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EPTC descarta mudanças em corredor de ônibus da Avenida Brasil

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Duas semanas após a inauguração do corredor de ônibus na Avenida Brasil, na zona norte de Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faz uma avaliação positiva da medida. Nesse período, o tempo de viagem para os usuários do transporte coletivo reduziu em até 11 minutos nos finais de tarde. A velocidade dos coletivos nas faixas exclusivas aumentou cinco vezes e passou de 4,5 km/h para 25 km/h nos horários de pico.

Mesmo com os benefícios, os motoristas do transporte individual colecionam reclamações e afirmam que os congestionamentos na região aumentaram. A EPTC, no entanto, garante que não voltará atrás é que os corredores, que valorizam o transporte público, são o futuro da cidade.

A diretora de Transportes da EPTC, Maria Cristina Ladeira, diz que a experiência foi positiva para os usuários do transporte coletivo, já que o corredor une os dois maiores corredores de ônibus a cidade, o da Farrapos e da Assis Brasil. Ela rebate a informação de aumento nos congestionamentos.

"Aquela área sempre foi congestionada. Nos primeiros dias houve maior lentidão, mas agora está como estava antes, com vantagem para os ônibus, que é nosso objetivo", afirma.

A diretora de Transportes também descarta alterações no novo corredor, como mudança de horários de funcionamento ou mudança das paradas de ônibus que permanecem foram da faixa exclusiva. "Só há duas opções: ter o corredor ou não ter o corredor. Nós optamos por manter. Não há terceira opção", reafirma Maria Cristina.

Embora não revele os locais, Maria Cristina Ladeira adianta que outros corredores estão sendo estudados em Porto Alegre. A faixa de ônibus da avenida Brasil foi inaugurado no dia 4 de agosto e atinge diariamente 180 mil usuários de ônibus. Quarenta linhas urbanas trafegam pela faixa exclusiva e outras dez transitam pela  pista comum. 

Por: Évelin Argenta / Foto: Felipe Daroit
Informações: Rádio Gaúcha


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Metrô de Porto Alegre terá operação especial para Copa

terça-feira, 10 de junho de 2014

A Trensurb apresentou na última semana seu plano de operação para o período da Copa do Mundo. A empresa espera um grande incremento na circulação de passageiros em razão da Fan Fest no Antiteatro Por do Sol durante os 30 dias de evento, além da anunciada hospedagem de torcedores argentinos em Sapucaia do Sul e do credenciamento do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, como local de estacionamento. Para atender a demanda, a circulação de vagões terá o horário reduzido e, nos dias de jogo do Brasil, o chamado horário de pico será antecipado em duas horas antes do início da partida.

Quando Porto Alegre receber jogos em dias de semana – 18, 25 e 30 de junho –, os horários opostos aos de pico ao longo da maior parte do dia têm intervalo de oito minutos entre viagens ao invés dos dez minutos habituais. Quando a partida na Capital gaúcha for no domingo – 15 e 22 de junho –, os intervalos entre viagens ao longo do dia são de oito minutos ao invés dos 15 minutos habituais, como destacou Carlos Augusto Belloli, diretor de operações da empresa.

Para auxiliar no atendimento dos turistas que vierem a Porto Alegre, a Trensurb convocou voluntários com conhecimento dos idiomas inglês e espanhol. Cerca de 30 pessoas atuam desde ontem até o dia 30 nas estações Aeroporto, Rodoviária, Mercado e, em dias de treinamento na Arena, na Estação Anchieta. Além disso, todas as 22 estações terão sempre pelo menos um empregado do metrô proficiente em língua estrangeira durante os horários de operação.

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Porto Alegre: Prefeitura corre contra o tempo para salvar investimentos nos Portais da Cidade

sexta-feira, 16 de julho de 2010


A prefeitura de Porto Alegre corre contra o tempo para garantir recursos conquistados junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), instituição financeira internacional com sede em Caracas, na Venezuela, para o projeto Portais da Cidade. A proposta prevê a construção de três grandes terminais de ônibus e a adaptação do terminal Triângulo, na Assis Brasil, na Capital.

A partir desses portais, passageiros vindos dos bairros e da região metropolitana de Porto Alegre seguirão viagem em ônibus articulados. A intenção é reduzir o número de veículos no Centro.

Do custo total estimado de US$ 210 milhões (R$ 372 milhões), o projeto tem US$ 100 milhões (R$ 177 milhões) garantidos pela CAF. Pelo termo de cooperação assinado em 16 de novembro passado, o município precisa realizar, por meio de consultorias privadas, uma série de análises prévias como pré-requisito para a liberação do financiamento. Para essa etapa, foram antecipados US$ 1 milhão (R$ 1,7 milhão).

Até novembro para definir modelo e localizações
Apontado como capaz de reorganizar o transporte público de Porto Alegre para a Copa de 2014, o projeto tem até novembro para ter definidas as localizações de terminais e modelo das estações.

A prefeitura agora tenta acelerar estudos em andamento para não perder o empréstimo assegurado. Dividida em seis partes, a fase inicial teve início apenas em abril, com a contratação da empresa Logitrans, de Curitiba.

Ao assumir a prefeitura, em 30 de março, José Fortunati formou uma nova equipe para tratar do projeto. Com base em análises de técnicos como o engenheiro civil Romano Botin, então diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), e o arquiteto Severino Feitoza, também da EPTC, a prefeitura sugeriu mudanças relevantes no projeto.

A principal delas era alterar o modelo do Bus Rapid Transit (BRT), sistema de corredores exclusivos para ônibus e veículos mais rápidos e com mais capacidade de passageiros. A ideia era rebaixar as plataformas das estações para facilitar a ampliação do sistema para toda a cidade. Alegando cláusula contratual, a Logitrans informou, dia 8 de julho, que não poderia alterar o modelo das plataformas.

Como funcionará
- Os passageiros de ônibus procedentes dos bairros da Capital e da Região Metropolitana desembarcarão nos portais e no terminal Triângulo.
- Desse terminal, tomarão ônibus articulados especiais para seguir viagem dentro da cidade.
- Os veículos percorrerão corredores exclusivos em direção ao centro de Porto Alegre. Também haverá conexões entre os portais.
- A ideia é reduzir o volume de ônibus que se deslocam por dia ao Centro, 33 mil em média.
- O projeto prevê que os ônibus partam de três em três minutos dos portais.
- O passageiro continuará pagando apenas uma passagem, mesmo tomando mais ônibus, desde que não saia dos portais ou das estações.
- Nos trajetos, serão construídas estações de embarque e de desembarque com plataforma elevada em relação à via. O passageiro pagará ao ingressar nas estações.
- Cada portal terá um prédio, com terminal de ônibus, estacionamento subterrâneo para carros, bicicletário e serviços.

Fonte: Diário Gaúcho
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EPTC espera concluir licitação dos caetanos até o fim do mês

sábado, 8 de março de 2014

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) deve definir até o fim do mês a empresa vencedora da licitação para aquisição de caetanos em Porto Alegre, que serão instalados em 16 cruzamentos. Seis participantes da concorrência entraram com recursos administrativos que estão sendo analistados pelo departamento jurídico do órgão. 

A expectativa é que sejam colocados os equipamentos logo depois da assinatura com a empresa vencedora. Os caetanos vão gerar multas para quem ultrapassar o sinal vermelho, parar sobre faixa de segurança ou cruzar as vias acima da velocidade permitida. Atualmente, a Capital dispõe de 47 pardais e 32 lombadas eletrônicas.

Confira os cruzamentos que ganharão caetanos:

- Av. Ipiranga esquina com av. Azenha; 
- Av. Ipiranga esquina com av. João Pessoa; 
- Av. Ipiranga esquina com av. Silva Só e esquina com Praça Carlos Santos; 
- Av. Ipiranga esquina com av. Salvador França; 
- Av. Ipiranga esquina com av. Cristiano Fischer; 
- Av. Bento Gonçalves esquina com av. Antônio de Carvalho; 
- Av. Aparício Borges esquina com rua do Presídio; 
- Av. 24 de Outubro esquina com rua Dr. Timóteo; 
- Av. Sertório esquina com av. Ceará; 
- Av. Sertório esquina com av. Souza Reis; 
- Av. Dona Margarida esquina com rua Edu Chaves; 
- Av. Assis Brasil esquina com rua Bernardino Silveira Amorim; 
- Av. Assis Brasil esquina com av. Sertório; 
- Ruas Marechal Floriano Peixoto, Vigário José Inácio e Otávio Rocha (transitar em local proibido).

Informações: Correio do Povo


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Domingo de eleições terá passe livre nos ônibus de Porto Alegre

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A frota de ônibus de Porto Alegre circulará com passe livre e esquema especial de trânsito neste domingo, devido às eleições. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), as linhas de transporte coletivo terão reforço de 40% nas viagens.

No total, serão mais de 15 mil viagens para atender os eleitores — normalmente, os domingos têm 10,7 mil. Os principais eixos com reforço serão as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil, Protásio Alves, Ipiranga, João Pessoa, entre outras.

Para monitorar e organizar a circulação nos principais colégios eleitorais da cidade, a EPTC terá 400 agentes. A Avenida Padre Cacique terá um trecho bloqueado ao trânsito, nas imediações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), entre a Rua Barão do Cerro Largo e a Avenida José de Alencar, além de isolamento da área azul do local. Outros bloqueios também poderão ser realizados em razão de carreatas e concentração junto a colégios onde há seções eleitorais ou diretórios de partidos.

Informações: Zero Hora


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Ônibus de Porto Alegre terão passe livre e reforço na frota durante as eleições

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O transporte coletivo de Porto Alegre vai circular, durante o domingo do segundo turno das eleições, com passe livre, reforço de 40% na frota além de atenção especial às avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil, Protásio Alves, Ipiranga e João Pessoa, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

A empresa também prometeu colocar agentes de fiscalização nas proximidades dos locais de votação, dando prioridade para os maiores colégios eleitorais da cidade. Assim como no primeiro turno, o entorno da Central de Atendimento ao Eleitor, na avenida Padre Cacique, será bloqueado. Vias próximas aos diretórios dos partidos que estão conocrrendo ao pleito de domingo podem ser bloqueadas.

Informações: Rede Pampa


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Prefeitura de Porto Alegre promete funcionamento de BRTs até o final de 2013

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um transporte público mais rápido e com mais qualidade estará em funcionamento até o final de 2013 em Porto Alegre, garante a prefeitura. As estações de BRT (Bus Rapid Transit — em português, ônibus de trânsito rápido) estão em construção nas avenidas Protásio Alves e Bento Gonçalves. Para a João Pessoa, os envelopes da licitação já foram abertos e estão em fase final de análise.

Orçadas em mais de R$ 112 milhões, as obras fazem parte dos projetos da Capital para a Copa de 2014. Iniciado em março, o projeto está na fase de implantação das placas de concreto, escolhidas por darem mais agilidade aos veículos, na comparação com o asfalto tradicional.

As estações funcionarão de forma semelhante às de metrô, a exemplo do que ocorre em cidades como Bogotá, na Colômbia, e em Curitiba (PR). O usuário entra na estação, compra a passagem, valida o tíquete e embarca em um local fechado, destinado apenas a quem usará os ônibus.

A estrutura prevê veículos que abram e fechem as portas como nos trens. Isso torna o processo de embarque e desembarque mais ágil e evita o acúmulo de veículos nos corredores.

— Como a cobrança é feita anteriormente, o usuário embarca, ou desembarca, e o ônibus arranca — explica o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.

Sem escadas, fechados e com ar-condicionado, os terminais receberão usuários conforme a demanda — uma estação na área central será maior, porque receberá mais passageiros. Por isso, os terminais não serão idênticos.

— A passagem terá o mesmo preço dos ônibus atuais — diz Urbano Schmitt, da Secretaria de Gestão da Copa.

O sistema BRT já nascerá integrado com ônibus e trensurb. O desconto será de 20% para quem sair de um BRT diretamente para o metrô. Os passageiros continuarão autorizados a pegar dois ônibus ao preço de uma passagem em até 30 minutos.

A pretensão, além de remodelar o transporte, é terminar com o que acontece, atualmente, nas avenidas Assis Brasil e Bento Gonçalves em horários de pico. Segundo Cappellari, em pelo menos três estações de ônibus da Assis Brasil, há operação especial para manter a velocidade de 19 a 22 km/h, porque o corredor está saturado.

— A demora no embarque atrasa a fila. Ocorre o que chamamos de ultrapassagem assistida, que é de conhecimento dos agentes e fiscalizadores de trânsito — diz Cappellari, referindo-se aos ônibus que passam à frente dos que param para proporcionar o embarque de 16, 17 passageiros.

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Em Porto Alegre, Já estão em adamento as obras dos BRT's Protásio Alves e Bento Gonçalves

segunda-feira, 4 de junho de 2012

As obras em dois dos principais corredores de ônibus de Porto Alegre, Avenida Protásio Alves e Avenida Bento Gonçalves, começaram há pouco mais de dois meses. Neste período, as construtoras Conpasul e Sultepa concluíram 4% das obras, que têm previsão de término em setembro do ano que vem. Está sendo feita a troca do asfalto por concreto, que tem uma vida útil muito maior.

Nos quase sete quilômetros de corredor de ônibus da Avenida Protásio Alves, as obras estão sendo realizadas atualmente entre estação da esquina da rua Conde da Figueira e estação da rua Dr. Rodrigues Alves.

Já nos quase seis quilômetros do corredor da Avenida Bento Gonçalves, o trecho atual fica entre a estação da esquina da rua Dr. Pereira da Cunha e estação da Av. Elias Cirne Lima.

O terceiro corredor que receberá obras será o da Avenida João Pessoa, entre a Avenida Bento Gonçalves e a Rua Desembargador André da Rocha. O edital para a escolha da empresa foi publicado pela prefeitura nesta semana.

Paralelo a isso, a EPTC desenvolve o protótipo de nova parada que substituirá as atuais. O local ainda está sendo definido, mas será no centro da capital. Até o final do mês de junho, a nova parada já deverá ser instalada. Elas serão fechadas e terão ar-condicionado.

O projeto Bus Rapid Transit (BRT) prevê a implantação de três corredores exclusivos para ônibus nas avenidas Protásio Alves, Assis Brasil e Bento Gonçalves. O objetivo é eliminar os problemas de congestionamento e baixa velocidade dos atuais corredores. O passageiro continuará pagando apenas uma passagem, mesmo tomando mais ônibus, desde que não saia das estações. Os veículos não terão cobradores, que ficarão nas paradas.

Segundo o diretor-presidente da EPTC Vanderlei Capellari, as primeiras linhas de BRTs devem começar a operar em 2014. As alterações levam em conta o preço da atual tarifa. Em razão disso, as mudanças no transporte coletivo nestes corredores não deverão implicar em aumento da passagem.

1. BRT PROTÁSIO ALVES - 4% executado de 6850 m
Trecho Atual: Entre estação da esquina da rua Conde da Figueira e estação da rua Dr. Rodrigues Alves
Comprimento: 350  metros
Largura: 2 faixas de 3,50 metros (Corredor de ônibus)
Custo Total: R$ 15.240.010,67
Serviços em Execução: fresagem, terraplenagem, regularização e compactação de subleito sub-base de brita graduada, remoção de meios fios de concreto, sinalização viária, transporte de bota-fora.
Início: 12 de Março de 2012.
Prazo: 18 meses.
Empreiteira: Consórcio BRT PROTÁSIO ALVES (Conpasul e Sultepa)
.
2. BRT BENTO GONÇALVES - 4% executado de 5955 metros
Trecho Atual: Entre estação da esquina da rua Dr. Pereira da Cunha e estação da Av. Elias Cirne Lima
Comprimento: 260  metros
Largura: 2 faixas de 3,50 metros (Corredor de ônibus)
Custo Total: R$ 15.240.010,67
Serviços em Execução: fresagem, terraplenagem, regularização e compactação de subleito sub-base de brita graduada, remoção de meios fios de concreto, sinalização viária, transporte de bota-fora, concreto rolado.
Início: 14 de Março de 2012.
Prazo: 18 meses.
Empreiteira: Consórcio BRT PROTÁSIO ALVES (Conpasul e Sultepa)

Fonte: Clic RBS
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Capitais com preço da passagem semelhante a Belém têm ônibus com ar-condicionado

quinta-feira, 30 de setembro de 2021


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) quer aumentar o preço da passagem de ônibus em Belém, que atualmente custa R$ 3,60, para R$ 4,87. A proposta foi enviada na última terça-feira (23) para a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e deixaria o bolso do belenense R$1,27 mais leve a cada trajeto, já que não há integração ou sistema de bilhete único na capital.

O aumento pedido pelos empresários, caso atendido, representaria um gasto mensal de R$ 214,28 para um trabalhador que pega dois ônibus por dia, ida e volta, para chegar até o emprego. Valor que representa 20,47% do salário mínimo atual estabelecido por lei no Brasil, que é de R$ 1.100. Para quem pega quatro ônibus por dia, o valor mensal, para quem trabalha de segunda a sexta, seria de R$ 428,56. Já quem trabalha de segunda a sábado gastaria 506,48 reais, 46% da renda mensal de quem ganha um salário mínimo.

Porto Alegre

Por aproximadamente o mesmo preço, R$4,80, Porto Alegre opera um sistema com aplicativo para localização em tempo real, com horários estimados por GPS, o que facilita o planejamento de quem depende do transporte público e precisa se organizar ao longo do dia.

Além disso, 47% da frota da capital gaúcha é climatizada, apesar da temperatura média da cidade oscilar entre 23 e 13 graus celsius em setembro. Há ainda um sistema de reconhecimento facial em 100% dos veículos e 91,4% dos veículos possuem instalação de plataforma elevatória.

O sistema também conta com bilhetagem eletrônica e atualmente é gerido no modelo de sociedade mista com controle acionário da prefeitura de Porto Alegre.

A cidade possui 1.492.530 milhão de habitantes, enquanto Belém possui 1,506,420 milhão de moradores. Porto Alegre, porém, tem um Produto Interno Bruto per capita acima de R$ 52 mil, mais que o dobro de Belém, com aproximadamente R$ 21 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística colhidos em 2018.

No momento, a recém-desestatizada Carris, que controla o transporte na capital gaúcha, pleiteia um aumento para R$5,05.

Caso a tarifa de ônibus em Belém seja estabelecida em R$4,87, conforme desejo do Setransbel, antes de um aumento ocorrer em Porto Alegre, a capital paraense assumirá a vice-liderança na lista das capitais com passagens de ônibus mais cara do Brasil, atrás somente de Brasília, que cobra R$5, mas com 100% de gratuidade para estudantes.

Além disso, Belém seguiria sem desfrutar de benefícios similares em relação às duas cidades e diversas outras vantagens já são realidade em outras cidades brasileiras, como o bilhete único (disponível para os moradores de São Paulo que pagam R$4,40) ou da integração entre modais diferentes (realizada em Fortaleza por R$3,60).

Justificativas

Em comunicado, o sindicato afirma que o último reajuste no valor foi realizado em 2019 e argumenta que o salário dos rodoviários e preço do diesel aumentaram de lá para cá.

A nota enviada para a reportagem argumenta que a capital paraense tem a segunda menor tarifa dentre todas as cidades do Brasil, mas a afirmação abre espaço para interpretações, pois o valor é único para qualquer trajeto em qualquer ônibus apenas uma vez, o que não ocorre na maioria das capitais brasileiras.

São Luís possui tarifa de R$3,20 para linhas não integradas, por exemplo, e de R$3,70 para linhas integradas, enquanto Recife conta com um sistema que permite baldeações para troca de veículo sem cobrança de uma nova passagem por R$3,75. Em Belém, dois trajetos custam R$7,20, sempre. 

Além disso, na capital pernambucana, os usuários podem pagar apenas metade da tarifa fora dos horários de pico - 9h às 11h e 13h30 às 15h30. Já Maceió, que cobrava R$3,65, passou a cobrar R$3,35 neste ano - ou seja, promoveu uma redução na tarifa mesmo diante dos revezes da pandemia de covid-19.

"O Sindicato esclarece, ainda, que o preço da passagem é calculado em função dos diversos custos envolvidos e quantidade de passageiros pagantes. Hoje, 25% dos usuários são de gratuidades, em uma realidade onde quase 50% da receita é para pagar os funcionários e 30% para ser investido em combustível e manutenções necessárias", afirma a entidade.

Prefeitura

Já a prefeitura de Belém afirma que estudos estão sendo realizados de acordo com a legislação em vigor e “no mais estrito interesse público, tendo em conta o período prolongado de pandemia da covid-19 e de crise econômica e social que o país atravessa. Além da necessária melhoria na qualidade do transporte público em Belém”.

Para que haja reajuste da tarifa de ônibus em Belém, a proposta precisa ser debatida no Conselho Municipal de Transporte.

Além do Setransbel e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana fazem parte do Conselho o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Sindicato dos Rodoviários.

Todo dia

Quando acorda de manhã, Rafael Menezes sabe que vai precisar sair de casa no máximo 6h50 para embarcar em um ônibus sem ar-condicionado no calor equatorial de Belém. E depois embarcar em outro, sem ideia do horário que ele irá passar, mas com plena certeza de que o veículo estará lotado. E que depois repetirá o trajeto na volta do trabalho para casa. E quando vai dormir depois de um dia cansativo, deita-se na cama sabendo que fará tudo de novo no dia seguinte - a não ser que esse dia seja um domingo, o único da semana em que ele não trabalha.

Rafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em BelémRafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em Belém (Ivan Duarte / O Liberal)

"Chego em casa duplamente cansado e duplamente estressado. Sei que dizem que o brasileiro sempre sonha com a casa própria, mas hoje em dia acho que sonha mesmo é em ter um veículo próprio", reflete ele, que trabalha no setor administrativo de uma escola no limite entre Ananindeua e Marituba.

Aos 26 anos, Rafael acredita que perde mais tempo e dinheiro do que deveria no transporte público. Ele mora em Belém, no bairro de Val-de-Cans, mas às vezes fica na casa da mãe, no Tenoné.

Seja qual for o ponto de partida, a ida dele para o trabalho é sempre caótica. Como tudo sempre pode piorar, enquanto era acompanhado pela reportagem, um acidente entre o ônibus que ele estava e um carro mordeu mais uma fatia do tempo de Rafael.

"Olha aí. A polícia tá lá fazendo o trabalho dela e a gente está aqui, esperando o desfecho dessa história para seguir para o trabalho. E o trânsito aqui na Augusto Montenegro, que já não é fácil diariamente, tá pior no dia de hoje. E todo mundo obviamente já tá atrasado, né?", esculhamba ele logo depois de se meter na confusão entre o motorista do ônibus e o do carro particular. Ele ficou mais nervoso ainda com a possibilidade de ter que pagar outra passagem, mas outro coletivo da mesma linha apareceu e todos os passageiros puderam embarcar nele sem custos adicionais.

Mas longe dele comemorar a conquista que o poupou R$3,60: "Só que aquela situação: a gente já saiu [dentro do ônibus] cheio lá do bairro e aí a aglomeração, a lotação, vai ser pior ainda", lembra.

São tantos problemas que Rafael nem sabe por onde começar. Ele acredita que as tarifas altas são só a superfície de um ecossistema de descaso com os usuários do transporte público de Belém, que se arrasta por anos.  Mas o estudante de jornalismo se esforça e escolhe qual é o pior de todos.

"Com certeza é o calor. A temperatura dentro do ônibus é absurda. De passar mal. Às sete da manhã já faz muito calor. E sempre está lotado, o que piora tudo. Você não consegue chegar seco em lugar nenhum, não consegue chegar arrumado, com o cabelo direito. Não consegue chegar cheiroso em nenhum lugar também", reclama ele.

Ar-condicionado

A reportagem conta para ele que 47% da frota de Porto Alegre possui ar-condicionado. Ele suspira, como criança que olha um brinquedo através da vitrine.

"É. Tá vendo só. Cidades mais amenas que a nossa já têm ônibus climatizado pra todo mundo. Como pode? Quase metade. Que sonho. Literalmente um sonho", diz ele, que toda vez que sente na pele os perrengues de ser belenense e depender de transporte público é tomado pela vontade de sair da cidade.

"Penso nisso todo dia, sabia? Se esse aumento sair, vou ter que repensar toda a minha vida. Sério. Ou pelo menos pensar toda vez antes de sair, se vale a pena. Enfim, dar um jeito de gastar menos. Hoje em dia percebo que as reclamações aumentam cada vez mais e não fazem nada. O valor é alto e injusto por conta da infraestrutura que é ruim e não me atende. Não atende a cidade como um todo. Não é rápido, nem integrado, nem confortável. Só anda mesmo de um lugar pro outro. Isso quando não dá prego", conta Menezes.

Rafael também acredita que a vida de muita gente é atrapalhada pela falta de horários fixos, já que os veículos não contam com GPS.

"Temos que sair com antecedência e tentar a sorte. Outra situação revoltante é esperar por um tempo longo e o motorista passar direto. Ou então arrancar quando ainda estão desembarcando. No caso da briga de hoje, percebi também que eles não têm treinamento para situações assim de acidente", conta.

Para ele, tudo seria mais fácil também se houvesse integração na cidade, o que ajudaria ele a economizar, já que a empresa fornece vale digital para ele, mas de apenas duas passagens diárias.

"A não ser agora com o BRT, mas não dá para chamar isso de integração. Pegar quatro ônibus para chegar em Ananindeua e pago por todos eles. Não é integração completa. Já pensei em usar bicicleta em um dos trechos, mas ainda não tive coragem de fazer isso, pois não tem estrutura cicloviária em Belém. Os ônibus demoram tanto para passar que as pessoas pegam mais de um só pra esperar menos. Pegam van, moto táxi, gastam mais dinheiro. Falta infraestrutura dentro dos bairros no sentido de ter vias de acesso aos bairros principais. O coletivo tem que dar voltas enormes lá no trânsito em outros bairros", lamenta.

Sem justificativa

Assim como Rafael, a autônoma Maria Baima acha que a qualidade do transporte público em Belém não justifica um aumento tão grande na tarifa.

Ela reclama que nunca um reajuste foi seguido de melhoria. "São uns ônibus tudo de péssima qualidade, você só vem amassado, lotado. É um custo alto pelo que a gente ganha. Uso ônibus para tudo. Primeiro teria que colocar o ar. A gente sofre muito com quentura. Quando chove e fecha as janelas fica insuportável. Ainda mais usando máscara", relata.

João de Assis estava acostumado com outra realidade em Goiânia. Ele veio para Belém há 10 meses para trabalhar e não sabia do pedido do Setransbel. Para ele, foi um choque já que ele nota os ônibus de Belém sempre "sujos e sucateados, uma bagunça".

"Rapaz, aqui é muito fraco. Goiânia é top de linha, ônibus tudo novo, quase tudo sem cobrador. São duas empresas só lá. Aqui você vê muitos ônibus velhos, várias empresas. Poderia melhorar um pouco. Colocar uns ônibus mais novos", diz.

Pontualidade

A arquiteta Bianca Bastos já utiliza com frequência o transporte público em Porto Alegre, especialmente no centro da cidade. Ela relata que apesar da distância entre os terminais de saída e o centro, os ônibus possuem horários rigorosos.

Ela elogia os terminais de integração da cidade, que podem ser utilizados com um cartão especial disponibilizado pela prefeitura.

"As informações de horário e trajeto são muito fáceis de seguir e entender. Sempre achei muito fácil me locomover lá. A última vez que fui foi em janeiro de 2020. Tava R$4,50 a passagem. Em compensação, os ônibus são muito bons. Inclusive nos terminais de integração dá para pegar ônibus para cidades da região metropolitana"

O casal Regina e Anderson Silva, nem mora em Belém, mas vive a dificuldade que é pegar ônibus na capital paraense quase todos os dias. Eles moram em Barcarena, mas com frequência trazem a filha, Clara Sofia no colo para a cidade, por conta do tratamento de fibrose cística em Belém. Só na última semana eles vieram três dias seguidos.

"É um absurdo. Para eles cobrarem um preço abusivo, eles tinham que dar qualidade para a população que anda no ônibus. Isso a gente não vê. Não acha nada bom. Não vejo melhoria. Tem que começar pelos cobradores. Tem cobradores que não respeitam as pessoas que utilizam o ônibus. Uma vez... como ela é portadora de fibrose cística e é menor, ela tem prioridade de sentar na frente. A moça [cobradora] simplesmente não deixou. Ela disse que eu tinha que passar e assim eu fiz. Nesse dia chorei. É isso que é pegar ônibus", desabafa.

Quatro ônibus por dia de segunda a sábado hoje

R$374,40 por mês = 34% do salário mínimo

Quatro ônibus por dia caso o pedido do Setransbel seja acatado

RS$506,48 = 46% do salário mínimo 

Aumento seria de 35%, mais que o dobro da inflação de 14% registrada desde junho de 2019, quando ocorreu o último aumento 

Tarifa pelas cidade

Brasília (Distrito Federal) - R$5

Belém (nova tarifa proposta pelos empresários) - R$4,87

Belo Horizonte (Minas Gerais)  - R$4,86

Porto Alegre (Rio Grande do Sul) - R$4,80

Salvador (Bahia)  - R$4,40

São Paulo (São Paulo)  - R$4,40

Florianópolis (Santa Catarina)  - R$4,38

Goiânia (Goiás)  - R$4,30

Curitiba (Paraná) - R$4,25

Campo Grande (Mato Grosso do Sul)  - R$4,20

João Pessoa (Paraíba) - R$4,15

Cuiabá (Mato Grosso)  - R$4,10

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) - R$4,05

Porto Velho (Rondônia) - R$4,05

Rio Branco (Acre)  - R$4

Vitória (Espírito Santo)  - R$4

Teresina (Piauí)  - R$4

Natal (Rio Grande do Norte) - R$3,90 até R$4

Palmas (Tocantins) - R$3,85

Manaus (Amazonas) - R$3,80

Boa Vista (Roraima) - R$3,75 até R$4,80

Macapá (Amapá) - R$3,70

Aracaju (Sergipe) - R$3,50

Belém (com a tarifa atual) - R$3,60

Fortaleza (Ceará)  - R$3,60

Recife (Pernambuco)  - R$3,75 até R$5,10

Maceió (Alagoas)  - R$3,35

São Luís (Maranhão)  - R$3,20 até R$3,70

Informações: O Liberal

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Caixa libera R$ 6,5 bi para financiar obras de transporte para Copa de 2014

quarta-feira, 9 de junho de 2010


A Caixa Econômica Federal vai emprestar R$ 6,5 bilhões para financiar 42 projetos de mobilidade urbana para a Copa de 2014, informou o banco estatal nesta sexta-feira (5).
Os empreendimentos, que serão construídos em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Manaus, Salvador, Recife, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, têm orçamento total previsto de quase R$ 8,9 bilhões. A diferença será bancada pelos governos estadual e municipal em contrapartida ao empréstimo da Caixa.
Todas as obras estão vinculadas ao programa Pró-Transporte do Ministério das Cidades e fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Alguns exemplos são os monotrilhos Norte/Centro de Manaus; a Linha 17-Ouro de São Paulo, que ligará o aeroporto de Congonhas ao metrô; a implantação de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Fortaleza, que ligará Parangaba a Mucuripe; e em Brasília, o VLT na ligação do Aeroporto ao Terminal Asa Sul.
O dinheiro da Caixa virá do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e será repassado pelo por meio do Pró-Transporte, conforme decisão aprovada pelo Conselho Gestor do Fundo, em janeiro de 2010.
Segundo o banco, os recursos "são caracterizados pela inovação tecnológica e pelos benefícios a serem revertidos à população das cidades-sede, tanto em geração de emprego e renda quanto em ganhos estruturais de mobilidade e acessibilidade da população".
O superintendente nacional de Saneamento e Infraestrutura da Caixa, Rogério Tavares, afirmou que o banco vai financiar projetos sustentáveis e que possam ser usados pela população após o evento.
- A Caixa pretende dar amplo apoio à realização da Copa de 2014 com o financiamento de ações voltadas à melhoria dos transportes, que sejam tecnicamente consistentes e ambientalmente sustentáveis.
Outro destaque do programa é a implantação dos BRT (Bus Rapid Transport), sistema de transporte de ônibus operado em sistema de corredores nas cidades de Belo Horizonte, Recife e Salvador. O novo conceito de transporte atenderá especialmente aos trechos Antonio Carlos/Pedro I, em Belo Horizonte, Aeroporto/Acesso Norte em Salvador e Igarassu/Joana Bezerra em Recife, Protásio Alves e Assis Brasil em Porto Alegre.
A próxima etapa do programa compreende a entrega de documentação à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda para autorização de endividamento dos Estados e dos Municípios.
Mobilidade Urbana
Os recursos do PAC da Mobilidade Urbana, programa lançado pelo governo federal em janeiro de 2010, serão investidos em melhorias em cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.
Ao todo são 48 projetos para melhorar a infraestrutura dos aeroportos e de transporte nas 12 cidades que receberão o evento: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Fonte: R7.com
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Carris e Trensurb paralisam os serviços nesta quarta-feira‏

terça-feira, 14 de abril de 2015

A Diretoria de Transporte Metropolitano (DTM) da Metroplan colocará em prática na quarta-feira um esquema especial para dar conta da paralisação na Carris e na Trensurb. Sem os dois transportes, serão colocados na rua veículos de outras empresas para reforçar o atendimento à população. As manifestações ocorrem no Rio Grande do Sul durante o chamado Dia Nacional de Paralisação, em protesto contra a Lei das Terceirizações.
O que muda para funcionário e empregador com o projeto de terceirização

No eixo norte, as empresas Central (Novo Hamburgo e São Leopoldo), Real (Sapucaia do Sul e Esteio) e Vicasa (Canoas) terão suas frotas reforçadas nos terminais Conceição e Mauá, em Porto Alegre, para equilibrar a demanda da Trensurb. Haverá também a liberação de passageiros em pé nos veículos executivos em 50% da lotação sentada.

Quanto aos ônibus da Carris, que deverão ficar parados na Capital, serão substituídos pelo serviço de empresas privadas. Haverá reforço em linhas das empresas Soul, Transcal e Sogil, que circulam no corredor da Avenida Assis Brasil.

A principal motivação da mobilização é barrar o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização das empresas. Mas os trabalhadores também são contra as medidas provisórias 664 e 665 adotadas pelo governo Dilma, que mudaram o seguro- desemprego, o auxílio-doença, as pensões, o PIS e outros direitos trabalhistas.

Dados de entidades sindicais mostram que empregados terceirizados ganham até 27% menos do que os diretos e que os acidentes de trabalho aumentam 56% com os terceirizados, pois são menos treinados e mudam muito de local de trabalho.

Após esse dia nacional de paralisações, haverá nova reunião das centrais sindicais para definir os próximos passos da mobilização.​

Informações: Zero Hora



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Mobilidade urbana desafia grandes cidades como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os problemas de mobilidade urbana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário e em alguns casos precário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região metropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação está se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Já chega a 47% o total de domicílios no País que possuem automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008 o número era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê elevação desse porcentual. Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Segundo eles, se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenário. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o País deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e principalmente a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove têm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agência Estado, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

A cidade de São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhões ante uma população de 11,2 milhões - uma média de um veículo a cada 1,6 habitante. Em 2010, essa saturação causou em média congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias é espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trânsito e impõe soluções de engenharia distintas.

Lentidão na execução de obras de infraestrutura é um outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte demanda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de ônibus que trafegam em corredores exclusivos e possuem embarque e desembarque ágil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nível do ônibus), maior número de portas e cobrança da tarifa fora do veículo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto.

CURITIBA

Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referência nessa área. Para isso, tenta fazer com que a população diminua o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.

Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos, dos quais 845.774 automóveis e 109 mil motos, para uma população de 1,7 milhão de habitantes (Censo 2010 do IBGE). "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz Fábio Duarte, professor do programa de Gestão Urbana da PUC-PR.

Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que Estado e municípios adotem medidas conjuntas para melhorar o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."

A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). "Sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus", segundo a Urbs

Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra trânsito nas quadras seguintes.

Novas tecnologias vão beneficiar os usuários de ônibus - são 2,4 milhões transportados por dia útil, em um sistema integrado com tarifa única que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Está prevista uma operação para permitir com que a pessoa saiba em quanto tempo o ônibus vai chegar ao ponto e em que local o veículo se encontra. Existe também a expectativa de introduzir a bilhetagem eletrônica, para que o usuário recarregue o cartão de transporte dentro do ônibus. E serão instaladas câmeras nos veículos e em terminais para proporcionar mais segurança.

A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantação de equipamentos públicos são feitas de acordo com as normas de acessibilidade. "No sistema de transporte o índice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta é chegar a 100% até 2012." O órgão também informou que Curitiba tem atualmente cem quilômetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliação. "Está em fase final de elaboração um plano diretor cicloviário."

SÃO PAULO

São Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua população de 11,2 milhões de habitantes e, principalmente, da sua frota de veículos (6,9 milhões). A média é de um veículo a cada 1,6 habitante, o que já denota uma alta proporção entre motores e pessoas. Os analistas de trânsito chamam esse fenômeno de "individualização dos transportes", cenário caracterizado pelo excesso de veículos nas ruas e pelos congestionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade média de deslocamento na maior cidade brasileira é de 16 km/h, a mesma de uma carroça

A principal explicação para esse atraso está no desenvolvimento vagaroso da rede de transportes coletivos - ônibus, lotação, trem e metrô. Na capital paulista, a proporção da população que usa esses meios para sair de casa é de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrás, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que levantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade considerada modelo nesse quesito, são cerca de 70%. "Sofremos de uma histórica falta de investimentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preço caro da ilusão da ''sociedade do automóvel''", critica Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, instituição de defesa de direitos civis.

Os problemas não resolvidos ao longo de décadas desembocaram na adoção de medidas coercitivas. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo restringiu o tráfego de caminhões entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restrições foram impostas à circulação dos ônibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quantidade de equipamentos para fiscalização. Os 530 radares espalhados pela cidade conseguem flagrar, além das restrições já citadas, o desrespeito ao rodízio municipal de veículos e a invasão de faixas exclusivas para ônibus por automóveis.

De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estações do metrô, reduziram a média de congestionamento nos horários de pico em 2010 para 99,3 km. O número ficou abaixo dos 100 quilômetros pela primeira vez desde 2007.

Apesar de melhorias para o trânsito no curto prazo, as medidas restritivas são consideradas insuficientes por analistas. De acordo com o Broinizi, é necessário um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo para mudar a situação. Sua proposta, junto com outras organizações da sociedade civil, está em um documento chamado "Plano de Mobilidade e Transporte Sustentável", já aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores paulistana. O plano de ação pede mais agilidade na construção do metrô e de uma série de corredores expressos de ônibus (BRTs). Além disso, também recomenda a descentralização dos serviços públicos e centros funcionais, com o objetivo de desconcentrar o tráfego.

RIO DE JANEIRO

A geografia do Rio de Janeiro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminense oferece um desafio constante em relação à mobilidade urbana. Some-se a isso seguidos anos de ausência de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o coletivo. Um dos resultados desse descaso está em estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando as regiões metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

O doutor em Engenharia de Transporte e professor de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, afirma que falta transporte público para atender a demanda. "E o pouco que é oferecido, é de má qualidade." Segundo ele, um entrave na questão da mobilidade também passa pela atenção à "convergência radial" do Rio. "A configuração da cidade é a seguinte: existe um centro comercial e a maioria das viagens converge para aquele ponto. Para esse tipo de situação, o ideal, mostram estudos, é investir em transporte de massa para desafogar as vias", explica.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, diz que o porcentual da população que se utiliza de transporte público é de 70% entre as viagens motorizadas, ante um índice de 50% verificado em São Paulo. "Nossa maior tarefa para melhorar os índices de mobilidade é dar eficiência ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequação entre oferta e demanda." Ele admite que há uma oferta de ônibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regiões mais distantes, como a zona oeste. "Nossa tarefa é reverter esse quadro."

Paschoal concorda, mas mostra certa precaução com promessas: "Há anos é preciso mudar esse quadro, e o poder público insiste em investir em novas vias, em aumentar a largura delas. Essas ações atendem pontualmente, mas a longo prazo voltam os congestionamentos."

Como solução para os principais gargalos de locomoção, Paschoal enumera um planejamento em três pontos. Primeiro, de estratégia, o que significa fazer um diagnóstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ação tática. Com os dados estratégicos em mãos, implantar simulações para observar o impacto que intervenções propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um planejamento operacional. "Acompanhar os efeitos resultantes das ações de estratégia e tática."

Sansão lembrou que a Prefeitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitação do sistema de passageiros de ônibus de sua história. Em vez de 47 empresas, o sistema passou a ser operado por quatro consórcios. Para ele, o novo marco jurídico permitirá a gestão integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integração tarifária. "O Bilhete Único, que garante a realização de duas viagens (ônibus mais ônibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) já está em vigor e vai mudar o padrão das viagens realizadas no município."

Para os Jogos Olímpicos de 2016, Sansão afirma que o Rio contará com quatro corredores de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Serão eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlímpica e Avenida Brasil.

Para Paschoal, o governo passará a dar mais atenção ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpíada. "Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo estará tudo congestionado de novo", diz, tendo décadas de ausência de planejamento como respaldo para sua previsão.

BRASÍLIA

Cidade planejada, Brasília deveria ser hoje exemplo na mobilidade urbana. Não é. A capital brasileira, com 2,5 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mesmos problemas que outras capitais de mesmo porte. "Há um rápido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupação do solo, carência de um sistema viário eficiente e falta de políticas integradas entre os governos federal, distrital e municipal", afirma o secretário dos Transportes, Paulo Barongeno.

O arquiteto e urbanista Valério Medeiros cita que a "forte setorização (bairros distante uns dos outros), resultante do desenho de Brasília, contribui para dificultar a dinamização do espaço". Ele lembra que a cidade detém o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, distinção que impede certas mudanças em sua arquitetura.

Medeiros afirma que, além de buscar a integração entre meios de transporte e incentivar a população a diminuir o uso do automóvel, é preciso trabalhar com uma gestão metropolitana. De acordo com ele, além dos cerca de 30 municípios em torno do plano piloto - o projeto urbanístico - há cidades até de Goiás que sofrem influência de Brasília. "Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos diários entre todas as cidades. Os municípios crescerem não é um problema. É só necessário que esse crescimento seja acompanhado por políticas públicas."

A Secretaria dos Transportes informa que está em execução o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma "nova concepção de operação do sistema de transporte público coletivo, fundamentada na ideia de integração entre itinerários ônibus/ônibus e ônibus/metrô". O órgão também aponta que trabalha com um projeto cicloviário para Brasília e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalização e o "compartilhamento harmônico" das vias entre bicicletas e veículos.

Medeiros vê com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Brasília já possui uma das maiores malhas de ciclovia do País. "O terreno (da cidade) é suave, sem grandes subidas e descidas." O urbanista só lamenta o "preconceito" que algumas pessoas têm em relação ao ônibus e à bicicleta, como se utilizá-los denotasse perda de status. "É preciso uma mudança de cultura."

A obra de maior impacto em Brasília para a Copa do Mundo de 2014 será a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacidade e velocidade que os trens do metrô, porém menos poluidor e barulhento. A verba para a construção do VLT, que custará R$ 263 milhões e vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, estão garantidas, segundo o governo.

SALVADOR

Salvador perdeu o título de capital brasileira para o Rio de Janeiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e chegar longe, tornando-se "Capital do Mundo". Este é o título do projeto apresentando em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pretende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, porém, será desafogar o trânsito e garantir acesso de transporte público a todos os cidadãos.

Salvador tem os mesmos gargalos das maiores cidades do País, como excesso de carros, aglutinamento da região metropolitana e escassez de transporte de massa. Além disso, a topografia da cidade é acidentada, com praias e morros, cidade alta e cidade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. "O trânsito em Salvador é como um caminho de água. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. Só que isso tem sobrecarregado as principais vias, que ficam nos vales", explica a pesquisadora Ilce Marília de Freitas, do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Para evitar congestionamentos de veículos, é necessário aumentar a eficiência do transporte coletivo de Salvador, que transporta apenas 1,7 passageiro por quilômetro, enquanto o ideal seria entre 2,5 e 5 passageiros por quilômetro, segundo Ilce. A ineficiência se deve a falhas na cobertura do itinerário dos ônibus, baixa frequência das viagens e tarifa (R$ 2,30) considerada cara pela população de baixa renda. Isso explica porque 25% a 30% da população se deslocam a pé todos os dias, um índice alto. "Andar a pé ou de bicicleta é bom, mas não serve para grandes distâncias", diz Ilce.

O pacote "Salvador, Capital do Mundo" reúne mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliação da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, e a construção de duas novas avenidas. O principal projeto é a implantação do sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), inspirado no modelo de Bogotá, na Colômbia. O BRT soteropolitano prevê 20 km de vias, tráfego em corredores exclusivos e ligação com o aeroporto e com a zona metropolitana.

Orçado em R$ 570 milhões, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. "O sistema foi escolhido porque é três vezes mais barato que o metrô e aproveita condições de infraestrutura da cidade", afirma Renato Araújo, chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes do Salvador.

Para a pesquisadora da UFBA, o sistema é bem-vindo, mas não resolverá sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metrô. Nesse quesito, a evolução é lenta: após oito anos de obras, a primeira etapa do metrô (Lapa-Acesso Norte) ficará pronta em 2011.

RECIFE

Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar ênfase na qualidade do transporte público na região metropolitana de Recife. Com isso, pretende incentivar a população a usar ônibus e metrô e a diminuir o uso do automóvel. A meta é melhorar a mobilidade urbana. O secretário das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo é necessário porque as ruas do Recife já estão "fartamente" ocupadas, e a frota de veículos cresce mais de 7% ao ano. "Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas estreitas e qualquer razoável obra viária tem um custo muito alto de desapropriação."

Peixoto, que acumula o cargo de presidente do Grande Consórcio Recife, responsável por gerenciar o transporte público da capital e região metropolitana, admite que hoje não há qualidade no ônibus e no metrô. "O transporte público tem capilaridade, mas não tem qualidade. É preciso garantir eficiência, conforto e pontualidade para incentivar as pessoas a usá-lo, deixando o carro em casa."

Para a Copa, uma das metas do governo é construir o Terminal de Metrô Cosme e Damião. Com 39,5 km de extensão e 28 estações, a rede de metrô do Recife é atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficará na linha Centro, entre as estações Rodoviária e Camaragibe. A obra permitirá que passageiros que cheguem à rodoviária tenham acesso à linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

A Leste-Oeste terá a implantação de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxangá à Cidade da Copa, onde serão realizados os jogos, em um trecho de três quilômetros, em São Lourenço da Mata. Nesta região, o BRT fará o atendimento tanto ao terminal integrado e estação do metrô de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estação de metrô de São Lourenço.

Nos mesmos moldes será o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Bezerra e o centro do Recife. Com 15 km de extensão, terá conexão com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxangá Leste-Oeste. Este abrigará faixa exclusiva de ônibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista à Caxangá, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil veículos que circulam pela via. Aquele será uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de tráfego de veículos para a zona sul da cidade. O projeto também contempla uma ciclovia.

O consultor em transporte urbano Germano Travassos afirma que o "Recife está caminhando para ter uma rede (de transporte) tão densa quanto à de Curitiba". A capital do Paraná é pioneira no País em projetos nessa área e vista como referência. "A região metropolitana do Recife foi a que mais avançou (no País) em termos de ações integradas." O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte público e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco que tem sido feito para dar conforto e segurança para quem usa ciclovias. "Não temos muito o que apresentar a não ser boas intenções no quesito bicicleta."

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de carros, motos, ônibus e caminhões nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as categorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes individuais: motos (114%) e carros (38,8%). Os ônibus aparecem em terceiro lugar (24%).

O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como o resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drasticamente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um "atentado à mobilidade urbana".

"Com esse crescimento da frota, não há investimento público em túneis e viadutos que suporte a demanda", afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas últimas duas décadas, o transporte coletivo perdeu muita qualidade, o que acelerou a migração para o transporte individual. "O transporte coletivo ficou insustentável", diz.

Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslocamentos são feitos por transportes coletivos (ônibus e trens). "Nossa meta é chegar a 70% até 2030, como na cidade de Barcelona", afirma Cesar. "No início da década de 90, esse índice já alcançou 65%, mas foi perdendo participação para os carros".

A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urbana. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pedro II, entre outras, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans. Em outra vertente, a cidade também aposta em um ambicioso projeto de 345 quilômetros de ciclovias, o segundo maior do Brasil, atrás somente de Porto Alegre, com 495 km.

Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs - principais projetos das cidades brasileiras para a Copa - são muito úteis. "Não dá para permitir a concentração em apenas um meio de transporte", diz. Por outro lado, correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda já supera 40 mil passageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo é o transporte por trens urbanos, mas, por falta de recursos, elas não entraram no pacote de infraestrutura para a Copa.

PORTO ALEGRE

Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos viários logo no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Na zona norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, principal passagem para veículos de passeio e carga entre a capital gaúcha e a região metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veículos por dia, uma saturação que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vários trechos.

Na sequência da rodovia fica outro gargalo - a ponte do Rio Guaiba - que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de içamento está ultrapassada e não serve mais para o cenário atual, em que o fluxo de veículos na região é consideravelmente maior.

Hoje, a solução para os dois pontos de afogamento da mobilidade urbana dependem de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Rodovia do Parque, da BR-386 até a BR-290, deve ficar pronto em dois anos, e criará uma rota alternativa entre a região do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com destino à capital. Já a conexão com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que não condicione o tráfego a interrupções, segundo Lindau.

Dentro de Porto Alegre, o excesso de veículos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) é o principal problema, associado a corredores de ônibus lotados. A situação tende a se agravar com o crescimento anual da frota estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. "A motorização será mais forte na periferia, onde os aumentos recentes da renda familiar têm possibilitado à população a compra de veículos", afirma Lindau. "O uso do carro não é um mal em si. O problema está no uso em excesso e nos horários de pico", ressalva.

O único jeito de escapar à paralisia está no investimento pesado em transportes coletivos e alternativas complementares. Nesse quesito, o cenário é otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um tipo de corredor expandido, com estações fechadas, veículos maiores e faixas exclusivas para o tráfego. Até a Copa de 2014, estão previstas 11 estações, em vias como as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no centro da cidade.

A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Cicloviário, já sancionado, quer expandir a rede atual de 7,9 km de ciclovias para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serório em 2011. "Não pensamos a bicicleta apenas como lazer. Buscaremos integrar as ciclovias ao transporte público, para que o cidadão possa utilizar a bicicleta e ônibus para deslocamentos", afirma a EPTC. (Reportagem de Renan Carreira e Circe Bonatelli)
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BRT Aricanduva

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