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Rio de Janeiro, Salvador e Recife entre as cidades mais congestionada do mundo

terça-feira, 22 de março de 2016

Três capitais brasileiras aparecem na lista de 10 cidades do mundo que mais sofrem com trânsito. Um levantamento da empresa TomTom, divulgado nesta terça-feira (22) aponta que, no ranking mundial, o Rio de Janeiro é a quarta cidade onde os motoristas perdem mais tempo em vias congestionadas, depois de Cidade do México, Bangcoc e Istambul, na ordem. No top 10, figuram ainda Salvador (7º) e Recife (8º). Os dados são de 2015.

Por ano, os motoristas do Rio gastam 165 horas da vida em congestionamentos - 66 horas a mais na comparação com 2014 -, o que equivale a ficar mais de seis dias inteiros no trânsito. Na segunda colocada do ranking de cidades brasileiras, Salvador, cada motorista gasta 160 horas extras nos trajetos - 67 horas a mais em relação a 2014.

Em São Paulo, só no congestionamento, os condutores perdem por ano 103 horas no trânsito, ante 77 horas em 2014. O tempo extra gasto nos trajetos, entre 2014 e o ano passado, aumentou em 26 horas. Isso significa dizer que os paulistanos passaram a perder mais de um dia em congestionamentos.

O relatório da TomTom tem como base o Índice de Nível de Congestionamento, que é o tempo adicional (em porcentual) que o motorista levará no trânsito em comparação com uma situação em que não há congestionamento. Utilizando dados de 2015, o TomTom Traffic Index 2016 avalia a situação do congestionamento de trânsito em 295 cidades de 38 países em seis continentes. Esta é a quinta edição do relatório.

Segundo Marcelo Fernandes, diretor de Operações da TomTom para América Latina, a medição aplicada na pesquisa não considera o tamanho dos congestionamentos. É uma comparação entre o tempo que um motorista leva para percorrer o mesmo trajeto em horários de pico e em situações sem congestionamento (das 22 horas às 5 horas). O resultado é o tempo adicional que o condutor leva no trânsito.

"O primeiro passo das cidades é entender por que esse tipo de trânsito é gerado em determinados lugares e, depois, fazer um planejamento urbanístico. Investimento em transporte público é um grande mantra nesse tipo de discussão, desde oferecer mais corredores até informar os horários em que os ônibus passam", disse Fernandes.

De acordo com o diretor da TomTom, as administrações municipais precisam oferecer à população uma alternativa viária para deixar o carro na garagem.

"Fazer com que o transporte seja previsível, por exemplo. Não adianta ter transporte público se você não sabe a hora que o ônibus chega", explicou. 

Para Creso de Franco Peixoto, professor de Transportes da Fundação Educacional Inaciana (FEI), a principal razão para o aumento de horas extras do paulistano no trânsito é a baixa adesão da população às mudanças de mobilidade dos últimos dois anos. "Com o menor número de faixas de tráfego nas vias urbanas para carros, em função da perda de espaço para a passagem de bicicletas e ônibus, o volume de congestionamento ficou maior", afirmou.

Na avaliação de Peixoto, a adesão dos motoristas ao transporte público foi menor do que o esperado e o paulistano continua sem abrir mão do carro.

Lista das capitais brasileiras com pior congestionamento*:

1. Rio de Janeiro: 47%
2. Salvador: 43%
3. Recife: 43%
4. Fortaleza: 33%
5. São Paulo: 29%
6. Belo Horizonte: 27%
7. Porto Alegre: 22%
8. Brasília: 19%
9. Curitiba: 18%

*O porcentual corresponde ao tempo extra gasto no trânsito

Informações: Estadão
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VLT carioca resgata memória de bondes com sustentabilidade

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Antigo bonde elétrico na Avenida Rodrigues Alves, Zona Portuária do Rio (Foto: Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)Antigo bonde elétrico na Avenida Rodrigues Alves, Zona Portuária do Rio (Foto: Augusto Malta / Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)


Em abril, quando o VLT começar a circular em seu primeiro trecho – da Rodoviária Novo Rio até o Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio –, estará sendo escrito um novo capítulo na história dos transportes públicos da cidade.
Movido à eletricidade e totalmente não poluente, o novo meio de transporte, que vai atender a cariocas e visitantes, também resgata lembranças da época dos bondes elétricos. Até mesmo o som do antigo será lembrado. Por ser extremamente silencioso, na cabine do condutor haverá um botão para a tradicional buzina e um outro que reproduz a campainha dos antigos bondes. 
Os bondes circularam na cidade entre 1892, quando pertencia à Companhia Ferrocarril São Cristovão, e depois de 1905 até o final da década de 60, quando estavam sob o controle da Light, concessionária de energia. Para antigos usuários, especialistas em história e autoridades, o VLT é o que pode se chamar de um "bonde turbinado com alta tecnologia".
A professora Márcia Mendes, moradora da Gamboa, na Região Portuária do Rio, contou que tem memória da infância quando usava o bonde para ir para a escola na companhia da irmã. "Achava o máximo, me sentia gigante com a sensação de liberdade quando ficava na janela", lrelembrou. 
O VLT trouxe a memória do bonde. Quem andou e teve o privilégio não esqueceu. Para quem não conhece, o assunto voltou"
Roberta Saragoça, museóloga
Para ela, o VLT, que tem uma parada na porta da casa dela, é uma visão futurista dos bondes. "Eu estou otimista. Vai ser bom sim se ele realmente for usado como planejado", opinou.


O VLT carioca é um dos primeiros do mundo projetado sem a  tecnologia catenária, que usa cabos para captar energia elétrica em fios suspensos. Os trens não têm fios em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia.
Em entrevista ao G1, o secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes, explicou que o modelo do VLT do Rio é inédito até mesmo em outros lugares do mundo.


"Abastecimento pela superfície a gente tem conhecimento que existe em Dubai, mas lá é um pouco diferente já que eles circulam em áreas mais livres e não passam por regiões com construções como aqui no Rio".
Trilhos do VLT são abastecidos pelo sistema APS  (Foto: Káthia Mello/G1)Trilhos do VLT são abastecidos pelo sistema APS (Foto: Káthia Mello/G1)
A energia vem de um terceiro trilho, sistema APS (alimentação pelo solo), instalado entre os trilhos de rolamento do veículo, cuja alimentação ocorre apenas no trecho sob o trem. As composições também têm um supercapacitor, uma espécie de bateria, que recebe energia da rede e pode ser recarregado pela energia absorvida no processo de frenagem do trem. Além disso, ele é silencioso
Segundo Arraes, a sustentabilidade não é o principal foco do projeto, mas ele foi levado em consideração. "No mínimo, esses três aspectos, da poluição direta por conta do combustível, da sonora e da visual, ele atende os requisitos da sustentabilidade", explicou. 
Ele explicou que quando a operação for plena, serão feitos testes ambientais para saber, por exemplo, qual a quantidade de carbono está sendo capturada pelo fato do trem não estar queimando combustível.
Outra semelhança com os antigos bondes é o trajeto. Durante as obras, foram encontrados trilhos dos antigos bondes. Em alguns pontos, o VLT vai fazer o mesmo de 160 anos atrás. Entre os achados arqueológicos descobertos embaixo das movimentadas ruas está o calçamento da Rua da Constituição.


Parte do piso será preservada e exposta como previsto na proposta enviada e aprovada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área tem 15 metros quadrados é o trecho mais antigo, que ainda mantém o desenho original e de maior representatividade histórica, conforme avaliação dos arqueólogos.
E é também por isso a preocupação com os prédios históricos ao longo do traçado do VLT. Para minimizar o impacto e evitar vibrações haverá um mecanismo de controle de ruído atendendo um pedido do Instituto do Patrimônico Histórico (Iphan) e do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
"Como o trem vibra quando passa nesses locais, por exemplo na Rua da Constituição, e na Rio Branco onde estão prédios históricos, nós colocamos nesses trechos equipamentos para reduzir o impacto. É um isolante, um material sintético que é colocado no topo do trilho para proteger, dar uma proteção física", explica Arraes.
O secretário afirmou que depois da transformação urbana da Região Portuária eles estão fazendo projetos para a expansão do VLT até a Zona Sul.


"Será com outro viés que não só o da integração. Tem a ver com o resgate da mobilidade, da recuperação urbanística de um bairro como Botafogo. O VLT sairia da Cinelândia para seguir até Flamengo, Botafogo, Jardim Botânico e Gávea, para integrar com o Metrô".
Bonde na Avenida Rio Branco com Avenida Treze de Maio (Foto: Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)Bonde na Avenida Rio Branco com Avenida Treze de Maio (Foto: Augusto Malta / Acervo Fotográfico da Light/Divulgação)
Retomada da história
A museóloga do Instituto Light, Roberta Saragoça, ressalta que o VLT trouxe da volta a memória dos bondes. Segundo ela, aumentou o interesse na história deles aumentou a partir do momento em que começou a se veicular notícias sobre a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos.

"Somos frequentemente procurados por pesquisadores e outros profissionais sobre o assunto. O VLT trouxe a memória do bonde. Quem andou e teve o privilégio não esqueceu. Para quem não conhece, o assunto voltou", explicou.    
O instituto abriga parte da história dos bondes. São fotografias de Augusto Malta, documentos, mobiliário e equipamentos à disposição da pesquisa. Um bonde reformado está em exposição e são feitas visitas teatralizadas  com personagens vestidos como na década de 20 para ajudar a manter essa memória.
Trilhos do VLT sobre a Avenida Rio Branco (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)Trilhos do VLT sobre a Avenida Rio Branco (Foto: José Raphael Berrêdo / G1)
Menos carro e material reciclado
A implantação do novo meio de transporte tem custo avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e R$ 625 milhões viabilizados por meio de uma parceria público-privada (PPP) da Prefeitura do Rio.

De acordo com informações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto Maravilha (Cdurp), os carros que circulam diariamente pelos centros urbanos transportam em média 1,3 passageiros. A capacidade de cada  VLT é de 420 passageiros. Considerada uma taxa de ocupação média, cerca de 255 carros deixarão de circular pela cidade.
Traçado do VLT no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)Traçado do VLT no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)
As obras do VLT utilizaram equipamento de fresa ao longo da intervenção na Avenida Rio Branco para a remoção do pavimento, de forma a garantir o melhor uso dos recursos. Ao todo, 3.240 metros cúbicos de asfalto foram retirados da avenida e seguem sendo aproveitados nas obras.  
O novo modelo de transporte alterou o visual da Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade. Está em construção um boulevard, com extensão de  600 metros. Nesse ponto, a pista será compartilhada com o VLT e ciclofaixa, nas proximidades da Cinelândia, onde fica o Theatro Municipal, o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional.
VLT vai passar na Avenida Rio Branco (Foto: Reprodução/Prefeitura do Rio)VLT vai passar na Avenida Rio Branco (Foto: Reprodução/Prefeitura do Rio)
Como vai funcionar a operação  
O VLT vai operar 24 horas por dia nos sete dias da semana, confirma Arraes. Em agosto, quando estiver totalmente entregue o VLT terá 28 quilômetros de comprimento com  32 paradas. Serão 32 trens em operação. Até o início de fevereiro sete trens já haviam sido entregues: cinco deles produzidos na França  e dois produzidos na fábrica da Alstom, em Taubabé, São Paulo. A capacidade total do  sistema chegará a 300 mil passageiros por dia.

Atualmente 28 condutores estão em fase final de treinamento e habilitação para começar a trabalhar em abril. O objetivo é formar mais 40 profissionais
Para as duas turmas iniciais, o primeiro mês aconteceu na França, no centro de treinamento da RATP, empresa responsável pela operação do metrô e VLT em Paris. Eles também usam um simulador de condução que apresenta o trajeto entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont reproduzindo situações a serem encaradas durante a operação.
Treinamento de condutores do VLT no Centro do Rio (Foto: Káthia Mello/G1)
Treinamento de condutores do VLT no
Centro do Rio (Foto: Káthia Mello/G1)
A segunda etapa de implantação do VLT - Central do Brasil até Praça 15 -  está marcada para agosto.


Segundo Arraes, um  dos principais desafios será o início da circulação onde será possível saber se o novo transporte terá o mesmo dinamismo pensado na implantação.
Ele confirma que o VLT terá prioridade nos sinais de trânsito e os outros motoristas vão ter que se adaptar a isso. 


" Se ele vem em uma linha e o sinal está fechado, existe abaixo um sinalizador em que o sinal abre para ele automaticamente e fecha para os outros carros, mas isso é uma situação comum". Ele lembrou ainda os problemas enfrentados pela prefeitura quando o BRT foi implantado e muitas pessoas andavam de skate e cruzavam as vias exclusivas dos ônibus.
De acordo com Arraes, as ruas estreitas, no Centro, a região da Central do Brasil com grande circulação de pessoas serão os pontos mais complicados. O VLT terá velocidade de 18 quilômetros nos trechos mais difíceis e de até 50 quilômetros, nos trechos mais desertos e durante a madrugada. A previsão é que eles circulem na horas de pico com frequência de três minutos.          
Secretário Jorge Arraes em entrevista no VLT    (Foto: Káthia Mello/G1)
Secretário Jorge Arraes em entrevista no
VLT (Foto: Káthia Mello/G1)
Preço das passagens x validação
De acordo com o secretário, a prefeitura do Rio irá fazer o  anúncio do preço da passagem do VLT em meados de março.

O pagamento será feito por cartões validados em oito máquinas próprias, no interior dos módulos do trem.


Esse é um sistema inédito no país, mas também haverá fiscalização e a prefeitura pretende mandar um projeto de lei para a Câmara para estabelecer uma multa no caso de alguém não validar a passagem. O modelo é semelhante ao que ocorre com o Lixo Zero. Segundo o secretário, o valor da multa também deverá ser o mesmo.
" Mantivemos essa que é a opção mundial. Esse tipo de transporte no mundo inteiro é assim. Em alguns países funciona melhor e em outros pior. Haverá campanha educativa e também fiscalização", acrescentou.  
No entanto, Arraes acredita que as pessoas já estão acostumadas porque já fazem uso do Bilhete Único nos ônibus, barcas e no metrô.  A diferença é que no VLT não existe catraca. 
Por Katia Melo
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A América Latina sonha com uma vida sem carro

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Você deixaria de usar o automóvel para pegar um trem que tivesse wi-fi, não fosse poluente e, mesmo ao frenar, gerasse a própria energia?

Trocar a comodidade do automóvel pelo transporte público sempre foi pouco atrativo para os latino-americanos por muitas razões: o mau estado dos veículos, a poluição, a baixa pontualidade e o serviço limitado a poucos bairros. Mas, nos últimos anos, surgiu uma nova geração de transporte limpo, que aos poucos se expande pela região.

Especialistas em transporte defendem que, além de ambiental, trata-se de uma questão de saúde e de economia. Por causa da crise brasileira, por exemplo, o uso dos trens metropolitanos do Rio de Janeiro aumentou 11% no último ano, promovendo um recorde no número de passageiros: 700.000 em apenas um dia, segundo a Supervia, empresa que opera a concessão do setor.

Para dar conta do aumento da demanda, o sistema ganhou o reforço de 120 trens que – apesar de contar com ar-condicionado – usam apenas um terço da eletricidade dos antigos. Além disso, ao frear, os veículos também geram energia, retroalimentando a rede elétrica. Um projeto envolvendo o Banco Mundial, a Supervia e o governo estadual do Rio de Janeiro tornou a aquisição possível.

“O transporte é o setor que mais consome combustíveis fósseis e no qual as emissões de CO2 crescem mais rapidamente no mundo. Por isso, investir no transporte de massa se torna essencial para cuidar do clima e dar mobilidade às pessoas”, avaliou o especialista em transporte Daniel Pulido, do Banco Mundial, após visitar as reformas de algumas estações para os Jogos Olímpicos de 2016.

Ele também destaca que, além de se tornarem mais verdes, os trens do Rio estão mais confiáveis: em 1998, alcançavam só 30% das metas de pontualidade; hoje, o índice chega a 90%. O sistema cobre 75% da área metropolitana do Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas.

Enquanto o mundo busca ações para combater a mudança climática e evitar que a temperatura suba 4ºC até o fim do século, as redes de transporte de outras partes da América Latina se ampliam e se tornam mais sustentáveis.

Por exemplo, em Lima, no Peru, começaram obras da nova linha 2 do metrô, que se estende do leste da capital até o município de Callao, no oeste. “O plano é que haja seis linhas de metrô no futuro”, comenta o especialista em desenvolvimento urbano Eric Dickson, do Banco Mundial. Isso aliviará a forte pressão do tráfego na cidade de nove milhões de habitantes e ajudará a reduzir as emissões dos automóveis.

Outro passo importante para a mudança do transporte público da cidade foi a construção do primeiro corredor de trânsito rápido por ônibus, a exemplo do que existe há anos em Bogotá (Colômbia) e Curitiba, por exemplo. Ao mesmo tempo, 790 ônibus velhos e poluentes saíram de circulação, deixando de emitir 26.500 toneladas de gases causadores de efeito estufa.

Esses são apenas dois dos resultados de um projeto do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF, na sigla em inglês), que também reabilitou 33,2 km e construiu 19,4 km de ciclovias entre 2004 e 2010.

Já em Monterrey, uma das cidades mais poluídas do México, corredores de ônibus – que somam 30 km de extensão – e veículos de baixas emissões também prometem tornar o ar mais limpo. O sistema funciona há pouco mais de um ano e meio e calcula-se que evitará a emissão de cerca de 17.000 toneladas de CO2 por ano, o equivalente a tirar 5.700 carros de circulação.

O que move os veículos da Ecovía não é o diesel dos antigos veículos, mas o gás comprimido, que não expele fumaça escura nem deixa aquele mau cheiro pela rua.

E, para os 80.000 passageiros que circulam diariamente nos 80 ônibus, há muito mais itens de conforto do que nos antigos ônibus: ar-condicionado, wi-fi gratuito e acesso fácil a quem tem problemas de locomoção, por exemplo.

Tudo isso, aliado à maior rapidez – pois os ônibus têm corredor exclusivo –, gera a expectativa de que até 10% dos usuários do sistema deixem de ter um carro. Parece pouco, mas é um ponto de partida necessário para uma região que atualmente tem 80% da população vivendo em cidades. Mais ainda levando-se em conta que o percentual subirá para 90% em 2050.

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Número de paulistanos que usam carro todos os dias cai, diz pesquisa

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A porcentagem de motoristas que têm carros e usam seus veículos todos os dias ou quase todos os dias caiu de 56% em 2014 para 45% em 2015. É o que mostra a 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana feita pelo Ibope, a pedido da Rede Nossa São Paulo e da Fecomercio SP. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (22), dentro da Semana da Mobilidade 2015. Nesta terça é comemorado o Dia Mundial Sem Carro.

O secretário dos Transportes da capital paulista, Jilmar Tatto, participou da solenidade e comemorou números apresentados. Entre eles, o apoio de 90% entre os 700 entrevistados à construção de faixas e corredores de ônibus, uma das apostas da gestão Fernando Haddad (PT).
“Mostramos que é possível aumentar a velocidade dos ônibus e as pessoas hoje ficam menos tempo nos pontos de ônibus”, disse. Segundo ele, a velocidade média saltou de 13 km/h para 22 km/h.

O secretário disse ainda que ficou “feliz” com o fato de apenas 53% reprovarem a redução dos limites de velocidade na cidade. Ele afirmou que o tema é recente e levantou polêmica na cidade, mas que já alcançou uma aprovação de 43% – outros 4% não souberam ou não responderam.
O secretário também teve de responder a um dado negativo para a Prefeitura de São Paulo, que é o fato de 59% dos entrevistados dizerem que os ônibus estão mais lotados.

“Por que o ônibus está lotado? Porque falta metrô. Tem linhas que você tem ônibus de três em três minutos. Não adianta por mais ônibus porque o viário não comporta. Precisa de transporte de massa”, disse.

Ele completou sua fala afirmando que os dados mostram que a Prefeitura de São Paulo está "no caminho certo", mas que o governo do estado e também o federal têm de atuar de forma incisiva para melhorar a mobilidade na capital.

Cerco aos campões de multas
O secretário afirmou durante sua participação no evento que a Prefeitura que fechar o cerco aos motoristas campões de multas na cidade. A administração mandou uma minuta de convênio à Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo para que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) possa atuar também parando motoristas. Atualmente, esse trabalho é feito apenas pela Polícia Militar.

A Prefeitura conta atualmente com mais de 800 radares na cidade dotados de leitor automático de placas (LAP), que permitem determinar a rotina dos motoristas infratores e pontos onde passam com frequência.

Tatto lembrou um dado já divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de que cerca de 5% dos motoristas são responsáveis por 50% das multas da cidade. E disse ainda que muitos não pagam as infrações e já estão com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com a quantidade de pontos estourada.
“Essa pessoa não pode circular na cidade. Esses 5% nem multando. Tem que tirar da via. É caso da polícia”, afirmou Tatto.

O “poder de polícia” da Guarda Civil Metropolitana foi autorizado por uma lei federal (13.022), sancionada em agosto pela presidente Dilma Rousseff. Desde então, a Prefeitura já estabeleceu um convênio entre a CET e a GCM para que os guardas atuem também como fiscais de trânsito.

Outros números
Os pesquisadores entrevistaram 700 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro.

A pesquisa questionou os paulistanos sobre o fechamento de vias, como a Avenida Paulista, para automóveis aos domingos. Segundo o balanço, 64% declararam ser a favor da “abertura para lazer e circulação de pedestres e ciclistas". Contra a medida foram 33% e 3% não opinaram.

O percentual favorável vai ao encontro dos resultados das primeiras audiências públicas sobre o tema, ocorridas no domingo (20). Moradores que participaram das discussões concordaram em fechar as avenidas Sumaré e Paulista, aos domingos e feriados, das 10 às 17h, liberando-as para pedestres e ciclistas.

Ciclovias
Outro ponto polêmico da gestão de Fernando Haddad (PT), a construção de ciclovias foi abordada na pesquisa. De acordo com o levantamento, 59% dos entrevistados se disseram favoráveis, contra 38% dos que são contra (3% não opinou).

O percentual dos que usam bicicleta todos os dias ou quase todos os dias, porém, foi baixo: 7% dos entrevistados. Entre a maioria que não utiliza, 44% disse que passaria a andar de bicicleta se fosse mais seguro; 18%, se tivesse mais sinalização nas ruas; 13%, mais ciclovias (em 2014, esse número era 26%). O número de pessoas que não usaria a bicicleta “de jeito nenhum” diminuiu: neste ano foram 13%, contra 24% em 2014.

Tempo no trânsito
O tempo médio de deslocamento para atividade principal (trabalho ou escola) ficou em 1h44, resultado idêntico ao registrado na pesquisa de 2014. Dos 700 ouvidos, 23% disseram que levam pelo menos duas horas para ir e voltar e 35%, entre uma e duas horas.

O tempo médio parado no trânsito (que leva em conta, além do trajeto para a atividade principal, os demais deslocamentos na cidade) ficou em 2h38 - em 2014 eram 2h46. Ao todo, 48% dos paulistanos gastam pelo menos duas horas por dia em seus deslocamentos. Entre os que utilizam carro, o tempo médio ficou em 2h48. Já quem usa transporte público diariamente chegou a 2h56.

Confira outros resultados da pesquisa:
Áreas problemáticas na cidade: as mais citadas foram saúde (55%), segurança pública (37%), educação (33%), desemprego (33%), trânsito (29%), transporte coletivo (27%), abastecimento de água (21%) e poluição (17%).

Poluição: 59% consideram a poluição do ar como a mais grave e 30%, a da água. No ano passado, 70% citavam a do ar como a mais grave e 18%, a da água. Ao todo, 62% dos entrevistados (ou alguém que mora no mesmo domicílio) já tiveram problemas de saúde decorrentes da poluição na cidade.

Posse de carro: 60% têm carro, e 40%, não. A região da cidade com menos posse de carros é o Centro, com 46%, e a maior é a Oeste, com 67%.
Utilização do carro de passeio: 32% usam todos os dias ou quase todos; 36%, de vez em quando; 25%, raramente.

Uso diário de um ou mais meios: 28% dos entrevistados se locomovem a pé; 25%, de transporte coletivo; 18%, de carro; e 3%, de bicicleta.

Transporte público coletivo: 25% usam todos os dias; 19%, quase todos os dias; 34%, de vez em quando; 15%, raramente; e 6%, nunca. Pesquisa avaliou que 80% dos entrevistados deixariam de usar o carro se tivesse uma boa alternativa de transporte. Em 2014, eram 71%.

Ônibus: 59% disseram que o a lotação dos ônibus aumentou no último ano, 30% afirmaram que está igual e 8%, que diminuiu. O tempo de duração da viagem está igual para 34%, aumentou para 32% e diminuiu para 31%. O tempo de espera pelos ônibus está igual para 43%, aumentou para 30% e diminuiu para 23%. A maioria dos entrevistados (90%) é a favor de construção de faixas e corredores de ônibus.

Pedestres: 40% afirmaram que as faixas de pedestres estão sendo "mais respeitadas"; 48%, que estão "menos respeitadas"; e 9% não perceberam mudanças. Em 2014, 33% disseram que as faixas eram "mais respeitadas" e 52%, "menos respeitadas".

Propensão a sofrer acidentes: 46% afirmaram que os motociclistas estão mais sujeitos a acidentes; 33%, que são os pedestres; 18%, os ciclistas; e 3%, os motoristas.

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Prefeitura de Fortaleza inaugura faixa exclusiva de ônibus da Avenida Alberto Craveiro

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A Prefeitura de Fortaleza inaugura nesta terça-feira (22/09), data em que é celebrado o Dia Mundial Sem Carro, a faixa exclusiva para ônibus da Avenida Alberto Craveiro. Além de estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e de propor às pessoas que revejam a dependência em relação ao carro, a iniciativa vai tornar mais rápida e eficiente a viagem diária de cerca de 43 mil usuários do transporte coletivo nesta via.

Sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT), numa parceria com AMC, Etufor e Detran-CE, a faixa exclusiva de ônibus na Avenida Alberto Craveiro vai permitir o compartilhamento de espaços na cidade de forma justa e racional, conforme preconiza o Plano Nacional de Mobilidade Urbana.

A faixa exclusiva de ônibus na Avenida Alberto Craveiro, por onde circulam diariamente 13 linhas de ônibus que realizam cerca de 670 viagens, partirá da ponte do Riacho Martinho até a Rotatória Jornalista Demócrito Dummar (em frente à Arena Castelão), compreendendo cerca de 4,8 quilômetros de extensão divididos nos dois sentidos da via. Com isso, vai beneficiar cerca de 43.396 passageiros que passam nesta via todo dia, numa média de circulação de 75,9 ônibus por hora. Com a implantação de faixas exclusivas, a expectativa mínima é de aumento de 40% na velocidade operacional dos ônibus, mas, nas demais vias que já receberam a intervenção, essa taxa de melhoria para o deslocamento do transporte coletivo foi superada, ficando entre 60% e 200%.

O secretário de Conservação e Serviços Públicos, João Pupo, explica que “garantir prioridade ao transporte público coletivo no sistema viário repercute no aumento da velocidade operacional e na produtividade dos coletivos, reduzindo, consequentemente, seus custos para a permanência da tarifa acessível para todos os cidadãos”.

Com a nova faixa exclusiva de ônibus na Avenida Alberto Craveiro, Fortaleza conta, agora, com cerca de 84,6 quilômetros de faixas exclusivas, o que representa um aumento de 758% em priorização do transporte público durante os três da gestão do Prefeito Roberto Cláudio. A meta do Programa de Implantação de Faixas Exclusivas, lançado em agosto do ano passado, é concluir o ano de 2016 com 135 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus para beneficiar a população.

Expansão

A próxima via a receber faixa exclusiva será a Avenida Juscelino Kubitschek, com cerca de 5 quilômetros de extensão. O projeto também prevê a implantação de ciclofaixa nos dois sentidos desta via, que se conectará à ciclovia da Avenida Alberto Craveiro, aumentando a integração da rede cicloviária de Fortaleza e dando maior segurança ao trânsito de ciclistas.

As faixas exclusivas de ônibus mais recentes foram implantadas nas avenidas Abolição e Presidente Castelo Branco (Leste/Oeste). Na Avenida Abolição, por onde transitam 140 ônibus por hora, a faixa foi instalada a partir da Rua José Vilar até o cruzamento com a Via Expressa, contabilizando 5,3 quilômetros de extensão em benefício de 125 mil passageiros, distribuídos em 26 linhas. Já a Avenida Presidente Castelo Branco, que tem uma média de circulação de 74 ônibus por hora, recebeu a nova faixa exclusiva, com extensão total de 11 quilômetros, no trecho desde a ponte da Barra do Ceará até a Avenida Pasteur, continuando até o Marina Park Hotel. A alteração de circulação da via beneficia, hoje, 68 mil passageiros por dia, que utilizam as 14 linhas de ônibus que transitam pela Avenida Presidente Castelo Branco.

Breve histórico

Em 07 de junho de 2014, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf) entregou a duplicação da Avenida Alberto Craveiro, que passou de duas para quatro faixas em cada sentido, desde a ponte do Riacho Martinho até a Arena Castelão. A via recebeu sistema de drenagem e novo pavimento, além da padronização de calçadas e canteiros centrais. Ao longo da Avenida Alberto Craveiro, também foi construída uma ciclovia e implantada a sinalização. Esse trecho recebeu duas rampas para acessibilidade, combinadas com travessias de pedestres e paradas de ônibus.

Faixas exclusivas de ônibus existentes
- Av. Francisco Sá - 0,6 km
- Av. João Pessoa -  2,7 m
- Av. Bezerra de Menezes - 6,6 km
- Av. do Imperador -  0,8 km
- Av. Tristão Gonçalves - 0,9 km
- Av. Santos Dumont – 1,7 km
- Av. Dom Luís – 1,9 km
- Av. Alberto Sá – 0,9 km
- Av. da Universidade – 1,5 km
- Av. Carapinima – 1,7 km
- Av. José Bastos – 8,9 km
- Av. Domingos Olímpio – 4,2 km
- Av. Bernardo Manuel – 9,3 km
- Av. Antônio Sales – 3,9 km
- Av. Pres. Costa e Silva (Perimetral – etapas 1 e 2) – 16,0 km
- Av. Leste/Oeste (Etapas 1 e 2) – 11,0 km
- Av. Gomes de Matos – 1,9 km
- Av. Abolição – 5,3 km
- Av. Alberto Craveiro – 4,8 km
Total – 84,6 km

Informações: Etufor

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