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Fortaleza é a primeira capital do País a conceder passe livre para todos estudantes

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Foi aprovado por unanimidade, nesta quarta-feira (08/11), na Câmara Municipal de Fortaleza, o projeto de Lei que garante o passe livre estudantil no transporte público. O benefício contempla todos os estudantes da Capital, das redes privada e pública de ensino dos sistemas municipal, estadual e federal.

Com a aprovação, a cidade se torna pioneira entre as capitais do país, ofertando o benefício sem restrição de rede de ensino, nível escolar, sem critérios socioeconômicos ou outros fatores limitantes de público beneficiado, ou seja, de maneira universal para todos os estudantes.

“Essa é uma conquista histórica para a cidade e para todos os estudantes. Somos a primeira capital do País a implementar o passe livre para todos que possuem a carteirinha estudantil, sem distinção de nível ou rede de ensino, nem por critérios socioeconômicos. Além disso, o passe livre não retira direitos. Se for preciso realizar mais de duas viagens, a tarifa estudantil é garantida. Essa é uma política pública de inclusão social através da educação, mas também uma política econômica, pois vai dar mais tranquilidade, tirar esse custo das famílias fortalezenses”, afirmou o prefeito José Sarto.

Outras capitais, por exemplo, como Belo Horizonte e Manaus, oferecem o passe apenas a estudantes que moram a mais de 1km da instituição de ensino. Já Brasília e Maceió exigem um cadastramento prévio para que o aluno seja beneficiado. Em Fortaleza, todos os estudantes residentes no município, independente do seu endereço, terão direito a duas passagens diárias, não cumulativas, válidas em dias úteis, durante dez meses do ano (excetuando-se apenas janeiro e julho) e o documento utilizado para a validação será a própria carteirinha de estudante, sem necessidade de nenhum cadastramento.

De acordo com a mensagem enviada junto ao projeto de lei, o benefício busca a promoção da educação e do bem-estar dos estudantes, uma vez que incentiva a mobilidade sustentável, a garantia do acesso à educação e a redução da carga financeira para as famílias mais carentes, entendendo a educação como um direito fundamental de todos.

Para Isabela Castro, coordenadora de Mobilidade Urbana, o passe livre é uma medida de acessibilidade à educação e consequentemente a outros serviços públicos. “A partir do momento em que eles [estudantes] têm as duas passagens garantidas, eles podem utilizar os seus recursos para outras viagens, tendo acesso a lazer e outros serviços. Essa também é uma medida que está alinhada à priorização do transporte público coletivo como uma alternativa de deslocamento. Com isso, nós estamos incentivando estudantes a utilizarem esse modal”, explica ela.

Dentre as justificativas técnicas para criação do projeto estão a sustentabilidade social e ambiental, entendendo os impactos socioeconômicos que a medida traz. Além disso, a política do passe livre é também uma ferramenta de segurança viária, reduzindo o tráfego durante as horas de pico e desencorajando motoristas a utilizarem veículos individuais, como o carro e a moto, diminuindo, portanto, possíveis acidentes.

A política do passe livre foi pensada e desenvolvida a partir de um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP). Após meses de estudo, a opção pelos dois passes diários foi determinada a partir de análises aprofundadas de dados de bilhetagem de abril de 2022 a março de 2023.

Com a análise do comportamento das viagens, ficou demonstrado que, aproximadamente 95% dos deslocamentos realizados com carteirinha de estudante ocorrem nas duas primeiras viagens do dia, geralmente pela manhã. A opção por fazer a medida com garantia de duas passagens permite que, durante a primeira fase de implantação, a Prefeitura possa ter um controle melhor dos custos de execução do projeto.

Foram avaliados diferentes cenários com variação de custos para a implementação da política pública. A partir dos critérios tomados, a Prefeitura estima que o passe livre estudantil terá um impacto de R$ 23,1 milhões por ano no Tesouro Municipal.

Em 2023, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) emitiu 361 mil carteiras de estudante, que foram responsáveis por 25,4 milhões de viagens. Destas viagens, 18,6 milhões foram realizadas apenas nos dias úteis e 28,4% ocorreram na hora-social, ou seja, fora da hora-pico do sistema, demonstrando que o benefício não gera pressão excessiva nesses horários. Além disso, apenas 6% das viagens excederam o proposto no projeto de duas passagens diárias.

Além do grupo de trabalho, a gestão municipal manteve o diálogo com as entidades estudantis, que representam diversas categorias de estudantes da cidade. Em setembro, antes do envio do projeto de lei à Câmara, o prefeito Sarto participou de uma reunião com onze entidades municipais, estaduais e federais. Na ocasião, ele garantiu, além do passe livre, a manutenção do benefício da tarifa estudantil para as demais passagens. Ou seja, após a utilização das duas passagens gratuitas, as demais passagens estudantis estão garantidas no valor de R$ 1,50.

Informações: Prefeitura de Fortaleza

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Brasil destoa de experiência internacional de sucesso na mobilidade sustentável

segunda-feira, 22 de maio de 2023

O Brasil destoa da experiência internacional em mobilidade sustentável, perdendo relevância, inclusive, na região da América Latina. Para mudar esse cenário, o país precisa investir R$ 295 bilhões até 2042 em infraestruturas de mobilidade urbana nas 15 principais regiões metropolitanas do país. Essa é a conclusão do estudo inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Mobilidade Urbana no Brasil: marco institucional e propostas de modernização.

O estudo aponta que os principais desafios enfrentados para a evolução da mobilidade urbana incluem a falta de financiamento, fator apontado pelo estudo como o maior gargalo para a expansão dos transportes urbanos no Brasil. Além disso, a CNI defende que sejam viabilizadas fontes de investimentos, com recursos nacionais e estrangeiros, além de participação pública e privada nos projetos de transformação.

Destoando não apenas de exemplos internacionais de sucesso de mobilidade urbana sustentável, o Brasil também fica atrás de outros países latino-americanos. Por exemplo, o país aparece entre as economias com a menor participação de veículos elétricos – somente as cidades de Santiago e Bogotá têm três vezes mais ônibus elétricos em operação que em todo território brasileiro.

Dos R$ 295 bilhões estimados para a modernização da mobilidade urbana, R$ 271 bilhões precisariam ser destinados para expansão de linhas de metrô. Conforme destaca o estudo, esse montante equivale ao necessário para mais do que dobrar a extensão da malha vigente. Em seguida, estão os investimentos para ampliação das estruturas de rede de trens (R$ 15 bilhões) e de BRTs (R$ 9 bilhões).

De acordo com o estudo da CNI, 74% dos 116 municípios brasileiros com mais de 250 mil habitantes cumpriram os prazos estipulados pela Lei de Mobilidade Urbana, que estabeleceu que essas cidades elaborassem e aprovassem um Plano de Mobilidade Urbana (PMU) até abril do ano passado. A mesma lei determinou que todos os municípios com população entre 20 mil e 250 mil pessoas apresentassem um PMU até o dia 12 de abril de 2023.

Entre as 1.908 cidades nessa situação, apenas 13% atestaram – até setembro do ano passado – ter um plano de mobilidade.

O diagnóstico referente às maiores regiões metropolitanas brasileiras é de que as cidades cresceram, foram amplamente urbanizadas, mas os transportes não acompanharam o ritmo de crescimento dessas metrópoles. Entre as recomendações estão investir em transporte coletivo e transporte individual não motorizado.

As 15 regiões metropolitanas avaliadas no trabalho são: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, Belém, Fortaleza, Natal, Salvador, João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Recife e Teresina.

“A urbanização não foi acompanhada por um planejamento voltado à redução das distâncias percorridas pelos cidadãos, para a qual o adensamento das cidades e a melhor distribuição de suas principais funções – moradia, trabalho, serviços e lazer – constituiriam seu alicerce”, diz o estudo.

Destaque para o fato de que cidades com maiores níveis de renda têm maior demanda por transporte individual. Como exemplo disso, em Curitiba 49% das viagens são feitas de carro ou moto, apesar do reconhecido sistema de BRT (Bus Rapid Transit) e de a cidade apresentar uma boa infraestrutura de transportes para os padrões brasileiros. 

Por outro lado, em Salvador e Recife – que possuem uma rede de transporte público menos estruturada –, esse modal representa somente 22,1% e 16,7%, respectivamente. Já no Rio de Janeiro, a baixa participação dos transportes individuais (19,5%) pode estar associada a uma confluência de fatores ligados tanto a um menor nível de renda de amplos setores da população metropolitana, quanto à existência de uma extensa – ainda que precária – rede de transportes na metrópole.

A bicicleta ainda é subaproveitada nas principais metrópoles do país: em todas as RMs brasileiras, a participação da bicicleta oscilava entre 0,8% e 2,4%, em contraposição a cerca de 4% em Santiago, 7% em Bogotá e 13% em Berlim, na Alemanha.

Por outro lado, é reconhecido que o Brasil empreendeu importantes avanços de natureza institucional no aperfeiçoamento da mobilidade urbana, de modo que o país dispõe de um moderno ordenamento jurídico que disciplina não apenas o planejamento, mas também a execução de políticas no setor.

Outro dado interessante é que o preço da gasolina, um balizador da escolha modal, nos últimos 15 anos, excluindo o período mais recente, teve aumento inferior ao das tarifas de transporte público coletivo, o que, na prática, sinaliza um barateamento relativo das viagens com transporte privado em detrimento das viagens com meios de transporte públicos.

Em termos de comportamento, o estudo mostra outras mudanças nos padrões de deslocamento urbano, particularmente com o aumento do trabalho sob a forma de home office e do comércio digital – processo que foi acelerado com a pandemia de Covid-19 –, e do advento do transporte por aplicativo – ainda não captado em sua magnitude por boa parte das pesquisas.

Nas duas maiores metrópoles brasileiras, por exemplo, a demanda por transportes coletivos ainda se encontra bastante abaixo ao último ano pré-pandemia: em São Paulo, as viagens de metrô e de ônibus em 2022 estão cerca de 25% abaixo dos níveis de 2019; no Rio de Janeiro, a queda da demanda por metrô é de mais de 30% e a de ônibus, da ordem de 15%.

O estudo conclui que é necessário assegurar instrumentos mais efetivos para a modernização dos sistemas de mobilidade, com o aperfeiçoamento institucional e de governança no âmbito dos municípios, e uma lei municipal como ferramenta de efetivação dos planos de mobilidade.

E também viabilizar fontes para o financiamento de investimentos de infraestrutura de mobilidade urbana, ampliando o número de Parcerias Público-Privadas em um modelo de PPP que agrupe a construção do sistema, operação e manutenção, em contratos de concessão de duração relativamente longas (em torno de 30 anos).

Por: Julio Cesar
Informações: CNI
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Representantes da SMTT Maceió acompanham o início das operações do BRT de Salvador

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Em vias de iniciar as obras para a implantação do sistema de transporte BRT (Bus Rapid Transit) em Maceió, uma comitiva da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) realizou uma visita técnica à Secretaria de Mobilidade (SEMOB) de Salvador, entre os dias 3 e 7 de outubro. A presença dos representantes do órgão responsável pelo transporte público coletivo de passageiros e pelo trânsito maceioenses teve como objetivo acompanhar o começo das operações do BRT de Salvador.


A SMTT foi representada pelo coordenador do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (SIMM), por Silvio Sarmento, o assessor técnico de Transportes, Bruno Aragão, e o assessor técnico de Terminais e Paradas, Arthur Douglas, Os três foram recebidos pelo diretor de transporte de Salvador, Matheus Lima Moura.

Durante a visita, os representantes da SMTT conheceram o Centro de Controle e Operação (CCO) do BRT, onde foi possível acompanhar os trabalhos da equipe e ter informações sobre o uso da tecnologia na operação, que proporciona mais eficiência no serviço.

Todo o processo é acompanhado, em tempo real, a fim de garantir maior agilidade e previsibilidade de horário de chegada dos ônibus às estações.

"O funcionamento do Centro de Controle com a Supervisão do Órgão gestor, é primordial para o correto funcionamento do Sistema e o que presenciamos aqui foi o casamento perfeito entre a tecnologia e a atuação das pessoas que fazem parte do processo", frisou o coordenador do SIMM, Silvio Sarmento.

A comitiva também esteve na garagem do BRT, onde conheceu parte da frota de ônibus do novo modal, composta por veículos que seguem a tendência do design automobilístico europeu, com ângulos retos e visual imponente.

"Estrutura é tudo para que esse sistema tenha um bom desempenho. Aqui vimos veículos modernos e confortáveis e isso já traz um bônus enorme para a população", destacou o assessor técnico de Transportes da SMTT Maceió, Bruno Aragão.

"Tudo é muito bem organizado, com um sistema bem preparado para atender aos usuários. É uma outra realidade para quem se acostumou com o sistema convencional", pontuou o assessor.

Os veículos são equipados com motor a diesel e possuem lotação total para 89 passageiros. Os ônibus têm portas em ambos os lados da carroceria, espaço interno com maior amplitude, que proporciona conforto visual, além da otimização da acomodação de componentes técnicos e capacidade aumentada.

Outro ponto visitado pelos representantes da SMTT Maceió foi a Estação Pirajá, onde há a integração entre o metrô e os ônibus.


"Foi uma imersão no transporte público da cidade, onde foi possível realizar um estudo de repertório mais sólido, conhecer novas realidades e soluções adotadas, que funcionaram ou não, considerando nossa cultura, meio ambiente e clima", ressaltou o assessor técnico de Terminais e Paradas. Arthur Douglas.

"É importante destacar, na visita ao terminal de Pirajá, a implantação dos carrinhos de bilhetagem de autoserviço, que agilizam o pagamento da passagem", disse o assessor.

A visita foi encerrada na sexta-feira (7), quando a comitiva maceioense participou de outro momento com os representantes da SEMOB. Além do diretor Matheus Moura, estiveram presentes o secretário de Mobilidade, Fabrizzio Muller; o coordenador de Planejamento de Transportes, Raimundo Dortas, e o supervisor de Área de Tráfego, Jessé Gonçalves.

"Foi uma visita bem positiva. Apesar de termos um foco principal, acompanhar o funcionamento do BRT, não nos detemos apenas nessa missão. Acompanhamos o sistema de transportes como um todo, com visitas a terminais de Integração do Sistema de Ônibus Convencional, inclusive com integração com o Metrô", enfatizou o coordenador do SIMM da SMTT de Maceió.

Ele destacou ainda a importância da visita técnica a Salvador. "Trouxe novas visões e ideias que devem complementar o que temos em Maceió e que servirá para melhorarmos ainda mais o atendimento aos usuários", revelou o coordenador.

Sobre o sistema BRT em Maceió

A implantação do BRT em Maceió foi anunciada pelo prefeito JHC, no dia 5 de setembro deste ano. Segundo o gestor, o serviço deve beneficiar em torno de 600 mil usuários, o que representa 65% da população da capital. De acordo com o anúncio, serão instaladas 22 estações ao longo de 15 km, compreendendo as avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, além de um trecho da BR-104, na parte alta da cidade.

Esse modal de transporte é moderno e bastante adaptável para a realidade maceioense, sobretudo para a implantação nos principais corredores de transportes da capital, como nas avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro e na Avenida Menino Marcelo, visto o grande volume de linhas convencionais que alimentam estas vias, advindas de bairros bastante populosos da capital.

Para viabilizar o melhor funcionamento em sua implantação há a necessidade de realizar algumas intervenções de infraestrutura, quer sejam por passagens subterrâneas ou elevadas, principalmente para evitar a parada excessiva em cruzamentos, proporcionando uma viagem bastante ágil, segura e confortável, visto que não há interferência de outros veículos na faixa exclusiva.

Deve-se considerar ainda, que, a implantação desse modal, proporcionará mais agilidade para quem utiliza o transporte público, além da redução de ônibus nas principais avenidas da capital, melhorando a mobilidade urbana para todos que utilizam essas vias de tráfego.

BRT de Salvador

O modal entrou em fase de testes no dia 30 de setembro deste ano, com 11 ônibus. O início da operação assistida começou no dia seguinte. A extensão da via de tráfego é exclusiva e está em torno de 11km total, em dois sentidos, com cinco estações em funcionamento para embarque e desembarque, sendo uma delas integrando com o metrô, além de mais uma elevada, já em construção no trecho em operação (para integrar com o metrô), e mais seis no trecho em obras da segunda fase.

As estações, três em nível das vias normais, e uma elevada viabilizam o tráfego livre do BRT em toda a extensão do corredor de transporte. O trecho total contém quatro semáforos em cruzamentos, sendo priorizada a sua passagem, aumentando a velocidade média, e consequentemente tornando a viagem mais rápida, segura e confortável.

Todos os veículos utilizados são climatizados, com motor traseiro e piso rebaixado, possibilitando o embarque de todos os usuários, inclusive cadeirantes, idosos, e pessoas com mobilidade reduzida, acessar o veículo no mesmo nível do piso da plataforma do terminal, sem a necessidade da utilização de degraus.

Informações: Prefeitura de Maceió
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Maceió vai ganhar corredor de ônibus BRT para atender 600 mil usuários

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Maceió vai ganhar um corredor de ônibus BRT (sigla em inglês para ônibus de trânsito rápido), conforme anunciou o prefeito JHC, na tarde de segunda-feira (5). A instalação deste serviço de transporte, que é uma realidade em grandes cidades do país, será a maior obra de mobilidade urbana que a prefeitura vai entregar aos maceioenses.
Sistema BRT em Curitiba

O serviço deve beneficiar em torno de 600 mil usuários, o que representa 65% da população da capital. Serão instaladas 22 estações ao longo de 15 km, compreendendo as avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, além de um trecho da BR-104, na parte alta da cidade.

A gestão firmou contrato em agosto com a confiável empresa de consultoria, que projetou os melhores BRTs do Brasil, a exemplo do município de Sorocaba, no interior de São Paulo, que tem 96% de aprovação dos usuários. Até o mês de abril de 2023, a previsão é de que o projeto executivo seja entregue, que é um pré-requisito para que as intervenções sejam iniciadas. 

“Estamos melhorando e muito a capacidade do nosso sistema de transporte, estimulando que tenhamos mais usuários e a confiança do transporte de massa. Este é o caminho no mundo inteiro. Se tivermos transporte com conforto, rapidez, sem dúvidas alguma teremos um aumento no número de usuários. O BRT garante uma viagem tranquila e mais confortável”, destacou o prefeito JHC.

De acordo com o superintendente Municipal de Transporte e Trânsito, André Costa, os ônibus do BRT circularão nas faixas da esquerda, que serão devidamente pavimentadas em concreto. O usuário passará o cartão ao entrar na estação e não mais nos coletivos, ganhando tempo no embarque e desembarque, a serem feitos por qualquer porta do veículo.

A previsão é de que a operação conte com ônibus neste corredor de 3 em 3 minutos nos horários de pico. Os estudos que estão sendo feitos indicam a possibilidade de integração com o transporte intermunicipal em tarifa única.

“Será uma obra de grande impacto e que fará uma enorme diferença no dia a dia das pessoas. O que se vê agora é superposição de linhas ao longo do principal corredor de transportes da capital. São linhas que coletam pessoas ao longo do eixo viário, que fazem com que a operação fique mais cara, o que impacta diretamente no valor da passagem e deixa a viagem mais longa”, resumiu André Costa.

Ele acrescentou que, na prática, os coletivos do transporte público deixarão de circular no novo corredor. As linhas terão trechos mais curtos, saindo dos bairros para deixar os passageiros na estação mais próxima do BRT. Em seguida, retornarão às localidades de origem. 

“A proposta é que os passageiros tenham mais opções para circular dentro dos bairros onde residem, com viagens mais curtas. Uma vez na estação do BRT, o usuário terá uma operação mais rápida”, garante o superintendente da SMTT.

“A ideia de se implantar o BRT é muito interessante para Maceió. Acredito que vamos conseguir reduzir o tempo de percurso de viagem do passageiro. Os ônibus do transporte público terão uma melhor qualidade. Agradeço ao prefeito e ao superintendente da SMTT por priorizarem o transporte, que representa muito para a população. Todos anseiam por melhor qualidade, velocidade, segurança e, com estes investimentos, Maceió só tem a ganhar”, afirmou Guilherme Borges, presidente do Sinturb-Mac (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município de Maceió).

Informações: Prefeitura de Maceió
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Capitais com preço da passagem semelhante a Belém têm ônibus com ar-condicionado

quinta-feira, 30 de setembro de 2021


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) quer aumentar o preço da passagem de ônibus em Belém, que atualmente custa R$ 3,60, para R$ 4,87. A proposta foi enviada na última terça-feira (23) para a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e deixaria o bolso do belenense R$1,27 mais leve a cada trajeto, já que não há integração ou sistema de bilhete único na capital.

O aumento pedido pelos empresários, caso atendido, representaria um gasto mensal de R$ 214,28 para um trabalhador que pega dois ônibus por dia, ida e volta, para chegar até o emprego. Valor que representa 20,47% do salário mínimo atual estabelecido por lei no Brasil, que é de R$ 1.100. Para quem pega quatro ônibus por dia, o valor mensal, para quem trabalha de segunda a sexta, seria de R$ 428,56. Já quem trabalha de segunda a sábado gastaria 506,48 reais, 46% da renda mensal de quem ganha um salário mínimo.

Porto Alegre

Por aproximadamente o mesmo preço, R$4,80, Porto Alegre opera um sistema com aplicativo para localização em tempo real, com horários estimados por GPS, o que facilita o planejamento de quem depende do transporte público e precisa se organizar ao longo do dia.

Além disso, 47% da frota da capital gaúcha é climatizada, apesar da temperatura média da cidade oscilar entre 23 e 13 graus celsius em setembro. Há ainda um sistema de reconhecimento facial em 100% dos veículos e 91,4% dos veículos possuem instalação de plataforma elevatória.

O sistema também conta com bilhetagem eletrônica e atualmente é gerido no modelo de sociedade mista com controle acionário da prefeitura de Porto Alegre.

A cidade possui 1.492.530 milhão de habitantes, enquanto Belém possui 1,506,420 milhão de moradores. Porto Alegre, porém, tem um Produto Interno Bruto per capita acima de R$ 52 mil, mais que o dobro de Belém, com aproximadamente R$ 21 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística colhidos em 2018.

No momento, a recém-desestatizada Carris, que controla o transporte na capital gaúcha, pleiteia um aumento para R$5,05.

Caso a tarifa de ônibus em Belém seja estabelecida em R$4,87, conforme desejo do Setransbel, antes de um aumento ocorrer em Porto Alegre, a capital paraense assumirá a vice-liderança na lista das capitais com passagens de ônibus mais cara do Brasil, atrás somente de Brasília, que cobra R$5, mas com 100% de gratuidade para estudantes.

Além disso, Belém seguiria sem desfrutar de benefícios similares em relação às duas cidades e diversas outras vantagens já são realidade em outras cidades brasileiras, como o bilhete único (disponível para os moradores de São Paulo que pagam R$4,40) ou da integração entre modais diferentes (realizada em Fortaleza por R$3,60).

Justificativas

Em comunicado, o sindicato afirma que o último reajuste no valor foi realizado em 2019 e argumenta que o salário dos rodoviários e preço do diesel aumentaram de lá para cá.

A nota enviada para a reportagem argumenta que a capital paraense tem a segunda menor tarifa dentre todas as cidades do Brasil, mas a afirmação abre espaço para interpretações, pois o valor é único para qualquer trajeto em qualquer ônibus apenas uma vez, o que não ocorre na maioria das capitais brasileiras.

São Luís possui tarifa de R$3,20 para linhas não integradas, por exemplo, e de R$3,70 para linhas integradas, enquanto Recife conta com um sistema que permite baldeações para troca de veículo sem cobrança de uma nova passagem por R$3,75. Em Belém, dois trajetos custam R$7,20, sempre. 

Além disso, na capital pernambucana, os usuários podem pagar apenas metade da tarifa fora dos horários de pico - 9h às 11h e 13h30 às 15h30. Já Maceió, que cobrava R$3,65, passou a cobrar R$3,35 neste ano - ou seja, promoveu uma redução na tarifa mesmo diante dos revezes da pandemia de covid-19.

"O Sindicato esclarece, ainda, que o preço da passagem é calculado em função dos diversos custos envolvidos e quantidade de passageiros pagantes. Hoje, 25% dos usuários são de gratuidades, em uma realidade onde quase 50% da receita é para pagar os funcionários e 30% para ser investido em combustível e manutenções necessárias", afirma a entidade.

Prefeitura

Já a prefeitura de Belém afirma que estudos estão sendo realizados de acordo com a legislação em vigor e “no mais estrito interesse público, tendo em conta o período prolongado de pandemia da covid-19 e de crise econômica e social que o país atravessa. Além da necessária melhoria na qualidade do transporte público em Belém”.

Para que haja reajuste da tarifa de ônibus em Belém, a proposta precisa ser debatida no Conselho Municipal de Transporte.

Além do Setransbel e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana fazem parte do Conselho o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Sindicato dos Rodoviários.

Todo dia

Quando acorda de manhã, Rafael Menezes sabe que vai precisar sair de casa no máximo 6h50 para embarcar em um ônibus sem ar-condicionado no calor equatorial de Belém. E depois embarcar em outro, sem ideia do horário que ele irá passar, mas com plena certeza de que o veículo estará lotado. E que depois repetirá o trajeto na volta do trabalho para casa. E quando vai dormir depois de um dia cansativo, deita-se na cama sabendo que fará tudo de novo no dia seguinte - a não ser que esse dia seja um domingo, o único da semana em que ele não trabalha.

Rafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em BelémRafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em Belém (Ivan Duarte / O Liberal)

"Chego em casa duplamente cansado e duplamente estressado. Sei que dizem que o brasileiro sempre sonha com a casa própria, mas hoje em dia acho que sonha mesmo é em ter um veículo próprio", reflete ele, que trabalha no setor administrativo de uma escola no limite entre Ananindeua e Marituba.

Aos 26 anos, Rafael acredita que perde mais tempo e dinheiro do que deveria no transporte público. Ele mora em Belém, no bairro de Val-de-Cans, mas às vezes fica na casa da mãe, no Tenoné.

Seja qual for o ponto de partida, a ida dele para o trabalho é sempre caótica. Como tudo sempre pode piorar, enquanto era acompanhado pela reportagem, um acidente entre o ônibus que ele estava e um carro mordeu mais uma fatia do tempo de Rafael.

"Olha aí. A polícia tá lá fazendo o trabalho dela e a gente está aqui, esperando o desfecho dessa história para seguir para o trabalho. E o trânsito aqui na Augusto Montenegro, que já não é fácil diariamente, tá pior no dia de hoje. E todo mundo obviamente já tá atrasado, né?", esculhamba ele logo depois de se meter na confusão entre o motorista do ônibus e o do carro particular. Ele ficou mais nervoso ainda com a possibilidade de ter que pagar outra passagem, mas outro coletivo da mesma linha apareceu e todos os passageiros puderam embarcar nele sem custos adicionais.

Mas longe dele comemorar a conquista que o poupou R$3,60: "Só que aquela situação: a gente já saiu [dentro do ônibus] cheio lá do bairro e aí a aglomeração, a lotação, vai ser pior ainda", lembra.

São tantos problemas que Rafael nem sabe por onde começar. Ele acredita que as tarifas altas são só a superfície de um ecossistema de descaso com os usuários do transporte público de Belém, que se arrasta por anos.  Mas o estudante de jornalismo se esforça e escolhe qual é o pior de todos.

"Com certeza é o calor. A temperatura dentro do ônibus é absurda. De passar mal. Às sete da manhã já faz muito calor. E sempre está lotado, o que piora tudo. Você não consegue chegar seco em lugar nenhum, não consegue chegar arrumado, com o cabelo direito. Não consegue chegar cheiroso em nenhum lugar também", reclama ele.

Ar-condicionado

A reportagem conta para ele que 47% da frota de Porto Alegre possui ar-condicionado. Ele suspira, como criança que olha um brinquedo através da vitrine.

"É. Tá vendo só. Cidades mais amenas que a nossa já têm ônibus climatizado pra todo mundo. Como pode? Quase metade. Que sonho. Literalmente um sonho", diz ele, que toda vez que sente na pele os perrengues de ser belenense e depender de transporte público é tomado pela vontade de sair da cidade.

"Penso nisso todo dia, sabia? Se esse aumento sair, vou ter que repensar toda a minha vida. Sério. Ou pelo menos pensar toda vez antes de sair, se vale a pena. Enfim, dar um jeito de gastar menos. Hoje em dia percebo que as reclamações aumentam cada vez mais e não fazem nada. O valor é alto e injusto por conta da infraestrutura que é ruim e não me atende. Não atende a cidade como um todo. Não é rápido, nem integrado, nem confortável. Só anda mesmo de um lugar pro outro. Isso quando não dá prego", conta Menezes.

Rafael também acredita que a vida de muita gente é atrapalhada pela falta de horários fixos, já que os veículos não contam com GPS.

"Temos que sair com antecedência e tentar a sorte. Outra situação revoltante é esperar por um tempo longo e o motorista passar direto. Ou então arrancar quando ainda estão desembarcando. No caso da briga de hoje, percebi também que eles não têm treinamento para situações assim de acidente", conta.

Para ele, tudo seria mais fácil também se houvesse integração na cidade, o que ajudaria ele a economizar, já que a empresa fornece vale digital para ele, mas de apenas duas passagens diárias.

"A não ser agora com o BRT, mas não dá para chamar isso de integração. Pegar quatro ônibus para chegar em Ananindeua e pago por todos eles. Não é integração completa. Já pensei em usar bicicleta em um dos trechos, mas ainda não tive coragem de fazer isso, pois não tem estrutura cicloviária em Belém. Os ônibus demoram tanto para passar que as pessoas pegam mais de um só pra esperar menos. Pegam van, moto táxi, gastam mais dinheiro. Falta infraestrutura dentro dos bairros no sentido de ter vias de acesso aos bairros principais. O coletivo tem que dar voltas enormes lá no trânsito em outros bairros", lamenta.

Sem justificativa

Assim como Rafael, a autônoma Maria Baima acha que a qualidade do transporte público em Belém não justifica um aumento tão grande na tarifa.

Ela reclama que nunca um reajuste foi seguido de melhoria. "São uns ônibus tudo de péssima qualidade, você só vem amassado, lotado. É um custo alto pelo que a gente ganha. Uso ônibus para tudo. Primeiro teria que colocar o ar. A gente sofre muito com quentura. Quando chove e fecha as janelas fica insuportável. Ainda mais usando máscara", relata.

João de Assis estava acostumado com outra realidade em Goiânia. Ele veio para Belém há 10 meses para trabalhar e não sabia do pedido do Setransbel. Para ele, foi um choque já que ele nota os ônibus de Belém sempre "sujos e sucateados, uma bagunça".

"Rapaz, aqui é muito fraco. Goiânia é top de linha, ônibus tudo novo, quase tudo sem cobrador. São duas empresas só lá. Aqui você vê muitos ônibus velhos, várias empresas. Poderia melhorar um pouco. Colocar uns ônibus mais novos", diz.

Pontualidade

A arquiteta Bianca Bastos já utiliza com frequência o transporte público em Porto Alegre, especialmente no centro da cidade. Ela relata que apesar da distância entre os terminais de saída e o centro, os ônibus possuem horários rigorosos.

Ela elogia os terminais de integração da cidade, que podem ser utilizados com um cartão especial disponibilizado pela prefeitura.

"As informações de horário e trajeto são muito fáceis de seguir e entender. Sempre achei muito fácil me locomover lá. A última vez que fui foi em janeiro de 2020. Tava R$4,50 a passagem. Em compensação, os ônibus são muito bons. Inclusive nos terminais de integração dá para pegar ônibus para cidades da região metropolitana"

O casal Regina e Anderson Silva, nem mora em Belém, mas vive a dificuldade que é pegar ônibus na capital paraense quase todos os dias. Eles moram em Barcarena, mas com frequência trazem a filha, Clara Sofia no colo para a cidade, por conta do tratamento de fibrose cística em Belém. Só na última semana eles vieram três dias seguidos.

"É um absurdo. Para eles cobrarem um preço abusivo, eles tinham que dar qualidade para a população que anda no ônibus. Isso a gente não vê. Não acha nada bom. Não vejo melhoria. Tem que começar pelos cobradores. Tem cobradores que não respeitam as pessoas que utilizam o ônibus. Uma vez... como ela é portadora de fibrose cística e é menor, ela tem prioridade de sentar na frente. A moça [cobradora] simplesmente não deixou. Ela disse que eu tinha que passar e assim eu fiz. Nesse dia chorei. É isso que é pegar ônibus", desabafa.

Quatro ônibus por dia de segunda a sábado hoje

R$374,40 por mês = 34% do salário mínimo

Quatro ônibus por dia caso o pedido do Setransbel seja acatado

RS$506,48 = 46% do salário mínimo 

Aumento seria de 35%, mais que o dobro da inflação de 14% registrada desde junho de 2019, quando ocorreu o último aumento 

Tarifa pelas cidade

Brasília (Distrito Federal) - R$5

Belém (nova tarifa proposta pelos empresários) - R$4,87

Belo Horizonte (Minas Gerais)  - R$4,86

Porto Alegre (Rio Grande do Sul) - R$4,80

Salvador (Bahia)  - R$4,40

São Paulo (São Paulo)  - R$4,40

Florianópolis (Santa Catarina)  - R$4,38

Goiânia (Goiás)  - R$4,30

Curitiba (Paraná) - R$4,25

Campo Grande (Mato Grosso do Sul)  - R$4,20

João Pessoa (Paraíba) - R$4,15

Cuiabá (Mato Grosso)  - R$4,10

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) - R$4,05

Porto Velho (Rondônia) - R$4,05

Rio Branco (Acre)  - R$4

Vitória (Espírito Santo)  - R$4

Teresina (Piauí)  - R$4

Natal (Rio Grande do Norte) - R$3,90 até R$4

Palmas (Tocantins) - R$3,85

Manaus (Amazonas) - R$3,80

Boa Vista (Roraima) - R$3,75 até R$4,80

Macapá (Amapá) - R$3,70

Aracaju (Sergipe) - R$3,50

Belém (com a tarifa atual) - R$3,60

Fortaleza (Ceará)  - R$3,60

Recife (Pernambuco)  - R$3,75 até R$5,10

Maceió (Alagoas)  - R$3,35

São Luís (Maranhão)  - R$3,20 até R$3,70

Informações: O Liberal

READ MORE - Capitais com preço da passagem semelhante a Belém têm ônibus com ar-condicionado

Metrô de BH ficará mais caro pela quarta vez no ano

sábado, 2 de novembro de 2019

O usuário do metrô de Belo Horizonte pode preparar o bolso: a partir do próximo domingo, a tarifa vai aumentar mais uma vez. O valor do bilhete passará a custar R$ 3,70. Será o quarto reajuste no ano e engana-se quem pensa que é o último, pois outros dois estão previstos para 2020, quando a tarifa vai chegar a R$ 4,25.

Apesar do aumento, a ampliação dos serviços do metrô não apareceu nos últimos anos. Ao BHAZ, o especialista em Engenharia de Transporte e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Ronaldo Gouvea explicou que “a criação de novos trechos” no metrô de BH não está na agenda dos governos. “Sempre falam da ampliação/criação de novas linhas, mas, logo, eles esquecem. Infelizmente, o transporte público não está na agenda do governo como prioridade. E isso acontece em todo o Brasil”, disse.

A tarifa que, em janeiro, custava R$ 1,80 passará para R$ 3,70 e isso, segundo o economista Geraldo Coelho Lima Neto, vai impactar, principalmente, as pessoas de baixa renda. “Em Belo Horizonte o usuário do metrô, em sua maioria, é de baixa renda. O impacto é muito cruel pra eles, pois precisarão destinar uma parcela maior do salário para o transporte”.

Custo operacional
O economista explica que o reajuste da tarifa não acompanha a inflação, mas o custo operacional. “O sistema de mobilidade urbana tem o que chamamos de preços administrados. Os reajustes são feitos com autorização do poder Executivo e, normalmente, sofrem mais variações, pois ou tem pouca, ou nenhuma concorrência. O custo operacional considera o que a empresa tem que gastar com manutenção, pagamento de funcionários, investimentos e riscos de operação. Dentro do valor, também é colocada a parcela do lucro para a empresa”.

O aumento está embasado na sentença proferida pela 15ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, que permitiu à CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) iniciar, em maio, um programa de aumentos progressivos nas tarifas, até o fim do ano, buscando o reequilíbrio tarifário em todas as capitais onde a empresa atua no Brasil. 

A justificativa da CBTU é de que “passou 13 anos sem alterar os preços dos bilhetes em Belo Horizonte, 15 anos em Natal, Maceió e João Pessoa e sete anos em Recife, atingindo avançada defasagem em face do custo de manutenção do sistema”. 

Mesmo com o aumento sendo escalonado, o professor Gouvea percebe que o usuário está sendo prejudicado com a tarifa elevada. “Tínhamos que criar mecanismos para minimizar os impactos, mas estamos fazendo o seguinte: ‘Se você tem dinheiro, usa o transporte público, se não tem, ande a pé'”.

Fuga
Com tarifas mais caras, as pessoas estão procurando alternativas mais em conta. Uma delas é o transporte clandestino, as famosas vans. “A população prefere assumir o risco de um transporte que não é seguro e nem confortável, por um mais vantajoso financeiramente”, aponta o economista.

Por sua vez, o especialista em Engenharia de Transporte Ronaldo Gouvea observa um aumento na frota de motos. “A tendência é de termos fugas do transporte coletivo para as motos, pois é mais em conta e rápido”, sugere.

Informações: Bhaz
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Tarifa do Metrô do Recife terá novo aumento domingo

terça-feira, 2 de julho de 2019

O segundo aumento do reajuste escalonado do Metrô do Recife entra em vigor a partir deste domingo (7). Até 2020, o bilhete sofrerá aumento de 150%, que ocorrerá de forma gradual. O reajuste foi autorizado pela Justiça Federal e é maior do que o índice pedido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), de 87,5%. De domingo a 7 de setembro, o preço será de R$ 2,60, isto é, R$ 0,50 a mais do que os R$ 2,10 cobrados atualmente.

Quando o aumento foi anunciado, em abril deste ano, a empresa informou que o serviço podia parar de funcionar em julho por falta de recursos. De acordo com o superintendente da CBTU, Leonardo Villar Beltrão, porém, o transporte por metrô está garantido durante este mês. Segundo ele, o governo federal liberou o orçamento de julho para que a companhia continue operando na capital pernambucana. "Estamos fazendo um esforço para viabilizar o orçamento e, apesar do contingenciamento, o governo federal demonstrou interesse em manter o sistema em funcionamento. Acreditamos que as verbas serão liberadas aos poucos e esperamos garantir o orçamento de todo o ano", afirmou.

O sistema de trens urbanos da capital pernambucana transporta cerca de 400 mil passageiros por dia. São três linhas, sendo duas eletrificadas (Centro e Sul) e uma operada por composições diesel, somando 71 quilômetros de trilhos. Conta com 37 estações e passa pelas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho.

Aumento

Os valores da passagem do metrô foram reajustados segundo um escalonamento. A passagem do metrô do Recife, que custava R$ 1,60 até 4 de maio deste ano, foi reajustada para R$ 2,10 em 5 de maio e permanece neste valor até este sábado (6). De domingo (7) a 7 de setembro, o preço será de R$ 2,60. A tarifa custará R$ 3 entre 8 de setembro e 2 de novembro, R$ 3,40 de 3 de novembro a 4 de janeiro do próximo ano, R$ 3,70 entre 5 de janeiro e 6 de março de 2020 e R$ 4 a partir de 7 de março de 2020 - representando um aumento de 150% em relação ao preço do início do ano. Eventuais aumentos posteriores a última data do reajuste ainda não foram definidos.

Durante reunião realizada em abril deste ano no Foro de Justiça Federal em Belo Horizonte, foram definidos os novos preços da tarifa dos metrôs do Recife, da capital mineira, João Pessoa, Maceió e Natal. No dia 22 de abril, o Tribunal Regional Federal - 1ª Região (TRF1) havia autorizado o aumento das tarifas dos metrôs administrados pela CBTU, derrubando uma decisão de 14 de maio de 2018, que obrigava a companhia a suspender os reajustes que haviam sido definidos para valer a partir de 11 de maio daquele ano. Num acordo homologado pela Justiça Federal, a CBTU se comprometeu a repassar R$ 2 milhões para projetos de mobilidade urbana, meio ambiente e sustentabilidade.

Informações: DIÁRIO DE PERNAMBUCO


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As 50 cidades com a melhor mobilidade do país

domingo, 2 de julho de 2017

Apesar das mudanças no projeto de ampliação de ciclovias imposto pela gestão João Doria, São Paulo foi eleita novamente como a melhor cidade brasileira em mobilidade urbana e acessibilidade.

A ressalva foi feita pela própria Urban Systems, que montou o ranking Connected Smart Cities. A presença de São Paulo no topo do ranking é justificado pela boa integração entre meios de transporte, mais de 400 km de extensão de ciclovias (que privilegiam o transporte não-poluente), ampla rede de metrô e trem, maior cobertura dos serviços de transporte compartilhado (aplicativos como Uber, 99 e Cabify, por exemplo), além das três rodoviárias e dois aeroportos.

A pontuação leva em consideração oito critérios: proporção entre ônibus e automóveis; idade média da frota dos meios de transporte públicos; quantidade de ônibus por habitante; variedade dos meios de transporte; extensão de ciclovias; rampas para cadeirantes (acessibilidade); número de voos semanais (conectividade com outras cidades); e transporte rodoviário.

Todos os quatro primeiros lugares do ranking repetiram as posições do ano passado: São Paulo (SP), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR).

Um destaque foi a cidade de Curvelo, em Minas Gerais, que não entrou nem no ranking das 50 melhores no ano passado mas já apareceu em 10º lugar em 2017.

Segundo a Urban Systems, a proporção de ônibus por automóvel na cidade é grande (98 ônibus para cada carro particular), bem como a de ônibus por habitante (21 para cada mil pessoas).

Curvelo ainda não tem aeroporto, mas o governo estadual já anunciou um projeto de integração, que prevê a construção de um terminal na cidade (e em outros 11 municípios), o que vai melhorar a conectividade.

Veja o ranking completo das 50 cidades mais acessíveis do Brasil:

2017 2016 Município Pontuação
1 São Paulo (SP) 3,381
Brasília (DF) 3,32
Rio de Janeiro (RJ) 3,195
Curitiba (PR) 2,285
Belo Horizonte (MG) 2,243
10º Fortaleza (CE) 2,007
27º Salvador (BA) 1,94
Porto Alegre (RS) 1,915
22º Recife (PE) 1,758
10º Curvelo (MG) 1,723
11º 11º Teresina (PI) 1,7
12º 16º São Caetano do Sul (SP) 1,659
13º Guarulhos (SP) 1,647
14º Moju (PA) 1,628
15º 37º Nilópolis (RJ) 1,61
16º 18º Valinhos (SP) 1,568
17º Campinas (SP) 1,561
18º Lauro de Freitas (BA) 1,533
19º 23º Osasco (SP) 1,527
20º Goiânia (GO) 1,527
21º Parauapebas (PA) 1,517
22º João Pessoa (PB) 1,516
23º Maceió (AL) 1,484
24º Barcarena (PA) 1,465
25º Barueri (SP) 1,45
26º 12º Balneário Camboriú (SC) 1,44
27º 43º Mauá (SP) 1,43
28º Caieiras (SP) 1,421
29º Natal (RN) 1,415
30º 21º Vitória (ES) 1,404
31º Parnamirim (RN) 1,4
32º Contagem (MG) 1,398
33º Várzea Paulista (SP) 1,397
34º 26º Jundiaí (SP) 1,396
35º Tobias Barreto (SE) 1,364
36º 40º Palmas (TO) 1,36
37º Juazeiro do Norte (CE) 1,359
38º Altamira (PA) 1,352
39º São João de Meriti (RJ) 1,349
40º Ribeirão Pires (SP) 1,339
41º Manicoré (AM) 1,323
42º Poá (SP) 1,31
43º Simões Filho (BA) 1,303
44º Rio Largo (AL) 1,29
45º Surubim (PE) 1,286
46º Suzano (SP) 1,28
47º Esteio (RS) 1,279
48º Crato (CE) 1,271
49º 39º Aracaju (SE) 1,267
50º Acará (PA) 1,261

Informações: Exame Abril
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