagem, muitos moradores da Zona Norte estão optando pelo transporte ferroviário. O trem acaba sendo uma solução rápida e barata. Ao invés de gastar 1h30 no trajeto Zona Norte-Ribeira, o usuário do serviço ferroviário acaba fazendo o mesmo percurso em 30 minutos. Além disso, economiza R$2,50 por dia, já que a passagem do trem custa apenas R$0,50.

O zelador, Roberto Bezerra é um dos adeptos ao trem. Ele caminha cerca de dez minutos de casa até a estação do Panorama. “Eu prefiro pegar o trem que não atrasa, não tem problema com engarrafamento e a passagem é só R$0,50. É muito mais vantagem, sem se compara”.

Assim como acontece com os ônibus, o estado de conservação dos trens não está muito bom devido ao tempo de uso do equipamento (cerca de 50 anos). Além disso, são poucos os lugares disponibilizados para sentar. Cada vagão possui cerca de oito bancos, com capacidade para oito pessoas cada. Ou seja, apenas 64 pessoas de um universo de centenas de pessoas vão sentadas.

Um outro problema é segurança dos passageiros. Segundo alguns usuários, existem dias, que de tanta gente, o trem segue viagem com a porta aberta.Para o pedreiro, Antônio Barbosa, a viagem de trem não é muito confortável, mas a economia (de tempo e dinheiro) compensa. “Os ônibus estão ruins e o trânsito nem se fala. É muito melhor, na minha opinião, pegar o trem, apesar do aperto, porque a gente gasta bem menos. E se fosse de ônibus também era desconfortável, porque eles só andam cheios também”.

O trem, que saiu do município de Ceará-Mirim chegou à estação da Ribeira por volta das 6h40. Foram gastos cerca 30 minutos. Se o mesmo trajeto tivesse feito de ônibus, seria gasto cerca de uma hora.
Terceira Parada: Passarela Neópolis - Hora: 8h30Quem disse que os moradores da Zona Sul não têm problemas com o sistema de transporte público de Natal? Basta dar uma volta pelos bairros de Capim Macio, Cidade Satélite, Neópolis para constatar que a situação é semelhante à Zona Norte. Atrasos, ônibus antigos e cheios, má educação de alguns motoristas e cobradores.

O universitário Felipe dos Santos que o diga. Ele mora no bairro de Neópolis e a universidade que ele estuda fica na avenida Engenheiro Roberto Freire, Ponta Negra. Um percurso que não é tão distante, quando vai de carro, gasta em média 20 minutos, mas quando vai de ônibus... “Tenho que apelar para sorte. Existe um espaço de tempo muito grande em um ônibus e outro. Já cheguei a esperar mais de 45 para pegar um ônibus.”A reportagem da TRIBUNA DO Norte chegou por volta das 8h30 na parada de ônibus que fica embaixo da passarela de Neópolis. O ponto ainda estava cheio de passageiros.

De acordo com uma legislação municipal, alternativos e ônibus não podem utilizar o mesmo ponto de ônibus, mas na realidade não é bem assim que a coisa funciona.Muitos alternativos não respeitam as paradas de ônibus e param nesses locais para tentar embarcar mais passageiros e acabam ocupando o lugar destinado apenas aos ônibus. Nessa confusão os usuários são prejudicados porque sem ter onde parar, os ônibus passam direto do ponto.

Uma outra reclamação é com relação ao estado de conservação dos veículos e o preço da passagem de ônibus. “A maioria da frota é sucateada. São ônibus antigos, que fazem um barulho enorme e quebram com muita freqüência. A passagem então, o valor que nós pagamos não compensa porque Natal é uma cidade pequena. Outras cidades maiores que possuem a tarifa um pouco mais alta, mas em compensação um mesmo transporte chega a vários pontos da cidade, coisa que não acontece aqui”, explicou Felipe.

Para a empregada doméstica Francisca Canindé Gomes, o sistema de transporte público só favorece aos donos das empresas e não a população como deveria ser. “Eu moro no Conjunto Bela Vista, no Planalto, e lá eu só posso pegar um ônibus, que é o 33. Eu já esperei mais de 40 minutos por ele. E a passagem de ônibus é muito cara, mas o pobre não tem direito nem de reclamar, depende do ônibus, então tem que pagar. Não dá para andar a pé, né?”
Quarta Parada: Campus Universitário - Hora: 9h15

Na UFRN a situação é tão ou mais complicada do que nos outros pontos da cidade. A instituição recebe alunos de todos os locais do Estado, que sentem muitas dificuldades para conseguir chegar e sair do Campus, já que poucas linhas fazem esse percurso.

Dependendo do local que desejar ir, os estudantes tem que pegar dois ônibus: o Circular até a avenida Salgado Filho e outro até o destino final. O problema é que, em determinados horários, o Circular chega a demorar cerca de 20 minutos ou mais e ainda vem lotado.“Chamamos esse sistema de transporte público, mas ele não tem nada de público. Nós pagamos, e caro, para ter direito a ele. Deveríamos, no mínimo, ter um transporte de qualidade”, reclamou a universitária Débora Melo, que já chegou a esperar uma hora pelos ônibus da linha 47 e 48 (Nova Descoberta).Já o, também universitário, Fernando Araújo, define como “razoável” o valor da tarifa e a qualidade do sistema de transporte da cidade. “Deveriam ser colocados mais ônibus para rodar em Natal. Eu, por exemplo, estou a 18 minutos esperando o 31 e até agora nada. Mas acho que o valor da tarifa razoável. Poderia ser mais baixo, mas também não está tão caro assim”.

TAC quer recompensar usuário

Recentemente a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) negociou com os empresários do setor, o reajuste da tarifa de ônibus. Para justificar o aumento das passagens, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público. O acordo é uma espécie de recompensa para o usuário que passou a pagar, desde o dia sete de setembro, uma tarifa de R$1,75.

De acordo com o TAC, as empresas concessionárias de ônibus terão que cumprir uma série de recomendações: renovar a frota em cerca de 372 veículos nos próximos 36 meses,; ampliar o serviço noturno com dez linhas a serem definidas pela STTU e que sairão entre meia-noite e cinco horas da manhã, de hora em hora; implantação do serviço porta à porta com a aquisição de 20 veículos tipo microônibus sem cobrança da tarifa para os portadores de deficiência física com alto grau de deficiência na mobilidade.

O acordo definiu ainda a reativação de alimentadores do Residencial Redinha; implementação de Circular Integrado ao Terminal de Soledade, beneficiando as comunidades de Nova República, Jardim Brasil, Brasil Novo, Parque das Dunas e os loteamentos Novo Horizonte, Jardim Floresta, Dom Pedro e Santa Cecília, entre outras recomendações.

De acordo com a secretária adjunta, Lúcia Rejane de Almeida, a STTU já iniciou os estudos para por em prática as determinações. “Os projetos para ampliar o horário noturno dos transportes, bem como a questão dos circulares e o transporte porta à porta já estão sendo feitos. Acredito que vamos cumprir todas as recomendações dentro dos prazos estabelecidos”.

O não cumprimento do ajuste de conduta implicará em interferência do Ministério Público e multas por descumprimento do acordo. As multas variam de acordo com cada recomendação. No caso do transporte porta à porta, por exemplo, se não for cumprido a partir do 13° mês (contando a partir de setembro) a empresa vai pagar uma multa de R$ 400,00 por dia e por veículo que deveria está em operação.Questionado sobre a qualidade da frota que está rodando na cidade, o chefe do departamento de estudos de projetos da STTU, Flávio Nóbrega, reconheceu que boa parte dos ônibus é antiga e já estava precisando ser renovada.

“A frota de ônibus de Natal tem uma idade média de sete anos. A renovação desses ônibus chegou na hora certa. Com essa medida, a frota ficará com uma média de quatro anos e meio. Fato que além de aumentar o conforto da população, vai diminuir o tempo das viagens, porque carro novo roda melhor que velho”.

De acordo com dados da STTU, Natal possui hoje uma frota total de 703 ônibus, sendo a frota efetiva (que circula diariamente) de 611 veículos. Sete empresas (Cidade das Dunas, Riograndense, Reunidas, Via Sul, Santa Maria, Guanabara e Conceição) possuem concessão para fazer esse tipo de transporte.Já a frota de opcionais é composta por 177 carros. O sistema transporta mensalmente um total de 11 milhões de passageiros. Por dia, são, aproximadamente, 430 mil usuários transportados nos ônibus e alternativos. Para fiscalizar toda a frota, a secretaria disponibiliza cerca de 104 fiscais de trânsito, que trabalham em todas as regiões do município, independente do tipo de autuações.

Os transportes alternativos são os que mais acumulam infrações. Até o dia oito de agosto deste anos, o Sindicato do Permissionários de Transporte opcional registrou um total de R$ 696.726,97. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn) o sistema de ônibus recebe uma média de 100 multas por mês.

Com relação aos pontos de passageiro, a STTU informou que de 2006 a 2007 foram instalados 120 novos abrigos, mas 100 foram recuperados e ainda tem uma licitação em andamento para que sejam instalados mais 92 abrigos. “Sabemos que a quantidade não é suficiente, mas estamos trabalhando para melhorar ao máximo. Existe também um problema sério: muita gente não conserva os abrigos, praticamente todos os dias temos que consertá-los”, reclamou Flávio Nóbrega.

Para o diretor de Comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, o Termo de Ajustamento de Conduta vai trazer muitos benefícios tanto para aqueles que utilizam, como para quem oferece e fiscaliza o sistema de transporte urbano. “A tendência é que o sistema de transporte fique realmente organizado. Esse foi apenas o primeiro passo. Esperamos que essa mudança de postura do órgão gestor (STTU) permaneça firme, porque só assim vamos conseguir um transporte de qualidade.”

Opcionais criticam diferenciação

“As pessoas vêem o sistema de transporte alternativo como uma espécie de ‘quebra galho’ que socorre a população, principalmente aqueles que moram nos bairros mais carentes de Natal”, desabafou o presidente do Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional do RN (Sintoparn), José Pedro dos Santos Neto (Pedrinho).

Segundo Pedrinho, a STTU não dá a devida atenção aos alternativos, que não foram beneficiados com o corredor da Bernardo Vieira. “Nós deveríamos ter mais vantagens já que somos o único sistema de transporte licitado, mas parece que funciona diferente. Uma prova é que não fomos beneficiados com o corredor da Bernardo Vieira, que a STTU faz questão de dizer que é exclusivo para os ônibus e nem temos o direito de circular com passageiros em pé”.

Com relação a permissão para circular com passageiros em pé, o Sintoparn desistiu de esperar pela Câmara dos Vereadores e está realizando uma campanha para o recolhimento de 15 mil assinaturas. “Pretendemos apresentar um projeto de iniciativa popular par vê se com o apoio da população conseguimos esse direito, que os ônibus já possuem”, disse Pedrinho.

Uma das principais reclamações contra os alternativos é a falta de segurança desse sistema. Por ser menor que o ônibus, os passageiros dos opcionais estão mais sujeitos a assaltos. E para acabar com esse problema, o Sintoparn está tentando implantar um sistema de GPS, que vai monitorar toda a rota do veículo. Mas a implantação do GPS esbarrou na burocracia do órgão gestor, que só vai liberar o sistema quando os ônibus também providenciarem.

“Nós estamos apenas esperando a liberação da STTU, já providenciamos tudo que foi solicitado. Mas temos que esperar que os ônibus se adequem também, mas pelo que eu sei não tem nem previsão. As pessoas falam do transporta alternativo, mas nós queremos fazer tudo direitinho, já o Seturn não quer porque com o GPS, a STTU teria o controle de tudo”, alfinetou Pedrinho.Para o diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, o sistema de ônibus é diferente. “É tudo em proporções maiores, temos mais veículos, mais gastos. Não é de uma hora para outra que conseguimos resolver tudo”. Ele disse ainda desde que os alternativos começaram a rodar na cidade, os ônibus perderam 20% dos seus passageiros. “E desde 200 o sistema não tem acréscimo na demanda, só nos gastos”.

Um exemplo é a meia passagem e a gratuidade dos idosos, deficientes e portadores de doenças crônicas. Segundo ele, de cada 100 pessoas, 20 não pagam a tarifa e 40 pagam meia passagem. “Ou seja, as outras 40 pessoas é quem acabam pagando, por isso o aumento da tarifa e não porque queremos ganhar mais dos usuários”, disse Augusto.

Questionado sobre a qualidade do sistema de ônibus da cidade, Augusto Maranhão respondeu: “O nosso sistema é de boa qualidade. Tem alguns defeitos, mas a frota é suficiente para transportar toda a população. O que precisamos é de mais velocidade do trânsito”.

Passagem de trem atrai passageiros

Uma opção que está começando a ser utilizada por grande parte dos moradores da Zona Norte, Ceará-Mirim e Extremoz é o trem. Além de ser mais barato, a passagem custa R$0,50, o tempo de duração da viagem é bem menor do que se fosse feita de ônibus.

O ambulante, Jenivaldo Costa, é uma das pessoas que preferem utilizar o trem. “A gente sabe que o trem é velho e não oferece nenhum conforto, mas seu eu for de ônibus também vou em pé. Mas pelo menos eu pago mais barato.Além da tarifa outra coisa atrai o ambulante. “Aqui no trem é todo mundo mais unido. Todo mundo se conhece. Teve até um dia que eu cantei para os passageiros. E também é mais seguro que ônibus porque nenhum malandrinho se atreve a fazer alguma maldade com ninguém aqui dentro, eles não são nem doidos”.

De acordo com dados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cerca de 12 mil passageiros são transportados diariamente, nas 27 viagens feitas pelas três composições (vagões e locomotiva). O trem está sendo tão utilizado que a companhia está com o projeto de ampliação, para atender cerca de 60 mil pessoas.

“O Projeto de Veículos Leve sobre Trilhos (VLT) está em fase de negociação. A governadora Wilma quer muito executá-lo, mas só poderá fazê-lo se contar com recurso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já que o projeto inicial está orçado em R$ 130 milhões”, explicou o gerente administrativo da CBTU, Flávio Cordeiro.

Além disso existe um outro projeto, em fase de estudo, que prevê a ampliação para Macaíba, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibu e Nísia Floresta. Segundo Flávio, ainda não existe um valor para o projeto, mas os primeiros estudos estimam um custo de R$ 400 milhões, já que teriam que ser construídas novas ferrovias.

Ainda tem aqueles que preferem economizar mais ainda e acabam fazendo uso de outro meio de locomoção: a bicicleta.“Para quem mora na Zona Norte a bicicleta é melhor. A gente não gasta nada e ainda chega mais rápido do que quem vai de carro ou de ônibus. O meu patrão sai de casa de 6h30, de carro, e eu de 7h30, de bicicleta. Adivinha quem chega primeiro? Eu é claro.”, disse o ASG Deílson Lemos.

Fonte: Tribuna do Norte
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Salvador tem a sétima passagem de ônibus mais cara entre as capitais brasileiras

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Salvador tem a sétima passagem de ônibus mais cara entre as capitais brasileiras e a segunda de maior valor entre capitais nordestinas. É o que revelou um mapa divulgado na última sexta-feira (7) pelo Portal EBC, que mostra o valor das tarifas em cada uma das 27 capitais do Brasil.

A tarifa mais cara é a de Recife, a capital de Pernambuco, que chega R$ 3,45, variando de R$ 1,50 a este valor. Em seguida está São Paulo, que passou de R$ 3 para R$ 3,20 no início deste mês, gerando protestos na capital paulista.
Também houve protestos contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, em Goiânia, em Natal e em Porto Alegre. Na capital gaúcha, os protestos surtiram efeito: uma ação cautelar solicitando a suspensão do aumento da passagem de ônibus de R$ 2,85 para R$ 3,05 foi aceita pela Justiça, mas pode ser cassada na próxima semana, de acordo com o Zero Hora.

Entre as 27 capitais brasileiras, Brasília tem a passagem de ônibus mais barata. A tarifa varia de R$ 1,50 e R$ 2 (circulares), mas é de R$ 3 entre regiões administrativas, e entre as RAs e o Plano Piloto. Depois da capital do país, Teresina (PI) e São Luís (MA) têm o menor valor das passagens: R$ 2,10.

Apesar de a capital baiana ter a segunda passagem mais cara entre as capitais nordestinas e a sétima entre as capitais do país, a estrutura do transporte público deixa a desejar. Ao contrário de outras capitais brasileiras, Salvador não oferece muitas alternativas para a população: a promessa de um metrô funcionando ainda não se tornou realidade, os planos inclinados sofrem com problemas, o Elevador Lacerda funciona com as quatro cabines há um bom tempo e os trens do Subúrbio necessitam de atenção.

Em uma carta aberta divulgada na última terça-feira (4), os rodoviários criticaram a "falência do transporte em nosso Estado". A categoria decidiu em assembleia aprovar uma greve a partir do dia 18. Vale lembrar que, em março, o prefeito ACM Neto afirmou que a passagem de ônibus não vai aumentar este ano na capital baiana.

Veja as tarifas de ônibus atuais e anteriores das 27 capitais do país, em ordem decrescente

Recife (PE)
Tarifa atual: De R$ 1,50 a R$ 3,45
Tarifa anterior: De R$ 1,40 a R$ 3,25

São Paulo (SP)
Tarifa atual: R$ 3,20
Tarifa anterior: R$ 3

Manaus (AM)
Tarifa atual: R$ 3
Tarifa anterior: R$ 2,75

Goiânia (GO)
Tarifa atual: R$ 3
Tarifa anterior: R$ 2,70

Cuiabá (MT)
Tarifa atual: R$ 2,95
Tarifa anterior: R$ 2,70

Rio de Janeiro (RJ)
Tarifa atual: R$ 2,95
Tarifa anterior: R$ 2,75

Florianópolis (SC)
Tarifa atual: R$ 2,90
Tarifa anterior: R$ 2,95

Campo Grande (MS)
Tarifa atual: R$ 2,85
Tarifa anterior: R$ 2,70

Curitiba (PR)
Tarifa atual: R$ 2,85
Tarifa anterior: R$ 2,60

Porto Alegre (RS)
Tarifa atual: R$ 2,85
Tarifa anterior: R$ 2,85

Salvador (BA)
Tarifa atual: R$ 2,80
Tarifa anterior: R$ 2,50

Belo Horizonte (MG)
Tarifa atual: De R$ 2 a R$ 2,80
Tarifa anterior: De R$ 1,80 a R$ 2,60

Porto Velho (RO)
Tarifa atual: R$ 2,60
Tarifa anterior: R$ 2,30

Palmas (TO)
Tarifa atual: R$ 2,50
Tarifa anterior: R$ 2,20

Aracaju (SE)
Tarifa atual: R$ 2,45
Tarifa anterior: R$ 2,25

Vitória (ES)
Tarifa atual: R$ 2,45
Tarifa anterior: R$ 2,35

Rio Branco (AC)
Tarifa atual: R$ 2,40
Tarifa anterior: R$ 1,90

Natal (RN)
Tarifa atual: R$ 2,40
Tarifa anterior: R$ 2,20

Macapá (AP)
Tarifa atual: R$ 2,30
Tarifa anterior: R$ 2,30

João Pessoa (PB)
Tarifa atual: R$ 2,30
Tarifa anterior: R$ 2,20

Maceió (AL)
Tarifa atual: R$ 2,30
Tarifa anterior: R$ 2,10

Boa Vista (RR)
Tarifa atual: R$ 2,25
Tarifa anterior: R$ 2

Belém (PA)
Tarifa atual: R$ 2,20
Tarifa anterior: R$ 2

Fortaleza (CE)
Tarifa atual: R$ 2,20
Tarifa anterior: R$ 2

Teresina (PI)
Tarifa atual: R$ 2,10
Tarifa anterior: R$ 1,90

São Luís (MA)
Tarifa atual: R$ 2,10
Tarifa anterior: R$ 1,70

Brasília (DF)
Tarifa atual: De R$ 1,50 e R$ 2 (circulares) e R$ 3 (entre
regiões administrativas, e entre as RAs e o Plano Piloto)
Tarifa anterior: R$ 2,50 (o maior valor) 

Informações: iBahia
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Tarifa de ônibus de Belo Horizonte passa a custar R$ 2,80 no sábado

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e da BHTRANS, informa que as tarifas do transporte coletivo de passageiros serão reajustadas a partir da zero hora de sábado, 29/12/2012. A tarifa predominante, paga por cerca de 80% dos usuários do transporte coletivo municipal passará de R$ 2,65 para R$ 2,80, um reajuste de 5,66%. 

O reajuste anual das tarifas de ônibus em Belo Horizonte é calculado segundo uma fórmula paramétrica prevista nos contratos de concessão, compreendendo a variação anual dos preços de cinco grandes itens de custo do sistema (mão-de-obra operacional, combustível, veículos, despesas administrativas e rodagem), calculada pela Fundação Getúlio Vargas e IBGE.

Com a aplicação do índice apurado pela referida fórmula paramétrica, a partir do próximo sábado (29/12/2012) as tarifas de ônibus serão assim reajustadas:

 • Linhas perimetrais, diametrais, semi-expressas e troncais (ônibus nas cores laranja, azul e verde): de R$ 2,65 para R$ 2,80;

• Tarifa de integração com o metrô: de R$ 2,65 para R$ 2,80;

• Linhas circulares e alimentadoras (ônibus cor amarela): de R$ 1,85 para R$ 2,00;

• Linhas de vilas e favelas (microônibus cor amarela), que não tiveram reajuste desde 2010: de R$ 0,60 para RS 0,65;

• Linha Executiva SE 01: de R$ 5,00 para R$ 5,30;

• Linha Executiva SE 02: de R$ 4,00 para R$ 4,25.

Dessa forma, o reajuste médio geral do sistema convencional (ponderado pelo número de usuários pagantes em cada tipo de linha) será de 6,15%.

Nas tarifas das linhas executivas SE 01 e SE 02 será autorizada a concessão de desconto aos usuários do Cartão BHBUS, que pagarão as mesmas tarifas praticadas em 2012 (SE 01: R$ 5,00 e SE: 02 4,00).

Serviço Suplementar

Também as tarifas das linhas do transporte suplementar de Belo Horizonte terão seus valores reajustados a partir de sábado, 29/12: a tarifa de R$ 1,85 passa para R$ 2,00, a de R$ 2,15 passa para R$ 2,30 e a de R$ 2,65 para R$ 2,80.

Reajuste acumulado nos últimos quatro anos

Importa destacar que, enquanto a inflação geral entre 2009 e 2012, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), foi de 24,8%, o reajuste acumulado da tarifa de ônibus em Belo Horizonte, no mesmo período, foi de 21,7%, portanto 14,3% menor do que a inflação geral (já considerando o reajuste tarifário de 29.12.12).

Melhorias do transporte coletivo em 2012

Neste ano, 201 novos ônibus, com elevadores e ventiladores, foram incorporados à frota do sistema convencional que conta hoje com 3.037 veículos, distribuídos em 298 linhas e operados por quatro concessionários.

A idade média da frota é de 3 anos e 11 meses, uma das mais novas do país. Mais de 77% dos ônibus já são equipados com elevadores para garantia de acessibilidade.

Também em 2012, 129 veículos novos, equipados com ar condicionado ou climatizador, entraram no sistema suplementar, para maior conforto dos passageiros.  A idade média da frota deste sistema, com 283 veículos, é de 2 anos e 3 meses. Cerca de 82% dos ônibus já são equipados com elevadores para garantia de acessibilidade.

Ainda em 2012, entraram em operação as duas primeiras linhas executivas, com 13 veículos novos, equipados com ar condicionado, rede de internet disponibilizada para passageiros e assentos estofados. A idade média desta frota é de 1 ano e todos os ônibus já são equipados com elevadores de acessibilidade.

Cartazes serão afixados nos ônibus informando o valor das tarifas.

A partir de 6ª feira, 28 de dezembro, cartazes informativos com os novos valores estarão afixados dentro dos ônibus.

Cartão BHBUS

Os créditos válidos do Cartão BHBUS Vale-Transporte (cartão amarelo) terão seu valor de compra mantido até o fim de sua validade. Caso queira, o usuário poderá trocar seus créditos antigos pelos valores das tarifas reajustadas em até 30 dias após a data do atual reajuste.

Os portadores do Cartão BHBUS Usuário (cartão azul), com créditos adquiridos até 28/12/2012, poderão utilizar esses créditos até o dia 11/02/2013, com cobrança da tarifa antiga. A partir de 12 de fevereiro de 2013 será cobrada a nova tarifa, automaticamente.

Táxi-Lotação

A tarifa do serviço de táxi-lotação, em operação nas avenidas Afonso Pena (104 veículos) e do Contorno (18 veículos), passará de R$ 2,90 para R$ 3,10.

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Prefeitura de Teresina aumenta passagem de ônibus para R$ 2,50

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O prefeito de Teresina, Firmino Filho, aumentou de R$ 2,10 para R$ 2,50 a tarifa de ônibus urbanos de Teresina para entrar em vigor a partir do dia 1° de fevereiro, domingo.

O Presidente do Conselho Municipal de Transportes Públicos, e superintendente da Strans informou que o valor da tarifa foi discutido e estabelecido em reunião realizada na terça-feira (27/01) pelo conselho municipal. Firmino Filho assinou o decreto aumentando o valor da passagem na manhã desta quarta-feira (28/01).

Carlos Daniel informou que a tarifa para estudante ficará em R$ 1,05 porque o prefeito decidiu congelar a tarifa para estudantes por um ano. Entidades estudantis e populares vão se reunir às 14h no sindicato dos motoristas rodoviários do Estado do Piauí, no Centro de Teresina para discutir uma mobilização contra o aumento da passagem de ônibus.

O superintendente da Strans, Carlos Daniel, informou que o aumentou da tarifa foi de 19,05% o que passou de R$ 2,10 para R$ 2,50 a partir de 1 de fevereiro. Segundo ele, a planilha de custos tinha definido o valor da tarifa em R$ 2,5020.

Segundo ele, o prefeito Firmino Filho resolveu aumentar o valor da tarifa de ônibus para R$ 2,50 e congelar o valor para os estudantes em R$ 1,05.

“A decisão do conselho municipal de transporte público foi pela aprovação de uma planilha que seria estudada pela Strans (Superitendência Municipal de Transportes e Trânsito). A Strans apresentou uma planilha que foi aprovada no valor de R$ 2,5020 e o prefeito decretou hoje o aumento para R$ 2,50, foi um aumento de 19,05% aproximadamente”, declarou Carlos Daniel.

Ele informou que o último aumento foi relativo aos custos de maio de 2011 e faziam mais de 40 meses que não tinha reajuste na tarifa de ônibus urbanos em Teresina.

Carlos Daniel que por enquanto não tem nenhuma informação sobre manifestação do movimento estudantil e do movimento popular pelo aumento tarifa o que mostra que a população entende que não houve um aumento, mas um reajuste no valor da tarifa.

Daniel declarou que todo mundo já teve o salário aumentado, o valor da energia aumentado, enquanto os custos dos insumos do transporte público tiveram um aumento considerável. Ele cita o custo da mão de obra em Teresina que teve aumento 35,72%; o combustível aumentou mais de 33%.

“O que puxou o aumento da tarifa de ônibus em Teresina, foi o aumento dos custos da mão de obra e do combustível”, afirmou Carlos Daniel.

Em Teresina, são 438 ônibus circulando em 97 linhas, transportando 7 milhões de passageiros por mês. A linda mais distante é a do Mocambinho, na zona Norte de Teresina ao conjunto Porto Alegre, na zona Sul teresinense.

Carlos Daniel disse que ao longo dos anos não tem ocorrido acréscimo dos ônibus urbanos. Ele credita isso a falta de qualidade de transporte. “A má qualidade de transporte público afastou usuários do sistema. É exatamente nessa linha que estamos atacando, tentando qualificação das linhas, melhoramento dos terminais e faixas exclusivas para os ônibus fazer com que isso possa trazer de volta a usar transporte coletivo”, disse Carlos Daniel.

Informações: Portal Meio Norte

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Tarifa de ônibus em Salvador vai a R$ 2,80 e vira a quinta mais cara do Brasil

sábado, 2 de junho de 2012

A partir de 0h desta segunda-feira, os soteropolitanos vão pagar R$ 2,80 pela tarifa de ônibus. Nesta sexta (1º), a prefeitura anunciou o índice de reajuste na tarifa de 12%. Com o aumento de R$ 0,30, Salvador passa a ocupar o quinto lugar no ranking nacional das passagens mais caras entre as capitais do Brasil.

O percentual foi definido após estudos feitos por técnicos da prefeitura. Segundo o secretário municipal de Transportes e Infraestrutura, José Mattos, o reajuste levou em conta os cálculos do empresariado, que reclamava de defasagem no preço da tarifa.  “Tem 18 meses que não concedemos aumento, mas houve dois aumentos de salário da categoria nesse período”, justificou.

Depois de quatro dias de análise, os técnicos chegaram a conclusão que o aumento de R$ 0,30 seria, segundo o secretário, “o de menor impacto para a população”. O pedido de reajuste foi feito pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), logo após o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ter concedido, dia 25, um aumento salarial de 7,5% aos rodoviários em greve e determinado pagamento de benefícios, como o quinquênio, e elevação no valor do tíquete refeição. Contudo, o valor pedido pelo Setps foi R$ 3,15.

“Não tínhamos como deixar de repassar para a tarifa, porque senão aconteceria o que ocorreu no passado, que é aquela dívida que a Prefeitura tem, através de uma ação do Setps, que já está transitado em julgado e não cabe mais recurso”, emendou Mattos, referindo-se à dívida no valor de R$ 600 milhões. Ainda segundo Mattos, o montante é relativo a desequilíbrios tarifários computados de 1997 a 2005.

O próximo reajuste da tarifa está previsto para dezembro de 2013 e constará no edital de licitação que a prefeitura vai abrir em junho, para efetivar contratos de concessão no serviço de transporte público da capital. Atualmente, as empresas de ônibus são permissionárias. “Hoje, não temos contrato formal, onde podemos efetivamente exigir determinadas ações. Mas só posso lançar o edital após a solução da dívida de R$ 600 milhões”, complementou o secretário.

De acordo com Mattos, o edital vai proibir, a partir de janeiro de 2013, as gratuidades não previstas na lei. “É inconcebível ter oficial de justiça, carteiros e PMs utilizando sem pagar”, disse. O secretário afirmou que pretende ainda apurar a quantidade de deficientes físicos que utilizam o transporte.
“Temos uma média de 33,3 mil passagens de deficientes físicos por mês. Mas não parece que é isso na realidade. Tudo isso impacta no valor da tarifa”, finalizou. O CORREIO procurou o superintendente do Setps, Horácio Brasil, para comentar o aumento, mas ele não foi localizado.

Salvador ultrapassa BH e Rio
Com o aumento anunciado ontem pela prefeitura, Salvador será a quinta capital com a tarifa de ônibus mais cara do país, atrás  apenas de São Paulo (R$ 3), Florianópolis (R$ 2,90), Porto Alegre (R$ 2,85) e Campo Grande (2,85). O reajuste fez Salvador ultrapassar, no ranking, sete capitais. Entre elas,  Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba (veja ao lado quadro comparativo).

Em relação ao Nordeste, Salvador já ocupava o primeiro lugar no pódio da carestia, mas ampliou ainda mais a diferença para a segunda colocada, Maceió, cuja tarifa foi aumentada para R$ 2,10 em fevereiro deste ano. Em comparação com outras capitais nordestinas de tamanho semelhante, o valor da tarifa em Salvador é R$ 0,65 maior que a de Recife, e R$ 0,80 que a de Fortaleza.

Contudo, o sistema de transportes públicos urbanos da capital é alvo constante de críticas de usuários, devido a problemas como frota envelhecida, baixa quantidade de veículos (2.446) e atrasos de linhas. Apesar das queixas, o secretário municipal de Transporte e Infraestrutura, José Mattos, disse que, para reduzir o impacto do aumento, até a Copa de 2014 serão renovados mil ônibus.

Está previsto ainda aumento no número de ônibus adaptados para deficientes físicos para 70% da frota. “A integração tarifária, que antes tinha tolerância de uma hora para pegar outro ônibus, passará a ser de duas horas”, salientou. Questionado se o aumento corresponde à qualidade do serviço oferecido, Mattos disse que o problema é de serviço público: “Como cidadão, vou dizer sempre que não vale. Como vou dizer também que a tarifa da energia não vale a pena, porque temos problemas constantes de queda de energia, como a água também tem”.


Fonte: Correio 24 Horas

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Tarifas de ônibus municipais têm aumento em 7 capitais do país

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sete capitais brasileiras tiveram aumento de tarifas de ônibus municipais desde dezembro de 2011. O custo da passagem do transporte público ficou mais alto em Belo Horizonte (8%), Cuiabá (8%), Vitória (6,8%), João Pessoa (4,7%), Teresina (10,5%) e Rio de Janeiro (10%). Nesta sexta-feira (20), também foi aprovado o reajuste de 6,5% no preço da passagem de ônibus no Recife, que vai valer a partir do domingo (22).

O total de cidades que tiveram reajuste foi menor do que as que registraram aumento na virada de 2010 para 2011, quando 11 capitais passaram a ter tarifas mais caras. Mesmo assim, os reajustes mais recentes geraram ondas de protestos em diferentes cidades do país. Em Vitória e em Teresina, onde houve manifestações mais exaltadas, a polícia chegou a reprimir os protestos e a prender manifestantes.

No Recife, última cidade a oficializar o aumento, estudantes e representantes de movimentos populares realizaram, na manhã desta sexta, um protesto contra o aumento. O Batalhão de Choque tentou impedir a passagem dos manifestantes. Tiros de bala de borracha e spray de pimenta foram usados pela polícia para conter as pessoas.

Outras três capitais devem ter aumento de tarifa ainda no primeiro semestre deste ano. Em Palmas, a tarifa deve chegar a R$ 2,50 em março, um reajuste de 13,6%. A prefeitura de Macapá está aguardando decisão judicial da 4º Vara Cível e da Fazenda Pública para autorizar reajuste para R$ 2,57 (11,7%). E Florianópolis, onde a tarifa teve redução de 1,6% em 2011, deve haver aumento ainda no primeiro semestre.

Baixa qualidade

Além de reclamarem da alta nos preços, os protestos também têm como alvo o próprio funcionamento dos sistemas de transporte público, exigindo maior eficiência e integração entre as linhas de ônibus.

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (19) revelou que para 41% da população dos municípios acima de 100 mil habitantes o transporte público é "ruim" ou "muito ruim". Para apenas 30% da população nas grandes cidades, o transporte público é "muito bom" ou "bom".

Nas capitais e outras cidades com mais de 100 mil habitantes, o resultado foi ainda pior para o transporte coletivo. Quase metade da população -- 48% -- avalia que o transporte público "não permite que as pessoas se desloquem com facilidade por toda a cidade".

Reajustes e protestos

A capital do Piauí registrou o maior aumento percentual das tarifas de ônibus no início deste ano. A passagem, que custava R$ 1,90, passou a custar R$ 2,10. A prefeitura de Teresina, entretanto, defende que foi inaugurado neste ano um sistema de integração entre os ônibus, que garantiria "uma economia de 25% nas despesas com o transporte para trabalhadores e estudantes", segundo um comunicado divulgado no início do ano.

O reajuste fez com que um movimento liderado por estudantes realizasse protestos diários por mais de duas semanas desde que o aumento passou a ser cobrado. Além de reclamarem do aumento, os estudantes alegavam que a integração entre os ônibus estava incompleta.

"Nosso protesto é pela reestruturação do sistema de transportes de Teresina. Houve aumento das passagens e implantação de um sistema de integração incompleto, que ainda contempla pouco a população de Teresina", disse Cássio Borges, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí.

Após os confrontos, pelo menos 17 estudantes foram presos. A prefeitura manteve o aumento, mas prometeu acelerar a integração do transporte coletivo e diminuir tarifas sobre o 2º trechos percorrido dentro desse sistema.

Ônibus queimado

Os protestos contra aumento das passagens em Vitória também acabaram em confronto, e um estudante de física chegou a ser detido temporariamente após confessar a participação no incêndio a um ônibus durante uma manifestação. As tarifas de ônibus da cidade foram elevadas a R$ 2,35 no dia 8 de janeiro.

Na noite de quinta-feira (19), manifestantes do Movimento Contra o Aumento (MCA) tomaram as ruas de Vitória em mais um protesto. Segundo a Polícia Militar, cerca de 50 jovens participavam do ato. O trânsito na Terceira Ponte chegou a ser interditado nos dois sentidos, o que gerou um grande engarrafamento nas vias de acesso.

Protestos sem confronto

No Rio de Janeiro, onde a passagem subiu de R$ 2,50 para R$ 2,75 no primeiro dia útil de 2012, uma manifestação interditou a pista lateral da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira (18).

A tarifa de ônibus de João Pessoa foi reajustada em 4,76%, passando de R$ 2,10 para R$ 2,20 em 9 de janeiro. Após o reajuste, grupos de estudantes promoveram alguns protestos em frente à prefeitura, mas sem grande repercussão.

Em Belo Horizonte, as alterações nas tarifas do serviço público municipal de transporte coletivo passaram a valer no final de 2011. O índice médio de reajuste é de 7,61%. Apenas os preços das linhas de vilas e favelas não tiveram mudanças, mantendo o valor de R$ 0,60. Com o reajuste, as passagens com valor de R$ 2,45 passaram para R$ 2,65. Já os ônibus que cobram R$ 1,75, passaram a exigir a tarifa de R$ 1,85. As linhas do Sistema de Transporte Suplementar também mudaram. A tarifa de R$ 1,75 passou para R$ 1,85; a de R$ 2,00 para R$ 2,15 e a de R$ 2,45 para R$ 2,65.

O aumento da tarifa em Cuiabá ocorreu no início de dezembro de 2011, passando de R$ 2,50 para R$2,70. De acordo com a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT), o novo valor tentou seguir a inflação do ano e a previsão de gasto com a manutenção dos veículos. Para decidir o novo preço, conforme a Ager, foram levados em consideração os insumos como combustível, mão-de-obra e quantidade de passageiros.

Brasília

Em Brasília, as tarifas variam de R$ 1,50 a R$ 3. O menor valor diz respeito apenas ao coletivo que circula dentro do Plano Piloto e dentro das cidades satélites. Já o valor maior diz respeito à linha metropolitana que faz a ligação entre as satélites e o Plano Piloto.

Na capital, não há previsão de aumento. Em junho do ano passado, os rodoviários anunciaram greve pedindo reajuste de salário. As empresas alegaram que o aumento só seria possível com aumento da tarifa, mas o Governo do Distrito Federal (GDF) interveio e ofereceu uma série de subsídios aos empresários do setor de transportes.

Uma das vantagens combinadas foi o pagamento de dois terços do passe estudantil por parte do GDF. Segundo informações do governo, o valor do subsídio relativo ao passe livre pode chegar a R$ 12 milhões por mês.

Fonte: Gazeta.web



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Capitais com preço da passagem semelhante a Belém têm ônibus com ar-condicionado

quinta-feira, 30 de setembro de 2021


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) quer aumentar o preço da passagem de ônibus em Belém, que atualmente custa R$ 3,60, para R$ 4,87. A proposta foi enviada na última terça-feira (23) para a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e deixaria o bolso do belenense R$1,27 mais leve a cada trajeto, já que não há integração ou sistema de bilhete único na capital.

O aumento pedido pelos empresários, caso atendido, representaria um gasto mensal de R$ 214,28 para um trabalhador que pega dois ônibus por dia, ida e volta, para chegar até o emprego. Valor que representa 20,47% do salário mínimo atual estabelecido por lei no Brasil, que é de R$ 1.100. Para quem pega quatro ônibus por dia, o valor mensal, para quem trabalha de segunda a sexta, seria de R$ 428,56. Já quem trabalha de segunda a sábado gastaria 506,48 reais, 46% da renda mensal de quem ganha um salário mínimo.

Porto Alegre

Por aproximadamente o mesmo preço, R$4,80, Porto Alegre opera um sistema com aplicativo para localização em tempo real, com horários estimados por GPS, o que facilita o planejamento de quem depende do transporte público e precisa se organizar ao longo do dia.

Além disso, 47% da frota da capital gaúcha é climatizada, apesar da temperatura média da cidade oscilar entre 23 e 13 graus celsius em setembro. Há ainda um sistema de reconhecimento facial em 100% dos veículos e 91,4% dos veículos possuem instalação de plataforma elevatória.

O sistema também conta com bilhetagem eletrônica e atualmente é gerido no modelo de sociedade mista com controle acionário da prefeitura de Porto Alegre.

A cidade possui 1.492.530 milhão de habitantes, enquanto Belém possui 1,506,420 milhão de moradores. Porto Alegre, porém, tem um Produto Interno Bruto per capita acima de R$ 52 mil, mais que o dobro de Belém, com aproximadamente R$ 21 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística colhidos em 2018.

No momento, a recém-desestatizada Carris, que controla o transporte na capital gaúcha, pleiteia um aumento para R$5,05.

Caso a tarifa de ônibus em Belém seja estabelecida em R$4,87, conforme desejo do Setransbel, antes de um aumento ocorrer em Porto Alegre, a capital paraense assumirá a vice-liderança na lista das capitais com passagens de ônibus mais cara do Brasil, atrás somente de Brasília, que cobra R$5, mas com 100% de gratuidade para estudantes.

Além disso, Belém seguiria sem desfrutar de benefícios similares em relação às duas cidades e diversas outras vantagens já são realidade em outras cidades brasileiras, como o bilhete único (disponível para os moradores de São Paulo que pagam R$4,40) ou da integração entre modais diferentes (realizada em Fortaleza por R$3,60).

Justificativas

Em comunicado, o sindicato afirma que o último reajuste no valor foi realizado em 2019 e argumenta que o salário dos rodoviários e preço do diesel aumentaram de lá para cá.

A nota enviada para a reportagem argumenta que a capital paraense tem a segunda menor tarifa dentre todas as cidades do Brasil, mas a afirmação abre espaço para interpretações, pois o valor é único para qualquer trajeto em qualquer ônibus apenas uma vez, o que não ocorre na maioria das capitais brasileiras.

São Luís possui tarifa de R$3,20 para linhas não integradas, por exemplo, e de R$3,70 para linhas integradas, enquanto Recife conta com um sistema que permite baldeações para troca de veículo sem cobrança de uma nova passagem por R$3,75. Em Belém, dois trajetos custam R$7,20, sempre. 

Além disso, na capital pernambucana, os usuários podem pagar apenas metade da tarifa fora dos horários de pico - 9h às 11h e 13h30 às 15h30. Já Maceió, que cobrava R$3,65, passou a cobrar R$3,35 neste ano - ou seja, promoveu uma redução na tarifa mesmo diante dos revezes da pandemia de covid-19.

"O Sindicato esclarece, ainda, que o preço da passagem é calculado em função dos diversos custos envolvidos e quantidade de passageiros pagantes. Hoje, 25% dos usuários são de gratuidades, em uma realidade onde quase 50% da receita é para pagar os funcionários e 30% para ser investido em combustível e manutenções necessárias", afirma a entidade.

Prefeitura

Já a prefeitura de Belém afirma que estudos estão sendo realizados de acordo com a legislação em vigor e “no mais estrito interesse público, tendo em conta o período prolongado de pandemia da covid-19 e de crise econômica e social que o país atravessa. Além da necessária melhoria na qualidade do transporte público em Belém”.

Para que haja reajuste da tarifa de ônibus em Belém, a proposta precisa ser debatida no Conselho Municipal de Transporte.

Além do Setransbel e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana fazem parte do Conselho o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Sindicato dos Rodoviários.

Todo dia

Quando acorda de manhã, Rafael Menezes sabe que vai precisar sair de casa no máximo 6h50 para embarcar em um ônibus sem ar-condicionado no calor equatorial de Belém. E depois embarcar em outro, sem ideia do horário que ele irá passar, mas com plena certeza de que o veículo estará lotado. E que depois repetirá o trajeto na volta do trabalho para casa. E quando vai dormir depois de um dia cansativo, deita-se na cama sabendo que fará tudo de novo no dia seguinte - a não ser que esse dia seja um domingo, o único da semana em que ele não trabalha.

Rafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em BelémRafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em Belém (Ivan Duarte / O Liberal)

"Chego em casa duplamente cansado e duplamente estressado. Sei que dizem que o brasileiro sempre sonha com a casa própria, mas hoje em dia acho que sonha mesmo é em ter um veículo próprio", reflete ele, que trabalha no setor administrativo de uma escola no limite entre Ananindeua e Marituba.

Aos 26 anos, Rafael acredita que perde mais tempo e dinheiro do que deveria no transporte público. Ele mora em Belém, no bairro de Val-de-Cans, mas às vezes fica na casa da mãe, no Tenoné.

Seja qual for o ponto de partida, a ida dele para o trabalho é sempre caótica. Como tudo sempre pode piorar, enquanto era acompanhado pela reportagem, um acidente entre o ônibus que ele estava e um carro mordeu mais uma fatia do tempo de Rafael.

"Olha aí. A polícia tá lá fazendo o trabalho dela e a gente está aqui, esperando o desfecho dessa história para seguir para o trabalho. E o trânsito aqui na Augusto Montenegro, que já não é fácil diariamente, tá pior no dia de hoje. E todo mundo obviamente já tá atrasado, né?", esculhamba ele logo depois de se meter na confusão entre o motorista do ônibus e o do carro particular. Ele ficou mais nervoso ainda com a possibilidade de ter que pagar outra passagem, mas outro coletivo da mesma linha apareceu e todos os passageiros puderam embarcar nele sem custos adicionais.

Mas longe dele comemorar a conquista que o poupou R$3,60: "Só que aquela situação: a gente já saiu [dentro do ônibus] cheio lá do bairro e aí a aglomeração, a lotação, vai ser pior ainda", lembra.

São tantos problemas que Rafael nem sabe por onde começar. Ele acredita que as tarifas altas são só a superfície de um ecossistema de descaso com os usuários do transporte público de Belém, que se arrasta por anos.  Mas o estudante de jornalismo se esforça e escolhe qual é o pior de todos.

"Com certeza é o calor. A temperatura dentro do ônibus é absurda. De passar mal. Às sete da manhã já faz muito calor. E sempre está lotado, o que piora tudo. Você não consegue chegar seco em lugar nenhum, não consegue chegar arrumado, com o cabelo direito. Não consegue chegar cheiroso em nenhum lugar também", reclama ele.

Ar-condicionado

A reportagem conta para ele que 47% da frota de Porto Alegre possui ar-condicionado. Ele suspira, como criança que olha um brinquedo através da vitrine.

"É. Tá vendo só. Cidades mais amenas que a nossa já têm ônibus climatizado pra todo mundo. Como pode? Quase metade. Que sonho. Literalmente um sonho", diz ele, que toda vez que sente na pele os perrengues de ser belenense e depender de transporte público é tomado pela vontade de sair da cidade.

"Penso nisso todo dia, sabia? Se esse aumento sair, vou ter que repensar toda a minha vida. Sério. Ou pelo menos pensar toda vez antes de sair, se vale a pena. Enfim, dar um jeito de gastar menos. Hoje em dia percebo que as reclamações aumentam cada vez mais e não fazem nada. O valor é alto e injusto por conta da infraestrutura que é ruim e não me atende. Não atende a cidade como um todo. Não é rápido, nem integrado, nem confortável. Só anda mesmo de um lugar pro outro. Isso quando não dá prego", conta Menezes.

Rafael também acredita que a vida de muita gente é atrapalhada pela falta de horários fixos, já que os veículos não contam com GPS.

"Temos que sair com antecedência e tentar a sorte. Outra situação revoltante é esperar por um tempo longo e o motorista passar direto. Ou então arrancar quando ainda estão desembarcando. No caso da briga de hoje, percebi também que eles não têm treinamento para situações assim de acidente", conta.

Para ele, tudo seria mais fácil também se houvesse integração na cidade, o que ajudaria ele a economizar, já que a empresa fornece vale digital para ele, mas de apenas duas passagens diárias.

"A não ser agora com o BRT, mas não dá para chamar isso de integração. Pegar quatro ônibus para chegar em Ananindeua e pago por todos eles. Não é integração completa. Já pensei em usar bicicleta em um dos trechos, mas ainda não tive coragem de fazer isso, pois não tem estrutura cicloviária em Belém. Os ônibus demoram tanto para passar que as pessoas pegam mais de um só pra esperar menos. Pegam van, moto táxi, gastam mais dinheiro. Falta infraestrutura dentro dos bairros no sentido de ter vias de acesso aos bairros principais. O coletivo tem que dar voltas enormes lá no trânsito em outros bairros", lamenta.

Sem justificativa

Assim como Rafael, a autônoma Maria Baima acha que a qualidade do transporte público em Belém não justifica um aumento tão grande na tarifa.

Ela reclama que nunca um reajuste foi seguido de melhoria. "São uns ônibus tudo de péssima qualidade, você só vem amassado, lotado. É um custo alto pelo que a gente ganha. Uso ônibus para tudo. Primeiro teria que colocar o ar. A gente sofre muito com quentura. Quando chove e fecha as janelas fica insuportável. Ainda mais usando máscara", relata.

João de Assis estava acostumado com outra realidade em Goiânia. Ele veio para Belém há 10 meses para trabalhar e não sabia do pedido do Setransbel. Para ele, foi um choque já que ele nota os ônibus de Belém sempre "sujos e sucateados, uma bagunça".

"Rapaz, aqui é muito fraco. Goiânia é top de linha, ônibus tudo novo, quase tudo sem cobrador. São duas empresas só lá. Aqui você vê muitos ônibus velhos, várias empresas. Poderia melhorar um pouco. Colocar uns ônibus mais novos", diz.

Pontualidade

A arquiteta Bianca Bastos já utiliza com frequência o transporte público em Porto Alegre, especialmente no centro da cidade. Ela relata que apesar da distância entre os terminais de saída e o centro, os ônibus possuem horários rigorosos.

Ela elogia os terminais de integração da cidade, que podem ser utilizados com um cartão especial disponibilizado pela prefeitura.

"As informações de horário e trajeto são muito fáceis de seguir e entender. Sempre achei muito fácil me locomover lá. A última vez que fui foi em janeiro de 2020. Tava R$4,50 a passagem. Em compensação, os ônibus são muito bons. Inclusive nos terminais de integração dá para pegar ônibus para cidades da região metropolitana"

O casal Regina e Anderson Silva, nem mora em Belém, mas vive a dificuldade que é pegar ônibus na capital paraense quase todos os dias. Eles moram em Barcarena, mas com frequência trazem a filha, Clara Sofia no colo para a cidade, por conta do tratamento de fibrose cística em Belém. Só na última semana eles vieram três dias seguidos.

"É um absurdo. Para eles cobrarem um preço abusivo, eles tinham que dar qualidade para a população que anda no ônibus. Isso a gente não vê. Não acha nada bom. Não vejo melhoria. Tem que começar pelos cobradores. Tem cobradores que não respeitam as pessoas que utilizam o ônibus. Uma vez... como ela é portadora de fibrose cística e é menor, ela tem prioridade de sentar na frente. A moça [cobradora] simplesmente não deixou. Ela disse que eu tinha que passar e assim eu fiz. Nesse dia chorei. É isso que é pegar ônibus", desabafa.

Quatro ônibus por dia de segunda a sábado hoje

R$374,40 por mês = 34% do salário mínimo

Quatro ônibus por dia caso o pedido do Setransbel seja acatado

RS$506,48 = 46% do salário mínimo 

Aumento seria de 35%, mais que o dobro da inflação de 14% registrada desde junho de 2019, quando ocorreu o último aumento 

Tarifa pelas cidade

Brasília (Distrito Federal) - R$5

Belém (nova tarifa proposta pelos empresários) - R$4,87

Belo Horizonte (Minas Gerais)  - R$4,86

Porto Alegre (Rio Grande do Sul) - R$4,80

Salvador (Bahia)  - R$4,40

São Paulo (São Paulo)  - R$4,40

Florianópolis (Santa Catarina)  - R$4,38

Goiânia (Goiás)  - R$4,30

Curitiba (Paraná) - R$4,25

Campo Grande (Mato Grosso do Sul)  - R$4,20

João Pessoa (Paraíba) - R$4,15

Cuiabá (Mato Grosso)  - R$4,10

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) - R$4,05

Porto Velho (Rondônia) - R$4,05

Rio Branco (Acre)  - R$4

Vitória (Espírito Santo)  - R$4

Teresina (Piauí)  - R$4

Natal (Rio Grande do Norte) - R$3,90 até R$4

Palmas (Tocantins) - R$3,85

Manaus (Amazonas) - R$3,80

Boa Vista (Roraima) - R$3,75 até R$4,80

Macapá (Amapá) - R$3,70

Aracaju (Sergipe) - R$3,50

Belém (com a tarifa atual) - R$3,60

Fortaleza (Ceará)  - R$3,60

Recife (Pernambuco)  - R$3,75 até R$5,10

Maceió (Alagoas)  - R$3,35

São Luís (Maranhão)  - R$3,20 até R$3,70

Informações: O Liberal

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Tarifa de ônibus em Natal aumentará antes da licitação

terça-feira, 16 de junho de 2015

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU)  concederá o reajuste da tarifa de ônibus de Natal antes de finalizar o processo da licitação dos transportes. Em abril, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn) solicitou a revisão justificando o aumento do combustível e do salário dos rodoviários. Nos cálculos preliminares da secretaria, a passagem aumentaria dos atuais R$ 2,35 para R$ 2,50 somente com reposição inflacionária do último ano. Os empresários requerem tarifa mínima de R$ 2,90. 
Foto: Emanuel Amaral

O último aumento da passagem dos coletivos passou a vigorar em 23 de julho do ano passado, quando saiu de R$ 2,20 para R$ 2,35 (aumento de 6,8%). Cinco meses depois, o Seturn solicitou reajuste. Em 21 de janeiro deste ano, a Prefeitura de Natal lançou nota oficial informando que “a tarifa do transporte público de Natal seguirá congelada até a licitação, prevista para ocorrer ainda neste ano.”

Porém, com a lei que regulamenta o sistema de transporte da capital ainda travado na Câmara Municipal de Natal, a Prefeitura cederá à solicitação do empresariado. O projeto, que embasará a licitação do sistema,  “Íamos fazer a licitação em janeiro, mas como não andou teremos que conceder, pois costumeiramente se faz (o reajuste) de ano em ano”, afirmou a secretária municipal de transportes, Elequicina dos Santos. “A nossa consultoria está analisando, mas considerando só com a inflação chega a R$ 2,50”, acrescentou. Não há prazo para que a consultoria finalize a análise. O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, preferiu não se pronunciar, nem mesmo através de assessoria de comunicação, sobre o provável reajuste.

Na solicitação feita à secretaria, o Seturn não precifica o valor ideal da tarifa, mas cita fatores para o cálculo: o óleo diesel, comercializado a R$ 2,48, e a database dos rodoviários, que solicitam 12,5% de aumento salarial. “Ademais, os dados de passageiros transportados informados mensalmente à STTU indicam uma queda no número de passageiros, impondo uma redução de receita na já combalida tarifa fixada em julho de 2014”, diz o documento.

De acordo com Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn, a inflação acumulada e não repassada à tarifa de ônibus chega a 25%. “Os R$ 2,90 seria só da inflação, mas diesel, empregado, tudo incide. É ilógico que a tarifa de Natal permaneça em R$ 2,35 e a inflação esteja acumulada em 25%. Ou a prefeitura repõe a inflação ou desonera”, ressaltou Queiroga. As empresas requerem da Prefeitura a redução da alíquota de Imposto Sobre Serviços (ISS) cobrando sobre o combustível que, segundo o sindicato, é repassado em R$ 0,20 no valor final da tarifa.

Impacto
Nos últimos meses, já se falava no processo de revisão da tarifa de Natal atrelado ao processo licitatório. Durante as audiências públicas realizadas em janeiro para apresentação do edital, estimava-se que a tarifa chegaria a R$ 2,60 com as “melhorias” propostas no edital.

Essa cifra, porém, já teve outros acréscimos. De acordo com a Federação das Empresas de Transporte do Nordeste (Fetronor), somente com as emendas dos vereadores encartadas ao projeto da licitação dos transportes, a tarifa subiria para R$ 4. Entre os adendos ao projeto, estão exigências como ônibus de piso baixo, ar condicionado e ampliação da gratuidade para idosos a partir de 60 anos – muitos destes pontos, porém, foram vetados pelo prefeito Carlos Eduardo Alves e estão sendo negociados com a Câmara Municipal. Também com base nas melhorias propostas, a consultoria Rua Viva, contratada para pela STTU para conduzir o processo licitatório, estimava que a tarifa chegaria a R$ 3,81.

Bate-papo - Rubens Ramos
Especialista em transportes pela UFRN

“Rede está mal planejada”, diz especialista 

Qual o impacto da adesão de algumas medidas, como o ônibus de piso-baixo, na tarifa?
O que acontece é que tudo o que é novo há uma reação. As pessoas não querem trabalhar, só tocar o barco. Mostrei que o impacto do piso baixo seria de apenas R$ 0,04. O ar condicionado aumenta em R$ 0,10 porque ele consome mais combustível, aumenta em 20% o consumo de diesel, o impacto não é no preço do ônibus. (O ar-condicionado) É uma questão de escolha de conforto térmico, e o primeiro é uma escolha de mobilidade. O piso baixo é mais importante pois garante mobilidade para todo mundo: da idosa, à gestante, ao cadeirante.

E o cálculo de que o impacto chegaria a R$ 3,81, está correto?
Eu acho que esse dado também está furado. Acredito que fica na casa dos R$ 3, considerando as mudanças inicialmente aprovadas. Há uma coisa que deve ser mudada em Natal: a rede mal planejada. Isso impacta muito mais na tarifa. A pessoa que vai sair da zona norte para o centro quer ter uma linha específica, e isso produz linhas com pouca demanda total, que demoram muito para ir e voltar e demandam uma frota maior. Hoje, a maior parte das linhas demora duas horas para percorrer Natal. 

Mas a licitação não propõe a criação de interbairros?
A proposta atual não muda nada na rede, apenas agrupou o que era Zona Norte e Sul em consórcios por causa das garagens. Se eu fizer isso, fica mais barato o ônibus circular na região da sua garagem, o que é correto. Mas eles só fizeram agrupar sem mudar o sistema da rede. Vai continuar havendo o problema de 32 linhas passando na avenida Salgado Filho.

Há defasagem na tarifa atual?
A tarifa hoje está defasada, mas não podemos falar em reposição da inflação como um todo. Há itens que sobem acima da inflação, como diesel (+30%), e a mão de obra que, além ter subido mais que a inflação, passa por uma pressão para que a remuneração se equipare ao transporte de cargas. O transporte público tende a subir acima da inflação, é inevitável. 

Rodoviários decidem hoje se farão greve
Os rodoviários também analisam hoje (16), em assembleia, a aprovação de um indicativo de greve. A categoria pleiteia reajuste de 12,5%, dos quais 8% seriam de “reposição da inflação”. Entretanto, a terceira rodada de negociações, na última quinta-feira (11), não avançou. Os empresários de ônibus oferecem reajuste de 5%. Já a Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), que media as negociações, apontou um reajuste de 9%. A última rodada de negociações será realizada amanhã (17).

“Não aceitamos menos de 10%”, sentenciou o recém-eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do RN (Sintro), Júnior Rodoviário. As empresas, porém, resistem na concessão do reajuste: de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn), a mão de obra representa quase 50% do custo da tarifa do transporte coletivo. 

“Se não tiver acordo, vamos informar à sociedade o indicativo de greve. Estamos prontos para negociar, mas estamos no nosso limite, chega de levar sempre esmola em database. Só de reposição de temos 2%, pois todos os anos eles negociam abaixo da inflação. No ano passado foi o único diferente porque tivemos 1,5% pelo tribunal”, alertou Júnior Rodoviário. Hoje, o salário inicial da categoria é de R$ 1.551.

A possibilidade de dissídio coletivo, porém, não é descartada. Hoje a categoria realiza assembleias às 9h e às 16h para analisar a deflagração do indicativo de greve. 

Por Nadjara Martins
Informações: Tribuna do Norte
READ MORE - Tarifa de ônibus em Natal aumentará antes da licitação

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