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Em Belo Horizonte, BRT terá "versão light" na Avenida Pedro II

sábado, 9 de junho de 2012

Sem perspectiva de expansão das linhas de metrô a curto ou médio prazo e com um trânsito em que o volume de veículos já é equivalente ao de São Paulo, com 4,3 automóveis para cada mil metros quadrados de área urbana, Belo Horizonte tenta apelar para soluções “light” para um problema que de leve não tem nada. Uma delas já está nos planos oficiais, e surge como uma espécie de compensação para o fato de o município não ter conseguido viabilizar a implantação do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) na Avenida Pedro II. Um dos dois grandes corredores de acesso ao Mineirão – o outro é o complexo das avenidas Antônio Carlos/Pedro I –, a Pedro II deve ganhar um modelo simplificado do BRT, sem corredores exclusivos de coletivos ou obras de peso. A outra solução ainda será apresentada ao poder público e também consiste em uma “versão dietética” de um grande meio de transporte de massa: o chamado metrô leve em monotrilho é a sugestão da Sociedade Mineira de Engenheiros para lidar com o transporte público na capital.

Na Avenida Pedro II, corredor que liga o Complexo da Lagoinha, no Centro de BH, ao Anel Rodoviário, na Região Noroeste, o BRT light – definição usada pelo presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar – será uma versão mais simples que os modelos das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos/Pedro I, já em implantação. Em comum, o sistema Pedro II tem operação do transporte público pela esquerda – no canteiro central da via –, embarque no mesmo nível do ônibus e passagem pré-paga em estações. A diferença fundamental é a ausência de pista exclusiva para ultrapassagem. Ou seja, para passar um ônibus que estiver parado em uma das nove estações o coletivo que vier atrás precisará entrar em uma das faixas reservadas ao trânsito misto, mais à direita da avenida. A expectativa é de que as obras comecem no início de 2013, podendo se estender até 2014, ano da Copa.

Com o novo modelo de transporte coletivo, a estimativa da BHTrans é de que o tempo de viagem no corredor Pedro II tenha redução de 45%. “Operamos hoje com uma média de velocidade de 11km/h. Em alguns pontos chega a 18km/h, mas em outros não passa de 6km/h. O BRT vai permitir aumento para uma média de 20km/h”, explica o diretor de Desenvolvimento e Implementação da BHTrans, Daniel Marx Couto. Segundo ele, o BRT da Pedro II terá ligação com a estação de integração São José, que será construída na interseção da avenida com o Anel Rodoviário. “A estação é fundamental para início da operação do sistema na Pedro II”, disse.

O terminal deve receber 22 linhas alimentadoras, que vão trazer os passageiros dos bairros. Eles vão embarcar em linhas troncais que seguem pela Pedro II em direção a outras partes da cidade. Atualmente, 22 linhas municipais passam pelo corredor, número que será reduzido para as cinco troncais. Entre as rotas estudadas estão os destinos Centro, via BRT Área Central; Centro, via Avenida Afonso Pena; Região Hospitalar; Avenida José Cândido da Silveira; e Região da Pampulha, todas partindo da Estação São José. Além das troncais, outros coletivos que passam pela Avenida Presidente Carlos Luz e seguem pela Pedro II – a exemplo da 3503 (Santa Terezinha/São Gabriel) – permanecem no corredor. Rotas alternativas, passando pelos pelo interior dos bairros, serão estudadas.

“Toda a frota será readequada. As linhas troncais terão ônibus articulados, com 18,6 metros e capacidade para 180 passageiros. Também serão usados ônibus menores, de 13 metros, capazes de levar 90 pessoas”, explica Couto. Os ônibus convencionais, atualmente em circulação, não terão ponto na avenida . “Podem até passar por ela em pequenos trechos, mas não vão parar”, informou.

Outro impacto para o corredor por onde passam 68 mil veículos diariamente será a racionalização da frota e consequente diminuição da emissão de poluentes. “No pico entre as 6h e as 7h, 171 ônibus passam pela Pedro II, fora as linhas metropolitanas, operadas pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Com o BRT, o número cairá para 51.”

O BRT light da Pedro II receberá R$ 10 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 e terá contrapartida do governo municipal, em valor ainda não definido. A obra está em fase de elaboração do projeto executivo, que dará condições de calcular o orçamento.

MUDANÇA DE PLANOS A Pedro II chegou a entrar no pacote de corredores aptos a receber a versão completa do BRT, com corredores exclusivos. Mas, devido ao alto custo das desapropriações, a prefeitura desistiu do projeto. A obra havia sido orçada em R$ 233,5 milhões. Na ocasião, foram levados em conta os fluxos diários de passageiros de cada corredor para estabelecer a prioridade das intervenções. Os BRTs da Antônio Carlos e da Cristiano Machado terão condição de transportar 36 mil e 24 mil passageiros no horário de pico, respectivamente, enquanto o da Pedro II teria capacidade para 8 mil. Segundo a prefeitura, a versão light do BRT não vai requerer desapropriações.


PALAVRA DE ESPECIALISTA: RONALDO GUIMARÃES GOUVêA, PROFESSOR DA UFMG E ESPECIALISTA EM TRANSPORTES URBANOS

Bom, mas insuficiente

“O BRT da Avenida Pedro II vai trabalhar com uma restrição operacional, já que os ônibus precisam entrar na faixa mista para fazer ultrapassagens. Ainda assim, qualquer BRT já significa um tratamento viário que prioriza o transporte coletivo e oferece uma condição melhor de tempo de viagem ao motorista. O sistema contribui para a política de transporte público, mas não isenta a cidade de implantar um modelo de maior capacidade, como o metrô. Belo Horizonte tem que continuar na busca incessante por recursos para ampliar a rede metroviária como espinha dorsal e o BRT e outros modais como complementares. No caso da Pedro II, bem como da Antônio Carlos e Cristiano Machado, onde as obras do BRT estão em andamento, já há demanda para mais passageiros do que a capacidade total. Os 8 mil passageiros estimados pela BHTrans para a Pedro II são pouco diante da real demanda, que hoje gira em torno de 20 mil passageiros.”


TIPOS DE BRT
1 – Completo
Semelhante ao modelo da Avenida Antônio Carlos, é operado à esquerda, com passagem pré-paga em estações no canteiro central, uma pista exclusiva para ônibus do BRT e outra para ultrapassagem. Ou seja, enquanto um ônibus estiver parado em uma das estações, outro poderá passar livremente por uma faixa lateral.
2 – Intermediário
Como o que está sendo implantado no corredor Cristiano Machado, esse modelo só tem ultrapassem exclusiva no trecho das estações.
3 – BRT Light
Previsto para a Pedro II, terá operação à esquerda, estações para pagamento de passagens e faixa exclusiva para ônibus, mas a ultrapassagem será feita na faixa dos carros.
4 – BRT Simples
Como na Avenida Nossa Senhora do Carmo, é operado à direita da via, sem estações nem faixa para ultrapassagem.

Fonte: Estado de Minas

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Em BH, Projetos para desafogar Vetor Sul só saem do papel daqui a 10 anos

terça-feira, 21 de junho de 2011

De segunda a sexta-feira, o empresário Átila Barbosa Guimarães, de 35 anos, leva cerca de uma hora, de carro, de casa, em Nova Lima, na região metropolitana, ao trabalho, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Enfrento engarrafamento na Avenida Nossa Senhora do Carmo na ida e na volta. Nos fins de semana, o tempo de deslocamento diminui para 25 minutos”, compara. As retenções rotineiras, sobretudo nos horários de pico, são reflexos do fluxo intenso no corredor de trânsito urbano mais movimentado de BH: 95 mil veículos trafegam por dia na Nossa Senhora do Carmo, que liga a Avenida do Contorno às BRs 356 e 040 e à MG-030. O problema é agravado pela crescente verticalização e adensamento populacional do Vetor Sul, somados à falta de um sistema de transporte coletivo de qualidade que atenda a região.

O presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, Ubirajara Pires Glória, ressalta que há 40 anos não são feitas obras de grande porte para desafogar o trânsito no Vetor Sul. O bairro que representa é um dos mais afetados e os moradores convivem com o tráfego à beira do colapso. A topografia acidentada e o alto valor dos imóveis também inviabilizam as intervenções e possíveis desapropriações necessárias. Diante de tantos entraves, a BHTrans abriu licitação, em maio de 2010, para contratar o Estudo de Desenvolvimento de Transporte do Eixo Sul. A primeira parte da análise feita pela Planum Planejamento e Consultoria Urbana Ltda, que recebeu R$ 402,2 mil pelo serviço, foi concluída e entregue há três semanas.
O resultado da consultoria, obtido pelo Estado de Minas, aponta 11 opções de variados tipos de transporte coletivo. São três rotas de metrô, três de bus rapid transit (BRT), três de veículo leve sobre trilhos (VLT), uma de veículo leve sobre pneus (VLP) e uma de monotrilho. Todas ligam o Centro à BR-356, no Belvedere, passando pela Savassi. Com extensão variando de oito a nove quilômetros, as rotas passam por importantes vias da cidade, como as avenidas Afonso Pena, João Pinheiro, Cristóvão Colombo, Uruguai e Nossa Senhora do Carmo, além das ruas Pernambuco e Alagoas. Também facilitam o acesso às praças Sete (Centro), da Liberdade (Funcionários) e JK (Parque Municipal Juscelino Kubitschek, no Sion) e a grandes empreendimentos comerciais da Savassi e Belvedere.

Sem previsão
A BHTrans promete anunciar, até setembro, a alternativa mais viável, escolhida entre as 11 analisadas para o Eixo Sul. O presidente da empresa que gerencia o trânsito da capital, Ramon Victor Cesar, ressalta que não há recurso assegurado, nem previsão de quando o projeto deverá sair do papel. “Não é para a Copa’2014. Está dentro do plano de governo municipal, já pensando a cidade a longo prazo.” Na segunda fase da consultoria serão feitos levantamentos dos custos de cada uma das rotas e a simulação de desempenhos das propostas de transporte e impactos ambientais causados por eles na cidade até 2020, de acordo com o assessor de Relações Metropolitanas e Metrô da BHTrans, Tomás Alexandre Ahouagi.

Segundo ele, a alternativa mais viável será definida por pontuação baseada em multicritérios, com peso variando de 2 a 5. “O estudo é exploratório e indicativo para um futuro projeto de transporte coletivo no Eixo Sul. São levados em conta a tecnologia, a adequação urbanística e ambiental, o desempenho e o fator econômico, ou seja, o custo de implantação.” O que mais pesa na avaliação é a tecnologia adequada para a topografia do Vetor Sul. O assessor da BHTrans destaca que o sistema escolhido precisará romper as rampas íngremes que há no trajeto. “Além do desempenho, será observado o impacto na cidade com as emissões de ruídos e vibrações. O Eixo Sul é o mais motorizado de BH e com alta densidade populacional. Ao contrário de outros corredores, nos quais foi preciso desocupar àreas para fazer obras viárias, como as avenidas Antônio Carlos e Pedro I, a desapropriação na Região Sul é bem mais difícil”, afirmou.

O engenheiro civil Silvestre Andrade, mestre em transportes e trânsito e consultor na área, ressalta que o Vetor Sul, embora seja um dos mais importantes de BH, é o único ainda não contemplado com análise de viabilidade de intervenções para aliviar o trânsito. “Não há um estudo abrangente para a Nossa Senhora do Carmo, enquanto outros corredores têm obras programadas ou em curso.”



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Em Belo Horizonte, Especialistas elegem BRT como o melhor para desafogar o tráfego no Vetor Sul

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O metrô seria o ideal, mas o BRT deve largar na frente entre as alternativas de transporte coletivo analisadas pela BHTrans para desafogar o tráfego no Vetor Sul de Belo Horizonte, ligando o Centro à BR-356, no Bairro Belvedere. É o que apostam especialistas em trânsito ouvidos pelo Estado de Minas. Ainda que eles avaliem que uma linha de metrô absorveria maior demanda de passageiros, pois o sistema é projetado para transportar até 50 mil pessoas por hora, devido a outros fatores, como o custo de implantação e os impactos causados pelas obras, a saída deverá ser a criação de uma rota de bus rapid transit (BRT), com capacidade para 8 mil a 15 mil usuários por hora. Os técnicos ressaltam que, embora ainda não tenham saído do papel, rotas de BRT foram a alternativa encontrada pela BHTrans para suprir a carência do metrô em BH na Copa’2014.

Como publicado com exclusividade pelo EM na edição dessa segunda-feira, consultoria licitada pela BHTrans apontou 11 opções de rotas no Estudo de Desenvolvimento de Transporte do Eixo Sul. São três de metrô, três de BRT, três de veículo leve sobre trilhos (VLT), uma de veículo leve sobre pneus (VLP) e uma de monotrilho. Todas ligam o Centro à BR-356, no Belvedere, passando pela Savassi. Com extensão variando de oito a nove quilômetros, elas passam por importantes vias da cidade, como as avenidas Afonso Pena, João Pinheiro, Cristóvão Colombo, Uruguai e Nossa Senhora do Carmo, além das ruas Pernambuco e Alagoas. Até setembro, a BHTrans promete definir qual alternativa é mais viável, em pontuação baseada em multicritérios, com peso variando de 2 a 5.
Morador do Bairro Sion, na Região Centro-Sul, o engenheiro civil Renato Guimarães Ribeiro, mestre em engenharia de transportes, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) e ex-assessor da BHTrans, enfrenta engarrafamentos todos os dias na Avenida Nossa Senhora do Carmo. Com fluxo de 95 mil veículos diariamente, ela é a via mais sobrecarregada do Vetor Sul. “O metrô é a solução mais cara, mas nenhum outro sistema transporta tantos passageiros. Todos os dias surgem grandes prédios na região e a demanda de transporte coletivo também é crescente. Mas o BRT se mostra mais viável, por ser mais barato e porque nós já dominamos a tecnologia desse meio de transporte”, afirmou. Ele também defendeu o VLT. “Tem um design mais bonito e charmoso, se tornando mais atraente para a classe média alta dominante do Vetor Sul.”

SobrecargaO engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade Fumec, ressalta que, embora o custo de implantação do metrô seja mais caro, o meio de transporte não ficaria sobrecarregado futuramente, como os demais analisados para o Vetor Sul. “O BRT seria um sistema de maior flexibilidade na região, onde a topografia acidentada e a densidade populacional são obstáculos para um novo sistema de transporte. Ele chega tarde a BH, como paliativo para a Copa. Existe há mais de 30 anos em Curitiba, onde dá sinais de sobrecarga”, afirmou.

Para o engenheiro civil e urbanista Ronaldo Guimarães Gouvêa, especialista em planejamento de transportes urbanos e professor do Núcleo de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “o BRT se torna muito interessante por aumentar a capacidade da rede rodoviária já existente, mas trafegando em canaleta própria, sem disputar o trânsito com outros veículos”. Porém, observa: “É um sistema intermediário e, mesmo o metrô sendo caro, ele jamais pode ser descartado. Já o monotrilho deve ser desconsiderado, pois causa um impacto muito grande”, disse.

Segundo estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), um quilômetro de metrô custa de US$ 80 milhões (R$ 128 milhões) a US$ 100 milhões (R$ 160 milhões). O valor de mesmo trecho de VLT, VLP e monotrilho varia de US$ 20 milhões (R$ 32 milhões) a US$ 30 milhões (R$ 48 milhões), enquanto o custo de um quilômetro de BRT vai de US$ 15 milhões (R$ 24 milhões) a US$ 20 milhões (R$ 32 milhões). O presidente da BHTrans, Ramon Victor César, afirmou que não há recurso assegurado, nem previsão de quando o projeto que será definido pela empresa sairá do papel.

PROPOSTAS VIÁRIAS

Critérios para escolha do transporte mais viável para o Vetor Sul de BH e os pesos na avaliação

Tecnologia
Disponibilidade tecnológica: 3
Facilidade de manutenção: 3
Adequação à topografia: 5
Adequação ao sistema viário: 4
Capilaridade (distância mínima entre estações): 4
Grau de interferência no espaço viário: 4
Demanda de áreas adicionais vinculadas: 3
Vulnerabilidade (intempéries, vandalismo, acidentes): 4

Adequação urbanística Custos sociais (remoções de moradias, etc.): 3
Grau de interferência (remanejamento de redes de água e esgoto, etc.): 4
Impacto paisagístico: 4

Adequação ambiental Repercussões ambientais (ruídos e vibrações): 4

Desempenho Tempos de viagem: 3
Transferências: 2
Grau de convivência com outros serviços: 4
Grau de interferência no tráfego geral: 3

Econômico Custo de implantação: 3
Custo operacional: 2
Prazo para implantação: 3
Disponibilidade de financiamento: 2
Equilíbrio econômico (análise de viabilidade): 2

Informações do Estado de Minas

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Governo federal libera R$ 1 bi para Transporte Rápido por Ônibus em BH

terça-feira, 13 de abril de 2010


Agilidade e ônibus estão prestes a deixar de ser antônimos. Será assinado, no mês que vem, o contrato bilionário do projeto que promete transformar as tartarugas do trânsito em sinônimo de rapidez. A equação para que o Transporte Rápido por Ônibus, o BRT (da sigla Bus Rapid Transit), saia do papel estará praticamente montada, com a assinatura pela Prefeitura de Belo Horizonte, a 116 quilômetros de Itabira,do financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF).

A partir de uma linha de crédito criada pelo governo federal para obras de mobilidade nas 12 cidades sedes da Copa do Mundo’2014, o banco vai liberar R$ 1 bilhão para a implantação em BH de três corredores do BRT (Antônio Carlos – Pedro I, Cristiano Machado e Pedro II – Carlos Luz) e adaptação de vias no Centro. A exemplo das capitais Bogotá (Colômbia) e Curitiba, a aposta belo-horizontina é na criação de um sistema de ônibus nos moldes do metrô, com pistas exclusivas, instalação de estações com plataformas em nível e pagamento da tarifa antes do embarque.

A liberação do trânsito da Avenida Antônio Carlos, que passa a contar com uma busway (pista com duas faixas somente para ônibus) e sete viadutos (eliminando cruzamentos), é um importante passo para o projeto. Mas, para que a equação do BRT dê certo, com a implantação de 38 quilômetros de corredores rápidos de ônibus até 2012, como prevê a BHTrans, empresa que administra o trânsito na capital, será necessário resolver ainda um problema: as desapropriações. Na Avenida Dom Pedro I, que corta as regiões da Pampulha e de Venda Nova, todos os imóveis no sentido bairro/Centro darão lugar a novas pistas. A solução da prefeitura é, sob o rótulo de uma operação urbana consorciada, abaixar o potencial construtivo da região, contribuindo para reduzir o preço dos imóveis. A ideia é facilitar a desapropriação, mas já causa polêmica entre os proprietários.
De acordo com o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas, apesar de o contrato com a Caixa não ter sido assinado, os trabalhos estão em andamento, com a licitação de projetos executivos dos corredores. Além de oferecer transporte de qualidade no campeonato mundial de futebol, ligando diversos pontos da cidade ao Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, o desafio é reverter uma estatística preocupante. “Atualmente, 60% dos veículos motorizados são ônibus e 40% carros e motos. Em 2020, a estimativa é de uma inversão para 50% de cada tipo. Com esse sistema, queremos reverter a curva, recuperar o espaço do ônibus e até aumentá-lo para 68% dos veículos”, afirma Freitas.
Outra intenção é reduzir o tempo das viagens. Segundo o diretor, com o BRT será possível aumentar de 10km/h para 20 km/h a velocidade média dos ônibus no hipercentro e de 17km/h para 30km/h nos corredores viários. “Se elimino cruzamentos, faço o embarque em nível e deixo o trânsito livre, diminuo o tempo das viagens. Queremos atrair o usuário do automóvel para o transporte coletivo”, afirma. Uma central SitBus, que vai administrar por satélite itinerários e tempo de viagem, também faz parte do projeto e fornecerá informações sobre os coletivos aos usuários em tempo real.
Se a promessa for cumprida, a dona de casa Kátia Lage Maria, de 26 anos, é uma das que topa largar o carro em casa. “Com certeza usaria ônibus, seria bem mais prático. Na cidade não tem lugar para estacionar direito. Mas hoje o ônibus é precário, demorado e cheio”, diz a moradora do Bairro São João Batista, em Venda Nova, futura usuária do corredor Antônio Carlos-Pedro I. A empregada doméstica Terezinha Antônia, de 58, também torce para que a proposta do BRT dê certo, já que não tem outra alternativa de transporte senão o coletivo. Todos os dias ela enfrenta uma via-crúcis na Avenida Pedro II e semana passada não foi diferente. “Vim correndo para pegar o ônibus das 16h. São quase 17h e até agora nada. E, muitas vezes, quando passa, o ônibus está lotado”, reclama.

Projeto

Os três corredores viários de BRT atenderão um público de 850 mil passageiros por dia, aproximadamente. O mais adiantado é o das avenidas Antônio Carlos – Pedro I. Apesar de o prazo de conclusão dos corredores ser no segundo semestre de 2012, o projeto executivo da Antônio Carlos é o único em elaboração, devendo ficar pronto em setembro. Depois disso já podem começar as obras para a criação do corredor de 16 quilômetros, do Complexo da Lagoinha, na Região Nordeste, até a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, projetado para transportar 25 mil passageiros por hora por sentido.

Orçada em R$ 700 milhões, a obra inclui a duplicação da Pedro I para a criação de pista exclusiva com duas faixas por sentido, assim como há hoje na Antônio Carlos. Um ramal, pela Avenida Portugal, até o Céu Azul, em Venda Nova, também está previsto. (As informações são do jornal Estado de Minas)
Segundo o diretor da BHTrans Célio Freitas, o projeto mais simples é o da Avenida Cristiano Machado com cinco quilômetros. Nas intervenções para a construção da Linha Verde, a via recebeu uma busway. Para implantar o transporte rápido, serão necessários R$ 50 milhões apenas para adaptações.

A licitação para contratar projeto executivo fica aberta até esta semana. Nesta primeira fase, o BRT irá do Complexo da Lagoinha até a Estação São Gabriel, no bairro de mesmo nome, na Região Nordeste, com capacidade para carregar 17 mil pessoas por sentido por hora. A ideia, entretanto, é levá-lo, numa segunda etapa, até a Avenida José Cândido da Silveira, no Bairro Cidade Nova, também na Nordeste, e, depois, da Estação São Gabriel à Estação Vilarinho, em Venda Nova.
Diferentemente da Cristiano Machado, o corredor rápido Pedro II-Carlos Luz, que abrangerá os 12 quilômetros das duas avenidas, vai demandar grandes mudanças nas vias, num custo de R$ 230 milhões, cuja licitação para o projeto executivo está em andamento. Para eliminar cruzamentos, um viaduto será erguido na interseção das duas avenidas. Será preciso alargar as vias onde forem construídas as estações. Nesse corredor não haverá pistas exclusivas para os ônibus, mas faixas junto aos canteiros centrais.

O projeto do BRT também cria corredores estratégicos no Centro da cidade, nas avenidas Paraná, Amazonas e Santos Dumont.

Fonte: Via Comercial
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Em BH, Prefeitura acredita que BRT irar resolver lentidão no trânsito

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A BHTrans acredita que o tráfego na cidade irá melhorar com um pacote de projetos viários. A joia do conjunto de obras atende por três siglas: BRT (Bus Rapid Transit). O sistema, com eficiência semelhante à do metrô, é composto por ônibus que transitam em faixas exclusivas. Três ramais – Antônio Carlos/Pedro I, Carlos Luz/Pedro II e Cristiano Machado – já estão confirmados para antes da Copa do Mundo de 2014. A prefeitura estudará ainda a viabilidade de implantar outras três linhas: Raja Gabaglia, Amazonas e Anel Rodoviário.

“O prefeito Marcio Lacerda vai a Brasília discutir (a possibilidade de a União) financiar os novos ramais”, disse o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas. O recurso para as três primeiras linhas já está assegurado pelo governo federal. A linha Antônio Carlos/Pedro I terá 16 quilômetros e custará R$ 688 milhões. Deve ficar pronta em duas etapas: o trecho Pampulha/Centro, em outubro de 2012, e o percurso Vilarinho/Pampulha em agosto de 2013. O ramal da Cristiano Machado, que terá cinco quilômetros e está orçado em R$ 51 milhões, será concluído em março de 2012. Já o Pedro II/Carlos Luz (R$ 231 milhões) terá 12 quilômetros e ficará pronto em dezembro de 2013.

A primeira cidade brasileira a implantar o BRT foi Curitiba (PR). O sistema também foi adotado com sucesso em Bogotá, na Colômbia. “É um modo que dá aos ônibus atratividade para competir com os carros, principalmente em relação à velocidade média. A ideia é que os motoristas deixem os automóveis na garagem e usem o transporte público a partir do momento em que o BRT tenha a mesma rapidez (que os carros). Ou, como em alguns corredores de Curitiba e de Bogotá, até maior velocidade média”, explica o diretor executivo da Imtraff Consultoria e Projetos de Engenharia, Frederico Rodrigues.

Outra opção para melhorar o trânsito na cidade é a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), mas essa possibilidade não deve sair do papel tão cedo. Apesar disso, na última semana, a Câmara Municipal aprovou, em primeiro turno, o Projeto de Lei 986/10, de autoria do vereador Léo Burguês (PSDB), que dispõe sobre a implantação do sistema entre o Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul, e o Barreiro.

Nova Rodoviária

Além da ampliação do transporte público, o município entende que algumas medidas, como a transferência do terminal rodoviário para o Bairro São Gabriel, na Região Nordeste, melhorará o tráfego, principalmente, no Hipercentro. O novo terminal será inaugurado no fim de 2012 e vai retirar do Centro centenas de ônibus e até carros, pois, segundo Rodrigues, a rodoviária é uma espécie de polo gerador de viagens (PGV): “É um empreendimento muito impactante em termos de tráfego. Não só pelos ônibus, mas também pelo significativo número de carros, principalmente para buscar e levar passageiros”.

Outra medida é a construção de ciclovias e o programa Corta Caminho, o qual oferecerá aos motoristas rotas alternativas. “Temos um projeto para construir cerca de 150 km de ciclovias até a Copa do Mundo. E mais cerca de 150 km depois do campeonato mundial de futebol. Se juntarmos todas as medidas, o que inclui BRT, transferência da rodoviária, ciclovias e Corta Caminho, teremos um efeito potencializador para fazer frente ao volume de veículos”, informa Freitas.

Fonte: Estado de Minas
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BH: Transporte rápido para Copa de 2014

quinta-feira, 16 de julho de 2009

De olho na Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura de Belo Horizonte importará d e Bogotá (Colômbia) e de Curitiba (PR) o chamado sistema de transporte rápido para ônibus, mais conhecido como BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit). O projeto, orçado em R$ 675 milhões, melhorará o fluxo do transporte coletivo nas Avenidas Antônio Carlos, Carlos Luz, Pedro I e Pedro II. Os quatro corredores foram escolhidos porque, além de receberem milhares de motoristas e passageiros diariamente, são as vias de acesso ao estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. A principal intervenção do programa é a instalação de pistas exclusivas para ônibus, mas com adaptações bem melhores do que as do modelo busway, cujo exemplo na capital é a Cristiano Machado. Já na nova modalidade, os passageiros pagam a tarifa antes de entrar no ônibus e o embarque ocorre em estações ao longo do trajeto. Estas medidas evitam o "congestionamento" nas roletas e permite que o coletivo fique parado por menos tempo no ponto. Os usuários também ficam sabendo quantos minutos vão esperar pelo próximo carro, pois todos são equipados com GPS. As plataformas de embarque estarão no mesmo nível da porta dos coletivos, o que eliminará, principalmente para os deficientes físicos e idosos, o desconforto de subirem escadas ou ficarem reféns dos elevadores dos ônibus. Estes e outros detalhes do BRT na cidade serão apresentados pelo presidente da BHTRANS, Ramon Victor Cesar, no 22º Seminário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). A Prefeitura destinará R$ 500 milhões para o sistema Antônio Carlos/Pedro I, que deve ficar pronto até o fim de 2012, e outros R$ 175 milhões para o Carlos Luz/Pedro II, que será inaugurado até 2014. "O número de estações ainda não está definido. Estamos analisando quatro propostas de empresas que vão fazer o projeto. Daqui a um mês devemos assinar o contrato com a vencedora. Ela desenvolverá o projeto em nove meses, definindo quantas estações e onde elas estarão", explica Ramon, acrescentando que o dinheiro do ramal Antônio Carlos/Pedro I inclui a terceira etapa de duplicação dos corredores. O município já tem a verba em caixa, mas pretende conseguir mais dinheiro junto aos governos federal e estadual para fazer adaptações em outras vias, como a Cristiano Machado, Senhora do Carmo e Amazonas. A BHTRANS não adiantou quais projetos pretende implantar na Cristiano Machado e Senhora do Carmo. Por enquanto, o foco principal da empresa é terminar, em abril de 2010, a duplicação da Antônio Carlos e iniciar o alargamento da Pedro I. Esta BRT é considerada a intervenção mais importante para a Copa. Ela terá 27 quilômetros, do Bairro Lagoinha à estação Vilarinho do metrô, em Venda Nova, e contará com a ajuda de seis viadutos sobre a Antônio Carlos. As novas pontes, que serão construídas em parceria com o estado, ao custo de R$ 250 milhões, darão nova paisagem às Ruas Rio Novo, Araribá e dos Operários. Outra será erguida em frente ao conjunto IAPI. Estas quatro serão inauguradas até o fim de 2010. Já a quinta e a sexta só ficarão prontas a partir de 2011.
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Ampliação do Metrô em BH: Os impasses e desafios da capital

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Faltando 14 dias para completar um ano da visita da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte, quando anunciou a liberação de recursos para a expansão do Metrô Metropolitano, começou nesta semana a sondagem do solo para a Linha 3. E já se completaram duas décadas, desde a primeira promessa do governo de que duas novas linhas do metrô seriam construídas. Neste meio tempo, governo de Minas e prefeituras da capital e de Contagem criaram a empresa Trem Metropolitano de Belo Horizonte (Metrominas). Agora são duas estatais – a outra é a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) – envolvidas no cumprimento da velha promessa.

A boa notícia é que o novo superintendente da CBTU-Metrô BH, Nilson Ramos Nunes, é doutor em Engenharia de Transportes e ex-chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG. Ou seja, não se trata de outro político dirigindo uma estatal.

Lamente-se a falta de ambição de nossos políticos em relação ao metrô. Em 2008, quando se definiu que Belo Horizonte seria uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a Linha 3 teria extensão de 12,5 km, indo da Savassi à Pampulha. Agora terá apenas 4,5 km, da Savassi à Lagoinha. Em vez de metrô, torcedores serão levados ao Mineirão por ônibus, via BRT.

Se não for apenas mais uma imagem bonita para o período eleitoral, o trabalho de sondagem iniciado agora deve ficar pronto até dezembro. Nas próximas semanas, estará selecionada a empresa que fará o projeto de engenharia. E as obras vão começar no segundo semestre do ano que vem e terminar em 2017.

Porém, para cumprir a promessa feita há um ano, é preciso também construir a Linha 2 e ampliar e modernizar a Linha 1, que transporta, em dia útil, pouco mais de 160 mil passageiros. Dilma prometeu que o metrô transportaria 1 milhão de pessoas por dia. Desse modo, haveria menos ônibus e automóveis circulando nas ruas sempre mais congestionadas.

O que a presidente fez de fato foi cortar tributos para a indústria automobilística, no primeiro semestre. As montadoras ganharam mais fôlego, esvaziaram seus pátios e aumentaram a produção em 4,9% em julho. Em agosto, a vendas atingiram novo recorde: 405 mil veículos, um aumento de 31,5% comparado com um ano atrás. Dilma Rousseff pode comemorar o sucesso dessa política, pois conteve a retração da indústria brasileira, que subiu 0,3% em julho, em relação a junho.

Esse fato não deve ser encarado, contudo, como um desestímulo ao metrô.


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Comil fornece 70 veículos para BRT de Belo Horizonte

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A cidade de Belo Horizonte acaba de inaugurar seu Sistema MOVE para o transporte rápido de passageiros por corredores de BRT. Considerado como um dos mais modernos do País, o projeto conta com a participação da Comil, que entregará até este mês 70 unidades do seu Doppio BRT – modelo desenvolvido especialmente para atender a sistemas de transporte rápido. Alguns desses veículos já estão rodando nas linhas do circuito que ligam o Centro às regiões periféricas da capital mineira.

Foram seis as empresas que adquiriram os veículos da marca gaúcha: SM Transportes (26 unidades), Viação Millenium (17), Bettania Ônibus (10), Expresso Unir (8), São Dimas Transportes (7) e Viação Sandra (2). Elas operam as linhas que percorrem os dois corredores do sistema, que compreendem as avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado. A estruturação do serviço em BH ocorre em função dos preparativos e melhorias para receber a Copa do Mundo em junho deste ano, o que valoriza ainda mais a conclusão do negócio, como explica Fabriccio Tascine, representante da Comil em Minas Gerais. “Será uma excelente vitrine para exibirmos nosso Doppio BRT e toda sua qualidade ao público”.

Segundo o representante da Comil, com a participação no Sistema MOVE de Belo Horizonte, a empresa espera aumentar sua presença no cenário mineiro de transporte de passageiros. “Desejamos principalmente ampliar a presença da Comil para veículos urbanos produzidos em nossa nova fábrica de Lorena, pois a planta se enquadra no perfil da demanda mineira”, comenta. Até o final deste ano, a companhia espera ampliar as parcerias com as empresas operadoras do sistema urbano da Capital.

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Frota de BH cresce 7 vezes mais que população em 10 anos

terça-feira, 23 de março de 2010


O engenheiro Aarão Reis, chefe da comissão construtora de Belo Horizonte, acreditava ter planejado uma cidade livre dos congestionamentos. O relatório assinado por ele e aprovado por decreto, em 1895, mostrava como seriam os corredores da capital inaugurada, em 1897: “Às ruas, fiz dar a largura de 20 metros, necessária para a conveniente arborização, a livre circulação dos veículos (…). Às avenidas, fixei a largura de 35 metros, suficiente para dar-lhes a beleza e o conforto que deverão, de futuro, proporcionar à população (…)”.

Mas o especialista não poderia imaginar que a frota de veículos do antigo Curral del-Rey cresceria de forma tão rápida. Grande parte do problema enfrentado hoje por motoristas e passageiros é explicada pela comparação entre dois indicadores: enquanto a frota cresceu 79,5% na última década, o número de moradores subiu apenas 9,5%.

Em números absolutos, a planilha da BHTrans revela que o total de carros, motos, ônibus e caminhões saltou de 679 mil unidades, em 2000, para 1,2 milhão, em 2009 (540 mil unidades a mais). No mesmo período, relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostra que a população passou de 2,23 milhões para 2,45 milhões (saldo positivo de 214 mil habitantes). O aumento significativo da frota é reflexo de vários fatores, como a dilatação dos prazos de pagamento oferecidos pelas concessionárias – algumas empresas negociam prestações em até 72 vezes.

No fim de 2009, a decisão da União em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos zero para enfrentar a crise mundial também ajudou a impulsionar o mercado.

O fator cultural é outra explicação para o aquecimento nas vendas. “É sinônimo de status”, reforça o consultor e professor universitário Frederico Rodrigues, doutorando em engenharia de transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre na mesma área pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ele coordenou pesquisas que sobre a Avenida Antônio Carlos e a Linha Verde, duas das principais vias da capital. Os estudos de campo foram feitos pelos alunos da disciplina planejamento de transportes e tráfego do Cefet-MG. Eles ouviram a opinião de 920 motoristas, passageiros e moradores de bairros cortados pelos dois corredores.

A pesquisa apresenta dados que podem orientar o poder público a melhorar o transporte coletivo em ambas as vias. Para se ter uma ideia, 52% dos condutores abordados pelos alunos na Antônio Carlos disseram que estão dispostos a deixar o carro na garagem para usar os ônibus, mas enfatizam que a troca depende de investimentos no saturado sistema de transporte público. Em fevereiro, por exemplo, a greve dos rodoviários mostrou que basta os motoristas decidirem sair de casa com seus carros, ao mesmo tempo, para a cidade parar.

A prefeitura, o governo estadual e a União vêm investindo elevados recursos para melhorar o vaivém de veículos, como o alargamento de vias, entre elas o Anel Rodoviário, a Linha Verde e a Antônio Carlos. A implantação de pistas exclusivas para ônibus nestas duas últimas também foi outra estratégia adotada.

Da mesma forma, a promessa de adotar o transporte rápido por ônibus (BRT, do inglês bus rapid transit) até a Copa do Mundo de 2014, que terá a capital como uma das sedes.O sistema prevê o pagamento antecipado da passagem, a exemplo do que já ocorre em Curitiba (PR), e deve ser instalado nas avenidas Cristiano Machado, Pedro I, Pedro II e Carlos Luz. Todas dão acesso ao estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão.

  • Metrô
Mas a melhoria no trânsito passa pela expansão do metrô, que não atende toda a população em razão do trajeto limitado. A chamada linha 1, construída na década de 1980 e que liga o Bairro Eldorado, em Contagem, à estação Vilarinho, em Venda Nova, transporta 160 mil passageiros por dia. Nos horários de pico, as composições trafegam abarrotadas de pessoas. Algumas não conseguem entrar nos vagões na primeira tentativa.

Em agosto passado, a União repassou R$ 15 milhões à Companhia Brasileira de Trens Urbanos para que a autarquia atualize os projetos básicos dos ramais 2 (Barreiro/área hospitalar) e 3 (Pampulha/Savassi), classificados como essenciais para desafogar o trânsito da cidade.

O projeto vai avaliar os traçados do estudo anterior e outros aspectos, como a sondagem do solo e locais das prováveis estações. Contudo, não há data para que as linhas 2 e 3 saiam do papel. Enquanto a cidade fica refém de mais recursos, condutores e passageiros vão continuar enfrentando os diários congestionamentos, palavra conhecida por qualquer motorista de hoje.

Fonte: UAI Minas
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Em entrevista Prefeito de Belo Horizonte aposta em melhoria do trânsito para marcar gestão

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Depois de lançar um programa de metas com planejamentos para a capital ao longo de 20 anos, o prefeito afirma, em entrevista exclusiva a O TEMPO, que sua prioridade será trabalhar por um transporte público de qualidade e soluções para o metrô da capital.


É a primeira vez que BH tem um plano de metas sistematizado. Mas, ao fim de seu mandato, qual marca o senhor quer deixar para sua gestão?

A partir de agora qual será a prioridade? Eu queria melhorar muito o transporte coletivo, que é um ponto frágil da cidade, apesar de ainda estar melhor do que o de outras regiões. O usuário do carro particular precisa saber que mesmo com muito investimento em novas vias, a velocidade média dos veículos não vai melhorar se a frota continuar aumentando. A meta é 73% da população usando transporte coletivo, o que ocorre em Barcelona (na Espanha) hoje. Nós temos que dar condições para que o usuário do automóvel migre para o transporte coletivo. Este é o principal eixo (da gestão).
Dentro do plano BH Metas e Resultados, a mobilidade tem previsão de receber 37% do total de recursos. Mas há garantia de captação de verba para as obras viárias do Corta-Caminho?
O Estado tradicionalmente investe em Belo Horizonte. Investiu na Cristiano Machado, Linha Verde, nos ajuda na Antônio Carlos. Nós podemos pedir ao Estado para investir no Corta-Caminho. É uma questão de definir prioridades em uma negociação. O governo federal já falou que vai fazer a obra de revitalização do Anel Rodoviário, que é fundamental para a cidade hoje: melhorar as travessias, os acessos aos bairros e fazer marginais em quase toda a extensão. O custo será de R$ 650 milhões. Estamos fazendo o projeto executivo da duplicação da avenida Pedro I e o financiamento deve ser liberado pelo PAC da Copa (da Mobilidade) em setembro. É a expectativa que temos. Podemos licitá-la já no início do próximo ano e a obra deve ser incluída em uma operação de crédito. Para todas as obras do Corta-Caminho, que é apenas um dos projetos de mobilidade, nós temos os valores e de onde pode vir o dinheiro muito bem discriminado e os projetos já estão sendo feitos. O Corta-Caminho será concluído em dez anos.
A superintendência da CBTU em Belo Horizonte afirma que a proposta de parceria público-privada (PPP) para o metrô só seria possível com a regionalização do trem. Mas que não há, nesse sentido, proposta concreta por parte do Estado ou do município. Existe formalização do projeto?
Houve sim proposta concreta. Provavelmente, o superintendente em Belo Horizonte não deve conhecer pessoalmente o documento. A proposta do governo federal que já vem de muitos anos é de que o Estado assuma o metrô da forma como ele é hoje, sem a União colocar nenhum investimento. Como o metrô dá um prejuízo de R$ 40 milhões ao ano, o Estado disse que desse jeito não pode assumí-lo, porque precisa modernizar o sistema, trocar os trens etc. A proposta de regionalização que existe é vinculada à PPP e está muito bem exposta em toda a documentação levada para Brasília no início do ano passado.
O que falta, então, para que a regionalização saia?
Falta uma decisão política por parte do governo federal. Ele pode investir diretamente até R$ 4 bilhões, não é pouco, e continuar com a operação. Pode também investir e passar a operação para o governo do Estado. Uma terceira opção, ainda, seria um acordo fazendo investimento misto (federal, estadual, municipal e privado), e a gestão passaria para o Estado ou continuaria com o governo federal. No entanto, não se tomou uma decisão a respeito disso. O projeto da expansão, do qual foram liberados na semana passada R$ 15 milhões, coincidentemente saiu dois dias depois da divulgação do nosso plano. Desde 2005, a empresa não fazia o projeto porque tem o contrato. Na verdade, estava paralisado porque faltavam os R$ 15 milhões. Significa que, desde 2005, o governo federal não estava interessado na expansão.

Mais da entrevista:
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Tarifa de ônibus de Belo Horizonte aumenta para R$ 3,40

domingo, 25 de outubro de 2015

A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (23) pela BHTrans, empresa que gerencia o sistema na capital mineira.

A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais informou ao UOL que vai recorrer da decisão para tentar manter o valor nos patamares atuais. A liminar, anteriormente deferida à defensoria, sustava o aumento até que uma auditoria fosse feita em plano de revisão de preços da BHtrans que embasou o pedido de majoração das tarifas.

Na última quarta-feira (21), o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, acatou pedido da prefeitura e decidiu suspender a liminar argumentando, entre outras coisas, que a postergação do aumento causa um prejuízo diário de R$ 300 mil, ao sistema de transporte público, e que poderia levar a sua interrupção. Ele disse ter se baseado em notas técnicas apresentadas pela BHTrans.

O pedido feito pela prefeitura e pelas empresas concessionárias que exploram o serviço, segundo o tribunal, cita desequilíbrio na equação econômico-financeira dos contratos de concessão.

A razão dada pelas detentoras do serviço para o alegado desequilíbrio foi a implantação do sistema BRT [corredores exclusivos para circulação de ônibus articulados]. Esse sistema de transporte público foi feito visando a mobilidade urbana na capital mineira para a Copa do Mundo de 2014.

O presidente do tribunal ainda declarou que a revisão de preços da BHTrans somente poderia ser desconstituída diante de "provas contundentes de ilegimitidade", fato que, segundo ele, até o momento não ficou comprovado.

Todavia, o magistrado afirmou que, "caso fique comprovada a inexistência de desequilíbrio, o preço das passagens poderá atingir patamar até inferior ao vigente, a fim de compensar o aumento ilegal e ressarcir a coletividade".

Novela 

A queda de braço entre a administração municipal e a defensoria pública vem sem arrastando desde o mês de agosto deste ano, quando a prefeitura tinha anunciado o aumento.

Esse valor reajustado que entrará em vigor no próximo domingo, fora anunciado para vigorar a partir do dia 4 de agosto passado, mas uma liminar conseguida pela defensoria suspendeu o ato.

Em seguida, a prefeitura conseguiu derrubar essa liminar, sendo que o aumento vigorou entre os dias 8 de agosto e 16 de setembro, quando a defensoria, novamente, conseguiu sustar o reajuste na Justiça.

Nesse meio tempo, o aumento provocou protestos de movimentos sociais como o "Tarifa-Zero" e o "Passe Livre BH", nas ruas da capital mineira.
Em um deles, feito no dia 12 de agosto, policiais militares investiram contra os manifestantes, na região central da cidade, utilizando bombas de efeito moral e balas de borracha.

A PM alegou que os militares foram atacados com pedras quando tentavam desobstruir a rua para a passagem dos carros. Aproximadamente 60 pessoas foram detidas, sendo que a maioria havia se refugiado em um hotel situado nas proximidades da sede da prefeitura. Esses movimentos sociais acusaram a polícia de truculência.

Os manifestantes também ocuparam parte da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, ficando lá por 10 dias. A desocupação se deu no dia 11 de setembro após expedição pela Justiça de uma ordem de reintegração de posse.

Informações: Uol Notícias

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Em BH, Começou a Obra na Pedro I qie permitirá receber o Corredor de Transporte Rápido por Ônibus (BRT)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Motoristas que seguiam pela Avenida Pedro I em direção ao Centro da capital enfrentaram um longo engarrafamento de segunda-feira (14) por causa da interdição do tráfego na trincheira da Avenida Antônio Carlos, no cruzamento com a Avenida Santa Rosa, na Região da Pampulha. Durante os próximos seis meses, o local passará por adequações viárias que fazem parte do projeto de duplicação da Pedro I para receber o Corredor de Transporte Rápido por Ônibus (BRT). A tendência é que a lentidão no trânsito dure todo este período. No próximo fim de semana, a circulação sentido Centro/Bairro também será interrompida.

A passagem de veículos pela trincheira, sentido Bairro/Centro, foi proibida no sábado. Mas somente segunda, no primeiro dia útil da mudança, foi possível sentir o transtorno. As faixas de tecido indicando os desvios, colocadas pela BHTrans, não foram suficientes para evitar o nó no trânsito. A longa fila de carros, motos, ônibus e caminhões começou a se formar por volta das 6 horas e em pouco tempo alcançou a MG-010, onde fica o início da Avenida Pedro I. O congestionamento só terminou às 11 horas.

Apesar de saber das obras e estar acostumado com o trânsito intenso na região, o estudante Marco Túlio, 22 anos, que mora no Bairro São João Batista (Venda Nova), ficou surpreso com a demora para chegar até a barragem da Lagoa da Pampulha. “Vou diariamente para a UFMG e gasto no máximo 15 minutos. Hoje, já foram 40 e ainda não estou na metade do caminho”.

Quem também se impressionou com a lentidão na via foi o técnico em mineração Humberto Vilkn, 40 anos. Morador de Confins, na Grande BH, ele usa a Avenida Pedro I para se deslocar até Nova Lima, onde trabalha. “Chegar até a lagoa foi uma aventura. Levei mais de uma hora da MG-010 até aqui”.

Para motoristas que vêm das Regiões Norte, Pampulha e Venda Nova, a orientação da BHTrans é usar a Avenida Cristiano Machado, recorrer a rotas alternativas por bairros da região ou passar pelos desvios indicados.
arte pedro I


De acordo com a Diretor Operacional da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Roger Gama Veloso, a intervenção no viaduto, assim como a construção das trincheiras no cruzamento das avenidas Antônio Carlos e Abraão Caram, vão garantir a infraestrutura para a implantação do BRT, que será uma extensão do corredor para ônibus a ser implantado na Antônio Carlos. Após as obras na trincheira da Avenida Santa Rosa, os coletivos vão circular pela pista central.

Hoje, eles são direcionados para a faixa da direita, antes do elevado, e ficam retidos no semáforo. “Para garantir um corredor exclusivo para os ônibus, é preciso eliminar os gargalos pelo caminho”, diz Veloso. As obras na trincheira incluem adaptações nos muros, drenagem e concretagem do piso.

A próxima etapa dos trabalhos, que pode começar no próximo mês, será o alargamento do viaduto que fica entre a barragem da lagoa e a cabeceira da pista do Aeroporto da Pampulha. Serão construídas mais duas pistas exclusivas para ônibus. Mas, neste trecho, não será necessário o fechamento completo da via.

Paralelamente, o viaduto da Avenida Portugal será substituído por duas trincheiras que vão permitir o acesso à Avenida Antônio Carlos sem a passagem por semáforos. “Imóveis estão sendo desapropriados neste ponto, e as obras começam assim que os locais forem desocupados”, explica Veloso.

Orçada em R$ 173 milhões, a duplicação da Pedro I será feita no trecho entre a Avenida Vilarinho e a barragem da Lagoa da Pampulha. Ela é considerada uma das principais intervenções viárias para a Copa de 2014. A via, que hoje tem três faixas por sentido, ganhará mais duas em cada lado. A Pedro I é uma das principais rotas entre o Centro e o Vetor Norte de BH.

Outro viaduto será construído na Rua Monte Castelo, ligando o Bairro Santa Branca ao Itapoã. E mais um entre a Pedro I e a Avenida João Samaha, no São João Batista, (Venda Nova). Os dois vão eliminar semáforos. A Pedro I será interligada à Avenida Cristiano Machado, a MG-010 e à estação de metrô Vilarinho por mais dois viadutos e duas trincheiras.



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Especialista diz que Brasil vive colapso da mobilidade urbana

domingo, 29 de agosto de 2010


O Brasil vive um momento de colapso na mobilidade urbana. A afirmação é do presidente do Instituto de Mobilidade Sustentável Rua Viva, João Luiz da Silva Dias. Ele foi um dos participantes do painel de encerramento do Ciclo de Debates Desafios da Mobilidade Urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizado nesta quinta-feira (26), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

As causas do colapso da mobilidade, na avaliação do presidente do Rua Viva, são o crescimento urbano desordenado, a metropolização dos grandes centros, a visão do transporte público como bem de mercado e o modelo econômico baseado na indústria automobilística. Dias deu como exemplo dessa situação o aumento do número de motos nas ruas das cidades. As altas tarifas e a baixa qualidade do transporte público tornaram vantajosa a compra de motos pela população de baixa renda que vive longe do local de trabalho. Os resultados são a piora do trânsito e o crescimento do número de vítimas de acidentes. "No futuro, a indústria automobilística vai ser tratada como tratamos a indústria bélica ou do cigarro. Ela está produzindo mortes", declarou Dias.

Para o presidente do Rua Viva, a estruturação do transporte público como bem de mercado faz com que ele exclua as pessoas mais pobres. Dias citou dados segundo os quais 60% dos brasileiros deslocam-se majoritariamente a pé, 30% pelo transporte coletivo e 10% por meios de transporte privados. Quando a renda aumenta, a tendência de parte da população é comprar um carro ou uma moto e desprezar o transporte público.

Dias apresentou propostas para que a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) saia dessa situação de colapso. São elas: a constituição de um consórcio das linhas de ônibus que ligam os municípios; a estruturação de uma rede de transporte por meio de estações intra e intermunicipais; a transformação do metrô de BH em empresa federal com sede na Capital; e a mudança do modelo fiscal do transporte público.

BH não suporta expansão desordenada

"Belo Horizonte atingiu a fronteira de seu território e de eficácia dos serviços públicos". O alerta é do diretor geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de BH, José Osvaldo Lasmar, para quem a cidade não sofre apenas com a saturação nos transportes, mas também com problemas de lixo, saneamento e moradia, entre outros. Diferentemente de outras capitais, diz ele, BH é pequena e não comporta a expansão desordenada. A Região Metropolitana concentra 25% da população do Estado, em apenas 1,6% de seu território. É responsável, ainda, por 34% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais. Lasmar lamentou a falta de integração institucional entre os diversos órgãos responsáveis pela circulação viária na RMBH, o que, segundo ele, começou com o esvaziamento do Plano Metropolitano de Belo Horizonte, o Plambel, órgão de planejamento criado nos anos 1970 e extinto na década de 1990.

O diretor geral da agência criticou, ainda, o sucateamento da malha ferroviária de Belo Horizonte. Para ele, a recuperação é um dos grandes desafios da cidade. Além da fragilidade dos transportes sobre trilho, ele apontou como um grande problema a escassez no repasse de recursos federais para o setor.

Copa e Olímpiada - No mesmo painel, o subsecretário de Projetos de Urbanismo Regional e Metropolitano do Governo Estadual do Rio de Janeiro, Vicente de Paula Loureiro, fez um diagnóstico da situação da mobilidade em seu estado. Segundo ele, a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, associada à conjuntura econômica favorável, tem gerado perspectivas estimulantes de soluções urbanísticas.

Entre as obras em curso na Região Metropolitana do Rio, o subsecretário citou o arco metropolitano, que vai ligar a BR-040 à Rodovia Rio-Santos. Com apoio do Governo Federal e investimentos de R$ 1 bilhão, o arco permitirá a integração de cinco municípios. Outras obras listadas pelo subsecretário são a instalação de uma faixa especial para transporte rápido de ônibus (BRT) na Avenida Brasil; a expansão da Linha 4 do metrô até a Barra da Tijuca; e a Via Light, corredor que aproveita as linhas de transmissão da concessionária de energia elétrica para a implantação de veículo leve sobre trilhos (VLT) e BRT.

Articulação - O painel foi encerrado pelo arquiteto urbanista e assessor da presidência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), José Abílio Belo Pereira. Segundo ele, o desafio de uma mobilidade sustentável é complexo, porque significa articular transporte, trânsito, meio ambiente, questão social e espaço físico.

Pereira apresentou uma proposta específica para a RMBH, com a transformação da atual estrutura de deslocamento, voltada para o Centro da cidade, em uma estrutura de rede. Para isso, é necessária a articulação de corredores rodoviários e ferroviários e a construção de novas vias. O arquiteto mostrou, ainda, alguns exemplos de boas práticas de mobilidade em cidades como Curitiba, Brasília, São Paulo, Goiânia e Medelin, na Colômbia.

As discussões do Ciclo de Debates Desafios da Mobilidade Urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte começaram na tarde de quarta-feira (25) e seguiram durante toda esta quinta-feira (26). O evento, solicitado pelos deputados Carlin Moura (PCdoB) e Maria Tereza Lara (PT), teve como objetivo discutir as políticas públicas de transporte e trânsito na Capital e em seu entorno.

Fonte: ABN News


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Em BH, Governo anuncia obras para melhorar acesso a vetor Norte

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Calejados por intervenções que se estendem há décadas, quem precisa usar uma das principais avenidas de Belo Horizonte, a Cristiano Machado, e sua extensão, a MG-010, terá mais alguns anos de obras pela frente. Com elas, mais poeira, riscos aos pedestres, congestionamentos e promessas de solução para o trânsito ainda caótico. A intervenção desta vez é um conjunto de seis obras, que fazem parte das ações de mobilidade para a Copa de 2014. Com previsão para término no ano do mundial, a expectativa é que os turistas que visitem a capital, inclusive para a Copa das Confederações, em 2013, desembarquem em um canteiro de obras.

As intervenções têm um orçamento de R$ 570 milhões. Os recursos virão do governo estadual, por meio de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), e de parcerias público-privadas - as empresas ainda não foram selecionadas. Estão previstas a construção de viadutos, trincheiras, uma ponte, além da revitalização de 19,5 km de rodovias (veja ao lado).

Para especialistas, o cronograma é apertado, as obras serão feitas às pressas e, além de não resolverem o problema, podem criar novos gargalos. 

Permanente.  A maioria das intervenções será feita na Cristiano Machado, que corta 32 bairros e já passa por obras do BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus). Desde sua criação, há 40 anos, ela sofre intervenções praticamente de dois em dois anos, sendo que, nos últimos sete, o movimento de máquinas se intensificou - apenas em 2010 não houve obra.

O pesquisador do Departamento de Trânsito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dimas Gazolla afirma que as intervenções na avenida deveriam ter sido planejadas há seis anos, quando a Linha Verde começou a ser construída. "As obras são uma extensão tardia da Linha Verde. O fluxo de veículos vai aumentar de forma ainda inestimável por causa do shopping novo e também da catedral que vão construir na área".

Além disso, a duplicação da LMG 800 até o trevo de Confins e da MG-010, em Lagoa Santa, vai permitir a criação de um novo acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Para o especialista em mobilidade urbana José Aparecido Ribeiro, as intervenções são bem vindas, mas não resolvem o problema. "O investimento vai melhorar o acesso a Confins, mas a curto prazo. Em menos de cinco anos, o fluxo de veículo deverá ser bem maior do que as duas obras esperam. Aí novas ações serão necessárias".

As intervenções vão afetar 3 milhões de pessoas que vivem em nove cidades da região metropolitana. Segundo o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Fuad Noman, a expectativa é reduzir de cerca de 45 minutos para 30 minutos o trajeto do centro da capital até o aeroporto - meta proposta na implementação da Linha Verde, mas que não foi cumprida.


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Prefeitura de BH investirá R$ 1,6 bi em “trânsito rápido” a partir de 2010

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Com o objetivo de dotar a cidade da infraestrutura adequada para sediar a Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) encaminhou, em 2 de dezembro, para a Câmara Municipal, projeto de lei que autoriza o Executivo a contratar um financiamento de até R$ 1,6 bilhão para investimentos a partir de 2010, principalmente na área de mobilidade urbana.

As intervenções, que devem ser feitas em, pelo menos, oito grandes vias de trânsito da capital, preveem a implantação em BH dos chamados BRTs (Bus Rapid Transit, ou corredores rápidos de trânsito). Conforme o prefeito Marcio Lacerda havia antecipado no final de novembro ao "Hoje em Dia", os recursos provenientes dessa operação de crédito poderão ser utilizados para custear também despesas de desapropriação e reassentamento. Sem novos aportes, essas intervenções não poderão ser feitas e inviabilizarão os projetos originalmente programados pela PBH para mobilidade urbana.

Segundo o próprio prefeito, os custos com desapropriações cresceram até três vezes acima das estimativas do Governo.Na mensagem encaminhada ao Legislativo, Lacerda justifica que precisa dotar o município das condições de infraestrutura "compatíveis com seu estágio de desenvolvimento" e com a "condição de cidade sede da Copa". A operação prevê a implantação, ampliação, modernização e adequação da infraestrutura viária e do sistema de transporte público coletivo urbano. Estão inseridas na proposta as Avenidas Antônio Carlos, Pedro I, Pedro II e Carlos Luz (Catalão).

Neste conjunto de intervenções, também é priorizada a expansão do Centro de Controle Operacional da BHTRANS. Sob o aspecto da circulação geral da cidade, foram priorizados os BRT nas Avenidas Cristiano Machado e Tereza Cristina e na Via 220 (Regional Barreiro), além da implantação da Via 710, com corredor exclusivo de ônibus (Regional Leste).

Esta última intervenção é destacada como importante ligação transversal, que permitirá a interligação entre diversas regiões da cidade, contribuindo para retirar grande parte de veículos de passagem da área central.Compatibilizando as demandas da Copa com as já existentes na cidade, planeja-se também viabilizar a implantação do Hospital Metropolitano, do terminal de transporte e do Centro de Convenções, todos os investimentos já previstos no planejamento municipal.
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