Governo de SP investe R$ 450 milhões em linhas da CPTM cujo plano é privatizá-las ** ** Bauru recebe 27 novos ônibus para transporte coletivo ** ** Número de passageiros do metrô de Salvador cresce 11,6% no 1º trimestre ** ** Governo de Sergipe isenta ICMS sobre óleo diesel para transporte público em Aracaju ** ** VLT Carioca passa a circular uma hora mais cedo ** ** Itajaí testará ônibus elétrico em frota do Sistema de Ônibus Local (SOL) ** ** Empresa quer linha de trem turístico entre Porto Alegre e Gramado; entenda o projeto ** ** Pagamento em Pix passa a ser aceito em todas as estações do metrô do Recife ** ** Siga nossa página no Facebook **

Novo sistema de transporte de Belo Horizonte terá ônibus com modelos ultrapassados

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nem mesmo o início da operação do BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) afasta os ônibus de motor dianteiro da frota de Belo Horizonte, conhecidos por proporcionarem menor conforto aos passageiros, produzirem mais ruído, porém, serem mais econômicos para os empresários que operam o sistema. Isso porque, atendendo uma demanda específica do mercado brasileiro, as fabricantes criaram ônibus com motor dianteiro com suspensão a ar. Dessa forma, os veículos classificados como ultrapassados por especialista poderão acessar os corredores do BRT e se adaptar às plataformas de embarque.

Além dos ônibus articulados que vão fazer as linhas expressas do BRT, os empresários de Belo Horizonte estão adquirindo veículos chamados de Padrons, que vão servir como alimentadores do sistema. Esses ônibus serão responsáveis por trazer os usuários dos bairros até as estações do BRT. Até agora, todos os 350 já encomendados são de motor dianteiro, adaptados para o desembarque em nível na plataforma. “Isso é uma aberração. Quando deveriam aproveitar a implantação do BRT para melhorar a frota e trazer mais conforto, fazem gambiarras para manter uma tecnologia antiga circulando na cidade”, avalia o engenheiro e presidente do Instituto Mobilidade Sustentável, João Luiz da Silva Dias.


A utilização dos ônibus de motor dianteiro em transportes coletivos urbanos é proibida em países desenvolvidos. No Brasil, a cidade de São Paulo aboliu esse tipo de veículo do transporte público em 2006. Com o motor na frente, o barulho é maior, e os arranques mais agressivos que os veículos com motor central ou na traseira. Além disso, o motorista sofre com o calor.

Porém, esses veículos ainda predominam no mercado brasileiro porque consomem menos óleo diesel, a manutenção é mais barata e contam com maior valorização na hora da revenda. Esses critérios fazem com que os empresários resistam em abrir mão do motor dianteiro. Em Belo Horizonte, mais de 70% da frota é formada por ônibus desse modelo.

Durante a Transpúblico – feira que reuniu os principais fabricantes de ônibus do país em São Paulo, na semana passada –, várias empresas apresentaram modelos com motor dianteiro e suspensão a ar. Até a sueca Volvo, que nunca havia fabricado esse tipo de ônibus, lançou um modelo para atender aos brasileiros.

Para João Dias, os ônibus que serão usados no transporte público não podem ser definidos por uma ótica de mercado. “O usuário não pode ficar à mercê da negociação entre empresário e fabricantes. Quem tem que determinar o tipo de ônibus que será usado é o poder público”, avalia.

Nas especificações técnicas da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), não há impedimento para ônibus com motores dianteiros.

Informações: O Tempo
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Sindicalistas fecham 13 terminais de ônibus em São Paulo e prejudicam 750 mil usuários

Uma briga interna dentro do sindicato dos trabalhadores de ônibus do transporte coletivo de São Paulo fecha na manhã desta quarta-feira (10) o acesso a 13 terminais de ônibus em todas as regiões da capital paulista --eram 16, mas, por volta das 12h30, os terminais Campo Limpo, Varginha e Grajaú, na zona sul, foram liberados.

Ao todo, pelo menos 400 linhas das 1.300 linhas municipais foram afetadas, e cerca de 750 mil passageiros foram prejudicados, segundo cálculos da SPTrans --empresa municipal de transporte. Diariamente, o sistema transporta por volta de 1,5 milhão de usuários.


De acordo com a SPTrans, a Polícia Militar já foi acionada para garantir a segurança dos usuários e do patrimônio público e para liberação dos terminais. Ainda conforme a empresa, foram registrados boletins de ocorrência na Polícia Civil contra os sindicalistas, e solicitada intervenção do Ministério Público Estadual. 

Segundo a administração municipal, estão fechados desde as 8h os acessos dos terminais Santo Amaro, Parque D. Pedro, Capelinha, Campo Limpo, Grajaú, Varginha, João Dias, Lapa, Cachoeirinha, Pirituba, Casa Verde, Vila Prudente, metrô Santana, Sacomã e Mercado, do Expresso Tiradentes, também interrompido. Por volta das 11, também o terminal Jabaquara fechou.

O fechamento foi promovido às vésperas da eleição para a diretoria do sindicato, em votação que acontece das 0h desta quinta (11) às 18h do dia 12. A ação é coordenada pela oposição da chapa que tenta a reeleição sob a justificativa de falta de transparência no processo eleitoral.

Usuários reclamam nas redes sociais
"Neste momento, na rua do Gasômetro, na esquina com a rua Monsenhor de Andrade, um grupo de manifestantes que diz representar o sindicato dos motoristas para ônibus, avança dentro deles, discute com cobradores, motoristas e passageiros. Natural protestar, mas estão com ânimos exaltados", relatou uma usuária de ônibus da zona leste, em sua página no Facebook.

"[Os sindicalistas] Chamam de safados os cobradores que dizem ser contra a paralisação prevista para amanhã e também com os passageiros de ônibus. Pedi gentilmente a um manifestante que não gritasse com as senhoras e senhores idosos que estavam dentro do ônibus, que podiam passar mal", completou.

Por Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
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Governo e prefeitura solicitam R$ 4,2 bi para obras de mobilidade urbana na região metropolitana Salvador

terça-feira, 9 de julho de 2013

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), pediram ao governo federal R$ 4,2 bilhões para obras de mobilidade urbana na região metropolitana Salvador. Os dois participaram de uma reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, no fim da tarde desta segunda-feira. Os recursos viriam dos R$ 50 bilhões para investimentos em obras de mobilidade urbana anunciados pela presidente Dilma Rousseff, no último dia 24, em resposta à onda de manifestações pelo país e que teve origem na reivindicação do Movimento Passe Livre pela redução da tarifa de ônibus em São Paulo.

De acordo com a ministra Miriam Belchior, dos R$ 4,2 bilhões, o governo do estado pleiteou R$ 3,2 bilhões para serem investidos na ampliação do metrô e na implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT). “O metrô já está com a licitação na rua, a abertura deve se dar no próximo dia 8 de agosto e, com isso, as obras devem ser iniciadas em outubro. Um outro conjunto de obras, chamadas vias estruturantes, que são os BRTs (bus rapid transit), também vai à licitação agora em julho e deve ter início de obras em novembro”, disse a ministra.


“Nós trouxemos duas grandes prioridades: primeiro uma extensão de 5 quilômetros do metrô até o bairro de Cajazeiras, que é o maior bairro de Salvador, e o segundo é o VLT, que é o antigo trem de subúrbio. Nós queremos transformá-lo em um VLT para atender a toda a região metropolitana, complementou o secretário da Casa Civil da Bahia, Rui Costa. Ele falou com a imprensa no lugar do governador Jaques Wagner, que saiu antes do fim da reunião para cumprir agenda em São Paulo. Segundo Costa, o VLT aproveitaria a malha de trilhos do antigo trem metropolitano.

A prefeitura de Salvador pediu R$ 1 bilhão para a implantação de faixas de circulação exclusivas de ônibus, o chamado BRT. O prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto louvou a iniciativa do governo e disse que espera concluir a implantação do serviço até 2015. “Nós tivemos a oportunidade de apresentar um projeto que é muito importante, viabilizará a ampliação de corredores com o modal do BRT, na artéria principal da cidade. O nosso projeto é que a execução seja em 24 meses, disse o prefeito. “Tudo o que está sendo pensado para a capital tem sido formulado em conjunto pela prefeitura e pelo governo do estado”, complementou. As medidas devem beneficiar quase 2 milhões de pessoas.

Pela manhã, os governadores e os prefeitos de São Paulo e do Rio de Janeiro, Gerado Alckmin e Sérgio Cabral, e Fernando Haddad e Eduardo Paes respectivamente, participaram de reuniões com o governo. Alckmin solicitou R$ 10,8 bilhões para obras e melhorias no metrô, trens e construção de corredores, orçadas em R$ 10,8 bilhões. Haddad pediu R$ 6,5 bilhões para a construção de corredor viário, com 150 quilômetros de extensão. O governo do Rio de Janeiro pleiteiou R$ 4,3 bilhões do governo federal para investimentos em obra de mobilidade urbana.

O encontro foi a primeira rodada de conversas do governo federal com governadores e prefeitos das principais capitais do país, que deve seguir até a quarta-feira. Estão previstas ainda reuniões com os governadores de Minas Gerais, Pernambuco, do Ceará, do Paraná e do Rio Grande do Sul e os respectivos prefeitos das capitais.

De acordo com a ministra Miriam Belchior, após as reuniões o governo vai avaliar as demandas para saber o montante a ser repartido com cada estado. Os pleitos apresentados hoje já atingem 50% dos R$ 50 bilhões anunciados pelo governo federal. “Vamos fazer um balanço disso, e vamos decidir se já fazemos um anúncio parcial ou se seguimos consultando outras grandes cidades sobre a destinação dos recursos”, disse a ministra.

Segundo especialistas e integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) consultados pela reportagem, a mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida, além de ser um dos maiores causadores de estresse da vida das pessoas. Eles avaliam que os efeitos negativos de um transporte público caro e de má qualidade prejudicam também outras áreas vitais para a vida do cidadão, como saúde, educação, finanças e cultura.

Fonte: Boainformacao.com.br
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São Paulo pede à União R$ 17,3 bilhões para mobilidade urbana

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse há pouco que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu R$ 10,8 bilhões para a expansão do metrô, reforma de 30 estações e dois corredores de ônibus (na Grande São Paulo e em Campinas). O prefeito Fernando Haddad (PT) solicitou outros R$ 6,5 bilhões para a construção de 150 km de corredores de ônibus. Juntos, eles querem, portanto, R$ 17,3 bilhões para obras de mobilidade urbana, ou cerca de 35% dos recursos prometidos pelo governo para esse tipo de obra.

Ambos os pedidos foram feitos em reunião realizada nesta manhã na sede do Planejamento, em Brasília, da qual também participou o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.


Segundo a ministra, ao longo da semana o governo receberá todos os pedidos, de outros Estados e municípios, para depois decidir para onde serão destinados os recursos de R$ 50 bilhões para projetos de mobilidade urbana prometidos pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas.

Na reunião, segundo a ministra, também foi discutida a aceleração de obras já em andamento e início de outras. Questionada sobre de onde virão os recursos para essas obras num momento em que o governo pretende realizar mais cortes de gastos para cumprir um superávit primário de 2,3% do PIB, Miriam apenas disse. "Estamos fazendo as contas". Segunda ela, o governo deve informar nas próximas duas semanas o destino de pelo menos parte dos R$ 50 bilhões.

Ainda nesta segunda-feira Miriam recebe o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o governador Sergio Cabral, ambos do PMDB.

No fim da tarde, a reunião foi com o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), e o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT).

Informações: Portal UOL
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Com ou sem greve de ônibus, usuários continuam passando sufoco nos terminais integrados do Recife

O primeiro dia útil após o fim da greve dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus é marcado por paradas cheias na Região Metropolitana do Recife. No início da manhã desta segunda (8), ônibus estão circulando normalmente, mas passageiros reclamam da superlotação dos veículos. No Terminal Integrado Joana Bezerra, na área central da capital, há filas nas áreas de embarque. Oito linhas fazem integração no espaço e a mais procurada é a Joana Bezerra-Boa Viagem.

A disputa por um coletivo é grande e usuários afirmam que é preciso esperar para conseguir embarcar. “[Espero] mais de meia hora, todo dia. Mesmo sem greve é agonia. O pessoal aqui não tem controle, é complicado”, disse um passageiro. Outra passageira disse que não tem coragem de se aventurar e se espremer nos coletivos. “Tenho medo. [Espero] muito tempo, muito tempo mesmo”, comentou.


A paralisação dos rodoviários chegou ao fim no último sábado (6). Um acordo entre a categoria e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) firmado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-PE) viabilizou o encerramento do movimento. Os empresários decidiram atender a reivindicações da categoria, como não demitir ou punir os grevistas nem descontar os dias parados. Os trabalhadores se comprometeram a voltar ao serviço imediatamente.

A categoria decidiu deflagrar greve na segunda (1º) exigindo reajuste de 33% e melhores condições de trabalho. O sindicato dos donos de empresas de ônibus oferecia aumento salarial de 3%. Na terça (2), o pleno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT6) decretou a ilegalidade da paralisação e determinou a volta dos profissionais ao trabalho.

No julgamento do dissídio da categoria, o TRT ainda definiu fixar, por 11 votos a 3, o reajuste de 7% para a categoria, que passa a ter piso salarial de R$ 1.605 (motorista), R$ 1.037 (fiscal) e R$ 738 (cobrador). Os valores anteriores eram R$ 1.500, R$ 970 e R$ 690, respectivamente.

Informações: G1 Pernambuco
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Até 2016, Salvador terá 35 km em vias preferenciais para ônibus

Com apenas um modal de transporte capaz de cobrir toda a cidade — os ônibus —, Salvador tem um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre as capitais brasileiras. Mas a prefeitura quer mudar, num prazo de três anos, o cenário que rende críticas de especialistas no país. 

De acordo com o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, corredores exclusivos para BRT devem estar prontos até 2016. O município também promete investir R$ 1 bilhão em 35 quilômetros de vias preferenciais para ônibus, buscando chegar à velocidade comercial de 24 km/h — hoje, os ônibus se locomovem a 12 km/h em média, mesma velocidade de São Paulo.

De acordo com Aleluia, uma das prioridades é fazer um “conjunto de vias exclusivas de ônibus da Lapa até o Iguatemi, chegando até a Ligação Iguatemi Paralela (LIP) e  Acesso Norte e também  até a Pituba”. Também será feito um corredor progressivo do aeroporto à Pituba. 

“Embora esse corredor não seja exclusivo, é preferencial para ônibus.  Serão em torno de 35 quilômetros e terá um conjunto de investimento de R$ 1 bilhão. A ideia é que fique pronto em 2016”, acrescentou Aleluia.


O secretário afirmou que vai tentar evitar a desapropriação e que, quando fala em vias exclusivas, pensa justamente na circulação do BRT. “Ainda estamos estudando a parte estrutural. O prefeito quer para 2016. O nosso custo é só com as vias, o dos BRTs é com as empresas”, afirmou. 

Atraso  
Para especialistas, o atraso no sistema de transporte da capital baiana é resultado da falta de investimento há quase 40 anos. Em meados dos anos 1970, quando foi criada a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), estatal responsável pela política de mobilidade no país, capitais aproveitaram a verba disponível e implantaram sistemas de transporte que, hoje, ajudam a desafogar o trânsito. 

Quem não aproveitou isso naquela época, paga o preço até hoje. E Salvador é uma delas. “Com certeza. A melhor solução, hoje, é o transporte sobre trilhos. Salvador está aí há 20 anos construindo um metrô de seis quilômetros e ainda não acabou”, afirmou o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.

Desde que a EBTU foi extinta, em 1991, a responsabilidade pelo transporte urbano nas cidades brasileiras passou às mãos dos respectivos prefeitos. Mas o problema da falta de continuidade a cada troca de governo e o baixo investimento em logística e infraestrutura impedem que a mobilidade avance. 

Para se ter uma ideia, a frota veicular do Brasil cresceu 107% entre 2002 e 2012, saltando de 35,5 milhões de veículos para 73,7 milhões. “Não houve investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Se a infraestrutura aumentou, foi 5%”, apontou José Antônio Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) e executivo da Marcopolo.

Ar-condicionado 
Em Salvador, a expectativa é que a renovação da frota ajude a dar maior fluidez ao trânsito. Mas isso poderá impactar na tarifa, segundo Aleluia. As linhas serão reordenadas e 300 linhas tronco terão ar-condicionado. As demais, ventilação forçada.

Todos os novos ônibus funcionarão com motor no padrão Euro 5, menos poluente, e terão acessibilidade, o que significa mais eficiência e menos poluição. O Plano de Mobilidade Urbana também está em andamento e deverá ter como ponto de partida o plano para a Copa do Mundo. Ainda esta semana, as entidades da sociedade civil receberão convites para a formação do Conselho de Transportes.

Soluções 
Se muitas capitais brasileiras adotam mais de um modal de transporte público e ainda têm sérios problemas de mobilidade, Salvador, que conta apenas com os ônibus, passa por dificuldades ainda maiores. Durante o Seminário Nacional NTU 2013 & Transpúblico, realizado em São Paulo entre 3 e 5 de julho, o CORREIO conversou com especialistas em busca de soluções para a mobilidade urbana em Salvador.

Para o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, Salvador ainda tem muito a investir em ônibus, mas não descarta a necessidade de colocar o metrô para funcionar. 

“Primeiro, Salvador tem um problema adicional que é a geografia, a topografia não é fácil. Segundo, vocês vão ter que investir em ônibus por muito tempo. Terceiro, tem que investir em metrô”, disse.

Brasiliense ressaltou que a capital baiana precisa fazer o “dever de casa” e que o problema da cidade não é tecnológico ou financeiro. “Vai ter que caprichar nos projetos, torcer para não eleger péssimos administradores, porque começam um projeto e os seguintes param”, alertou. 

O engenheiro acredita que o metrô pode ser a solução, desde que esteja interligado a todo o projeto. “Salvador tem pessoal técnico qualificado, deve estar tendo algum outro problema”.

Obstáculos   
O presidente da NTU, Otávio Cunha, também aposta no transporte de superfície como a alternativa mais rápida e mais barata. Segundo ele, é preciso ter corredores com vias segregadas, acessibilidade universal, passagem pré-paga, embarque livre para dar velocidade à viagem.

Cunha também acredita que é preciso democratizar o espaço urbano, dando preferência aos ônibus, além de incentivar o uso do transporte coletivo e investir em soluções político-administrativas. 

“A lei de mobilidade já recomenda a prioridade no transporte. O prefeito pode criar obstáculos e restrições ao transporte individual em algumas áreas da cidade. Esse é o grande problema de cidades mais antigas, como Salvador, Recife, São Luiz, onde as ruas são estreitas”.

O secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, disse que obstáculos serão criados. “Quando reduzimos a quantidade de estacionamentos na cidade, estamos fazendo isso. O estacionamento é um pedágio de fim de linha”, declarou.

A criação recente de faixas e vias exclusivas para ônibus e  alterações pontuais no tráfego em alguns pontos da cidade, como a Avenida Octávio Mangabeira e a Magalhães Neto, que costumam congestionar em horários de pico, são um bom começo. Mas, para o presidente da Fabus e executivo da Marcopolo, José Antônio Martins, é preciso fazer mais.

“Salvador precisa abrir  e criar corredores exclusivos de ônibus”, apontou. Em curto e médio prazos, essa é, na opinião de Martins, a melhor solução logística e de infraestrutura para uma cidade que possui apenas um modal, além dos trens do Subúrbio, que atendem a um trecho limitado da cidade.

BRT: projetos atrasam e até montadoras reclamam

Fabricantes de ônibus articulados no Brasil terão produção aquém da esperada este ano com relação aos veículos para operar no sistema BRT. 

De acordo com executivos das montadoras Volvo, Scania e Marcopolo, a expectativa de ter o sistema implantado, até o final deste ano, em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Natal, Recife e Salvador não deverá sair do papel por conta da falta de infraestrutura das cidades para receber o modelo. 

“O projeto do BRT está atrasado e a venda de pesados está quase estagnada”, disse o gerente comercial da Volvo na América Latina, Euclides de Castro. Para ele, se o quadro continuar o mesmo, até o final do ano, o sistema estará longe de ser implantado na maioria das cidades. “Rio de Janeiro está mais avançado, o próximo é Brasília, mas Salvador parou. Eles não se decidiram se pelo metrô ou BRT e eu não acredito que nenhum dos dois estará operando até lá”, completou, se referindo à Copa do Mundo de 2014.

O gerente de Marketing da Scania, Marcio Furlan, disse que os projetos têm evoluído, mas a parte prática, com exceção de Rio de Janeiro e Brasília, não tem avançado. “Efetivamente, o BRT só se consagrou no Rio de Janeiro.  A maioria está atrasada”, afirmou.

Apesar disso, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), José Antônio Martins, garantiu que a indústria está preparada para a demanda que surgir, com possibilidade de entrega dos veículos em um prazo de 60 dias. No entanto, não é possível implementar o sistema sem infraestrutura urbana nas cidades. “Não houve um investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Na  maioria, os investimentos ficaram para trás. O governo federal tem planos, o problema é que esses planos não saem do papel por questões burocráticas”. 

Clarissa Pacheco, de São Paulo. A repórter viajou a convite da NTU.


8 Medidas Para a Melhoria do Transporte Público Coletivo Urbano no Brasil

1 Prioridade de circulação para o transporte coletivo nas vias urbanas sobre o transporte individual 
motorizado;

2  Elaboração imediata dos planos diretores e dos planos de mobilidade urbana por todos os municípios obrigados pela legislação, a serem construídos com a participação de representantes da sociedade civil organizada;

3 Continuidade dos investimentos federais, estaduais e municipais na infraestrutura para a mobilidade urbana;

4  Implantação de redes de transportes modernas, integradas, multimodais, racionais e de alto desempenho;

5  Implantação de uma política de mobilidade, construída com a participação efetiva da sociedade, com representantes nos conselhos municipais de transporte, estabelecendo qual o nível de serviço de transporte público que se deseja oferecer a todos os cidadãos e quanto isto vai custar ao passageiro (tarifa) e quanto vai custar ao governo (subsídio);

6  Desoneração dos tributos municipais, estaduais e federal que pesam sobre o setor de transporte público;

7  Subsídio com recursos públicos às gratuidades que oneram a tarifa paga pelos usuários;

8  Subsídio ao serviço, a ser pago por meio de um fundo com recursos dos combustíveis, distribuído aos municípios de forma proporcional à população.

Por Clarissa Pacheco e Perla Ribeiro
Informações: correio24horas.com.br

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